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2 TEMA DE MERCADO FINANCEIRO

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MERCADO FINANCEIRO
2 TEMA – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de instituições e regras essencial para o funcionamento da economia brasileira.
MÓDULO 1
A ESTRUTURA DO SFN
Os agentes econômicos (famílias, empresas e governo) tomam, frequentemente, decisões com relação a consumo, poupança e investimento. Isso tem especial importância para a compreensão do sistema financeiro, visto que, para que essas operações aconteçam na economia, é necessário viabilizar fluxos de recursos de poupadores (agentes que recebem mais do que consomem) para tomadores de recursos (agentes que consomem mais do que recebem).
A partir da necessidade do intermédio de um agente para essas operações, surgem as instituições financeiras. Dessa forma, define-se o sistema financeiro como o conjunto de instituições e instrumentos (serviços) que permitem o fluxo financeiro entre poupadores e tomadores de recursos.
O sistema financeiro é composto por quatro grandes mercados:
MONETÁRIO
Utilizado pelo Banco Central do Brasil (BCB) para controlar a liquidez da economia, isto é, a quantidade de moeda em circulação;
DE CRÉDITO
aqui, os intermediários financeiros, normalmente, os bancos comerciais, captam recursos de alguns agentes (por exemplo, através de depósitos em conta corrente) e emprestam a outros. O Banco Central é o principal responsável pelo controle, normatização e fiscalização desse mercado;
DE CÂMBIO
também é supervisionado pelo Banco Central e caracterizado pelas trocas de moedas estrangeiras (por exemplo, dólares ou euros) por moeda nacional (reais);
DE CAPITAIS
também chamado de mercado de valores mobiliários, surgiu a partir das necessidades das firmas por recursos, muitas vezes em volume superior ao que as instituições poderiam ou estariam dispostas a emprestar.
O mercado de capitais, assim como o de crédito, liga tomadores e poupadores, mas não há um intermediário financeiro propriamente dito: é uma relação direta. Os intermediários prestam diversos serviços de apoio, mas não ficam com o risco.
O principal exemplo é o mercado de ações. Os participantes devem seguir as normativas da Comissão de Valores Mobiliária (CVM) e são regulados pelo BCB.
O SFN pode ser dividido em três níveis: órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores.
Os operadores são instituições que exercem atividades de captação, intermediação e aplicação no SFN, sendo as entidades mais conhecidas. Alguns exemplos são: o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e todos os bancos comerciais.
BREVE HISTÓRICO DO SFN
O Brasil levou muitas décadas para estabelecer um sistema financeiro moderno e robusto como o atual.
1500
Com a descoberta oficial do País, em 1500, a Europa já possuía um sistema bancário, bem como países com moeda própria. Porém, até que esta tecnologia chegasse ao Brasil, especialmente com relação à criação de uma rede bancária, demorou muito tempo.
1808
Antes da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, não era permitido o funcionamento de bancos na, então, colônia de Portugal. Depois disso, a inauguração do Banco do Brasil foi um marco para a história do SFN. Entretanto, a atuação desta instituição em relação à concessão de crédito se revelou bastante tímida, uma vez que um dos papéis do banco era o de custear os gastos da coroa portuguesa, por meio da impressão de dinheiro. Tal fato, contudo, acabava gerando inflação.
1822
Após a independência e com o fim do tráfico de escravos, a necessidade de prover recursos a empreendimentos agrícolas, industriais etc. foi se mostrando cada vez mais elevada.
Instituições financeiras começaram a surgir e, com isso, passaram a financiar lavouras, expansão de fábricas, exportação e importação de bens, bem como mitigar problemas que hoje são cobertos por qualquer seguradora. O Estado foi ganhando um protagonismo cada vez maior no SFN, seja como ator principal, a partir da criação de bancos federais e estaduais, seja como regulador, criando leis para fazer com que todo sistema se tornasse cada vez mais seguro.
1945
Após a Segunda Guerra Mundial, os sistemas financeiros mundiais apresentaram grandes progressos. O Brasil acompanhou essa tendência. A criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), em 1945, assim como da Carteira de Redesconto e, por fim, do Banco Central do Brasil, em 1964, mostram o esforço do Estado em tornar o sistema financeiro mais seguro e menos instável.
1988
Na esfera internacional, em 1988, foi firmado o Primeiro Acordo de Capital de Comitê de Basileia, na Suíça, grande marco na regulação mundial das instituições financeiras, que visava oferecer mais segurança ao sistema financeiro. Os países signatários tinham como objetivo estabelecer normas para o bom funcionamento do sistema financeiro dos participantes, firmando requisitos que devem ser observados para a atuação no setor. Com o passar dos anos, as autoridades monetárias de inúmeros países, inclusive o Brasil, se encontraram para atualizar as normas estabelecidas.
