Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TCC – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO 1 UNIFACS. Departamento de Engenharia, turma 2019.1 do Curso de Engenharia de Automação e Controle. E- mail: isaias.r.queiroz@gmail.com 2 UNIFACS. Departamento de Engenharia, turma 2019.1 do Curso de Engenharia de Automação e Controle. E- mail: tadashibasaki@gmail.com 3 UNIFACS. Departamento de Engenharia. Euclério Barbosa Ornelas Filho, Professor das disciplinas Microcontroladores, Processamento digital de sinais, Redes de comunicação. E-mail: euclerio@gmail.com PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO VIA SATÉLITE UTILIZANDO TECNOLOGIA CUBESAT Autor 1: Isaias R. Q. Neto 1 Autor 2: Lucas T. S. Santana 2 Orientador: Euclério B. O. Filho 3 RESUMO O presente trabalho tem por objetivo realizar o desenvolvimento de uma plataforma de comunicação via satélite, explorando ao máximo a extensão do conceito CubeSat. O padrão cubesat desenvolvido no contexto da tendência dos nano satélites, com o intuito de fomentar a pesquisa universitária na área de Engenharia Aeroespacial. Os resultados encontrados neste estudo especificam todo o sistema estrutural do nano satélite desenvolvido no SolidWorks®, baseado no formato de um CubeSat 1U, assim como o material necessário para constitui- lo, além de apresentar o sistema de captação, amplificação de sinal e retransmissão dos sinais de rádio frequência. PALAVRAS-CHAVES: CubeSat. Nanosatelite. Rádio frequência. Placa solar. ABSTRACT The objective of this work is to develop a satellite communication platform, exploiting as much as possible the extension of the CubeSat concept. The cubesat standard developed in the context of the trend of nano-satellites, with the aim of fostering university research in the field of Aerospace Engineering. The results found in this study specify the entire structural system of the nano satellite developed in SolidWorks®, based on the format of a CubeSat 1U, as well as the material needed to constitute it, besides presenting the system of capture, signal amplification and retransmission of radio frequency signals. KEYWORDS: CubeSat. Nanosatelite. Radio frequency. Solar plate. 1 INTRODUÇÃO Conforme Kulu (Nanosatellite & CubeSat Database, www.nanosats.eu) um nano satélite pela classificação em massa e em termos estritos é todo o satélite com massa de 1 Kg a 10 Kg. Baseando-se nesta definição “nano satélite” abrange todos os CubeSats, PocketQubes, TubeSats, SunCubes e picosatéite não padronizados, salvo indicação em contrário. Todos eles fazendo parte da mesma revolução do CubeSat e da moderna tecnologia eletrônica. A Tabela 1 apresenta todas as classificações em massa por satélites. Classificação Massa Satélites grandes: > 1000 kg Satélites médios: 500 a 1000 kg Satélites pequenos: <500 kg Minissatélites: 100 a 500 kg Microssatélites: 10 a 100 kg Nanosatélites: 1 a 10 kg Picosatélites: 100 g - 1 kg Femtosatélites: 10 g - 100 g Attosatellites: 1 g - 10 g Zeptossatélites: 0,1 g - 1 g Tabela 1 - Classificação de massa por satélite Fonte: Kulu (Nanosatellite & CubeSat Database, www.nanosats.eu). Em 1999 dois professores norte-americanos, Jordi Puig-Suari, professor da Universidade Estadual Politécnica da Califórnia (Cal Poly) e Bob Twiggs, professor do Laboratório de Desenvolvimento de Sistemas Espaciais da Universidade de Stanford (SSDL) iniciam um esforço colaborativo com a intenção original de fornecer acesso à comunidade cientifica universitária sendo bem-sucedida. Graças ao CubeSats, muitas das principais universidades agora têm um programa espacial podendo iniciar seus próprios programas CubeSat. O significado da designação “CubeSat”, em comparação com outros pequenos satélites está em seus critérios específicos, ou seja, enquanto que um satélite pequeno é geralmente considerado como sendo qualquer satélite que pesa menos de 300 kg, um CubeSat deve estar em conformidade com os critérios que controlam seus fatores como sua