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Cronologia - Biomedicina 1950 A segunda Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Curitiba. Consideramos essa reunião científica o embrião do nosso curso, pois no dia 10 de novembro daquele ano, o Dr. Leal Prado1, participante de um simpósio sobre seleção e treinamento técnico, esboçou a necessidade de um novo profissional de Saúde. No mesmo ano, em 7 de dezembro ele e o Dr. Ribeiro do Vale, entre outros participantes do Instituto Biológico, da Universidade São Paulo e do Instituto Butantã definiram os objetivos do novo curso. Infelizmente, essa ideia foi abandonada principalmente pelas dificuldades financeiras pelas quais a Escola Paulista de Medicina, uma instituição particular, estava enfrentando à época. 1956 Entretanto, os objetivos de formar docentes especializados para ministrarem disciplinas básicas do curso de Medicina e Odontologia, além de pesquisadores das ciências básicas continuaram nos esforços do Dr. Leal Prado e Dr. Ribeiro do Vale para garantir a formação adequada aos que trabalhavam ou buscavam oportunidades em seus laboratórios. A Escola Paulista de Medicina torna- se pública e com a mudança do seu regime a discussão sobre o novo curso reacendeu, prevendo-se abrir uma graduação Biomédica, além de pós-graduação, nível mestrado e doutorado em Ciências Biomédicas destinado a formar pesquisadores e docentes nessa área. 1966 1970 Por meio do parecer número 174 ficou estabelecido o currículo de bacharelado do curso de Ciências Biomédicas — modalidade médica. Nesse documento definiram-se as atividades laboratoriais aplicadas à Medicina, com formação de profissionais com sólida base científica, de comportamento e espírito crítico capazes de operar equipamentos mais avançados de laboratório. E assim surgiu o primeiro curso, em março de 1966, na Escola Paulista de Medicina e também no Rio de Janeiro com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). 1967 A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e a Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (UNESP) também ofereceram o curso de Ciências Biológicas — modalidade médica. Foi a vez da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Barão de Mauá, (atual Centro Universitário Barão de Mauá), em Ribeirão Preto. Assim teve início a árdua luta para regulamentar a nossa profissão. Com a participação ativa, principalmente dos egressos, além de alunos, docentes e diretores das escolas de São Paulo, da Universidade de Mogi das Cruzes e da Universidade Federal de Pernambuco junto ao Ministério do Trabalho, Ministério da Educação, e na classe política em ações nas Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 1968 Criação do curso da UFPE - Análises Clínicas 1975 O resultado desse trabalho resultou no Projeto de Lei nº 1.6602, que aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal foi substituído pelo de número 101 em 1977. Esse documento regulamentou ambas as profissões de biomédico e de biólogo. 1979 Fazendo um breve resumo, a Lei nº 6.684/79 trata, no capítulo 1, das questões pertinentes ao biólogo e, no capítulo 2, ao biomédico. E é o artigo 4º que diz que podemos atuar em âmbito tecnológico em atividades complementares de diagnósticos; e no artigo 5º, dos incisos I ao IV essa lei diz que podemos: I. realizar análises físico-químicas e microbiológicas de interesse para o saneamento do meio ambiente; II. realizar serviços de radiografia, mas não é permitida a interpretação; III. atuar na hemoterapia e radiodiagnóstico, desde que supervisionados por um médico habilitado; IV. planejar e executar pesquisas científicas em instituições públicas e privadas, na área de sua especialidade profissional. No mesmo ano, uma nova lei, de nº 6.686 afirmava no artigo 1 que: “[...] os atuais portadores de diploma de Ciências Biológicas, modalidade médica, e os que venham a concluir o mesmo curso até julho de 1983 poderão realizar análises clínico- laboratoriais, assinando os respectivos laudos, desde que comprovem a realização de disciplinas indispensáveis ao exercício desta atividade”. A alteração a qual se refere a lei nº 7.135/83 acrescentou que “os diplomados que ingressaram no curso, em vestibular realizado até julho de 1983, poderão realizar análises clínico-laboratoriais”. Foi omitida a lei que separou as profissões da Biomedicina e Biologia, isso ocorreu por meio da lei nº 7.017 (30/08/82). 