Buscar

Prova de Literatura de Países de Língua Portuguesa - exercício do conhecimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Prova de Literatura de Países de Língua Portuguesa 
Exercício do Conhecimento - Tentativa 1 de 2 
Questão 1 de 7 
O poema abaixo é de autoria de Almeida Garret, grande nome do Romantismo Português: 
“ESTE INFERNO DE AMAR 
Este inferno de amar - como eu amo! – 
Quem mo pôs aqui n’alma ... quem foi? 
Esta chama que alenta e consome, 
Que é a vida - e que a vida destrói – 
Como é que se veio a atear, 
Quando - ai quando se há-de ela apagar? 
Eu não sei, não me lembra: o passado, 
A outra vida que dantes vivi 
Era um sonho talvez... - foi um sonho 
Em que paz tão serena a dormi! 
Oh!, que doce era aquele sonhar ... 
Quem me veio, ai de mim!, despertar? 
Só me lembra que um dia formoso 
Eu passei... dava o Sol tanta luz! 
E os meus olhos, que vagos giravam, 
Em seus olhos ardentes os pus. 
Que fez ela?, eu que fiz? –Não no sei; 
Mas nessa hora a viver comecei ...” 
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000011.pdf. Acesso em 16 jan. 
2020. 
A primeira e a última estrofes do poema mostram uma contradição no que o eu-lírico defende como amor. 
Assinale a alternativa que apresenta essa contradição: 
A - A primeira estrofe associa o amor ao fogo destruidor, já a última como um renascimento. 
B - A primeira estrofe associa o amor ao sofrimento, enquanto a última apresenta uma visão positiva. 
C - A primeira estrofe caracteriza o amor como algo que deve ser apagado, enquanto a última como um 
sentimento vago. 
D - A primeira estrofe caracteriza o amor como infernal, já a última como algo celestial. 
E - A primeira estrofe mostra o amor como algo positivo, que deve ser vivido, enquanto a última como 
algo negativo. 
Questão 2 de 7 
Gil Vicente é o maior nome do teatro português medieval, bem como um dos nomes mais importantes do 
Humanismo português. Em suas peças, o autor costuma trazer questões morais, éticas para serem 
discutidas, por meio da ação de suas personagens. Uma de suas peças mais famosas é “O velho da horta”, 
leia o diálogo inicial do texto: 
“Velho — Senhora, benza-vos Deus, 
Moça — Deus vos mantenha, senhor. 
Velho — Onde se criou tal flor? Eu diria que nos céus. 
Moça — Mas no chão. 
Velho — Pois damas se acharão que não são vosso sapato! 
Moça — Ai! Como isso é tão vão, e como as lisonjas são de barato! 
Velho — Que buscais vós cá, donzela, senhora, meu coração? 
Moça — Vinha ao vosso hortelão, por cheiros para a panela. 
Velho — E a isso vinde vós, meu paraíso. Minha senhora, e não a aí? 
Moça — Vistes vós! Segundo isso, nenhum velho não tem siso natural. 
Velho — Ó meus olhinhos garridos, mina rosa, meu arminho! 
Moça — Onde é vosso ratinho? Não tem os cheiros colhidos? 
Velho — Tão depressa vinde vós, minha condensa, meu amor, meu coração! 
Moça — Jesus! Jesus! Que coisa é essa? E que prática tão avessa da razão!” 
VICENTE, Gil. Velho da horta. Disponível: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00116a.pdf. Acesso 10 nov. 2019. 
O trecho da conversa entre o Velho e a Moça revela: 
A - a conduta da Moça, que lamenta o comportamento do Velho, que a associa a classes mais baixas. 
B - a conduta exemplar do Velho em relação à Moça, em que se destaca sua moral. 
C - a crítica da Moça em relação à postura do Velho, na sua maneira de conduzir sua horta. 
D - a crítica implícita de Gil Vicente na fala da Moça, que repreende a conduta do Velho. 
E - a postura do Velho em relação à Moça, que se preocupa em oferecer os produtos que ela precisa. 
Questão 3 de 7 
O Barroco teve como característica a dualidade, sobretudo em relação aos planos espiritual e material. Isso 
se deve ao contexto histórico em que se desenvolveu: a partir da Reforma protestante e da contrarreforma 
católica. Esse contexto fez com que houvesse uma visão de mundo teocêntrica, em que o homem se via 
assolado diante do divino. Um dos maiores escritores barrocos de língua portuguesa foi Padre Antônio 
Vieira. Leia um trecho do “Sermão da Sexagésima” para responder a questão: 
“O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o 
caminho e a terra boa em que o trigo caiu, são os diversos corações dos homens. Os espinhos são os corações 
embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; e nestes afoga-se a palavra de Deus. As pedras são 
os corações duros e obstinados; e nestes seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes. Os caminhos 
são os corações inquietos e perturbados com a passagem e tropel das coisas do Mundo, umas que vão, 
outras que vêm, outras que atravessam, e todas passam; e nestes é pisada a palavra de Deus, porque a 
desatendem ou a desprezam. Finalmente, a terra boa são os corações bons ou os homens de bom coração; 
e nestes prende e frutifica a palavra divina, com tanta fecundidade e abundância, que se colhe cento por 
um: Et fructum fecit centuplum.” 
