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Logoterapia

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Boa noite!
Começaremos 19:10.
Logoterapia
Victor Frankl
Viktor Emil Frankl (Viena, 26/03/1905 - 02/09/1997) médico psiquiatra austríaco, fundador da escola da Logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência.
http://http://citadino.blogspot.com.br/2007/10/bergen-belsen-um-campo-de-convalescena.html
Victor Frankl
1942 - Viktor, sua mulher grávida e família, por serem judeus, são deportados para diferentes campos de concentração (Auschwitz, Dachau, Bergen-Belsen) na Segunda Guerra Mundial. 
Sua mulher, seus pais e irmão morreram no Holocausto nazista. Esta experiência pessoal desumanizadora será marcante em sua obra terapêutica e em seus escritos, tendo sido capaz de manter a liberdade do espírito 
EM BUSCA DE SENTIDO
 Um Psicólogo no Campo de Concentração
É a história de um campo de concentração visto de dentro, contada por um dos seus sobreviventes. 
Não são descritos os grandes horrores (já bastante denunciados; embora nem sempre se acredite neles), mas sim as inúmeras pequenas torturas. 
5
Seleção ativa e passiva
O não-iniciado que olha de fora, sem nunca ter estado num campo de concentração, geralmente tem uma ideia errada da situação num campo destes. 
Imagina a vida lá dentro de modo sentimental, simplifica a realidade e não tem a menor ideia da feroz luta pela existência, mesmo entre os próprios prisioneiros e justamente nos campos menores. 
É violenta a luta pelo pão de cada dia e pela preservação e salvação da vida. 
Luta-se sem dó nem piedade pelos próprios interesses, sejam eles do indivíduo ou do seu grupo mais íntimo de amigos.
6
Ensaio psicológico
Quando o ex-prisioneiro 119104 tenta descrever agora o que vivenciou como psicólogo no campo de concentração, é preciso observar de antemão que naturalmente ele não atuou ali como psicólogo, nem mesmo como médico (a não ser durante as últimas semanas). 
Cumpre salientar este detalhe, porque o importante não será mostrar o seu modo de vida pessoal, mas a maneira como precisamente o prisioneiro comum experimentou a vida no campo de concentração. 
7
Ensaio psicológico
Não é sem orgulho que digo não ter sido mais que um prisioneiro "comum", nada fui senão o simples nº 119104. 
A maior parte do tempo estive trabalhando em escavações e na construção de ferrovias. 
Enquanto alguns poucos colegas de profissão tiveram a sorte de ficar aplicando ataduras improvisadas com papel de lixo em postos de emergência dotados de algum tipo de calefação, eu, por exemplo, tive de cavar sozinho um túnel por baixo de uma estrada, para a colocação de canos d'água. 
Isto para mim não deixou de ser importante, pois como reconhecimento deste "serviço prestado" recebi dois dos assim chamados cupons-prêmio; pouco antes do Natal de 1944. 
8
 Ensaio psicológico
É muito difícil fazer uma exposição metódica deste tipo de ensaio psicológico. 
A psicologia exige distanciamento científico. 
Será que a pessoa que experimentou a vida no campo de concentração teria o distanciamento necessário, durante a experiência, ou seja, na época em que precisou fazer as res- pectivas observações? 
Aquele que está de fora tem distanciamento, mas está distante demais do fluxo de vivência para poder colocar qualquer afirmação válida. 
Pode ser que quem esteve completamente envolvido tivesse muito pouco distan -ciamento para poder chegar a um julgamento bem objetivo. 
9
 Ensaio psicológico
Numa primeira classificação da enorme quantidade de material de observações sobre si mesmo ou sobre outros, do total de experiências e vivências passadas em campos de concentração, poderíamos distinguir três frases nas reações psicológicas do prisioneiro ante a vida no campo de concentração: 
a fase da recepção no campo, 
a fase da dita vida no campo de concentração e 
a fase após a soltura, ou melhor, da libertação do campo.
A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE AUSCHWITZ
A primeira fase se caracteriza pelo que se poderia chamar de choque de recepção. 
É preciso lembrar que o efeito de choque psicológico pode preceder à recepção formal, dependendo das circunstâncias. 
De repente, do amontoado de gente esperando ansiosamente no vagão, surge um grito: "Olha a tabuleta: Auschwitz!" 
Naquele momento não houve coração que não se abalasse. 
Todos sabiam o que significava Auschwitz. Esse nome suscitava imagens confusas, mas horripilantes de câmaras de gás, fornos crematórios e execuções em massa. 
11
 
 A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE AUSCHWITZ
Certa vez, éramos 1100 prisioneiros num único barra- cão (destinado a abrigar no máximo 200), esperando pelo transporte para campos menores, sentados, acocorados ou de pé, no chão de terra, passando frio e com fome. Não havia lugar para todos se sentarem, menos ainda para se deitarem. Num período de quatro dias recebemos uma única vez uma lasca de pão (de 150 gramas). Naquela ocasião presenciei, por exemplo, uma conversa em que o encarregado do barracão negociava um prendedor de grava ta, de platina, encravado de brilhantes, com um prisioneiro daquele grupo de elite. O grosso desses objetos, entretanto, acabava sendo trocado por aguardente que desse para divertir-se uma noite. Só sei de uma coisa: esses prisioneiros de muitos anos precisavam de álcool.
