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Resumo Inquérito Policial

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INQUÉRITO POLICIAL 
1. A Persecução Criminal 
 
A persecução criminal para a apuração das infrações penais e sua respectiva 
autoria comporta duas fases bem delineadas. A primeira, preliminar, inquisitiva, 
é o inquérito policial. A segunda, submissa ao contraditório e à ampla defesa, é 
denominada de fase processual. 
 
De acordo com Frederico Marques, a persecução penal (persecutio criminis) tem 
duas fases distintas. A ação penal consiste no pedido de julgamento da 
pretensão punitiva, enquanto a primeira é atividade preparatória da ação penal, 
de caráter preliminar e informativo. 
 
 O inquérito policial é um instrumento de caráter instrumental, uma 
instrumentalidade preliminar, cujo objetivo é esclarecer previamente os 
fatos tidos por delituosos, antes do ajuizamento da ação penal. 
 
(...) o poder direto de seleção, isto é, o poder de definir quem serão as pessoas 
criminalizadas, (...), pertence muito mais às agências policiais do que às agências 
judiciais, necessariamente condicionadas e limitadas aos casos que passam pelo filtro 
das agências policiais. (RAMALHO JÚNIOR, Elmir Duclerc. Introdução aos 
Fundamentos do Direito Processual Penal. Florianópolis, SC: Empório do Direito, 
2016, p. 23) 
 
 A diferença mais marcante, que separa a atuação do Judiciário e da 
Polícia Judiciária, é a disparidade entre o sistema acusatório, no qual há 
uma divisão entre os papéis de acusação, defesa e julgamento, havendo 
a possibilidade de o acusado influir no mérito da causa, e o sistema 
inquisitório. 
 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL 
 
De acordo com a Constituição em seu art. 144, (...) § 4º Às polícias civis, dirigidas por 
delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as 
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. Já o 
Código de Processo Penal dispõe, em seu art. 4º, que a polícia judiciária será exercida 
pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim 
a apuração das infrações penais e da sua autoria 
 
TERMINOLOGIA: 
Lopes Júnior e Gloeckner1 afirmam ser a terminologia “instrução preliminar” mais 
adequada que “investigação preliminar”. Para tanto, valem-se os autores da etimologia 
da palavra instrução, oriunda do latim instruere, que significa ensinar, informar2. 
Ferrajoli3 chama atenção para o fato de a polícia se utilizar de uma série de poderes 
instrutórios, capazes de produzir provas, o que acaba retirando da justiça o monopólio 
da persecução penal.4 
 
Portela aponta como possível explanação para a etimologia da palavra História, a 
seguinte explicação: “conhecer por inquérito, narrativa” (PORTELLA, Oswaldo. 
Vocabulário Etimológico Básico do Acadêmico de Letras. Disponível em: <http: 
revistas.ufpr.br/letras/article/download/19320/12605>. 
 
No Brasil, a definição legal do inquérito policial não consta claramente em nenhum artigo 
do CPP e, para ser obtida, deve-se atentar para as definições constantes nos artigos 4º 
e 6º do CPP, de modo que é a atividade desenvolvida pela polícia judiciária com a 
finalidade de averiguar o delito e sua autoria (LOPES JÚNIOR, Aury; GLOECKNER, 
Ricardo. Investigação Preliminar no Processo Penal. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p.89). 
 
 O destinatário da investigação será o Ministério Público ou o acusador 
privado (requerimento do art. 5º, §5º). Esclarece o art. 12 que o inquérito 
policial deverá acompanhar a ação penal quando sirva de base para ela 
e que o promotor (art. 16) não poderá requerer a sua devolução à polícia, 
salvo para a realização de diligências imprescindíveis para oferecer a 
denúncia. 
 