1994
Com o fim da hiperinflação no Brasil, em 1994, o sistema financeiro passou por grave crise: o sistema estava “viciado” em alta inflação e perdeu parte de sua fonte de lucro. Em 1995, com a falência de uma série de instituições financeiras, o Governo interveio no sistema bancário por meio do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER). Com ele, uma grande soma de recursos públicos foi injetada no sistema financeiro para conter a falência de algumas instituições financeiras que se encontravam em apuros.
2008
Durante a crise de 2008, o SFN conseguiu dar uma reposta e não foi fortemente afetado pelo evento, como em outros países.
Após esse breve histórico do SFN, podemos introduzir a 
Noção de instituições financeiras monetárias e não monetárias.
MULTIPLICADOR MONETÁRIO E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS MONETÁRIAS E NÃO MONETÁRIAS
Instituições financeiras monetárias (ou bancárias) são aquelas que podem obter recursos a partir de depósitos em poupança ou conta corrente. Os bancos comerciais são as instituições de maior relevância nesse grupo, dado que têm forte atuação no sistema financeiro de qualquer nação capitalista.
Além dos bancos comerciais, cooperativas de crédito (associação de produtores agrícolas que presta serviços financeiros apenas aos seus associados) e bancos múltiplos (que prestam outros serviços, além daqueles ofertados pelos bancos comerciais, como concessão de crédito imobiliário) são exemplos de instituições financeiras monetárias.
As instituições monetárias têm outra função fundamental: “criam dinheiro”, ou seja, afetam a quantidade de moeda em circulação na economia. Sendo assim, vamos observar os agregados monetários ( classificações de ativos financeiros de acordo com liquidez dada pelo Banco Central.), que ajudam na classificação dos ativos que podem ser usados como moeda (ou seja, bens ou direitos que podem ser usados para fazer trocas).
A moeda é um ativo importante, gerando oferta e demanda para esta. Podemos mostrar que existe uma relação entre a oferta monetária (volume total de moeda na economia) e a base monetária (volume físico de moeda criada pelo Banco Central).
Em outras palavras, isso significa que, se o Banco Central emite R$1.000,00 em papel-moeda e o multiplicador é igual a 3, temos, de fato, R$3.000,00 de moeda em circulação na economia. O multiplicador monetário/bancário revela em quanto a oferta monetária crescerá (cairá) se aumentarmos (reduzirmos) em R$1,00 a base monetária da economia.
Podemos derivar esse multiplicador e ainda compreender como o sistema bancário brasileiro e do exterior são capazes de criar dinheiro.
Considere que os indivíduos desejam manter uma quantia C de moeda, para fazer transações (R$20,00 por exemplo). Os bancos, por sua vez, terão uma quantia de depósitos D dos seus correntistas e um excesso de reservas ER, que são nada mais do que uma quantia de recursos que os bancos não utilizam para realizar suas operações. Vamos definir as seguintes proporções:
c=C
 D
e=ERD
Ou seja, “c” é a razão entre o dinheiro que as pessoas mantêm e o que depositam no banco: se tenho R$20,00 na carteira e R$100,00 no banco, c = 20%. Por sua vez, “e” é a proporção de recursos que os bancos mantêm em caixa: se o meu banco empresta R$40,00 dos R$100,00 que depositei e, portanto, mantém R$60,00 em caixa, temos e = 60%.
Definimos, também, a reserva compulsória RR: é um mecanismo utilizado pelo Banco Central para manter a estabilidade do sistema financeiro e combater a inflação. Assim, a autoridade monetária exige que os bancos mantenham uma certa porcentagem dos depósitos dos correntistas no próprio BCB.
Já as reservas voluntárias ER são as que só dependem das estratégias adotadas pelos próprios bancos. O total de reservas dos bancos comerciais será dado pela seguinte relação:
R =RR+ER
Se um banco mantém ER = R$300,00 em caixa, sendo obrigado a manter RR = R$200,00 no Banco Central, temos, então, R= 200 + 300 = R$500,00. A autoridade monetária estabelece ainda a porcentagem rr do total de depósitos recebidos pelo banco, que deverá ser mantido em uma conta no BCB.
Portanto, temos que RR(Reserva Compulsória) também pode ser escrito da seguinte maneira:
 RR=rr.D 
Podemos substituir essa relação na expressão das reservas R, de maneira que obtemos essa nova relação:
R= (rr.D)+ ER
É importante notar que, como rr(reserva compulsória) é definido pela autoridade monetária e varia entre 0 e 1, os bancos não precisam manter a totalidade dos depósitos dos correntistas e, com isso, podem emprestar mais recursos do que dispõem.
