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Aula 2 - Traço a mão livre

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DESENHO DE OBSERVAÇÃO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Péricles Varella Gomes 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Como visto anteriormente, o desenho tem sido uma ferramenta 
poderosa para a expressão do homem ao longo do tempo. Todos podem 
desenhar suas ideias, pois esta forma de expressão é um meio muito 
democrático de comunicação. Parsons (1992) argumenta este papel da arte 
como meio de demonstrar o interior do ser humano: “A arte não se limita a ser 
um conjunto de objetos bonitos, constituindo antes uma das formas de que 
dispomos para articular a nossa vida interior [...] que a arte exprime mais do 
que aquilo que um indivíduo tem em mente num determinado momento”. 
O começo do curso de desenho pode carregar incertezas quanto à 
capacidade artística de cada um, mas o importante é não desistir e praticar 
todas as técnicas e exercícios aqui propostos. 
O desenho de observação (DO) é estabelecido por quatro conceitos 
básicos – enquadramento, volumetria, perspectiva e proporções, e é 
considerado um meio para aquisição do domínio sobre os fundamentos do 
desenho, sobre a percepção visual e sobre o espaço no qual se desenvolve, 
seja bidimensional, seja tridimensional. 
Nesta aula vamos avançar nos exercícios de desenvoltura dos traços. 
Praticando retas em direções e posições variadas, conhecendo alguns artistas 
e seus famosos traços, exercitando a técnica do desenho de círculos e ovais e, 
por fim, um exercício. 
Vale lembrar que a interação entre os colegas de curso também será 
necessária para a evolução individual e coletiva nesta disciplina. 
CONTEXTUALIZANDO 
Para chegarmos a um traço de precisão e valor artístico aceitável, e para 
seu aprimoramento e entendimento, é necessária a prática constante. Cada 
artista ou designer possui seu próprio traço, com suas características e 
peculiaridades. Esses fatores são desenvolvidos com o tempo e com muito 
treino. 
O traçado à mão livre, ou seja, sem réguas, compassos ou outros 
materiais que auxiliem em seu desenho, é uma técnica importante para o 
desenho de observação. Com ela você pode desenhar em qualquer lugar e 
expressar suas ideias. O desenho é uma linguagem universal. 
 
 
3 
O DO consiste em desenhar o que vemos. Segundo Molliere (2017), as 
pessoas têm dificuldade em separar o que pensam e o que veem: 
Você sabe, por exemplo, que as folhas do pinheiro têm a forma de 
agulhas quando essa conífera está longe e quando ela está perto. Na 
realidade, porém, a partir de certa distância você não consegue 
enxergar agulhas, apenas uma massa verde. Outro exemplo muito 
comum: você desenha os vidros de uma janela de perfil mesmo 
quando está num lugar onde não pode vê-los. 
Desta forma ficaremos atentos aos exercícios da aula e suas 
características. Agora vamos descobrir qual o seu nível no desenho, e para isto 
vamos precisar de: 
• Papel; 
• Lápis preto número 2; 
• Borracha; 
• Local firme para desenhar, como uma mesa ou prancheta; 
• Um copo para observação ao final da aula. 
Com estes materiais poderemos iniciar a prática. Você não deve ter 
medo do resultado, até porque se não ficar bom, você pode tentar outras 
vezes. Fazer esta aula é fundamental, mas devemos ter consciência da 
importância do treino diário. Volte sempre aos exercícios anteriores, aulas e 
temas. Mesmo após o término do curso você sempre deve procurar revisar o 
conteúdo. Vamos começar? 
TEMA 1 – EXERCÍCIOS INICIAIS 
Os exercícios iniciais consistem em aprender as técnicas usadas ao 
longo da aula. Treinar vários tipos de traços e ter controle sobre seus estilos e 
formas é imprescindível para obter resultados satisfatórios em seus desenhos. 
Figura 1 – Começando seu desenho 
 
Crédito: Andrej Sevkovskij/Shutterstock. 
 