VIEIRA, Antônio. Sermão da Sexagésima. Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000034.pdf. Acesso 10 nov. 2019. 
A relação que Vieira estabelece no texto: 
A - demonstra que a semente somente pode frutificar se Deus souber semear corretamente sua palavra. 
B - demonstra uma visão de mundo limitada aos ensinamentos bíblicos e sem relação com a literatura. 
C - demonstra uma visão de mundo que não é barroca, já que essa estética não possui relação com a 
religiosidade. 
D - demonstra uma visão de que a palavra de Deus possui vontade acima do desejo dos homens. 
E - demonstra uma visão em que o homem precisa estar preparado para receber a palavra de Deus 
(semente). 
Questão 4 de 7 
O Barroco como estética literária possui duas correntes: o conceptismo e o cultismo que estão 
relacionadas com a maneira como a linguagem é trabalhada nos textos. Em ambas, há riqueza na 
linguagem e exageros. Enquanto o cultismo apresenta jogos de palavras, escolha vocabular rica, o 
conceptismo traz um raciocínio em relação ao tema escolhido pelo autor. 
Leia o trecho do sermão do Padre Antônio Vieira e analise suas características: 
De três modos - que há muitos modos de mentir - mentiram hoje estes maus ouvintes. Mentiram, porque 
não creram a verdade; mentiram, porque impugnaram a verdade; mentiram, porque afirmaram a mentira. 
Não crer a verdade é mentir com o pensamento; impugnar a verdade é mentir com a obra; afirmar a 
mentira é mentir com a palavra. Tudo isto lhe tinha profetizado a Cristo seu pai Davi, quando disse: In 
multitudine virtutis tuae mentientur tibi inimici tui (4). De muitos modos mostrareis eficazmente a 
verdade de vosso ser, mas vossos inimigos vos mentirão também por muitos modos; mentir-vos-ão não 
crendo; mentir-vos-ão impugnando; mentir-vos-ão mentindo, como hoje fizeram. 
Disse-lhes Cristo que era Filho de Deus verdadeiro, a quem eles chamavam Pai sem o conhecerem: disse-
lhes que os que recebessem e observassem sua doutrina viveriam eternamente, e aqui mentiram não 
crendo a verdade: Si veritatem dico vobis, quare non creditis mihi ( 5)? Disse-lhes mais, que Abraão 
desejara ver o seu dia, isto é, o dia em que havia de descer do céu à terra, e nascer homem entre os 
homens, e que, finalmente, o vira com grande júbilo e alegria da sua alma, e aqui mentiram impugnando a 
verdade: Quinquaginta annos nondum habes, et Abraham vidisti (Jo 8, 57)? Tu não tens ainda cinquenta 
anos, e viste Abraão? 
(4) Por ocasião do teu grande poder se convencerão de mentira os teus inimigos (Sl 65, 3). 
(5) Se eu vos digo a verdade, por que me não credes (Jo 8; 46)? 
VIEIRA, Antônio. Sermão da Quinta Dominga da Quaresma. Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000035.pdf. Acesso 10 nov. 2019. 
O trecho do sermão de Vieira pode ser associado 
A - ao conceptismo, devido à associação entre o conceito de mentira e as referências bíblicas. 
B - ao conceptismo, pelo uso de expressões latinas no texto que corroboram as ideias associadas à 
mentira.C - ao conceptismo, pois o autor elabora uma argumentação a partir da ideia inicial da mentira. 
D - ao cultismo, devido à argumentação presente no trecho, a partir da ideia da mentira. 
E - ao cultismo, pois para a elaboração das ideias acerca da mentira há um trabalho meticuloso com a 
linguagem. 
Questão 5 de 7 
O Humanismo foi um período muito rico em relação à produção literária. Obras como o Cancioneiro, as 
crônicas de Fernão Lopes e a obra de Gil Vicente. A obra vicentina criticou muitos aspectos da sociedade 
em que estava inserida. 
Leia um trecho da peça Auto da Índia, que tem como tema a viagem à Índia de um homem que deixa sua 
esposa sozinha: 
“LEMOS Deixai-me cantar, senhora. 
AMA A vizinhança que dirá, 
Se o meu marido aqui não está, 
E vos ouvirem cantar? 
Que razão lhe posso eu dar, 
Que não seja muito má? 
(...) 
MOÇA Quantas artes, quantas manhas, 
Que sabe fazer minha a ama! 
Um na rua, outro na cama! 
(...) 
AMA Mas que graça, que seria, 
Se este negro meu marido, 
Tornasse a Lisboa vivo 
Pera a minha a companhia! 
Mas isto não pode ser, 
Que ele havia de morrer 
Somente de ver o mar.” 
Na leitura do trecho, fica evidente 
A - a crítica de Gil Vicente ao comportamento de Ama, que prefere o marido longe de casa, divertindo-se 
com outros homens. 
B - a crítica de Gil Vicente ao que afirma Ama, que acredita que o marido é covarde para empreender a 
viagem às índias. 