Os bancos utilizam essa estratégia, pois acreditam que os correntistas não sacarão a totalidade dos seus recursos de uma só vez. Se um cliente deposita R$1.000,00, o banco pode emprestar uma parte desse montante a outros correntistas.
De maneira mais prática, vamos assumir que o Banco Central exija que rr=50%. Portanto, para cada R$1,00 depositado, R$0,50 são mantidos no BCB. Os R$0,50 restantes podem ser utilizados pelo banco para conceder empréstimos, financiamentos, entre outros serviços.
A base monetária MB deve ser igual à quantidade de moeda em poder do público C e o total de reserva dos bancos R. Logo:
MB=R+C
MB=R+C=(rr.D)+ER+C
Vimos que c e e nos dão a proporção de moeda em poder do público C e excesso de reservas ER sobre os depósitos D, respectivamente. Podemos incorporar essas relações à equação que vimos anteriormente
MB=R+C=(rr.D)+ER+C
MB=(rr.D)+(e.D)+(c.D)=(rr+e+c).D
Se dividirmos todos os termos da equação acima por (rr+e+c), temos a seguinte relação entre depósitos e base monetária:
D= 1 . MB
 (rr+e+c)
Podemos definir M como a soma de depósitos à vista com o papel moeda em poder do público (ou seja, o que as pessoas carregam na carteira ou guardam em casa). Esta relação pode ser escrita como M = C + D = cD + D = (1+c)D.
Finalmente, podemos reescrever a equação da oferta de moeda da seguinte forma:
M=1+c . MB
 (rr+e+c)
m= 1+c
 (rr+e+c)
Agora você sabe como o sistema bancário é capaz de criar moeda e sobre a atuação do Banco Central para que os bancos não criem moeda em excesso. A criação excessiva de moeda pode gerar inflação ou instabilidade no sistema. Nesse contexto, os correntistas correm perigo de não encontrar a quantia que desejam disponível para saque.
Caso os correntistas percam confiança na capacidade do banco para a devolução de seus recursos, eles vão correr até a instituição para sacar o máximo de recursos que puderem. Tais episódios, muito comuns no passado, conhecidos como corridas bancárias, são pouco comuns hoje em dia, especialmente no Brasil.
Entretanto, em 2019, um rumor de que o Metro Bank da Inglaterra encerraria as suas atividades acabou por gerar longas filas nas agências da instituição, com correntistas desesperados para sacar suas economias.
Posteriormente, o rumor se mostrou infundado, visto que a instituição continuava em pleno funcionamento. Contudo, mesmo com o Metro Bank sendo capaz de acalmar os rumores, suas ações caíram 9% e muitos correntistas encerraram suas contas.
2 MÓDULO
Instituições normativas são aquelas que estabelecem as normas necessárias para o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. São elas: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN)
Criado em 1964, durante as reformas de estabilização econômica organizadas pelos ministros Roberto Campos (Planejamento) e Otávio Gouveia de Bulhões (Fazenda).
Tais reformas acabaram por controlar a inflação, que vinha crescendo, criando maneiras mais saudáveis de financiar os gastos públicos, especialmente a partir da possibilidade de negociar títulos públicos, que é um instrumento utilizado pelos governos para captar recursos junto ao mercado e que devem ser devolvidos acrescidos de juros, após um prazo preestabelecido.
Nessa época, o CMN era composto por uma série de membros do Governo, sindicatos patronais e dos trabalhadores. Esse fato acabava por tornar o conselho um espaço extremamente propício ao lobby(amplo salão), pois era de lá que saiam decisões bastante relevantes para inúmeros agentes econômicos.
Somente em 1995, após o fim da hiperinflação, houve uma mudança na composição do CMN, que passou a ter apenas três integrantes: os ministros do Planejamento e da Fazenda e o presidente do Banco Central do Brasil. Nesse arranjo, o presidente da instituição é o ministro da Fazenda.
Em 2019, porém, com uma profunda reforma administrativa, tanto o Ministério da Fazenda como o do Planejamento foram incorporados ao Ministério da Economia. Isso fez com que o CMN sofresse outra mudança, de forma que os integrantes atuais são o ministro da Economia, o presidente do Banco Central do Brasil e o secretário especial da Fazenda.
As reuniões dos membros citados ocorrem uma vez por mês e as decisões são tomadas a partir de seus votos. O principal objetivo do Conselho é formular a política da moeda e do crédito do País.
Compete ao CMN regular os valores interno e externo da moeda. Assim sendo, adaptará a quantidade de moeda em circulação às necessidades da economia. É comum que moedas estrangeiras (dólar, euro, libra etc.) circulem na economia brasileira de formas variadas, o que tem impacto no balanço de pagamentos do País.