 
4 
Para o aquecimento, antes de começar a desenhar é importante fazer 
desenhos aleatórios, de modo que você tenha noção de espaço e de sua 
fluidez. Estudar traços rápidos é importante para sua desenvoltura na hora de 
desenhar. Eles auxiliarão o seu entendimento da visão em relação à sua mão e 
o lápis. 
Após realizar os primeiros traços livres, tente copiá-los para você 
perceber a diferença entre o desenho livre e o desenho por cópia. 
Figuras 2 e 3 – Tipos de exercícios 
 
Crédito: Profartshop/Shutterstock; Adelart/Shutterstock. 
É importante ficar atento ao seu desenvolvimento durante o desenho. No 
primeiro momento você está apenas desenhando uma linha imaginária, com 
desenhos rápidos e fluidos. Ao longo do curso você verá que estaremos 
observando objetos e as linhas devem sair naturalmente. 
1.1 Texturas 
É possível observar na Figura 3 a formação de padrões e texturas por 
causa dos traços rápidos e próximos. Mais para frente iremos estudá-los mais 
aprofundadamente e entender a importância de dominar o traçado com 
eficiência. 
TEMA 2 – PRATICANDO RETAS SEM RÉGUA 
Podemos começar este tema indagando: o que é uma linha reta? A linha 
reta é a união de pontos, sem curvas ou ângulos. 
O desenho de observação tem como característica principal a sua 
fluidez e espontaneidade. Deste modo o seu processo de criação é artístico e 
sem muitos instrumentos, mantendo a característica humana do traço à mão 
 
 
5 
livre. Ao longo do curso será exercitado o potencial do aluno sem o uso de 
ferramentas como o esquadro, réguas ou compassos. 
Para desenhar uma linha reta sem régua é necessário manusear de 
maneira correta o lápis, de forma que haja espontaneidade. A Figura 4 mostra 
a maneira correta de manuseio. 
Figura 4 – Posição 
 
Crédito: Irina Zholudeva/Shutterstock. 
Em uma folha, estabeleça pontos guia para servirem de referência. A 
margem da folha pode ser um exemplo. Tente desenhar de maneira contínua 
linhas horizontais, verticais e diagonais. Por exemplo: 
Figuras 5, 6, 7 e 8 – Linhas 
 
 
Créditos: Magnia/Shutterstock; Magnia/Shutterstock; Fire_Fly/Shutterstock. 
 
 
6 
As linhas nunca são iguais no desenho à mão livre. Há diversos tipos de 
traços: linhas suaves, em gradação, com pressão, oscilantes e pesadas. E 
podemos diferenciar no traçado do lápis: com movimentos suaves, deslizando 
e parando bruscamente, ziguezague, girando e deslizando, e assim por diante. 
TEMA 3 – EXEMPLOS DE TRAÇOS 
Com estudo e prática, os artistas, designers e arquitetos desenvolvem 
suas identidades por meio de seus desenhos. Neste tema veremos alguns 
exemplos famosos de personalidades que perpetuaram sua arte em seus 
traços característicos. 
3.1 Candido Portinari 
No Brasil temos como exemplo Candido Portinari, nascido em 1903 em 
Minas Gerais. Ele retratava em sua arte o Brasil da época, a história dos 
trabalhadores e a fauna brasileira (Figura 9). Suas técnicas variavam entre 
pintura, gravura e murais. 
Esta característica de Portinari é universal em todo tipo de arte – a 
expressão de um povo, de uma cultura e suas ideias – como esclarece Lara 
(2011) a respeito da temática carnavalesca de Portinari: 
As telas de Portinari apresentam tons de brincadeira, 
espontaneidade, permissividade, que revelam sentidos da festa. Daí 
ter sido nosso foco nessa investigação. Embora o Brasil não possa 
ser delineado apenas como país do futebol, do carnaval (samba) e da 
mulata, porque tais categorias, em si, não são suficientes para 
descrever um país tão diverso e múltiplo, não há como desconsiderar 
que essa temática mobiliza muitas pessoas em ações coletivas para 
que alcancem os objetivos que elegem para si e para o grupo (Lara, 
2011, p. 500) 
A Figura 9 mostra um desenho de Portinari retratando um morador de 
Brodowski, cidade onde nasceu. 
 
 
7 
Figura 9 – Menino de Brodowski, de Candido Portinari 
 
Crédito: Rook76/Shutterstock. 
3.2 Leonardo da Vinci 
Leonardo da Vinci nasceu em 1452, perto de Florença, na Itália. Foi um 
pintor, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, 
arquiteto, botânico, poeta e músico. Foi um dos maiores nomes do 
Renascimentoe um dos maiores artistas que já existiu. Sua arte transcende 
gerações e estilos, sempre uma referência universal para toda a humanidade. 
Figura 10 – Leonardo da Vinci 
 
Crédito: Kwirry/Shutterstock. 
 
