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ETICA AULA 10

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Ética geral e profissional / Aula 10 - A finalidade e organização da Ordem dos Advogados do Brasil
A natureza jurídica da OAB
	
	A OAB é um conselho de classe profissional diferente dos demais conselhos de classe. É uma organização designada pela expressão entidade sui generis ou autarquia de regime especial que presta serviço público não estatal, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, sem manter, com órgãos da Administração Pública, qualquer vínculo funcional ou hierárquico (art. 44 do RG e art. 44, § 1º, EOAB). Logo, a OAB não se insere no modelo tradicional de autarquias.
Quais as finalidades institucionais?
O art. 44, I e II, EOAB estabelece como finalidades institucionais da OAB:
Defender a Constituição e a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito; os direitos humanos;
Pugnar pela justiça social e pela boa aplicação das leis;
Pugnar pela rápida administração da justiça e aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;
Promover, com exclusividade, a Advocacia no Brasil.
Quais os órgãos que integram a OAB?
São órgãos da OAB, na forma do art. 45, I a IV, EOAB:
Conselho Federal (sede em Brasília),
Conselho Seccional (um em cada ente da federação),
Subseção (existem no território das Seccionais) e
Caixa de Assistência dos Advogados (temos uma no território de cada Seccional).
Imunidade tributária e publicidade dos atos
A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a seus bens, rendas e serviços (Art. 9º, IV, “a” do CTN e Art. 150, VI, “a” da CRFB/88 – Art. 44, § 5º, EOAB).
Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando reservados ou de administração interna, devem ser publicados na imprensa oficial ou afixados no fórum, na íntegra ou em resumo (Art. 44, § 6º, EOAB).
Anuidades e taxas
Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e multas (não tem natureza tributária) — art. 46, EOAB. Constitui título executivo extrajudicial a certidão emitida pela diretoria do Conselho competente, relativa à contribuição de seus inscritos — Art. 46, p.ú., EOAB.
O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos, nos seus quadros do pagamento obrigatório, da contribuição sindical — Art. 47, EOAB.
Legitimidade dos Presidentes
	
	
Os presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins da lei 8.906/94 (art. 49, EOAB). Têm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB (art. 49, parágrafo único, EOAB).
	
	
	
O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria (art. 48, EOAB).
	
	
	
No art. 50, EOAB estabelece que os presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem requisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração Pública direta, indireta e fundacional. Todavia, em ADI nº 1.127-8, julgada parcialmente em 17/05/06, aplicou-se interpretação conforme o STF para entender que a pedido julgado a requisição deve ser motivada.
O Conselho Federal - É composto por conselheiros federais organizados em delegações de cada unidade federativa. Cada delegação é formada por:
Conselheiros - Três conselheiros federais (Art. 51, I e § 1º, EOAB e Art. 62, RG
Ex-presidentes - Ex-presidentes (membros honorários vitalícios) — com direito a voz (Art. 51, II e § 2º, EOAB e art. 62, § 1º, RG);
Agraciados - Agraciados com a “Medalha Rui Barbosa” podem participar das sessões do Conselho Pleno, com direito a voz — art. 152, RG;
Presidentes - Presidentes dos Conselhos Seccionais — junto à delegação respectiva e direito a voz — art. 52, EOAB e art. 62, § 3 º, EOAB.
No exercício do mandato, o Conselheiro Federal atua no interesse da advocacia nacional e não apenas no de seus representados diretos (Art. 65, RG).
O cargo de Conselheiro Federal é incompatível com o de membro de outros órgãos da OAB, exceto quando se tratar de ex-presidente do Conselho Federal e do Conselho Seccional, ficando impedido de debater e votar as matérias quando houver participado da deliberação local (Art. 65, § 1º, RG).
Compete ao Conselho Federal fornecer ajuda de transporte e hospedagem aos Conselheiros Federais integrantes das bancadas dos Conselhos Seccionais que não tenham capacidade financeira para suportar a despesa correspondente (Art. 66, p. ú., RG).
Os Conselheiros Federais, integrantes de cada delegação, após a posse, são distribuídos pelas três Câmaras especializadas, mediante deliberação da própria delegação, comunicada ao Secretário-Geral, ou, na falta desta, por decisão do Presidente, dando-se preferência ao mais antigo no Conselho e, havendo coincidência, ao de inscrição mais antiga (Art. 67, RG).
A diretoria do Conselho Federal é composta de Presidente, Vice-Presidente, Secretário-Geral, Secretário-Geral Adjunto e Tesoureiro (art. 55, EOAB).
O Presidente exerce a representação nacional e internacional da OAB, poderá convocar o Conselho Federal, presidi-lo e representá-lo ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, além promover-lhe a administração patrimonial e dar execução às suas decisões (Art. 62, § 2º, RG e Art. 55,§ 1º, EOAB).
	