Atenção
Como foi dito, outras moedas circulam no Brasil, mas não podem ser utilizadas, pois o Real é oficial. Com isso, caso um exportador, que recebe sua renda em dólares, queira comprar produtos aqui, terá de converter seus dólares em reais.
O mesmo ocorre com um importador que deseja adquirir, por exemplo, insumos no exterior. Ele terá que trocar seus reais por dólares e pagar os fornecedores fora do País. A entrada e a saída de divisas estrangeiras serão registradas no balanço de pagamentos e seu equilíbrio é vital para o bom funcionamento de qualquer economia capitalista.
Se o Brasil sofrer uma fuga de capitais (forte saída de dólares), o equilíbrio do balanço de pagamentos fica comprometido, o que pode impactar negativamente a atividade econômica.
Exemplo
O “Efeito Tequila”, em 1995, impactou fortemente os balanços de pagamentos e as economias latino-americanas. Com a crise econômica que se alastrava no México, investidores — receosos que os demais países da região também entrassem numa grave crise — começaram a tirar suas aplicações dos países da região.
A importância do CMN para a estabilidade econômica nacional é tamanha que ele recebe o título de órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (CNSP)
Em um mundo onde há riscos, já que é impossível fazermos previsões perfeitas, é natural que os indivíduos queiram se proteger de adversidades. Dessa forma, os seguros foram se popularizando ao longo dos séculos e atuam mitigando problemas relacionados à saúde, manutenção e proteção de bens físicos e vida.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por estabelecernormas e diretrizes para o setor em questão.
O CNSP é responsável por fixar normas a serem observadas pelas seguradoras privadas, como afixação de características de contratos, criação de índices e normas técnicas com relação a tarifas e investimentos. Além de sua atribuição normativa, é responsável por fiscalizar as instituições do segmento.
O órgão em questão deve zelar, também, pela racionalidade e sustentabilidade financeira dos contratos firmados em seguradoras e segurados, como forma de não comprometer a saúde financeira das primeiras. A profissão de corretor de seguros é, inclusive, regulada pelo CNSP.
Visando obter mais lucros, corretoras de seguro podem entrar em projetos arriscados (é o mesmo problema que afeta os bancos). Caso o contratante necessite de um montante de recursos muito elevado, a seguradora pode acabar quebrando e/ou não podendo arcar com os custos da adversidade.
Exemplo
Um aeroporto de grande porte pode ser atingido por um furacão ou incêndio. Dessa forma, é comum que mais de uma empresa de seguro divida o risco da operação em caso de projetos do porte em questão.
Cabe ainda ao CNSP punir e até excluir operadores do mercado, caso não sigam as normas estabelecidas. Dessa forma, o conselho acaba por regular sociedades seguradoras e corretores de seguro.
Ele regula também entidades abertas de previdência complementar (mas não as fechadas, que são reguladas pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar — CNPC). Tanto as entidades abertas quanto as fechadas têm o mesmo objetivo: poupar para a aposentadoria. A seguir, são apresentadas as diferenças entre elas:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
É restrita a um grupo de trabalhadores e, normalmente, é contratada por uma firma para um grupo grande de funcionários. A taxa de administração, com esse efeito escala, acaba por se revelar mais atrativa;
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
Permite que trabalhadores com diferentes vínculos contratem o serviço, sem a necessidade de estarem ligados a uma empresa específica.
Planos como o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) são os mais populares no mercado.
CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (CNPC)
A atribuição do CNPC é regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas.
Além do ministro da Previdência Social, que preside o Conselho, participam o ministro da Economia, representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), Casa Civil da Presidência da República, entidades fechadas de previdência complementar, patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios.
MÓDULO 3
INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS NO SFN
As instituições supervisoras realizam atividades complementares às desempenhadas pelas instituições normativas, sendo responsáveis pela supervisão das instituições sob sua responsabilidade e possuem função de fiscalização.
Além disso, elas têm o objetivo de regulamentar as diretrizes definidas ou as normas elaboradas por instituições normativas. As instituições supervisoras pertencentes ao SFN são: Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN); Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).
Antes de começarmos a tratar de questões relativas ao Banco Central do Brasil, algumas perguntam podem surgir, como por exemplo: como e onde surgiu o primeiro banco com características de banco central? Por que ele existe? Quais são as funções clássicas de um banco central?
Com relação à primeira pergunta, o Banco da Inglaterra, fundado em 1694, foi o primeiro a adotar algumas das atuais funções de um banco central. Na época, o governo inglês concedeu a ele o monopólio de emissão de moeda na região de Londres. Além disso, a instituição atuava como o banqueiro do governo.