 
1 LOPES JÚNIOR, Aury; GLOECKNER, Ricardo. Investigação Preliminar no Processo Penal. 6. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2014, p. 88. 
2. 
3 FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: teoria do garantismo penal. 3. ed., rev. São Paulo: Editora Revista 
dos Tribunais, 2002, p.634. 
4 De acordo com a citação literal: “(...) As medidas cautelares de polícia consistem numa longa série de 
poderes instrutórios autônomos, paralelos àqueles de competência da magistratura, que, por vezes, as forças 
policiais podem exercitar sem autorização prévia ou mandado da autoridade judiciária, em derrogação ao 
monopólio da função jurisdicional. (...) Estes poderes que, no seu conjunto, configuram um completo 
sistema de direito processual (...), são de competência da "polícia judiciária". (FERRAJOLI, Luigi. Direito 
e Razão: teoria do garantismo penal. 3. ed., rev. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 634.). 
Quanto à natureza jurídica do inquérito policial, salientam Lopes Júnior e 
Gloeckner5 que a análise da função, a estrutura e o órgão encarregado apontam para a 
categoria jurídica afeta à investigação preliminar. Para classificá-la, o autor citado leva 
em conta “a natureza jurídica dos atos predominantes”, uma vez que, mesmo um 
procedimento claramente administrativo como o inquérito comporta atos judiciais, 
a exemplo da intervenção do juiz em relação à adoção de medidas restritivas de 
direitos fundamentais 
 
Normatização da investigação criminal, conduzida por Delegado de Polícia, 
prevista na Lei n. 12.830/2013: 
 
Art. 2º (...) § 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, 
cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou 
outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das 
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. 
 
Dispõe o Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/94) que ao advogado são garantidas as seguintes 
prerrogativas: (...) XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir 
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer 
natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e 
tomar apontamentos, em meio físico ou digital (...) XXI - assistir a seus clientes investigados 
durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou 
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele 
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apuração. a) apresentar razões e quesitos. (...). 
 
CARACTERÍSTICAS DETERMINANTES: 
O processo penal, em teoria, pode prescindir da investigação preliminar. Porém, a 
investigação preliminar existe para o processo 
 
a) Sujeitos: inicialmente, não existem partes na investigação, senão meros 
sujeitos. Ressalte-se que, na investigação preliminar, esta pode surgir e se 
desenvolver quase que sem a presença do investigado, ao contrário do que 
acontece no processo. 
 
5 LOPES JÚNIOR, Aury; GLOECKNER, Ricardo. Investigação Preliminar no Processo Penal. 6. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2014, p. 91. 
b) Objeto: é muito distinto daquele que se ocupará o processo penal, pois, se o 
objeto do processo é a pretensão acusatória, na instrução preliminar será a 
notitia criminis. 
c) Atos: o contraditório e a ampla defesa estão muito limitados na fase pré-
processual, ao contrário do que ocorre em juízo. Além disso, a forma dos atos 
da instrução processual está marcada pela escritura e sigilo 
 
 Importante: a investigação preliminar deve ser considerada um iter, uma 
situação intermediária que serve de elo entre a noticia criminis e o 
processo penal. 
 
 
Outras investigações criminais: 
Nos termos do art. 4º, parágrafo único do CPP, entende-se que o inquérito policial 
(espécie) não é a única forma de investigação criminal (gênero). Há outras formas de 
investigação preliminar, distintas do inquérito policial, por exemplo: 
 
1) Inquérito por crime praticado por juiz ou promotor de justiça é presidido 
pelo respectivo órgão de cúpula – Tribunal de Justiça ou Procuradoria de 
Justiça (art. 33, parágrafo único da LC 35/79 – Lei Orgânica da Magistratura e 
art. 41, parágrafo único da Lei 8.652/93– LOMP. 
2) Inquérito parlamentar é presidido pela Comissão Parlamentar de Inquérito, 
a CPI(art. 58, §3º da CF/88. 
3) Investigação de autoridades por foro de prerrogativa de função – Por 
exemplo, o STJ tem competência para investigar os desembargadores 
 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
1) Inquisitivo: com a finalidade de se fomentar a agilidade da investigação, no 
inquérito policial, não há contraditório nem ampla defesa. 
2) Procedimento escrito (art. 9º CPP). 
3) Sigiloso (art. 20, CPP) 
4) Oficialidade: o inquérito deve ser presidido por órgão oficial, no caso, a polícia 
judiciária (art. 144, §§ 1º, I e IV da CFRB 
5) Autoritariedade: presidido por autoridade 
6) Oficiosidade: 
7) Indisponibilidade: a autoridade policial não pode determinar o arquivamento do 
IP.

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