 
8 
Para expressar suas criações, Da Vinci recorre ao esboço, com 
desenhos rápidos, denominados croquis. Ele observava a natureza e suas 
formas para mimetizar suas criações técnicas. Os artistas do Renascimento 
retratavam o espaço de uma forma realista, e usavam a perspectiva e a 
geometria para se aproximarem da profundidade e da realidade. 
O Renascimento foi um dos movimentos que mais influenciaram o 
período, não só na arte moderna como em áreas científicas, filosóficas, 
literárias, urbanas, além do comércio. 
Com a descoberta e sistematização da perspectiva, o desenho passou a 
ser visto como uma forma de ciência, sendo tratado como tal por muitos 
artistas e arquitetos desde então. 
Simon Worrall (2018) um pesquisador da vida e obra de Da Vinci 
descreve uma característica importante do artista e que deve ser seguida por 
todos que querem aprender o desenho de observação: “Nas ruas de Florença e 
de Milão, Da Vinci carregava o seu caderno para todo lado. Esboçava as 
expressões das pessoas com que se deparava, tentando capturar-lhes as 
emoções e o que lhes ia no espírito. Isso está bem patente, por exemplo na ‘A 
Última Ceia’”. 
Da Vinci foi um exemplo de como o desenho de observação pode ser 
usado para representação em vários níveis de dificuldade e necessidade. Na 
Figura 10 podemos ver um de seus desenhos mais famosos, o Homem 
Vitruviano, que estabelece proporções do corpo humano masculino ideal. 
3.3 Pablo Picasso 
O próximo exemplo é o espanhol Pablo Picasso. Nascido em 1881 em 
Málaga, foi um dos criadores do Cubismo, um movimento artístico 
mundialmente famoso por suas obras geométricas e abstratas de caráter 
moderno. Apesar do nome, este estilo artístico se alimentava da observação do 
artista. Rocha (1981) descreve o movimento e suas características estéticas: 
O cubismo consistia em representar pessoas e figuras em formatos 
de triângulos, cubos e quadrados e buscava a geometria dos motivos 
representados. Tudo se reduzia a formas geométricas. Picasso monta 
a imagem em facetas múltiplas e deforma a realidade tal qual a 
conhecemos, criando figuras que causam estranhamento, como a 
representação de uma face, por exemplo, uma metade frontal e outra 
metade de lado. Tenta-se representar no plano uma figura em três 
dimensões. 
 
 
9 
Seus desenhos representavam o dia a dia da vida espanhola. Suas 
obras mais famosas são os quadros Guernica, de caráter político, Les 
Demoiselles d’Avignon, e Pomba da Paz (Figura 11). 
Figura 11 – A Pomba da Paz, de Picasso 
 
Crédito: Eli_Oz/Shutterstock. 
3.4 Michelangelo 
Michelangelo nasceu em 1475, na Itália, e assim como Da Vinci, foi um 
dos expoentes do Renascimento italiano. Seus desenhos são reconhecidos 
mundialmente. 
Figura 12 – Desenho de Michelangelo 
 
Crédito: Aleisha/Shutterstock. 
 
 
10 
Neste momento importante da arte mundial, o Renascimento e 
Michelangelo retratam com perfeição em suas pinturas, esculturas e obras 
arquitetônicas as características principais que foram um divisor de águas na 
arte. Prêto (2016) enfatiza o surgimento da perspectiva como parte principal 
das obras: 
Na arte foi criado um sistema de proporções ideais para a arquitetura 
e para a representação do corpo, e se cristalizou o sistema da 
perspectiva para a definição da representação bidimensional. O 
Renascimento associou ainda o idealismo clássico com um intenso 
interesse pelo estudo científico do mundo natural, produzindo uma 
arte que era uma generalização universal mal capaz de se deter no 
particular para descrever caracteres individuais. Ao mesmo tempo, 
era uma arte de índole ética, pois se considerava possuir uma função 
social da qual não podia escapar, e almejava, sobretudo, a cura das 
almas e a instrução do público para a condução da vida pelos 
caminhos da virtude. 
Michelangelo foi pintor, arquiteto e escultor. Dentre suas obras principais 
está “A Criação de Adão”. A Figura 12 retrata um estudo de uma parte da obra, 
a qual demorou quarenta anos para ser concluída; este detalhe faz parte do 
afresco Juízo Final, no altar da Capela Sistina. 
3.5 Vincent Van Gogh 
Vincent Van Gogh nasceu na Holanda em 1853, e foi um pintor pós-
impressionista com temáticas ligadas à natureza e às pessoas. 
É possível perceber que o desenho de observação faz parte constante 
da obra de Van Gogh. A alma do pintor e sua perspicácia de captar o momento 
sempre estão expressas em sua obra de uma maneira lúdica e ao mesmo 
tempo profunda. Aur (2017) descreve que o artista e seu grupo exercitavam 
práticas importantes para um desenho mais preciso; além da observação e da 
troca de ideias em relação ao trabalho realizado: “Ele e seus amigos pintores 
posavam uns para os outros em vez de contratar modelos, com a finalidade de 
economizar despesas. Van Gogh conversava muito e trocava ideias sobre arte 
e suas obras com outros pintores”. 
 