=
A segunda pergunta tem basicamente duas justificativas. Uma de ordem macroeconômica: o banco central é responsável pelas políticas monetária e cambial de um país. A outra, de ordem microeconômica: o banco central atua para promover a estabilidade do sistema financeiro.
Um banco central possui algumas funções consideradas clássicas, mas como cada país tem seu próprio BC, uma nação pode decidir que outros órgãos desempenhem essas funções. Dito isso, as funções clássicas são:
· Monopólio de emissão de moeda;
· Banqueiro do governo;
· Banco dos bancos;
· Supervisor do sistema financeiro;
· Responsável pela política monetária;
· Responsável pela política cambial;
· Depositário das reservas internacionais;
· Assessor econômico do Governo.
Na maioria dos países, a principal missão do banco central é garantir a estabilidade de preços, evitando a desvalorização da moeda. A autoridade monetária visa proteger a sociedade, impedindo a transferência de riqueza da população para o Governo por meio da inflação.
AS CARACTERÍSTICAS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
O Banco Central do Brasil foi criado em dezembro de 1964, pela Lei nº 4.595, a lei de Reforma Bancária. Antes da criação do BCB, suas atividades eram exercidas pela Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), pelo Conselho Superior da Sumoc, pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional.
Essa mesma lei também criou o Conselho Monetário Nacional (CMN), que extinguiu o Conselho Superior da Sumoc.
Funções do Banco Central
O BACEN (outra sigla para o Banco Central) apresenta cinco funções principais no país: a primeira e, talvez, a mais conhecida é a de emissor de moeda, papel-moeda (cédulas) e moeda metálica, e executor dos serviços do meio circulante. O CMN define os limites e as diretrizes para a emissão, mas quem de fato emite é o BCB.
FUNCÕES DO BACEN (BCB) SÃO 5:
1- EMISSOR DE MOEDA E EXECUTOR DOS SERVIÇOS DO MEIO CIRCULANTE;
2- POLÍTICA MONETÁRIA;
3- CONTROLAR O CRÉDITO EM CIRCULAÇÃO NA ECONOMIA;
4- FORMULAÇÃO, EXECUÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA POLÍTICA CAMBIAL E RELAÇÕES FINANCEIRAS COM O EXTERIOR.
5- SUPERVISÃO E ORDENAMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) E DO SISTEMA DE PAGAMENTO BRASILEIRO (SPB)
É comum que surja dúvida com relação ao papel da Casa da Moeda do Brasil (CMB) nessa história. Portanto, vale o registro de que o BCB emite e a CMB fabrica a moeda.
O objetivo do Banco Central é que o meio circulante (total de cédulas e moedas em circulação no país) satisfaça a demanda de dinheiro indispensável à atividade econômico-financeira da nação sem causar desequilíbrios nos preços.
=
Em outras palavras, uma quantidade de moeda superior à necessidade da nação, geralmente, provoca inflação, e uma quantidade inferior pode provocar deflação. É importante destacar que nenhuma dessas situações — inflação excessiva ou deflação — é desejável, pois ambas geram e evidenciam situações de desequilíbrio na economia.
Para atender à demanda por moeda, também, é necessário que o BCB execute os serviços de meio circulante, isto é, que ele substitua as cédulas rasgadas com defeito e as moedas que desapareceram.
Além da emissão de moeda e da execução dos serviços de meio circulante, o Banco Central pode controlar a quantidade de moeda em circulação na economia de outras formas, executando, assim, a política monetária, a segunda função do BCB.
Basicamente, a política monetária é constituída por ações tomadas pelo banco central com o objetivo de afetar a taxa de juros (o custo do dinheiro) e a quantidade de dinheiro na economia. Para isso, o Bacen utiliza diversos instrumentos. A emissão de moeda é um meio de política monetária, mas é pouco utilizado no Brasil.
A terceira função do Bacen é controlar o crédito em circulação na economia. As regulamentações sobre o mercado de crédito são um importante instrumento para política monetária. O Bacen pode restringir ou expandir os meios de pagamento com alterações nas alíquotas dos depósitos compulsórios dos bancos, como visto no módulo 1.
Você sabia
Em março de 2020, o Banco Central doBrasil reduziu a alíquota de compulsório sobre depósitos a prazo de 25% para 17%. O BCB comunicou que medida visava aumentar a liquidez, isto é, a quantidade de moeda circulando na economia brasileira, reduzindo, dessa forma, os impactos econômicos da Covid-19.
No entanto, a autoridade monetária informou que assim que a economia se recuperasse da pandemia, a alíquota voltaria ao patamar de 25%. Em 2018, a alíquota de depósitos à vista foi reduzida para 21% e a de depósitos de poupança para 20%.
