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Tipos de Estudos Epidemiológicos

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1 Maryanna Dantas 
Tipos de Estudos Epidemiológicos 
Os estudos epidemiológicos são recursos utilizados pelas áreas de pesquisa com a 
finalidade de analisar, de forma coletiva ou individual, um determinado fenômeno na 
população. Na área médica, manifestações clínicas são analisadas para que se chegue a 
conclusões causais e consequente decisões médicas mais assertivas e políticas públicas 
eficientes. Dessa forma, cada tipo de situação apresenta características que favorecem 
mais ou menos o uso de determinado estudo. 
 
Inicialmente, os estudos são divididos em observacionais, aqueles que não 
realizam nenhum tipo de interferência no grupo analisado, e em experimentais, os que 
aplicam métodos sobre os indivíduos envolvidos na pesquisa. Os estudos observacionais 
podem ainda serem divididos em: 
 Descritivos: quando não analisam causa e efeito e, em sua essência, descrevem o 
estado de saúde de um indivíduo ou de uma população por meio de dados básicos 
e rotineiros. Subdividem-se em: 
 Relato de caso 
 Séries de casos 
 Analíticos: aplicados quando o objetivo é quantificar o efeito de determinada 
exposição e, portanto, analisam a causa, em curtos intervalos de tempo, quando 
transversais, ou em longos intervalos, quando longitudinais. São classificados em: 
 Estudos transversais 
 Caso controle 
 Coorte 
 Estudos ecológicos 
 
2 Maryanna Dantas 
De forma geral, os relatos de caso e as séries de caso representam o primeiro passo 
dentro de uma pesquisa. São situações que despertam interesse em achar implicações e 
resultados acerca de um quadro clínico mas que não focam na sua relação causa efeito, 
apenas descrevem o estado de saúde do indivíduo ou da população. Por isso, são 
classificados como descritivos e pontuais. Eles são úteis para detectar epidemias e novas 
características em doenças comuns. 
Os estudos transversais são os que estão relacionados à prevalência de doenças, 
isto é, analisam o número de casos dessa doença em um determinado local, dentro do 
número de pessoas existentes nesse local durante a exposição. Sendo assim, a relação 
causa efeito é analisada em conjunto, não levando em consideração nem o risco, nem a 
causalidade mas apenas a exposição e o possível contágio. Por causa das combinações 
dessas vertentes de análise, pode ocorrer perda de eficiência estatística mas eles possuem 
as vantagens de serem baratos e de fácil aplicação e a de nenhum dos participantes do 
estudo ser exposto a algum agente, sendo úteis para avaliar doenças comuns e, sobretudo, 
crônicas. São aplicados em cenários pandêmicos ou endêmicos. 
 
Os estudos de caso controle utilizam a comparação entre indivíduos, expostos às 
mesmas condições, doentes e não doentes. Seu objetivo é calcular a razão entre a 
probabilidade de um evento ocorrer sobre a probabilidade de não ocorrer, quando os 
indivíduos possuem características habituais, fisiológicas e de exposição semelhantes. 
Isso é o cálculo conhecido como Odds-Ratio. São estudos, portanto, longitudinais e 
retrospectivos, uma vez que analisam o passado para correlacionar possíveis situações à 
causa da enfermidade. Justamente por esse resgate de informações, corre um maior risco 
de apresentar erros metodológicos, além de ser uma ação complicada e difícil pois lida 
com lembranças que o paciente tem acerca do início e da manifestação da doença. Porém, 
são estudos muito bons para se analisar doenças raras e de longos períodos de latência, 
que necessitam de menos indivíduos para a análise e que permitem analisar, ao mesmo 
tempo, vários ângulos de perspectiva diante do que causou uma determinada doença. 
 
3 Maryanna Dantas 
 
O estudo de coorte, diferente dos anteriores, incluem pessoas saudáveis que 
podem vir a desenvolver determinada doença em um período de tempo que é, geralmente, 
longo, caracterizando um estudo longitudinal. Para bons resultados, não são interessantes 
perdas de seguimento e os indivíduos precisam ser constantemente avaliados tendo como 
foco o número de doentes sobre o número de pessoas expostas em um determinado 
período. No fim, compara-se os grupos de doentes e não doentes. É o estudo de maior 
validade e possui menos implicações éticas porém, não é útil para doenças de longos 
períodos de latência. 
Os estudos ecológicos, por sua vez, analisam um efeito causado por uma certa 
exposição de forma geral, ou seja, dentro de uma população, não tendo o indivíduo e suas 
características particulares fisiológicas e habituais como foco. Eles analisam populações 
especificas e utilizam dados prontos de diferentes fontes. Por isso, têm a vantagem de 
serem de baixo custo, são realizados de forma rápida e eficientes quando a variabilidade 
do que se analisa é baixa dentro da mesma população, mas discrepante quando comparada 
a outras. Porém, por outro lado, uma vez que as informações são gerais e nem sempre de 
qualidade, os estudos ecológicos podem apresentar fatores de confusão e gerar falácias 
ecológicas. 
Explicados os estudos observacionais, conclui-se que são estudos que apenas 
investigam as situações de pesquisa, sem intervir nelas. Os estudos experimentais, por 
sua vez, aplicam medidas que servem como referência de análise e de comparação. Eles 
dividem o grupo de indivíduos em casos e em controle, de tal forma que os de controle 
permitem conclusões acerca da intervenção utilizada. Eles são classificados em: 
 Ensaios clínicos randomizados 
 Ensaios de campo 
 Ensaios comunitários 
Os ensaios clínicos são considerados o padrão ouro de pesquisa interventiva. As 
intervenções podem ser drogas e tratamentos, tecnologias médicas, programas de saúde, 
métodos de prevenção primária ou programas de intervenção. Quando ele é randomizado, 
os indivíduos são selecionados de forma aleatória e separados em grupos, de modo que 
um deles receba intervenção e o outro tenha a função de controle, sem intervenção. Os 
pesquisadores não identificam ou têm acesso a informações que definam quais indivíduos 
pertencem a cada um dos grupos e isso garante maiores níveis de evidência. 
 
4 Maryanna Dantas 
 
 
Por outro lado, são estudos que envolvem muitas questões éticas e que dependem 
da vontade de cooperação dos sujeitos envolvidos. São aplicados durante tempo 
prolongado, possuem alto custo e por ser feito sobre um grupo específico populacional, 
não representa a sociedade e isso pode influenciar na validade externa. Os ensaios de 
campo é um estudo que utiliza métodos preventivos e que, portanto, é feito sobre 
indivíduos não doentes. Os de comunidade são aplicados a grupos comunitários 
específicos e estão intrinsecamente voltados aos aspectos socioeconômicos. 
Os maiores e mais comuns erros nos estudos epidemiológicos estão relacionados 
às características biológicas dos indivíduos ou à amostragem. Os erros aleatórios ocorrem 
ao acaso e são vistos pelo valor da amostra do estudo divergente do valor verdadeiro da 
população. Os erros sistemáticos são medidas para avaliar a acurácia da pesquisa e 
caracterizam-se, sobretudo, por viés de seleção e por viés de mensuração. Os fatores de 
confusão são comuns porque a maioria das manifestações clínicas possuem várias causas 
e fatores de risco associados, fato que dificulta a identificação assertiva. Dessa forma, 
para a obtenção de resultados validos e mais verídicos possíveis, é necessário que se 
restrinja e minimize os erros e os fatores de confusão.

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