 
11 
Figura 14 – Girassóis de Van Gogh 
 
 
Crédito: Shirley Ren/Shutterstock. 
Mais adiante nesta aula vamos praticar a transferência de ideias entre 
colegas do curso e exercitar o espirito crítico. Ao longo das aulas da disciplina 
estas atividades vão acontecer de forma recorrente. 
TEMA 4 – PRATICANDO CÍRCULOS E OVAIS 
Quando vamos desenhar figuras geométricas, geralmente recorremos a 
esquadros, compassos e réguas. Os círculos e ovais são as figuras que 
possuímos mais insegurança na hora de desenhar à mão livre. Isto é natural, 
pois o percurso da mão deve seguir uma harmonia para chegarmos ao ponto 
de encontro para fazer curvas corretamente. 
Devemos lembrar que sem a prática nunca chegaremos ao resultado 
esperado, por isso vale a pena persistir e não desistir logo nos primeiros 
desenhos. Evidentemente você não vai usar nenhuma destas ferramentas no 
nosso curso de DO. 
4.1 Desenhando curvas 
Para praticar círculos e ovais comece desenhando de uma forma livre e 
despretensiosa, sempre buscando o entendimento do movimento de sua mão. 
 
 
12 
Figuras 15 e 16 – Tipos de ovais e círculos 
 
Crédito: Lazerko Art/Shutterstock; Mayrisio/Shutterstock. 
Não se cobre muito para atingir um desenho perfeito logo nas primeiras 
tentativas. Você deverá ter paciência e estar consciente de que suas 
habilidades no desenho serão aprimoradas ao longo do tempo. 
Figura 17 – Direção de traço 
 
Crédito: Rolandtopor/Shutterstock. 
Divida uma circunferência em quatro partes e faça com atenção cada 
divisão. Este exercício ajudará seu entendimento das dimensões do círculo. 
 
 
 
 
 
 
13 
Figura 18 – Divisão para desenhar 
 
TEMA 5 – DESENHANDO UM COPO 
Como vimos anteriormente, o desenho à mão livre tem como 
característica ser rápido e solto. Gildo Montenegro (2007) descreve esta 
linguagem da seguinte maneira: 
A liberdade de traço, a linha solta e rápida, é [sic] essencial e 
depende fundamentalmente de prática, de muita prática. 
Recomendamos que o leitor esboce tudo aquilo que está na sua 
frente: outra pessoa, uma garrafa, um copo, uma cadeira, tudo. A 
mão livre deve ter também assunto livre. Em qualquer lugar, com 
qualquer coisa que risque: caneta esferográfica, lápis, um pedaço de 
carvão, batom etc... 
Levando em consideração as dicas do autor, faremos o nosso primeiro 
desenho de observação da aula. Neste exercício colocaremos em prática as 
técnicas vistas até o momento. 
5.1 Desenhando 
Observe as linhas que constituem o desenho do copo: a perspectiva do 
ponto de vista em que estamos fazem os círculos se transformarem em ovais, 
e as linhas retas verticais também ficam inclinadas. 
A perspectiva nada mais é do que um modo tridimensional de 
representação. Ela cria uma ilusão de profundidade bidimensional que, neste 
caso, é o papel. Vamos explicar isso maisaprofundadamente em breve. Vamos 
começar: 
• Passo 1: Desenhe de forma despretensiosa e solta as linhas-base do 
copo que você está observando. Elas o auxiliarão em todo o processo. E 
 