massa, tamanho e peso. Os CubeSats vêm em vários tamanhos baseados na unidade CubeSat padrão – redefinida como 1U. Um 1U CubeSat é um cubo de 10 cm com uma massa de aproximadamente 1 a 1,33 kg. Desde o seu início, com o passar dos anos tamanhos maiores foram se tornando popular, como o 1.5U, 2U, 3U e 6U, mas novas configurações estão sempre em desenvolvimento. Além das instituições educacionais, agências governamentais e grupos comerciais em todo o mundo começaram a desenvolver CubeSats. Eles reconheceram que a plataforma pequena e padronizada do CubeSat pode ajudar a reduzir os custos de desenvolvimentos técnicos e investigações cientificas. Este reconhecimento fomentou o acesso ao espaço, levando a um crescimento exponencial na popularidade do CubeSat desde o seu início. Além disso, nesse campo de naves espaciais de baixo custo, a diversidade e complexidade vem aumentando a cada ano, superando a velocidade com que pesquisadores encontram utilidade nesses pequenos pacotes, denominados CubeSats. 1.2 OBJETIVOS 1.2.3 OBJETIVO GERAL Realizar o desenvolvimento de uma plataforma de comunicação via satélite (CubeSat 1U), para o recebimento e transmissão de informações para outros dispositivos, explorando ao máximo a extensão do conceito CubeSat. 1.2.4 OBJETIVOS ESPECIFICOS • Disseminar o conhecimento aeroespacial dentro da comunidade estudantil. • Estudo dos equipamentos e materiais necessários para o dimensionamento do sistema de suprimento de energia, da estrutura mecânica do CubeSat e do sistema de comunicação. • Empregar o software SolidWorks® para desenvolver o projeto da modelagem dimensional estrutural mecânica do CubeSat. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 ESTIMAÇÃO DE FREQUÊNCIA EM SINAIS DE SATÉLITE Para sistemas de transmissão de dados por enlaces de satélites de baixa órbita, ou LEO, são muitas as diversidades de configurações possíveis. Dois desses principais sistemas são o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados (SBCD) e o sistema ARGOS. Ambos os sistemas são compostos por satélites de baixa órbita (aproximadamente 750 Km de altitude), recebem dados na frequência 401.650 MHz ±30 KHz a partir de plataformas espalhadas por todo globo terrestre (Cavalcante, 2018). Na demodulação do sinal recebido, realizam a estimação das variações do efeito Doppler sobre a frequência da onda portadora do sinal, e são capazes de identificar as plataformas por meio do seu número de identificação informado através da mensagem coletada (Clark, 1989 citado por Cavalcante, 2018). 2.2 EFEITO DOPPLER A estimação de frequência nas comunicações aeroespaciais possui grande importância, não apenas para a demodulação do sinal, como também para o apontamento da posição geográfica do objeto transmissor em alguns casos. Tal característica é útil e vem sendo usada tanto pelo SBCD, como pelo sistema ARGOS, para rastreio de animais nas zonas mais remostas do planeta. Obter uma estimativa da posição geográfica nesses sistemas só é possível por meio da estimação do efeito Doppler, que pela dinâmica provoca um descasamento entre a frequência transmitida na base e aquela que chega ao satélite (Muri & Mcnair, 2012). Figura 1 - Órbita geométrica para satélites LEO com altitude h e inclinação i. Fonte: Fonte: Aboutanios (2002). Conforme dito por Muri & Mcnair (2012), quando o receptor se move com respeito a fonte do sinal, ocorre um deslocamento na percepção da frequência transmitida, ocasionada pelo efeito Doppler. Esse deslocamento é proporcional a velocidade relativa entre o transmissor e o receptor. As comunicações por enlaces de satélites revelam experiências com grandes deslocamentos de frequência Doppler, da ordem de centenas de kHz, como no sistema FedSat que pode atingir até 600 kHz. No caso do SBCD, este deslocamento atinge até 9 kHz (Cavalcante,2018). 