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Nefrolitíase - Tabela

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Nefrolitíase 
Fisiopatologia Alguns elementos químicos presentes na urina, ao se combinarem, formam sais insolúveis, originando os cristais (microlitos). 
Os cálculos surgem a partir do crescimento e agregação desses cristais. Condições que favorecem a supersaturação da urina, como 
hiperexcreção de solutos (comumente de cálcio, ácido úrico, oxalato de cálcio e citrato), volume urinário reduzido, alterações do pH 
e deficiência dos inibidores da cristalização favorecem a formação dos cálculos. Além disso, alterações anatômicas facilitam a 
formação dos cálculos ao produzirem estase urinária. 
 Para se ter um aumento da absorção de cálcio pelo organismos, vai se ter uma redução da absorção tubular, aumento da eliminação de 
cálcio na urina, refletindo em um nível sérico de Ca diminuído, ativando as glândulas paratireoides (levando a um aumento da secreção 
de PTH)  mobilização óssea de Ca e maior absorção intestinal de Ca (vit D)  Normalizando os níveis séricos; no entanto existe uma 
alteração/redução da absorção tubular, o que perpetua esse ciclo. Já nos casos em que a origem se dá por uma maior absorção intestinal, 
se tem um aumento da produção endógena de vit D, aumento da atividade do receptor de vit D, levando a uma hiperabsorção idiopática 
do Ca. Essa hiperatividade intestinal da vit D reflete em uma elevação dos níveis séricos de Ca, fazendo feedback negativo do PTH, 
diminuindo a absorção tubular do cálcio e aumentando a hipercalciúria. Nos casos de hiperexcreção de ácido úrico e oxalato de cálcio, 
estes estão relacionados com os cálculos de cálcio, tendo em vista que se cristalizam, passam pela nucleação para em seguida se 
agregarem (serem envolvidos) pelo cálcio. 
 
Diagnóstico A partir de três apresentações clínicas típicas: síndrome de cólica nefrética, hidronefrose e hematúria - a presença de cristaluria 
não garante o diagnóstico, tendo em vista que pode ocorrer em pessoas normais, não formadoras de cálculos. Para esclarecer se há 
ou não cálculo, deve-se realizar exame de imagem. Dois exames são considerados de primeira linha: TC não contrastada 
(preferencial) e USG do trato urinário (segunda escolha). 
Quadro 
clínico 
O crescimento de cálculos nas papilas renais ou sistema coletor não necessariamente provocará sintomatologia. Quando sintomático 
cursa com dor (lombalgia); podendo haver hematúria; sintomas obstrução; havendo predisposição à infecção urinária e, portanto, 
podendo ser acompanhada de sinais de infecção nesses casos. 
 A infecção renal (pielonefrite) é a complicação mais temível com cálculo impactado no ureter. O paciente evolui com febre alta, calafrios 
e leucocitose com desvio à esquerda. Por ser uma pielonefrite complicada (“infecção fechada”), a sepse costuma ser intensa e de rápida 
instalação, cursando com bacteremia. Se o rim infectado não for desobstruído, pode ser rapidamente destruído (em dias), processo 
conhecido como pionefrose. 
 
Tratamento: Cólica Nefrítica  AINES + bloqueadores alfa-1 adrenérgicos = terapia médica expulsiva (TME). 
 
AINES: primeira opção, no geral possuem bom efeito analgésico e previnem o espasmo da musculatura lisa ureteral.  Droga de 
escolha: Diclofenaco; 
Bloqueadores alfa-1 adrenérgicos: relaxam diretamente a musculatura lisa ureteral, diminuem os espasmos e facilitam o 
deslocamento da musculatura do cálculo.  Droga de escolha: Tamsulosin 0,4 mg/dia. 
*Opioides são utilizados em pacientes que não respondem ou não toleram AINES (ex: doença renal crônica prévia, pelo risco de 
IRA fármaco-induzida). 
 
 
Alterações Metabólicas Tratamento Observações: 
 
Hipercalciúria idiopática 
 
Dieta restrita em sal e proteína animal; 
Uso de diuréticos tiazidicos (Indapamida, Clortalidona ou 
doses reduzidas de Hidroclorotiazida  ter cuidado com 
dipotensão); 
Citrato de potássio 
 
Iniciar com doses baixas de HCTZ (com ou sem 
amilorida); 
Dieta normocalcêmica. 
Hiperparatireoidismo 
primário 
Paratireoidectomia 
Hiperuricosuria Alopurinol; 
Citrato de potássio ou alcalinizar a urina com Bicarbonato 
de sódio. 
Dieta restrita em carne vermelha, frutos do mar, 
miúdos; 
Hiperoxalúria entérica Citrato de potássio; Dieta rica em cálcio (p/quelar o excesso de 
oxalato); 
Pode ser secundária à cirurgias de redução de 
trato intestinal; 
Hipocitratúria Repor citrato de potássio; Dieta rica em frutas e vegetais; 
Cistinúria Dieta; 
Citrato de Potassio; D-penicilamina; Thiola; Glutamina; 
Captopril; 
Hidratação vigorosa em ingestão hídrica superior 
a 4 dias + alcalinização da urina (pH >7); 
Acidose tubular renal 
distal 
Citrato de potássio; 
Diurético Tiazídico (quando estiver com calciúria associada); 
Como opção para o citrato, pode-se alcalinizar a 
urina com Bicarbonato de sódio. 
Litíase por infecção 
(estruvita) 
Antibiótico terapêutico e profilático; 
Ácido acetoidroxâmico (não utiliza no dia a dia, faz-se 
principalmente a erradicação da infecção e retirada do 
cálculo) 
Remoção cirúrgica dos cálculos

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