 
14 
não as apague: lembre-se de não fazer linhas muito fortes no começo, 
pois elas são apenas linhas-base. 
• Passo 2: Veja se a proporção está aproximadamente parecida com o 
que você está observando. Sem usar a borracha você pode redesenhar 
as linhas que estão fugindo da harmonia do desenho. É um desenho 
rápido e com movimentos de linha; chamamos isso de caráter de croqui. 
• Passo 3: Tente fazer a textura do copo acompanhando sua geometria. 
Você já pode começar a treinar as sombras também. 
Figura 19 – Copos e taças 
 
Crédito: Rolandtopor/Shutterstock. 
• Passo 4: Observe de onde vem a luz e, portanto, a direção da sombra. 
Uma dica é sempre identificar a fonte principal da luz no ambiente. 
Com esses quatro passos você deu início ao seu estudo de desenho 
figurativo e verá que desenhar não é um “bicho de sete cabeças”. Não se 
esqueça de praticar sempre – todos os dias se possível. 
TROCANDO IDEIAS 
O desafio desta seção nesta aula é fazer uma pesquisa sobre os traços 
de dois artistas. Atenção, não devem ser os mesmos artistas sobre os quais 
tratamos no Tema 3 desta aula. 
 
 
15 
Após a pesquisa deve haver a troca de informações no fórum da 
matéria. Tente analisar o traço dos artistas e ser crítico em relação ao tema. 
Se quiser, avalie a perspectiva e o ponto de observação do artista ao realizar o 
quadro, suas linhas e formas. Não comente sobre as cores. 
O fato de você ser um estudante analisando um artista experiente 
mostrará os pontos aos quais você deve ficar atento quando for buscar 
desenvolver a sua técnica. Comece a escolher os seus “heróis” do desenho. 
Espirito crítico, repertório e autoconhecimento são importantes na arte. 
O texto deve conter no mínimo 200 e no máximo 300 palavras por artista 
estudado, e tenha em vista a análise dos pontos principais vistos nesta aula. 
Saiba mais 
Aqui vão alguns sites confiáveis e ótimos como fontes de referência. 
Use-os sempre que você estiver pesquisando ou melhorando seu repertório. 
O Urban Sketchers é um site do movimento que acontece em cidades do 
mundo inteiro no qual pessoas com estilos, idades e formações diferentes se 
reúnem para desenhar o espaço urbano e suas peculiaridades. Disponível em: 
<http://brasil.urbansketchers.org/>. 
Outra fonte muito democrática e rica em informações é o Google Art & 
Culture, com diversos temas e notícias sobre o mundo das artes. Possui acervo 
de obras do mundo todo em alta resolução. Disponível em: 
<https://artsandculture.google.com/>. 
NA PRÁTICA 
Após o exercício de troca de ideias sobre os artistas, você e seus 
colegas deverão compartilhar os desenhos feitos nos exercícios durante a aula 
no fórum. A prática consiste na interação e percepção de traços diferentes e 
comentários construtivos. Parsons (1992) ressalta que a arte é formadora de 
espírito crítico e tem papel fundamental na construção da comunicação entre 
os seres humanos: 
Constatamos, assim, que a arte é necessária para desenvolver o 
raciocínio visual e perceptivo, para nos referenciar como seres 
humanos capazes de compreender códigos diferentes de linguagem 
para além do conceito de beleza. De forma atemporal, a arte 
comunica, expressa visões díspares e se constitui em área de 
conhecimento, passível de ser ensinada e apreendida. 
 