2.2.1 PRESENÇA DE RUÍDO IMPULSIVO OU OUTLIER Caracterizado como um ruído estaticamente aleatório dentro de uma larga gama de frequências, o ruído AWG (Branco Aditivo e Gaussiano, ou em inglês AWGN, Additive White Gaussian Noise) é comum em todos os canais de comunicação (Muri & Mcnair, 2012). O processamento de sinais de sonares, radares ou transmissões de satélites, na maioria dos casos, a gaussianidade não pode ser sustentada, sob risco de obter resultados dissimulados (Cavalcante, 2018). Uma grande classe de fenômenos não gaussianos é caracterizada por sua natureza impulsiva. Esses tipos de sinais e ruídos são em sua maioria representados por eventos ocasionais com destoantes picos em relação ao eixo de observações dos sinais normalmente distribuídos (Shao & Nikias, 1993 citado por Cavalcante, 2018). 2.3 SISTEMA DE SUPRIMENTO DE ENERGIA Responsável por fornecer potência elétrica adequada para todos os componentes ativos que compõem os outros subsistemas do satélite de forma que estes possam operar adequadamente durante a sua órbita. Verhage (2015), comenta que este subsistema deve possuir alta confiabilidade durante o tempo de missão, uma vez que uma pequena falha neste subsistema pode ser catastrófica colocando em risco toda a missão e o objetivo do projeto. Segundo Rola (2014), o subsistema de suprimento de energia ou de potência é composto por células ou painéis fotovoltaicos, juntamente com o sistema de armazenamento, as baterias recarregáveis, são denominados como fonte primária. O resultado ao final do processo de conversão, armazenamento, controle e distribuição de energia é alimentar a carga útil (Payload) ou demais subsistemas que necessitem de uma saída adequada em níveis de tensão ou corrente (Rola, 2014). Na Figura 2 é demonstrado um esquemático genérico do subsistema de suprimento de energia. Figura 2 - Topologia genérica de um sistema de potência. Fonte: Adaptado de Rola (2014). 2.3.1 CÉLULAS SOLARES ESPACIAIS Em 1884, Charles Fritts desenvolveu a primeira célula fotovoltaica com o Selênio (Se), entretanto com uma baixa eficiência (aproximadamente 1%) e seu custo elevado, impossibilitando a utilização da mesma como fonte de energia em grande escala (Rola, 2014). Rola (2014) ainda menciona, evoluções significativas no desenvolvimento das células solares que ocorreram desde então, todavia empregada na área espacial somente em março de 1958. De acordo com Souza e Torres (2012), ainda em 1958, após muita resistência a NASA lança o primeiro satélite utilizando seis células fotovoltaicas, o Vanguard l, contendo também uma bateria como back-up, operando até 1964. A figura 3 abaixo apresenta a imagem do satélite Vanguard l, com as suas células solares acopladas. Figura 3 - Primeiro satélite com células solares (Vanguard l). Fonte: Adaptado de Souza e torres (2012). Desde então as células solares passaram a ser utilizadas na grande maioria dos satélites como fonte primaria de energia e as baterias como fonte secundária. 2.3.2 SISTEMA DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA Como o próprio nome descreve, o sistema de armazenamento de energia, tem por objetivo acumular a energia convertida pelas células fotovoltaicas, cujo elemento responsável por executar tal função é a bateria. Delgado (2002) em sua tese de mestrado menciona que, as baterias eletroquímicas é a tecnologia para armazenamento de energia mais empregada, sendo definidas como equipamentos que convertem energia elétrica em energia química no processo de carregamento e o inverso no processo de descarregamento. Delgado (2002), ainda cita as principais tecnologias utilizadas em baterias, sendo elas: a) Baterias Ácidas; b) Baterias de íon de Lítio (Li-lon); c) Baterias Polímero de Lítio (Li-Polymer); d) Baterias de Níquel Cádmio (NiCd); e) Baterias de Níquel Metal Hidreto (NiMH). Figura 4 - Bateria de Íon Lítio para uso espacial. Fonte: Fonte: Rola (2014). Rola (2014) em seu trabalho, comenta que a escolha da tecnologia a ser empregada em satélites deve ser fundamentada em requisitos específicos como: potência solicitada pelo satélite, volume, massa e, acima de tudo, pelo tipo de orbita que o satélite vai operar. 