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Restinga no Brasil

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O Brasil é um país que possui vários tipos de vegetação, ao longo de seu território, por conta de sua grande extensão com 8.516.000 km². As formações vegetais brasileiras possuem as especificidades das áreas de sua ocorrência, o que confere várias composições vegetativas e faunísticas ao território brasileiro. As Restingas são formações vegetais costeiras, as quais são adaptadas às características próprias das regiões litorâneas, como o relevo, os solos e o clima.
Restinga
O termo "restinga" é usado vulgarmente para designar um conjunto de dunas e areais costeiros, revestidos de vegetação baixa. A Geologia usa o termo para designar formações sedimentares arenosas costeiras, de origem recente (alguns milhares de anos) e com variados aspectos: planícies, esporões, barras, etc.
Nessa vegetação, são comuns árvores como chapéu-de-sol, coqueiro e goiabeira (Foto: depositphotos)
A Biologia tem empregado o termo para expressar um tipo de comunidade vegetal litorânea determinada por condições edáficas (de solo), arenosas, e pela influência marinha. Ecologicamente, as restingas são ecossistemas costeiros, fisicamente determinados pelas condições edáficas (solo arenoso) e pela influência marinha, possuindo origem sedimentar recente (início no período Quaternário), sendo que as espécies que aí vivem (flora e fauna) possuem mecanismos para suportar os fatores físicos dominantes como: a salinidade, extremos de temperatura, forte presença de ventos, escassez de água, solo instável, insolação forte e direta, etc.
Essa distribuição norte-sul cria ao longo do litoral variações climáticas, o que confere uma grande diversidade ambiental e biológica para as restingas brasileiras.
Em resumo a restinga (termo utilizado no Brasil) é um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características. Ou ainda, de acordo com a resolução 07 de 23 de julho de 1996 da CONAMA, "entende-se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha. Estas comunidades, distribuídas em mosaico, ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica sendo consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do solo que do clima". Considerada um ecossistema do bioma Mata Atlântica que pertence ao grupo das formações pioneiras com influência marinha.
 Ocorre nas áreas compreendidas entre as dunas interiores e a floresta de terras baixas, revestindo as áreas litorâneas fora do alcance do mar. A Restinga é uma vegetação mista composta por árvores, arbustos, epífitas, trepadeiras, muitas bromélias de chão e samambaias.
A Restinga serve como abrigo para várias espécies faunísticas (Foto: Reprodução/Ong Cea)
A vegetação da Restinga se caracteriza por folhas rijas e resistentes, caules duros e retorcidos e raízes com forte poder de fixação no solo arenoso. Nas proximidades da praia aparecem arbustos de pequeno porte, de 1,5 a 2 m de altura. Para o interior há árvores pequenas e, nos terraços marinhos, árvores que chegam a atingir 15 m.
Formação:
As restingas começaram a surgir há milhares de anos, com o recuo do mar, e ainda hoje estão sob um dinâmico processo de montagem-desmontagem. Na formação das restingas entram quatro fatores básicos:
1. Oferta de sedimentos - areias; o tipo de sedimentos varia com as fontes, que em geral são as rochas costeiras, ou o material existente no fundo oceânico, ou trazido do interior do continente pelos rios;
2. Correntes de deriva - são as correntes paralelas à costa, formadas pelas ondas que chegam obliquamente. Essas correntes transportam os sedimentos;
3. Obstáculos retentores - ilhas, recifes, pontais, etc, que barram o fluxo de sedimentos, formando bancos de formas diversas; obstáculo retentor também pode ser a força de saída da foz de um rio, formando uma barreira de água;
4. Variação do nível do mar - essa variação permitiu há alguns milênios atrás que os bancos de areia, antes submersos, fossem expostos como terra firme; a variação do nível do mar também determina a linha de arrebentação das ondas e o deslocamento dos bancos de areia. Quando o nível do mar sobe, o mar avança (transgressão), quando desce, ele recua (regressão), deixando bancos de areia e outros sedimentos - as restingas.
Estrutura - esses são os quatro ambientes típicos de restinga:
Comunidade halófila - faixa livre do alcance das ondas e marés diárias, mas ainda sujeita à força das ressacas. A vegetação aí é formada por espécies rasteiras, herbáceas, capazes de conviver com a salinidade elevada, a exposição direta ao sol, aos ventos e aos extremos térmicos, sem falar da extrema pobreza em nutrientes do solo arenoso.