C - que a personagem Lemos seduz Ama, que prefere ser fiel ao marido, que está em viagem. 
D - que a personagem Moça aconselha erradamente Ama, criticando sua postura em relação aos homens. 
E - que Ama preza pela honra do marido, mas que é seduzida pela personagem Lemos. 
 
Questão 6 de 7 
Viagem à minha terra é o romance mais conhecido de Almeida Garret. Como o título indica, o romance 
narra uma viagem por Portugal em que traz várias reflexões a respeito do que vê no país: 
“Ora nesta minha viagem Tejo arriba está simbolizada a marcha do nosso progresso social: espero que o 
leitor entendesse agora. Tomarei cuidado de lho lembrar de vez em quando, porque receio muito que se 
esqueça. 
Somos chegados ao triste desembarcadouro de Vila Nova da Rainha, que é o mais feio pedaço de terra 
aluvial em que ainda pousei os meus pés. O sol arde como ainda não ardeu este ano. 
Um imenso arraial de caleças, de machinhos, de burros e arrieiros, nos espera naquele descampado 
africano. É forçoso optar entre os dois martírios da caleça, ou do macho. Do mal o menos... seja este. 
E acolá, oh, suplício de Tântalo! vejo duas possantes e nédias mulas castelhanas jungidas a um veículo 
que, nestas paragens aos pé daqueloutros, me parece mais esplêndido do que um landau de Hyde Park, 
mais elegante do que um caleche de Longchamps, mais cômodo e elástico do que o mais aéreo brislta da 
Princesa Helena. E contudo — oh mágico poder das soituações! — ele não é senão uma substancial e bem 
apessoada traquitana de cortinas.” 
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000012.pdf. Acesso 16 jan. 2020. 
No trecho, fica evidente que o narrador 
A - critica a condição dos animais que o levariam na viagem. 
B - critica o que vê na viagem e, consequentemente, Portugal como um todo. 
C - descreve como triste boa parte das paisagens que presencia. 
D - descreve de modo romantizado o interior de Portugal. 
E - descreve e critica sua escolha por empreender a viagem. 
Questão 7 de 7 
Eça de Queirós é o ícone do Realismo Português. Entre suas obras mais importantes está o romance A 
cidade e as serras, que tem como protagonista Jacinto: 
“Não teve sarampo e não teve lombrigas. As letras, a Tabuada, o Latim entraram pôr ele tão facilmente 
como o sol pôr uma vidraça. Entre os camaradas, nos pátios dos colégios, erguendo a sua espada de lata e 
lançando um brado de comando, foi logo o vencedor, o Rei que se adula, e a quem se cede a fruta das 
merendas. Na idade em que se lê Balzac e Musset nunca atravessou os tormentos da sensibilidade; - nem 
crepúsculos quentes o retiveram na solidão duma janela, padecendo dum desejo sem forma e sem nome. 
Todos os seus amigos (éramos três, contando o seu velho escudeiro preto, o Grilo) lhe conservaram sempre 
amizades puras e certas – sem que jamais a participação do seu luxo as avivasse ou fossem desanimadas 
pelas evidências do seu egoísmo. Sem coração bastante forte para conceber um amor forte, e contente com 
esta incapacidade que o libertava, do amor só experimentou o mel – esse mel que o amor reserva aos que o 
recolhem, à maneira das abelhas, com ligeireza, mobilidade e cantando. Rijo, rico, indiferente ao Estado e 
ao Governo do Homens, nunca lhe conhecemos outra ambição além de compreender bem as Ideias Gerais; 
e a sua inteligência, nos anos alegres de escolas e controvérsias, circulava dentro das Filosofias mais densas 
como enguia lustrosa na água limpa dum tanque. O seu valor, genuíno, de fino quilate, nunca foi 
desconhecido, nem desaparecido; e toda a opinião, ou mera facécia que lançasse, logo encontrava uma 
aragem de simpatia e concordância que a erguia, a mantinha embalada e rebrilhando nas alturas. Era servido 
pelas coisas com docilidade e carinho; - e não recordo que jamais lhe estalasse um botão da camisa, ou que 
um papel maliciosamente se escondesse dos seus olhos, ou que ante a sua vivacidade e pressa uma gaveta 
pérfida emperrasse. Quando um dia, rindo com descrido riso da Fortuna e da sua roda, comprou a um 
sacristão espanhol um Décimo de Lotaria, logo a Fortuna, ligeira e ridente sobre a sua roda, correu num 
fulgor, para lhe trazer quatrocentas mil pesetas.” 
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000081.pdf. Acesso em 16 jan. 
2020. 
O trecho descreve um pouco a respeito da vida de Jacinto. Nesse excerto é possível verificar: 
A - que há muito humor na descrição, o que é característica do Realismo. 
B - que há predomínio da objetividade na descrição, o que é característica do Realismo. 
C - que há predomínio da subjetividade na descrição, o que é característica do Realismo. 
D - que há predomínio de memórias, recordações, o que é característica do Realismo. 
E - que há predomínio de opiniões pessoais da personagem, o que é característica do Realismo.

Outros materiais

Outros materiais