2.4 SISTEMA ESTRUTURAL DOS SATÉLITES Satélites são construídos e projetados para diversas missões, estes possuem os mais diferentes formatos em função das suas particularidades. A estrutura de um satélite é constituída de treliças ou hastes muito rígidas, sobre as quais os equipamentos são montados, protegendo os mesmos da radiação e mudanças de temperatura significativas, como também servindo de suporte (Palerosi, 2009). Carvalho (1999) em sua tese de mestrado descreve o alumínio e suas ligas como excelentes materiais aeronáuticos, devido a sua baixa massa específica acompanhada de propriedades mecânicas intermediárias. Conforme Camargo (2007), o alumínio possui um elevado ponto de ebulição, baixo ponto de fusão e uma significativa estabilidade a temperatura, como propriedades, tornando-se viável a moldagem e fusão. O autor ainda descreve em sua tese que o alumínio é um material apropriado para equipamentos destinados a troca de calor, devido a sua condutividade térmica, inferior comparado as de prata, cobre e ouro. Na figura 5 é apresentada a estrutura mecânica de um CubeSat 1U em liga de alumínio. Figura 5 - CubeSat 1U e sua estrutura mecânica. Fonte: Camargo (2007). Segundo a CubeSat Desing Especification (2009), para versões de testes e estudo podem ser empregadas às ligas de Alumínio 5052, conforme os engenheiros do setor de manufatura reduzindo os custos e validando se a estrutura será capaz de armazenar os elementos que compõem um CubeSat. Na figura 6 é apresentado as especificações do CubeSat 1U. Figura 6 - Especificações do CubeSat 1U. Fonte: CubeSat Desing Especification (2009). 2.5 ÓRBITAS DE OPERAÇÃO DOS SATÉLITES Morales (2014) define que os satélites que orbitam a terra operam dentro de quatro órbitas, as quais são denominadas na Tabela 2. Nomenclatura Altitude de operação Órbita Terrestre Baixa – Low Earth Orbit (LEO): Até 2.000 km de altitude Órbita Terrestre Média – Medium Earth Orbit (MEO): 2.000 km até 36.000 km de altitude Órbita Terrestre Geoestacionária – Geoestationary Earth Orbit (GEO): Aproximadamente 36.000 km de altitude Órbita Terrestre Alta – High Earth Orbit (HEO): Superior a 36.000 km de altitude Tabela 2 - Denominação das órbitas terrestres. Fonte: Autoria Própria, 2019. A determinação de órbita de um satélite artificial baseia-se em estimar a posição e a velocidade do satélite em um dado instante, com certa precisão, em relação a um referencial (Morales, 2014). A Figura 7 ilustra as órbitas de operação dos satélites. Figura 7 - Exemplo de órbitas de operação de sátelites. Fonte: Morales (2014). 3 METODOLOGIA Tomando como modelo o método de Montagem, Integração e Teste (MIT) de um satélite artificial, desenvolvido pelo laboratório de integração e testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o qual corresponde a um conjunto de procedimentos e execução de uma sequencia de eventos logicamente inter-relacionados, com o objetivo de obter um alto grau de confiança no funcionamento do satélite, ou seja, garantir que todos os parâmetros de projeto e de desempenho especificados serão alcançados. Dessa forma, a metodologia foi dividida em três etapas, sendo elas: Análise dos sistemas de suprimento de energia (células fotovoltaicas e baterias), Dimensionamento do sistema de comunicação (PCI e hardwares dedicados) e por fim, o sistema estrutural do satélite. Ainda de acordo com o laboratório de integração e testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em MIT, o termo teste está relacionado a toda a sequência de ensaios realizados como intuito de verificar se os requisitos de projeto são satisfeitos. Nesta etapa são definidos dois planos para realização de testes no primeiro plano está o provedor de alimentação aos subsistemas do CubeSat. No segundo plano encontra-se o elemento que realizará o armazenamento da energia gerada, concluindo então toda a análise dos sistemas de suprimento de energia. Assim sendo, o primeiro passo é a definição