Historicamente, no Brasil, o compulsório sempre teve alíquotas elevadas, retratando uma particularidade nossa. Em outras palavras, os níveis do compulsório no País estão bem acima dos praticados internacionalmente.
Além disso, os países dão tratamentos diferentes à remuneração dos recursos depositados na conta do Banco Central.
Exemplo
Na Colômbia, não há remuneração dos recursos. No Brasil, os recursos provenientes dos depósitos à vista depositados pelos bancos no BCB não possuem rendimento; já os depósitos a prazo são remunerados à taxa Selic (a taxa básica de juros definida pelo próprio Banco Central) e os depósitos de poupança, à mesma taxa do que a caderneta de poupança.
Outro instrumento utilizado pelo Bacen para executar a política monetária é a chamada operação de mercado aberto (open market). O Governo pode financiar um déficit por meio de emissões de títulos públicos. Assim, o Governo Federal, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), vende esses papéis ao setor privado, que compra os títulos com a expectativa de obter rendimentos.
O Bacen compra os títulos que já estão no setor privado, a fim de realizar política monetária, não podendo, de acordo com a Constituição Federal, comprar os títulos diretamente do Governo Federal.
Isto é, o BCB não pode oferecer empréstimos e financiamentos diretamente ao Governo. A política monetária é dita expansionista (aumentando a quantidade de moeda na economia) quando o BCB compra títulos do mercado, pois ele eleva a quantidade de moeda na economia ao retirar títulos públicos de circulação, substituindo-os por moeda — dizemos que é uma injeção de liquidez.
Por outro lado, a política monetária é contracionista quando o BCB vende títulos ao setor privado, comprando moeda, o que reduz a quantidade de dinheiro na economia.
O Banco Central exerce a função de banco dos bancos por duas razões:
1. O BCB funciona como um banco para os bancos comerciais, que podem fazer depósitos voluntários em sua conta;
2. O Bacen realiza operações de redesconto e empréstimos às instituições financeiras bancárias.
O redesconto é concedido pelo BCB às instituições financeiras bancárias que sofrem de iliquidez no curto prazo, ou seja, que apresentam débitos maiores que créditos. Mais especificamente, o redesconto acontece quando os depósitos bancários atingirem um mínimo em relação aos depósitos à vista e em outros casos determinados por lei.
A instituição financeira oferece à autoridade monetária um ativo em garantia e o BCB paga um valor inferior ao do ativo dado em garantia. No momento em que o banco salda o empréstimo, ele compra o ativo pelo seu valor pleno. A diferença entre os dois valores representa a taxa de redesconto, um importante instrumento de política monetária.
A figura 1 mostra todos os instrumentos apresentados neste módulo. O BCB atua como emprestador de última instância tanto nas operações de redesconto como nos empréstimos que ele oferece a instituições financeiras que não conseguem tomar no mercado interbancário.
A quarta principal função do Banco Central é a de formulação, execução e acompanhamento da política cambial e relações financeiras com o exterior. As transações que o Brasil efetua com outros países pode apresentar saldos positivos ou negativos.
Isto é, o país pode acumular reservas internacionais ou gastá-las. Elas são compostas por: reservas de ouro, reservas de moeda estrangeira e direitos especiais de saque (DES). Este último é uma moeda criada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI): ela é utilizada como moeda de troca entre os bancos centrais.
A manutenção de reservas estrangeiras pelo BCB permite sua atuação no mercado de câmbio de modo a evitar a excessiva volatilidade da moeda e garantir seu funcionamento regular.
Para esse fim, o BCB pode: comprar e vender moeda estrangeira e ouro; promover, como agente do Governo Federal, a contratação de empréstimos; acompanhar e controlar os movimentos de capitais; e negociar com as instituições financeiras e com os organismos financeiros internacionais.
Adicionalmente, o BCB é chamado de banco do governo, pois detém a chamada conta única do Tesouro Nacional, na qual são averiguadas as disponibilidades de caixa da União.
Por fim, a quinta função do Banco Central do Brasil (BCB) é a supervisão e ordenamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB).
O BCB atua de forma a zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras. Assim, ele é responsável por:
· Desenhar as normas aplicáveis ao SFN;
· Autorizar o funcionamento das instituições financeiras e de outras entidades;
· Fiscalizar e regular as atividades das instituições financeiras e demais entidades.
Com relação ao sistema de pagamentos, o BCB é responsável por promover sua solidez e o seu normal funcionamento. A figura a seguir mostra as cinco principais funções do Banco Central do Brasil.
AS COMPETÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS DA CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi instituída em 1976, pela Lei no 6.385, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
O que está incluído no mercado de valores mobiliários são títulos e contratos de investimento coletivo, ofertados de maneira pública, que geram direito de participação, de parceria e de remuneração.