Vegetação esclerófila - faixa onde o mar não chega mais; os fatores dominantes são a maresia, os ventos, a insolação e a pobreza do solo em nutrientes e água. A vegetação forma um denso emaranhado de ramos, espinhos e folhas, de aspecto ressecado - e "aparado", por causa do efeito abrasivo do vento. Quando essa massa forma um "manto" impenetrável, é chamada Thicket; quando possui o aspecto de um jardim com trilhas (de cima parecendo um mosaico), chamamos de Scrub.
Comunidade hidrófila - faixa entre dunas ou de borda das lagunas. São locais úmidos a alagados, por acumulo de água das chuvas, ou por afloramento do lençol freático, ou por serem antigos leitos de lagunas, colmatadas. A água aí costuma ser salobra. As plantas formam matas paludosas, ou brejos herbáceos e arbustivos.
Mata seca - é um ambiente de transição entre restingas e a vegetação continental mais antiga, como a Mata Atlântica ou a Caatinga. O solo já apresenta melhores condições de fertilidade e de água, e o microclima já é ameno. A mata apresenta níveis herbáceos, arbustivos e arbóreos, com bom número de epífitas e cipós.
Características:
– Interligação florística entre as formações da encosta e da restinga;
– Interações de fluxo dos nutrientes entre a restinga e o manguezal;
– Vegetação de restinga impede que a areia invada o manguezal estabilizando-o;
– Vegetação de restinga tem a capacidade de suportar altas temperaturas e salinidade, de dessecação e de sobrevivência com pouca disposição de nutrientes;
– A grande quantidade de bromélias nas restingas equilibra o sistema, por sua capacidade de reter água e nutrientes;
– Influência exclusivamente marinha. (questionável, pois há divergências)
Vegetação:
A vegetação sobre a restinga é formada por mosaicos vegetacionais distintos, sob influência marinha e flúvio-marinha, e pode apresentar fisionomias diversas, refletindo condições de umidade e fertilidade do solo (Araújo & Lacerda 1987). A complexidade desses ecossistemas aumenta na medida em que estão mais distantes do oceano, sendo a composição florística determinada por fatores ambientais locais como a topografia, as condições edáficas, a profundidade do lençol freático (Araújo & Lacerda 1987, Mantovani 2003).
A vegetação da restinga se caracteriza por folhas rijas e resistentes, caules duros e retorcidos e raízes com forte poder de fixação no solo arenoso. Nas proximidades da praia aparecem arbustos de pequeno porte, de 1,5 a 2 m de altura. Para o interior há árvores pequenas e, nos terraços marinhos, árvores que chegam a atingir 15 m.
Problemas ambientais nas restingas
Existem vários fatores atrelados aos problemas ambientais nas Restingas, como o avanço da especulação imobiliária nas áreas litorâneas. Ou seja, são vendidas por valores elevadíssimos nas áreas de praias, nas quais são construídas casas de alto padrão ou mesmo prédios (verticalização da orla), sendo que consequentemente a vegetação é degradada.
O turismo, sem um trabalho de conscientização da importância de preservação das Restingas, ocasiona um desequilíbrio neste conjunto vivo. A poluição pelo descarte de lixo e mesmo de efluentes (resíduos residenciais ou mesmo industriais), práticas como caça de animais silvestres e o desmatamento têm ocasionado danos também nas áreas das Restingas, as queimadas são também sérios problemas ambientais, ainda mais em áreas nas quais o calor intensopode tornar a vegetação mais seca e propícia aos incêndios.
O tráfego de veículos, bem como o estacionamento destes, é um problema para as Restingas, pois afeta o desenvolvimento da vegetação. As espécies exóticas inseridas nas Restingas são sérios problemas que afetam a dinâmica do ambiente, como os caramujos, que não são originários destes locais, e que alteram o ecossistema.
O planejamento para uso das áreas das Restingas, bem como a conscientização social sobre a importância destas áreas, se torna medida necessária para que as Restingas continuem tendo seu pleno desenvolvimento nas regiões de sua ocorrência.