da célula solar a ser utilizada, quantidade e sua tipologia de conexão (série ou paralelo). Em seguida é definido a bateria cujo critério mínimo é sua capacidade de armazenamento superior a capacidade de produção de energia do CubeSat. O termo integração compreende a interligação e verificação funcional entre as unidades, que formam um subsistema, e entre os subsistemas, que compõe o sistema satélite, obtendo assim, um conjunto harmonioso que cumpra os requisitos de projeto. Nesta etapa o sistema de comunicação do CubeSat foi projetado empregando uma placa de prototipagem (Arduino Uno), composto por um microcontrolador Atmega328 Dip, que no sistema é responsável pela criptografia do sinal e pela sintonia fina entre os receptores e transmissores. A estrutura do CubeSat foi projetada empregando o software SolidWorks®, sendo ele um CAD (computer-aided design), utilizado no desenvolvimento de projetos com objetivo de validar conceitos e otimizar o processo de produção, diminuir custos e tempo de fabricação. Primeiramente foi desenvolvido as peças constituintes da estrutura do CubeSat, apresentado na Figura 12. Posteriormente desenvolvendo toda a montagem da estrutura mecânica do CubeSat. Figura 8 – Área de trabalho no SolidWorks® da estrutura lateral do CubeSat. Fonte: Autoria própria, 2019. A estrutura completa é originada a partir da ferramenta de posicionamento, criando correlações entre as peças com o objetivo de gerar a estrutura final. A figura 13 ilustra a estrutura completa do CubeSat após a sua montagem. Figura 9 – Área de trabalho do SolidWorks® da Estrutura completa do CubeSat. Fonte: Autoria própria, 2019. Em cada órbita o satélite passara por regiões de exposição ao sol, penumbra (região de transição entre o sol e a sombra) e umbra (sombra da terra), ocasionando a variação de temperatura ao longo da estrutura. Dessa forma, será realizada uma simulação da transferência de calor por condução (regime permanente) na estrutura para uma região de transição assumindo que a parte superior (peça superior) estará a 70 ºC e a parte inferior (peça inferior) a -40 ºC. 4 EXPERIMENTOS E RESULTADOS 4.1 SISTEMA DE SUPRIMENTO DE ENERGIA Conforme descrito na metodologia as células solares devem possuir especificações para operação espacial. Dentro deste contexto a célula fotovoltaica escolhida para o sistema de suprimento de energia do CubeSat foi uma célula com boa eficiência (17%), tamanho adequado (área de 15,9 cm²), de modo a melhor atender as necessidades dos subsistemas do CubeSat. Os dados da célula podem ser vistos na Tabela 3, enquanto que na tabela 4 são evidenciados os dados da área de ocupação das células fotovoltaicas. Dados de placa Pico de tensão: 5 V Pico de corrente: 40 mA Dimensões: 53x30 mm Tabela 3 – Dados de placa da célula fotovoltaica. Fonte: Autoria própria, 2019. Na figura 14, é ilustrado a distribuição das células solares desenvolvido no SolidWorks® para o projeto CubeSat. Painéis Células por painel Nº total de células Área de cada célula (m²) Área total das células (m²) 5 2 10 0,00159 0,0159 Tabela 4 – Dados da área de ocupação das células fotovoltaicas. Fonte: Autoria própria, 2019. Figura 10 – Distribuição dos painéis solares na estrutura do CubeSat. Fonte: Autoria própria, 2019. 4.1.1 ESPECIFICAÇÃO DA BATÉRIA DO CUBESAT Tendo como base a potencia máxima que pode ser gerada pelo CubeSat é possível especificar a bateria que constituirá o sistema de suprimento de energia. Como a potência máxima gerada pelos painéis solares é aproximadamente 2W e a geração de energia deve ser armazenada nas baterias, para só então ser distribuída para os subsistemas, a bateria não poderá armazenar uma potência inferior a geração, garantindo a segurança do subsistema gerador. Dessa forma foi feita a opção por uma bateria de Íon de Lítio representada na Figura 15, apresentando uma configuração de conexões em série e adicionando um regulador de tensão em sua saída para os subsistemas do CubeSat, com seus dados técnicos na Tabela 5. Figura 11 - Bateria Recarregável Lítio 9800mah 3.7v Fonte: Autoria própria, 2019. Informações Técnicas Bateria modelo: 18650 Tensão: 3,7 V Capacidade: 4200 mAh Sistema de segurança: Não possui chip Ponto de proteção de sobrecarga: 4,2 V Ponto de proteção de descarga: 2,7 V Dimensões: 180 mm x 66 mm Peso: 26 g Tabela 5 – Informações técnicas da bateria de Íon de Lítio. Fonte: Autoria própria, 2019. 