1982 O Decreto nº 88.439, de 28 de junho de 1983, no capítulo das Disposições Transitórias mantinha os limites impostos ao exercício das análises clínico-laboratoriais na lei nº 6.686, de 11 de setembro de 1979. Isso significou uma injustiça com a nossa profissão. Para tentar resolver essa questão, foi aprovada a lei nº 7.135, de 26 de outubro de 1983, mas considerada somente um paliativo. Veja o texto legal: “Art. 1º. Os atuais portadores de diploma de Ciências Biológicas — modalidade médica, bem como os diplomados que ingressarem nesse curso em vestibular realizado até julho de 1983, poderão realizar análises clínico-laboratoriais, assinando os respectivos laudos, desde que comprovem ter cursado as disciplinas indispensáveis ao exercício dessas atividades”. Com isso, e numa ação conjunta e de grande comoção por parte dos alunos e das várias instituições, a inconstitucionalidade das leis 6.686 e 7.135 foram levadas ao Supremo Tribunal Regional. 1983 No dia simbólico de 20 de novembro de 1985, por meio da representação nº 1.256-5/DF, foram corrigidas algumas expressões que limitavam a nossa atividade profissional, e por ser uma data tão importante para a nossa profissão comemora-se todo 20/11 o dia do Biomédico. Segue o texto na íntegra: “Decisão: Julgou-se procedente a Representação e declarou-se a inconstitucionalidade: I) da expressão "atuais" e das expressões "bem como os diplomados que ingressarem nesse curso em vestibular até julho de 1983", todas contidas no art. 1º. da Lei 6.686 de 11 de setembro de 1979, na redação que lhe deu o art. 1º. da Lei 7.135 de 26 de outubro de 1983; II) do artigo 2º. da Lei 7.135 de 26 de outubro de 1983. Decisão unânime. Votou o Presidente. Plenário, 20/11/85”. 1985 1986 Com a justiça feita, em 24 de junho de 1986 o Senado Federal promulgou a Resolução nº 86 cujo artigo único contém a seguinte redação: “Artigo Único - É suspensa, por inconstitucionalidade, nos termos do artigo 42, inciso VII, da Constituição Federal e, em face da decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, proferida em sessão plenária de 20 de novembro de 1985, nos autos da Representação nº 1256-5, do Direito Federal, a execução da expressão atuais e das expressões bem como os diplomados que ingressarem nesse curso em vestibular realizado até julho de 1983, todas contidas no artigo 1º. da Lei nº 6686, de 11 de setembro de 1979, da redação que lhe deu o artigo 1º. da Lei nº 7135, de 26 de outubro de 1983 e a execução do artigo 2º. desta última Lei”. Foi assim, de forma definitiva assegurado a nós o direito ao biomédico de exercer as análises clínico-laboratoriais, passando a ser fiscalizado pelos conselhos federais (CFBM) e regionais de Biomedicina (CRBM). 1988 Outra data muito importante foi a conquista do biomédico em ser enquadrado no serviço público federal em 16 de junho de 1988. Pelas mesmas leis e decreto citados anteriormente também foram criados o Conselho Federal de Biomedicina e os Conselhos Regionais, mas as suas atribuições serão discutidas em outra aula. Por ora, devemos saber que o Conselho Federal e os Regionais de Biomedicina foram incumbidos legalmente de exercer natureza jurídica de autarquia federal para orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão biomédico. A lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998, garantiu aos conselhos a natureza de pessoas jurídicas de Direito Privado, por delegação do Poder Público, continuando com a incumbência defiscalizar o exercício da profissão de biomédico. 1998 Ainda em 1998 com a Resolução nº 287 CNS - Conselho Nacional de Saúde marca a entrada do Biomédico como profissional de saúde de fato e de direito, ou seja, biomédicos concorrendo em concursos públicos com vagas no âmbito municipal, estadual e federal. 2002 Parece 104 e Resolução nº 02 de 2003 da CNE - Conselho Nacional de Educação estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Graduação em Biomedicina. Até essa época era chamado de ciências biomédicas, atualmente chamada de biomedicina. Até aqui se encerra a história geral da biomedicina no Brasil, cursos começam a seguir padrão mínimo de grade entre as instituições.
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