Nas deliberações do Conselho Federal, o Presidente exerce apenas o voto de qualidade (“voto Minerva”) conforme o art. 55, § 3º, EOAB. Nas deliberações do Conselho, o voto é por delegação, e não pode ser exercido nas matérias de interesse da unidade que represente — Art. 68, RG.
	
Os conselheiros federais votam por deleção, cada delegação constituída por três conselheiros federais de cada ente da federação, representante da Seccional, equivale a um voto, somente na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho Federal e que cada membro da delegação terá direito a um voto separadamente, vedado aos membros honorários vitalícios (art. 53,§ 3º, EOAB).
São órgãos do Conselho Federal (Art. 64, incisos I a V, RG):
*Conselho Pleno é constituído (Art. 74 a 83, RG) por:
Competência do Conselho Pleno: Art. 74 a 83, RG
Deliberar, em caráter nacional, sobre propostas e indicações relacionadas às finalidades institucionais da OAB (art. 44, I, do Estatuto) e sobre as demais atribuições previstas no art. 54 do EOAB e art. 74 a 83, RGOAB, respeitadas as competências privativas dos demais órgãos deliberativos do Conselho Federal, fixadas neste Regulamento Geral.
**Orgão Especial do Conselho Pleno é constituído por: (Art. 84 a 86, RG)
O Presidente do Órgão Especial, além de votar por sua delegação, tem o voto de qualidade, no caso de empate.
Competência do Órgão Especial do Conselho Pleno está prevista nos art. 84 a 86, RGOAB.
1ª Câmara do Conselho Federal é presidida pelo:
 Secretário-Geral (art. 87, I, RG)
Matéria: atividade advocatícia, direitos e prerrogativas, inscrição na OAB, incompatibilidade e impedimentos e julgar recurso contra as decisões de seu presidente.
2ª Câmara do Conselho Federal é presidida pelo:
 Secretário-Geral Adjunto (art. 87, II, RG)
Divide-se em:
três turmas;
Matéria: ética e deveres dos advogados, editar resoluções para o TED e julgar recursos contra seu Presidente.
3ª Câmara do Conselho Federal é presidida pelo:
Tesoureiro (art. 87, III, RG)
Matéria: julgar recursos relativos aos órgãos da OAB, sociedade de advogados, advogados associados e empregados; apreciar relatórios sobre contas; modificar ou cancelar dispositivos do RI dos Conselhos Seccionais contrários ao Estatuto ou RG; julgar recursos interpostos contra o seu Presidente.
Competência do Conselho Federal está prevista no art. 54, EOAB c/c art. 78 a 98 do RGOAB. A competência da Diretoria do Conselho Federal está designada nos incisos do art. 99, RGOAB.
Importa esclarecer que o patrimônio do Conselho Federal, do Conselho Seccional, da Caixa de Assistência dos Advogados e dasSubseções é constituído de bens móveis e imóveis e outros bens e valores que tenham adquirido ou venham a adquirir (Art. 47, RG).
A alienação ou oneração de bens imóveis depende de aprovação do Conselho Federal ou do Conselho Seccional, competindo à diretoria do órgão decidir pela aquisição de qualquer bem e dispor sobre os bens móveis (Art. 48, RG).
O Conselho Seccional. Os Conselhos Seccionais foram criados mediante Resolução do Conselho Federal (Art. 46, RG). E os cargos da Diretoria do Conselho Seccional têm as mesmas denominações atribuídas aos da Diretoria do Conselho Federal (art. 49, RG).