4.2 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO Os componentes eletrônicos responsáveis pela transmissão e coleta de informações é o módulo RF 433mhz, composto por um transmissor (MX-FS-03V) e um receptor (MX-05V), representado pela Figura 16. Figura 12 – Modulo RF 433 mhz. Fonte: EverPi (http://blog.everpi.net). Para uma maior segurança de comunicação foi utilizado o microcontrolador Atmega328 Dip, responsável pela codificação e decodificação dos sinais. As configurações nos arduinos devem ser idênticas, caso contrário, a comunicação não funcionará. Estes microcontroladores servem para "criptografar" o sinal, a fim de evitar que outros transmissores interfiram ou atuem no circuito. Os componentes eletrônicos utilizados podem ser observados na Tabela 6. Quantidade Componente 2 Modulo RF de 433Mhz (Emissor/Receptor) 3 Arduinos UNO Tabela 6 – Lista de componentes necessários para o sistema de comunicação. Fonte: Autoria própria. 4.3 SISTEMA ESTRUTURAL DO CUBESAT O sistema estrutural do CubeSat teve sua realização através do processo de manufatura aditiva, também conhecida como impressão 3D, a qual configura-se como a confecção de objetos de geometria complexa a partir de uma modelagem realizada no computador. Para este tipo de manufatura foi feita a opção por um filamento de plástico, o acrilonitrila butadieno estireno (ABS), no qual o fato de ser mais resistente do que o ácido polilático (PLA) significa que as peças terão uma vida útil maior, além de sua maior resistência à temperatura, evitando dessa forma preocupações futuras. Depois de configuradas todas as informações de exposição ao sol da estrutura apresentadas anteriormente, é obtido como resultado o estudo térmico da temperatura para as condições especificas de uma região de transição, conforme apresentado na Figura 17. Figura 13 – Estudo térmico da modelagem estrutural do CubeSat. Fonte: Autoria própria, 2019. Observa-se na Figura 17 a distribuição de temperatura em regime permanente, ou seja, não variando no tempo, possuindo uma temperatura média em torno de 15ºC no centro da estrutura onde a condutividade térmica do alumínio 5052-H38 (137 W/(m^2.K)) e as condições iniciais de temperatura (70ºC e -40ºC) são responsáveis pelo fenômeno de condução. 5 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES O presente trabalho teve como objetivo realizar o desenvolvimento conceitual e prático do sistema de suprimento de energia, sistema de comunicação através do sinal de Rádio frequência e do sistema estrutural do CubeSat, analisando e especificando os equipamentos e materiais necessários para seu dimensionamento e construção. O sistema de suprimento de energia constituído pelas células solares e bateria foi dimensionado para que o mesmo possa gerar uma máxima energia possível. Os elementos descritos anteriormente desempenharão a função de conversão e armazenamento de energia, concluindo assim o sistemade suprimento de energia do CubeSat projetado para operar na região da baixa órbita terrestre conforme descrito nos resultados. O sistema estrutural desenvolvido na plataforma do SolidWorks® supre as necessidades do projeto em sua primeira versão, possuindo um material adequado e uma composição simples de fácil montagem e desmontagem, conforme o esperado. Em sua análise de elementos finitos realizada através da Toobox simulation do SolidWorks®, empregando como material uma liga de alumínio 5052-H38, foi obtido como resultado uma distribuição de temperatura em regime permanente, onde as condições iniciais de temperatura (70ºC e -40ºC) são