A CVM é uma autarquia especial (possui mais autonomia do que uma autarquia comum) vinculada ao ministério da Economia, dotada de personalidade jurídica (CNPJ próprio), patrimônio próprio, e autoridade administrativa independente. Além disso, ela não possui subordinação hierárquica e tem autonomia financeira e orçamentária.
O mandato legal da Comissão de Valores Imobiliários
DESENVOLVIMENTO DO MERCADO
Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações; e incentivar as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob o controle de capitais privados nacionais (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos I e II).
EFICIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DO MERCADO
Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão, em que são feitas as operações realizadas fora da bolsa de valores; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e assegurar a presença, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo CMN (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos III, VII e VIII).
PROTEÇÃO DOS INVESTIDORES
Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e acionistas controladores das empresas abertas, ou de administradores de valores mobiliários; uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.
Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V).
ACESSO Á INFORMAÇÃO ADEQUADA
Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido, regulamentando a lei e administrando o sistema de registro de emissores, de distribuição e de agentes regulados (Lei no 6.385/76, art. 4º, inciso VI, e art. 8º, incisos I e II).
FISCALIZAÇÃO E PUNIÇÃO
Fiscalizar, permanentemente, as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, bem como a veiculação de informações relativasao mercado, às pessoas que dele participam e aos valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das Leis no 6.404/76 e no 6.385/76, das normas da própria CVM ou de leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei no 6.385/76, art. 8º, incisos III e V, e art. 11).
A CVM é administrada por um presidente e quatro diretores, formando, assim, a diretoria colegiada. O colegiado tem um mandato de cinco anos e é proibida a permanência no cargo por mais tempo. Há uma espécie de rodízio — a cada ano, é encerrado o mandato de um diretor.
A autonomia operacional da CVM também é uma característica relevante, visto que os diretores só perderão o mandato no caso de renúncia, condenação judicial ou de processo administrativo disciplinar, inobservância dos deveres ou observâncias de proibições do cargo. Ou seja, não é possível, simplesmente, demitir um diretor da CVM.
Saiba mais
As competências da CVM
São gerais e não discricionárias(ilimitadas):
• Regulamentar, a partir da política definida pelo CMN, as matérias previstas na Lei no 6.385/76 (que disciplina o mercado de capitais e cria a CVM) e na Lei no 6.404/76 (a Lei das Sociedades Anônimas);
• Fiscalizar as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, assim como a circulação de informações relativas ao mercado, participantes e valores negociados. Basicamente, esta é a função fiscalizatória da CVM;
• Administrar os registros estabelecidos na Lei no 6.404/76. A CVM tem três tipos de registro: (i) dos emissores, como as companhias abertas e os fundos de investimento; (ii) da emissão dos valores mobiliários, quando distribuídos publicamente; e (iii) de pessoas e instituições para operarem no mercado de valores mobiliários;
• Propor ao CMN uma fixação de limites máximos nas vantagens cobradas pelos intermediários financeiros (por exemplo: um limite nos preços ou nas comissões);
• Fiscalizar e inspecionar as empresas abertas, isto é, aquelas que detêm ações na bolsa, dando prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.
O fato de existirem competências gerais e discricionárias da CVM não significa que ela pode deixar de agir, mas que atua apenas em determinadas situações. Sendo assim, são elas:
· Publicar projeto de ato normativo para receber sugestões;
· Convocar, a seu juízo, qualquer indivíduo capaz de contribuir com informações ou opiniões para o aperfeiçoamento das normas;
· Examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros, documentos, tal como documentos de auditores independentes, que devem ser mantidos pela CVM por, no mínimo, cinco anos;
· Intimar pessoas físicas e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários (fundos e sociedades de investimentos, auditores independentes, consultores de valores mobiliários, entre outros) a prestar informações;
· Requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;
· Exigir que empresas abertas republiquem, com correções, informações divulgadas;
· Apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de participantes do mercado;
· Aplicar aos participantes do mercado penalidades administrativas, bem como civis ou penais;
· Realizar convênios com comissões de valores mobiliários de outros países, ou com entidades internacionais, para assistência e cooperação no comando de investigações;
· Oficializar convênios com instituições que tenham por finalidade o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria.
O sistema de distribuição de valores mobiliários é responsável por colocá-los no mercado e, efetivamente, negociá-los (pense em uma revendedora de automóveis — é semelhante!). É formado pelas instituições auxiliares do mercado de capitais.
São algumas delas: instituições financeiras e demais sociedades que distribuem valores mobiliários emitidos; bolsas de valores; sociedades que revendem valores mobiliários; entidades de balcão organizado, isto é, aquelas em que suas operações são realizadas diretamente entre as partes.