 
16 
Deste modo vamos aumentando o nosso repertório sempre indagando 
os estilos de todas as artes e extraindo os pontos positivos para o próprio estilo 
de desenhar. 
FINALIZANDO 
Agora você já possui um panorama básico sobre o desenho de 
observação. Você deve juntar as informações da aula e começar a perceber 
seu estilo. Com a pesquisa proposta aqui você terá uma base de qualidade 
para tal. Montenegro (2017) explica este conceito da referência nos desenhos: 
Nada se cria do nada. Veja, leia sobre todos os assuntos; bagagem 
cultural faz a diferença nesta hora. É possível amplificar pelo 
subconsciente uma coisa que você propôs através do consciente. Mas 
a resposta não é imediata; você precisará se alimentar de dados 
(pesquisas) o consciente. Em algum momento imprevisto, a resposta 
virá. E não adianta procurar obsessivamente a solução, pois isto 
perturba o trabalho da intuição. 
Pesquisando você ficará mais seguro do que está fazendo em seus 
desenhos e terá uma referência sobre outros artistas, arquitetos e designers. 
Nesta aula revisamos os pontos principais para você iniciar seus estudos no 
desenho de observação. Com dedicação e atenção você será capaz de: 
• Desenhar traços mais precisos; 
• Entender retas e círculos; 
• Ter resultados mais satisfatórios em suas criações; 
• Avançar nas próximas etapas do curso. 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
AUR, D. Van Gogh: a biografia resumida e as principais obras. Green Me, 26 
out. 2017. Disponível em: <https://www.greenme.com.br/viver/arte-e-
cultura/5981-van-gogh-biografia-principais-obras>. Acesso em: 26 jul. 2019. 
FRASÃO, D. Leonardo da Vinci. E-biografia, 11 jun. 2019. Disponível em: 
<https://www.ebiografia.com/leonardo_vinci/>. Acesso em: 26 jul. 2019. 
_____. Pablo Picasso. E-biografia, 25 jul 2019. Disponível em: 
<https://www.ebiografia.com/pablo_picasso/>. Acesso em: 26 jul. 2019. 
_____. Michelangelo: Pintor e escultor italiano. E-biografia, 11 jun. 2019. 
Disponível em: <https://www.ebiografia.com/michelangelo/>. Acesso em: 26 jul. 
2019. 
_____. Caravaggio: Pintor e escultor italiano. E-biografia, 29 abr. 2019. 
Disponível em: <https://www.ebiografia.com/caravaggio/>. Acesso em: 26 jul. 
2019. 
LARA, L. M. et al. Iconografia das festas populares em Cândido Portinari: 
sentidos/significados das expressões carnavalescas. Motriz: Revista de 
Educação Física, vol. 17, n. 3, Rio Claro, jul./set. 2011. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?frbrVersion=2&script=sci_arttext&pid=S1980-
65742011000300013&lng=en&tlng=en>. Acesso em: 26 jul. 2019. 
MOLLIERE, B. A perspectiva em urban skerching: truques e técnicas para 
desenhistas. 1. ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2017. 
MONTENEGRO, G. Desenho de projetos. São Paulo: Blucher, 2007. 
PORTAL PORTINARI. Disponível em: <http://www.portinari.org.br/>. Acesso 
em: 26 jul. 2019. 
PRÊTO, A. A obra de Michelangelo. Estúdio Anilton Prêto, 16 jan. 2016. 
Disponível em: <https://aniltonpreto.com.br/blog/11-historia-da-arte/44-a-obra-
de-michelangelo.html>. Acesso em: 26 jul. 2019. 
ROCHA, A. do A. Pablo Picasso. UOL Educação. Disponível em: 
<https://educacao.uol.com.br/biografias/pablo-picasso.htm>. Acesso em: 26 jul. 
2019. 
 
 
18 
WORRALL, S. O que faz de Leonardo Da Vinci um génio? National 
Geographic, 21 nov. 2017. Disponível em: 
<https://www.natgeo.pt/historia/2017/11/o-que-faz-de-leonardo-da-vinci-um-
genio>. Acesso em: 26 jul. 2019. 
ZYLBERKAN, M. Caravaggio e sua arte de contrastes. Veja, 22 maio 2012. 
Disponível em: <https://veja.abril.com.br/entretenimento/caravaggio-e-sua-arte-
de-contrastes/>. Acesso em: 26 jul. 2019. 
	Conversa inicial
	Contextualizando
	TEMA 1 – EXERCÍCIOS INICIAIS
	1.1 Texturas
	TEMA 2 – PRATICANDO RETAS SEM RÉGUA
	TEMA 3 – EXEMPLOS DE TRAÇOS
	3.1 Candido Portinari
	3.2 Leonardo da Vinci
	3.3 Pablo Picasso
	3.4 Michelangelo
	3.5 Vincent Van Gogh
	TEMA 4 – PRATICANDO CÍRCULOS E OVAIS
	4.1 Desenhando curvas
	TEMA 5 – DESENHANDO UM COPO
	5.1 Desenhando
	TROCANDO IDEIAS
	NA PRÁTICA
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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