CARGOS. Os cargos da Diretoria da Subseção e da Caixa de Assistência dos Advogados seguem as mesmas denominações: Presidente, Vice-Presidente, Secretário, Secretário-Adjunto e Tesoureiro (art. 49, p.ú., RG).
ATRIBUIÇÕES. O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo território, competências, vedações e funções atribuídas ao Conselho Federal, no que couber e no âmbito de sua competência material e territorial, e as normas gerais estabelecidas no EOAB, no RG, no CED, e nos Provimentos
LOCALIZAÇÕES. Os Conselhos Seccionais localizam-se nos entes da federação. Temos, portanto, um Conselho Seccional no RJ, outro em MG, outo no PA e assim por diante.
COMPOSIÇÃO. Este conselho compõe-se de conselheiros em número proporcional ao de seus inscritos. Os ex-presidentes são membros honorários vitalícios, com direito a voz nas sessões do Conselho. E o Presidente do IAB local é membro honorário, com direito a voz nas sessões do Conselho.
Nas sessões do Conselho Seccional, o Presidente do Conselho Federal, os Conselheiros Federais da delegação, o Presidente da Caixa de Assistência e os Presidentes das Subseções, têm direito a voz.
A competência privativa do Conselho Seccional foi elencada no art. 58, EOAB e 105 do RGOAB, dentre as quais destacamos a competência para criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados e Fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual (art. 111, RG).
Assim, temos a seguinte estrutura no Brasil:
A competência privativa do Conselho Seccional foi elencada no art. 58, EOAB e 105 do RGOAB, dentre as quais destacamos a competência para criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados e Fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual (art. 111, RG).
Assim, temos a seguinte estrutura no Brasil:
O Conselho Seccional pode dividir-se em órgãos deliberativos e instituir comissões especializadas, para melhor desempenho de suas atividades. Os órgãos do Conselho podem receber a colaboração gratuita de advogados não conselheiros, inclusive para instrução processual, considerando-se função relevante em benefício da advocacia.
No Conselho Seccional e na Subseção que disponha de conselho é obrigatória a instalação e o funcionamento da Comissão de Direitos Humanos, da Comissão de Orçamento e Contas e da Comissão de Estágio e Exame de Ordem (art. 109, RGOAB).
As Câmaras e os órgãos julgadores, em que se dividirem os Conselhos Seccionais, para o exercício das respectivas competências, serão integradas exclusivamente por conselheiros eleitos, titulares ou suplentes.
Os relatores dos processos em tramitação no Conselho Seccional têm competência para instrução, podendo ouvir depoimentos, requisitar documentos, determinar diligências e propor o arquivamento ou outra providência porventura cabível ao presidente do órgão colegiado competente.
Os Conselhos Seccionais definem nos seus Regimentos Internos a composição, o modo de eleição e o funcionamento dos Tribunais de Ética e Disciplina, observados os procedimentos do Código de Ética e Disciplina.
Os membros dos Tribunais de Ética e Disciplina são eleitos na primeira sessão ordinária após a posse dos Conselhos Seccionais. O mandato dos membros dos Tribunais de Ética e Disciplina tem a duração de três anos (art. 114, RGOAB).
Subseção
	
	Criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia, através de Resolução (art. 60, EOAB c/c art. 118, RG).
A sua área territorial pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados. É administrada por uma diretoria, com atribuições e composição equivalentes às da diretoria do Conselho Seccional (art. 118, § 2º, RG).
Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do regimento interno deste, dentre outras competências elencadas no art. 61, EOAB e art. 120, RG.
Caixa de Assistência dos Advogados — CAAdv
Possui personalidade jurídica própria e destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. Pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. A sua diretoria é composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu regimento interno (art. 62, EOAB). Adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do regulamento geral (art. 121, RG). Cabe à CAAdv a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias (art. 62, EOAB).
Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo, na forma do art. 62, § 6º, EOAB.
O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção (art. 62, § 7º, EOAB). A assistência aos inscritos na OAB é definida no Estatuto e está condicionada à (art. 123 a 125, RG):
Regularidade;
Regularidade no pagamento das anuidades;
Carência
Carência de um ano após a inscrição;
Disponibilidade
Disponibilidade de recursos na Caixa.
A Coordenação Nacional das Caixas é composta de seus presidentes e é órgão de assessoramento do Conselho Federal da OAB para política nacional de assistência e seguridade dos advogados, tendo o seu coordenador direito a voz nas sessões (art. 126, RG).
Conferência Nacional dos Advogados. Reúne-se trienalmente, no segundo ano do mandato, tendo por objetivo o estudo e o debate das questões e dos problemas que digam respeito às finalidades da OAB e ao congraçamento dos advogados. É órgão consultivo máximo do conselho federal (art. 145, RG). Os membros das conferências estão elencados no art. 146, do RGOAB, e envolvem conselheiros, advogados, estagiários e convidados expositores ou não. As conferências dos estados seguem a mesma regra.
Medalha Rui Barbosa. É a comenda máxima conferida pelo Conselho Federal às grandes personalidades da advocacia. Só poderá ser concedida uma única vez, entregue em sessão solene, na forma do art. 152, RG.
QUANDO É REALIZADA A ELEIÇÃO NA OAB? A eleição na OAB ocorre na segunda quinzena do mês de novembro. A votação é secreta, direta dos advogados inscritos (art. 63, EOAB).
O QUE DEVERÁ CONSTAR NO EDITAL DE CONVOCAÇÃO? O Conselho Seccional deverá convocar, até 45 dias antes do dia 15 de novembro do último ano do mandato, os advogados inscritos para votação obrigatória (art. 128, RG).
QUAL A COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO ELEITORAL? É composta de cinco membros, advogados, sendo um presidente, que não integre qualquer das chapas concorrentes. Poderá designar subcomissões para auxiliar suas atividades nas subseções. Qualquer advogado poderá arguir suspeição de membro da Comissão Eleitoral (art. 129, RG).
EM QUE CASO PODERÁ A SECCIONAL SUBSTITUIR MEMBRO DA COMISSÃO? Quando, comprovadamente, não estejam cumprindo suas atividades, em prejuízo da organização e execução das eleições (art. 129, § 5°, RG).
QUAIS OS REQUISITOS PARA O REGISTRO DAS CHAPAS? As chapas são completas, com indicação dos candidatos aos cargosde diretoria do Conselho Seccional, de conselheiros seccionais, de conselheiros federais, de diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados e de suplentes, se houver, sendo vedadas candidaturas isoladas ou que integrem mais de uma chapa.
O mandato é de três anos, iniciando-se em primeiro de janeiro para o Conselho Seccional. A chapa deve vir completa. Cabe aos Conselhos Seccionais a ampla divulgação das eleições. A comissão eleitoral é composta por cinco advogados que não participem da disputa (art. 131, RG).
O advogado licenciado, em virtude de incompatibilidade temporária (art. 28, EOAB), não poderá votar. Destaque-se, ainda, a proibição de propaganda em televisão, rádio e outdoor.
REQUISITOS DE ELEGIBILIDADE:
• Exercício da profissão há mais de cinco anos;
• Candidato inscrito na Seccional (principal ou suplementar);
• O candidato deve estar em dia com o pagamento das contribuições obrigatórias;
• Não exerça cargo incompatível, permanente ou temporário;
• Ausência de condenação disciplinar, salvo reabilitação;
• Não ocupar cargo exonerável ad nutum, i. e., cargos de provimento em comissão, de funções de confiança ou administração na Administração Pública direta ou indireta (ex.: juiz leigo);
• Não poderá haver candidaturas isoladas ou pessoais.