responsáveis pelo fenômeno de condução. O sistema de comunicação apresentou algumas perdas de sinal durante sua fase de teste utilizando apenas os módulos RF 433Mhz, entretanto, facilmente corrigido ao empregar uma placa de prototipagem (Arduino Uno), composto por um microcontrolador Atmega328 Dip, responsável pela criptografia do sinal e pela sintonia fina entre os receptores e transmissores, dessa forma, alcançando uma comunicação assertiva e de longo alcance. Em suma os resultados apresentados neste trabalho condizem com os objetivos pretendidos, possibilitando a aplicação de diversos conhecimentos adquiridos durante a graduação e proporcionando a participação em todas as etapas que compreendem um projeto, desde a concepção inicial até o desenvolvimento e construção dos sistemas que compreendem o CubeSat. O atual estudo serviu como uma ferramenta de aprendizado eficaz, uma vez que existe a necessidade da construção de um equipamento para a transmissão de dados de informações e comandos do espaço a outros dispositivos. Como objetivo futuro para este trabalho, busca-se um maior detalhamento de projeto e especificações para a submissão do mesmo a competição CubeDesign, realizada pelo grupo de capacitação tecnológica em Engenharia Espacial (CTEE), do curso de pós-graduação em engenharia e tecnologia espaciais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. Informação e Documentação - Referências - Elaboração. Rio de janeiro: ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2002. CAMARGO, J. A. M. A influência do shot peening e das anodizações crômica, sulfúrica e dura sobre a resistência à fadiga da liga Al 7050 - T7451 de uso aeronáutico. Guaratinguetá. 2007. CARVALHO, A. L. M. Comportamento mecânico das ligas de alumínio7010-T74 e 7050- T7451 de aplicação aeronáutica. Guarantinguetá. 1999. CAVALCANTE, H. R. G. Aquisição de frequência em sinais de satélites de baixa órbita por meio do critério da máxima correntropia, Natal, 16 Fevereiro 2018. 71. CLARK, D. D. Overview of the argos system. ‘OCEANS’89. Proceedings’,: IEEE, v. 03, 1989. 934–939 p. CLARK, S. A chat with Bob Twiggs, father of the CubeSat. SPACEFLIGHT NOW, 2014. Disponivel em: <https://spaceflightnow.com/news/n1403/08cubesats/#.WF-8ulN95jE>. Acesso em: 03 Abril 2019. COSTA, R. L. Subsistema de Suprimento d eenergia para o Nanosatc-BR: Geração e Armazenamento de Energia. Santa Maria. 2009. DELGADO, J. D. B. Gestão da Qualidade Total Aplicada ao Setor do Fornecimento da Energia Elétrica. Portugal. 2002. DOS SANTOS, W. O Desenvolvimento de CubeSats no Brasil. SeCiAer - Seminário de Serviços Científicos e Aeronáuticos. São josé dos campos: [s.n.]. Outubro 2018. p. 29. KULU, E. O que é um CubeSat e outros picosatélites? Banco de dados Nanosats, 2019. Disponivel em: <https://www.nanosats.eu/cubesat>. Acesso em: 03 Abril 2019. MORALES, M. Sistemas de comunicacion: Satelites, 12 Julho 2014. Disponivel em: <http://mariolmorales.mex.tl/982624_S-de-C-Satelites.html>. MURI, P.; MCNAIR, J. A Survey of Communication Sub-systems for Intersatellite Linked Systems and CubeSat Missions. JOURNAL OF COMMUNICATIONS, p. 290-309, 2012. PALEROSI, A. C. Projeto e Análise de Estrutura para Satélites. São José dos Campos. 2009. PROTZEK, M. A.; DESCARDECI, J. R. COMUNICAÇÕES POR SATÉLITE - TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO, MULTIPLEXAÇÃO E DE ACESSO. Revista Cientifíca Periódica - Telecomunicações, v. 04, n. 02, p. 17, 2001. ROLA, M. C. RELATÓRIO FINAL DE PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA. Bagé. 2014. VERHAGE, P. CubeSats. NUTS AND VOLTS, v. I, n. December 2014, p. 72-74, 2014. VERHAGE, P. CubeSats - Part 2: The Basic Subassemblies. NUTS AND VOLTS, v. II, n. February 2015, p. 68-71, 2015. VERHAGE, P. CubeSats - Part 3: Attitude and Velocity. NUTS AND VOLTS, v. III, n. April 2015, p. 70-73, 2015. VERHAGE, P. CubeSats - Part 4: Some Programs to Lounch CubeSats. NUTS AND VOLTS, v. IV, n. June 2015, p. 68-70, 201.
Compartilhar