Perfil Esquemático/ Fisionomia da Restinga
Em áreas mais secas
1. Vegetação pioneira/de praias e dunas: localiza-se próxima ao mar sobre areia seca, onde a influência marinha faz com que a vegetação seja rasteira com alguns arbustos denominada vegetação halófilas-psamófilas (adaptadas a salinidade, ressecamento e instabilidade). Comum ter as famílias Convolvulaceae, Gramineae, Amaranthaceae, Cyperaceae e Leguminosae.
2. Restinga arbustiva/escrube/jundu/nhundú: localiza-se sobre cordões arenosos, há mais espécies, mais vegetação, maior porte vegetacional (tufoso, subarbustivo, arbustivo e arbóreo baixo), vegetação de moitas e arbustos com ramos retorcidos, maior estabilidade do terreno e menor influência das marés.
3. Floresta de Restinga baixa: localiza-se mais para o interior, ainda sobre o cordão arenoso e a vegetação é mais alta, com arbustos e arvoretas, presença de bromélias, trepadeiras e orquídeas. Composta de espécies de Myrtaceae, Aquifoliaceae, Malpighiaceae, Theaceae, Clusiaceae, Leguminosae e Lauraceae.
4. Floresta de Restinga alta: situam-se sobre os cordões arenosos, em solos bem drenados, sua vegetação tem árvores mais altas (cerca de 10 a 15 m) e com copas que se tocam. Espécies mais representativas (abundância relativa; conforme o banco de dados do Projeto Parcelas Permanentes) são Euterpe edulis Mart., Xylopia langsdorffiana A. St.-Hill. & Tul., Amaioua intermedia Mart., Ternstroemia brasiliensis Cambess. e Ocotea puchella (Nees) Mez.
Em áreas mais úmidas:
Entre cordões arenosos: nas regiões entre cordões arenosos (depressões) o solo é sempre encharcado e a vegetação é de pequeno porte (herbáceo-arbustivo), também associada a alagamentos perenes ou periódicos. Pequena diversidade de espécies, podendo ocorrer pteridófitas (Lycopodium spp, Ophioglossum sp), gramíneas, ciperáceas, saprófitas (Utricularia nervosa), Triglochin striata e Drosera villosa.
1. Brejo de Restinga: permanentemente inundado, sua vegetação é herbácea.
2. Floresta Paludosa: situam-se entre cordões arenosos, menos fechada, sujeita a alagamentos permanentes ou periódicos, com predominância de caixeta ou guanandi.
3. Floresta Paludosa sobre solo turfoso: também menos fechada e inundada, mas em seu substrato encontra-se grande quantidade de matéria orgânica.
4. Transição restinga/ encosta: é uma vegetação densa com árvores de cerca de 18 m de altura e onde encontramos com frequência o palmito e animais de grande porte como macacos bugios e onças.
5. Floresta Ombrófila Densa de Encosta: por esta ter sido a fonte de espécies original das restingas e também pela proximidade dessas florestas, as florestas de restinga apresentam similaridades florísticas.
Fauna:
· Praia (microalgas, fungos; herbáceos) – aves migratórias
· Dunas (herbáceo a arbustivo) – aves migratórias
· Escrube ou vegetação sobre cordões arenosos (arbustivo e herbáceo; serapilheira) – aves migratórias e residentes
· Entrecordões (herbáceo-arbustivo) – mamíferos, répteis, aves aquáticas
· Floresta Baixa (arbustivo e arbóreo aberto; serapilheira) – aves florestais
· Brejo (herbáceo) – aves florestais migratórias, aves aquáticas
· Floresta Alta (arbórea fechada; serapilheira) – aves, primatas e outros mamíferos
· Paludosa (arbórea aberta; caxeta / guanandi) – aves florestais migratórias, aves aquáticas, mamíferos.
· Transição Restinga-Encosta (arbórea com dossel fechado; serapilheira) – aves, primatas, felinos e outros mamíferos.
Algumas espécies características ocorrem na restinga como: sumaré, aperta-goela, açucena, bromélia, orquídeas, cactos, coroa-de-frade, aroeirinha, jurema, caixeta, taboa, sepetiba, canela, pitanga, figueira, angelim, caranguejo, maria-farinha, besourinho-da-praia, viúva-negra, gavião-de-coleira, gafanhoto-grande, barata-do-coqueiro, sabiá-da-praia, coruja-buraqueira, tié-sangue, perereca, jararacussu-do-brejo, dentre outros.

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