QUEM ESTÁ OBRIGADO A VOTAR? Todos os advogados inscritos na OAB, sob pena de multa equivalente a 20% do valor da anuidade, salvo ausência justificada por escrito, a ser apreciada pela diretoria do Conselho Seccional (art. 134, RG).
COMO SE DÁ A ELEIÇÃO DO CANDIDATO? São considerados eleitos os integrantes da chapa que obtiverem a maioria dos votos válidos, proclamada vencedora pela Comissão Eleitoral, sendo empossados em primeiro de janeiro (art. 136, § 1º, RG).
Em 31 de janeiro, o CFOAB elege sua Diretoria em eleição indireta (art. 67, EOAB). Com exceção do candidato à presidente do CFOAB, os demais diretores devem ser do corpo de Conselheiros Federais eleitos.
O voto é unipessoal de cada Conselheiro Federal. Os eleitores no Conselho Federal são os conselheiros federais eleitos na última eleição no Conselho Seccional, excluindo-se os ex-presidentes do Conselho Federal. O voto é secreto e a Diretoria eleita toma posse no dia 1º de fevereiro.
Para concorrer no Conselho Federal, o EOAB exige o apoiamento de no mínimo 6 Seccionais para as chapas. O sistema é de maioria de votos válidos. Seja no Conselho Seccional ou Federal, o mandato de membro da OAB:
• É público;
• De exercício gratuito e obrigatório.
Atividade proposta
O papel da OAB na construção da sociedade democrática brasileira
Carlos Alexandre de A. Campos. A OAB desempenha um papel de representação da sociedade civil, histórica e culturalmente, que pode se assemelhar àquele papel típico da imprensa. É bom que a Ordem dos Advogados Brasil permaneça absolutamente desatrelada do Poder Público. Longe de ser fiscalizada pelo Poder Público, ela deve fiscalizar com toda autonomia, com toda independência, o Poder Público, tal como faz a imprensa (Carlos Ayres Britto — Ministro do STF).
É comum que a sociedade, e até mesmo os próprios advogados, vinculem a Ordem dos Advogados do Brasil a um papel de mero promotor da defesa, representação e disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.
Não obstante a OAB realmente cumprir tão honrosa missão, é ainda mais certo que nossa ordem jurídica não lhe reservou apenas finalidades típicas dos órgãos de fiscalização profissional, pelo contrário, tanto a legislação constitucional quanto a infraconstitucional, historicamente, tem reservado à nossa entidade, e também aos advogados que a compõem, o papel singular de defensores da Lei, da Justiça, dos Direitos Humanos, da Ética, da Constituição Brasileira e de nosso Estado Democrático de Direito. (adaptado do site www.oab-rj.org.br) Com base na leitura do texto, responda:
a) Quais são as finalidades da Ordem dos Advogados do Brasil? a) as finalidades estão elencadas no art. 44 do EOAB, a saber:
I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;
II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.
b) Podemos considerar a OAB uma autarquia? No ordenamento jurídico brasileiro encontramos a definição para autarquia no art. 5° do Dec.-Lei 200/67, sendo, portanto, entidade com personalidade jurídica de direito público (art. 41, IV do CC de 2002), com seus dirigentes nomeados pelo chefe do Executivo. A investidura nos quadros ocorre mediante concurso público (art. 37, II, CR/88) e a instituição responde pelos danos causados a terceiros na forma do art. 37, § 6° da CR/88. Ademais, sujeitam-se ao controle administrativo, fiscalização financeira, orçamentária, patrimonial e contábil pelo Tribunal de Contas (art. 70, 71 e 75, CR/88).
Acrescenta-se ainda que o Poder Legislativo controla os atos editados pelas autarquias que recebem tratamento processual diferenciado quanto aos prazos na forma do art. 188, CPC. Observa-se que seus funcionários são servidores públicos (lei 8112/90). Assim, não resta dúvida de que a OAB, entidade sui generis, não é autarquia, os advogados elegem diretamente os Presidentes das Seccionais, os funcionários da OAB são regidos pela CLT. Não há fiscalização do Tribunal de Contas, a instituição vive da arrecadação de suas anuidades, taxas e multas, não pertence à administração Pública Indireta, como expressa no art. 44, § 1º, do EOAB, embora possua algumas prerrogativas próprias das autarquias (imunidade tributária e publicidade dos atos conclusivos, §§ 5º e 6º do art. 45, EOAB). Alguns autores, como o ilustre José dos Santos Carvalho Filho, ressaltam que a OAB difere das demais autarquias profissionais fortalecendo a posição consagrada pelo STJ.
c) Quais os órgãos que integram a OAB? os órgãos que integram a OAB estão elencados no art. 45 do EOAB, a saber:  Conselho Federal, Conselhos Seccionais, Subseções e Caixa de Assistência dos Advogados.

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