Assim, a CVM é responsável por definir quais instituições financeiras podem realizar as atividades e serviços no mercado de valores mobiliários, bem como autorizá-las a empreender suas atividades.
A CVM aplica normas relevantes às empresas de capital aberto que operam no mercado de valores mobiliários. Por exemplo, ela determina as informações que as empresas devem divulgar, padrões contábeis, divulgação de deliberações dos órgãos administrativos etc.
Também é sua responsabilidade o estabelecimento de condições para o registro e o procedimento dos auditores independentes. Esses agentes são de extrema importância no mercado de valores mobiliários, pois auditam as demonstrações financeiras de empresas abertas e das instituições, sociedades ou empresas que compõem o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários.
Outra atividade importante da Comissão aplica penalidades aos participantes que infringiam as normas do mercado de valores mobiliário. Estas são aplicadas administrativamente pela CVM, não podendo ser cíveis ou penais.
Isso significa que a CVM não pode aplicar pena de reparação por danos morais ou materiais (esfera cível) e nem solicitar a prisão do infrator (esfera penal). Estas penas devem ser aplicadas pelo poder judiciário. No âmbito da Comissão, estão: advertência, multa e inabilitação de exercer determinados cargos (a penalidade é temporária, podendo durar, no máximo, 20 anos).
Além disso, a CVM pode suspender o registro ou a autorização de entidades ou pessoas que realizavam operações no mercado de valores mobiliários.
A pena de proibição é temporária e aplicada em três casos:
1- É proibido, por, no máximo, 20 anos, a realização de determinadas atividades ou operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na CVM;
2- Torna-se impossível, por, no máximo, dez anos, atuar, direta ou indiretamente, em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários;
3- A CVM pode proibir o agente penalizado de, por, no máximo, cinco anos, contratar instituições financeiras oficiais (BNDES, BB, Caixa Econômica etc.).
Sobre as multas, os valores são variáveis, mas no caso de não ser possível verificar os valores da operação ou da vantagem obtida, o limite da multa é de R$50 milhões.
Outro instrumento utilizado pela CVM é o termo de compromisso. Ele é utilizado para cessar processos administrativos, desde que o investigado ou acusado se comprometa a não mais praticar atividades ou atos considerados ilícitos pela CVM e resolver as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.
Partindo da ideia de não punir, o cumprimento dessas exigências é obrigatório na aceitação do termo de compromisso. Se a CVM verificar o descumprimento das exigências, ela dará continuidade ao procedimento administrativo anteriormente suspenso. A vantagem desse instrumento é que o investigado/acusado não precisa se reconhecer como culpado do ato praticado.
A CVM pode realizar um acordo de leniência (é um mecanismo de combate à corrupção) com agentes que confessarem uma infração. Ao confessar, o agente pode reduzir de um a dois terços a penalidade, mediante a colaboração para apuração dos fatos, ou até extinguir sua ação punitiva.
Para o acordo ser feito, os seguintes requisitos devem estar presentes:
A instituição deve ser a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação;
-
O BCB não dispor de provas suficientes para assegurar a condenação;
A confissão de sua participação no ilícito;
-
A cooperação com as investigações e com o processo administrativo, além do comparecimento, sempre que solicitado, a todos os atos processuais, até o seu encerramento.
Por fim, a CVM exerce a função de amicus curiae (amigo da corte). Ela possui a prerrogativa (mas não a obrigação) de oferecer parecer ou prestar esclarecimentos nos processos judiciários que abordem temas do mercado de capitais.A autarquia especial torna acessível ao conhecimento do juiz aquele tema que, normalmente, não é de seu conhecimento e que ele só conseguiria entender após um estudo considerável
CARACTERÍSTICAS DA SUSEP
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) foi instituída em 1966. A autarquia vinculada ao ministério da Economia é responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada, capitalização (o título de capitalização é um produto em que uma parcela dos pagamentos realizados é utilizada para formar um capital) e resseguro (seguro realizado por uma seguradora).
A SUSEP, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP, fiscaliza a constituição, organização, funcionamento e operações das sociedades seguradoras.
Além disso, a autarquia zela pelos interesses dos consumidores do mercado supervisionado, pelo aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais, visando uma maior eficiência do sistema, pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado, entre outras atribuições.
CARACTERÍSTICAS DA PREVIC
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) foi criada em 2009. É, também, uma autarquia especial, dotada de autonomia administrativa e financeira, e patrimônio próprio.
Ela é vinculada ao ministério da Economia e estão entre as suas principais competências: fiscalização e supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e execução das políticas para o regime de previdência complementar.
Em outras palavras, a Previc funciona como uma espécie de agência reguladora encarregada de fiscalizar e supervisionar as centenas de fundos de pensão existentes no Brasil.

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