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Trabalho de Introdução ao Estudo do Direito

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
 GRADUAÇÃO EM DIREITO
 CAMPUS SANTA CRUZ
 Tema:
 Positivismo jurídico não legitimou o
 Nazismo, e sim combateu o
 movimento de Hitler?
 Alunas:
 
 Disciplina:
 Introdução Ao Estudo Do Direito 
 Docente:
 VALERIA MIKALUCKIS DE OLIVEIRA
 Rio de Janeiro
 2019.2
É de conhecimento geral que o positivismo em qualquer lugar ou época é um conjunto de normas que são reconhecidas como jurídicas sempre pelo preceito da fonte e nunca pelo critério qualitativo, ou seja, saber se a norma é boa ou ruim. Com base nisso é importante salientar que uma pessoa se torna juspositivista quando ela aceita a “Tese da Separação Consensual”, ou seja, ela entende que as normas jurídicas serão sempre impostas por uma autoridade, pois as leis e as evidência são a base, o juspositivismo não acha necessário o vínculo entre o direito e a moral na hora de definir o que o direito representa, mas ele acredita que sim, é necessário a aplicação da moral no momento de criação do direito.
Observando o cenário através de Hans Kelsen¹, podemos sim separa o positivismo jurídico do nazismo, pois sabemos bem que uma das características mais marcantes do positivismo é a separação do direito e da moral, mas um dos diferenciais de Hans Kelsen era esse ponto, pois ele nunca disse que o direito tem que ser desanexado da moral, ele apenas isolava o direito da moral para estudar o direito livre de interferência, e assim tê-lo como uma ciência. 
O positivismo jurídico se divide em esperas e a origem delas vem do positivismo tradicional, que é o fruto de uma ideologia mais ampla do positivismo, com o objetivo de tratar as ciências humanas como as ciências exatas. Às ciências exatas funcionam através do método descritivo, eles se limitam em descrever fenômenos, por isso o positivismo jurídico enquanto método cientifico, pode ser resumido como método descritivo. Hans Kelsen foi o principal desenvolvedor do direito através do método cientifico, e por meio desse método ele escreveu um de seus livros mais renomados, “a teoria pura do Direito”.
 É inegável que os positivistas da época contribuíram decisivamente para a criação de um dos piores monstro que a humanidade já conheceu, o Estado Totalitário².
 Segundo a Rodrigo Borges Valadão, dizer que o positivismo serviu ao nazismo é um mito , ele aponta que uma das principais motivos para se crer nisso é que, o Regime Nazista era contra a tradição de aplicação dos elementos morais na formação do Direito, pois como já foi citado acima o juspositivismo da época “não acha necessário o vínculo entre o direito e a moral na hora de Definir o que o Direito representa”, mas eles acreditavam sim, que era necessário a aplicação da moral no momento de criação do direito. Ele verbaliza que para entender essa separação, não se deve levar em conta uma única visão por exemplo a de Carl Schmitt³, e sim a da maioria. E a maioria dos juspositivista da época era contra o nazismo relatou Valadão. Ele diz que o positivismo foi uma resistência ao nazismo e que pelo fato de o positivismo pôr a lei a frente da moral, a uma distorção nos seus valores. Muitos juristas que apoiavam o nazismo e atacavam o juspositivismo logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, fizeram de tudo para apagar seus rastros nazistas, agindo como se nada tivesse acontecido. Sendo assim o mito de que o positivismo jurídico legitimou o nazismo nada mais é do que uma campanha de desinformação bem sucedida que transformou culpados em vítimas e vítimas em culpados. 
¹ Hans Kelsen, mestre austríaco de Direito formador das ideias da ciência jurídica. Kelsen nasceu em 1881 na cidade de Praga, formou-se em Direito na Universidade de Viena em 1906 e de 1921 a 1930 foi juiz da Corte Constitucional da Áustria. Em 1940 emigrou para os Estados Unidos, lutou contra os ideais Neo Nazistas e no ano de 1943 tornou-se professor de Ciência Política da Universidade de Berkeley até morrer em abril de 1973, aos 91 anos. Entre as principais obras do autor, está Teoria pura do direito, núcleo da obra kelseniana. Em sua vida dedicada à ciência, Hans Kelsen compôs uma obra gigantesca que ainda influencia estudiosos e operadores do Direito. Consagrado como o maior jurista do século XX, Kelsen desenvolveu trabalhos sobre diversos temas jurídicos, tais como justiça, democracia, teoria do Direito e do Estado, entre outros. 
² Carl Schmitt, nasceu em Plettenberg, 19 de julho de 1888 — 7 de abril de 1985 foi um jurista, membro do Partido Nazista, filósofo político e professor universitário alemão. É considerado um dos mais significativos e controversos especialistas em direito constitucional e internacional da Europa do século XX. A sua carreira foi manchada pela sua proximidade com o regime Nazista O seu pensamento foi influenciado pela teologia católica, tendo girado em torno das questões do poder, da violência, bem como da materialização dos direitos.
³ “O totalitarismo é um sistema político caracterizado pelo domínio absoluto de uma pessoa ou partido político sobre uma nação. Dentro do totalitarismo, a pessoa ou partido político no poder controla todos os aspectos da vida pública e da vida privada por meio de um governo abertamente autoritário.’’ 
Fontes Bibliográficas: 
 Site ConJur- LUTA PELA DEMOCRACIA - Positivismo jurídico não legitimou nazismo, e sim combateu o movimento de Hitler - https://www.conjur.com.br/2019-ago-09/positivismo-juridico-nao-legitimou-nazismo-sim-combateu#:~:text=Positivismo%20jur%C3%ADdico%20n%C3%A3o%20legitimou%20nazismo%2C%20e%20sim%20combateu%20o%20movimento%20de%20Hitler&text=Ap%C3%B3s%20a%20Segunda%20Guerra%20Mundial,pelas%20atrocidades%20do%20regime%20nazista.
Portal Âmbito Jurídico – Bibliografia de Hans Kelsen - https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-82/hans-kelsen-breve-incursao-biografica-e-literaria/
Wikipedia Bibliografia de Carl Schmitt -https://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Schmitt
Âmbito Jurídico - Fascismo – contexto histórico e características.

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