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA LOGOTERAPIA
A logoterapia se concentra mais no futuro, ou seja, nos sentidos a serem realizados pelo paciente em seu futuro. 
A logoterapia é, de fato, uma psicoterapia centrada no sentido. 
Ao mesmo tempo a logoterapia tira do foco de atenção todas aquelas formações tipo círculo vicioso e mecanismos retroalimentadores que desempenham papel tão importante na criação de neuroses. 
Assim é quebrado o autocentrismo (self center edness) típico do neurótico, ao invés de se fomentá-lo e reforçá-lo constantemente.
A logoterapia de fato confronta o paciente com o sentido de sua vida e o reorienta para o mesmo, e torná-lo consciente desse sentido pode contribuir em muito para a sua capacidade de superar a neurose.
 CONCEITOS DE LOGOTERAPIA
O termo "logos" é uma palavra grega, e significa "sentido"! 
A logoterapia, ou,chamada por alguns autores, a "Terceira Escola Vienense de Psicoterapia", concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido. 
A logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano. 
Por esta razão costuma falar de uma vontade de sentido, a contrastar com o princípio do prazer ou a vontade de prazer no qual repousa a psicanálise, e contrastando ainda com a vontade de poder, enfatizada pela psicologia adleriana através do uso do termo "busca de superioridade".
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Princípios fundamentais
Princípios fundamentais da logoterapia: 
A liberdade da vontade 
A vontade de sentido - vontade de poder (Nietzsche) e vontade de prazer (Frankl) estudadas pelas psicologias de Adler e Freud, respectivamente 
O sentido da vida - busca do sentido como uma cura para o sofrimento provocado pelo vazio existencial 
A vontade de sentido
A busca do indivíduo por um sentido é a motivação primária em sua vida, e não uma "racionalização secundária" de impulsos instintivos.
Esse sentido é exclusivo e específico, uma vez que precisa e pode ser cumprido somente por aquela determina da pessoa. 
Somente então esse sentido assume uma importância que satisfará sua própria vontade de sentido. 
O que acontece, porém, é que o ser humano é capaz de viver e até de morrer por seus ideais e valores!
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Segundo Frankl, existiria no ser humano um desejo e uma vontade de "sentido". Ele percebe que seus pacientes não sofrem exclusivamente de frustrações sexuais (Freud) ou de complexos como o de inferioridade (Adler), mas também do que reputa ser o vazio existencial.
Para o analista, a neurose revelaria antes de mais nada um ser frustrado de sentido, o que o levou a concluir que a exigência fundamentaldo homem não é nem a emancipação sexual, nem a valorização do self, mas a "plenitude de sentido".
 Frustração existencial
A vontade de sentido também pode ser frustrada; neste caso a logoterapia fala de "frustração existencial". 
O termo "existencial" pode ser usado de três maneiras: 
(1) à existência em si mesma, isto é, ao modo especificamen te humano de ser; 
(2) ao sentido da existência; 
(3) à busca por um sentido concreto na existência pessoal, ou seja, à vontade de sentido.
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Frustração existencial
Frustração existencial também pode resultar em neuroses. 
Para esse tipo de neuroses a terapia cunhou o termo "neuroses noogênicas", a contrastar com as neuroses no uso habitual da palavra, isto é, as neuroses psicogênicas. 
Neuroses noogênicas têm sua origem não na dimensão psicológica, mas antes na dimensão "noológica" (do termo grego noos que significa "mente").
 Neuroses noogênicas
Neuroses noogênicas não surgem de conflitos entre impulsos e instintos, mas de problemas existenciais. 
Entre esses problemas, a frustração da vontade de sentido desempenha papel central.
É óbvio que em casos noogênicos a terapia apropriada e adequada não é a psicoterapia de um modo geral, mas antes a logoterapia; ou seja, uma terapia que ousa penetrar na dimensão especificamente humana.
A logoterapia considera sua tarefa ajudar o paciente a encontrar sentido em sua vida.
Na medida em que a logoterapia o conscientize do logos oculto de sua existên cia, trata-se de um processo analítico. 
Até esse ponto a logoterapia se assemelha à psicanálise. 
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 O vazio existencial
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O vazio existencial é um fenômeno muito difundido no século XX. 
É compreensível e pode ser atribuído a uma dupla perda sofrida pelo ser humano desde que se tornou um ser verdadeiramente humano. 
No início da história, o homem foi perdendo alguns dos instintos animais básicos que regulam o comportamento do animal e asseguram sua existência. 
Tal segurança, assim como o paraíso, está cerrada ao ser humano para todo o sempre. Ele precisa fazer opções. 
Acresce-se ainda que o ser humano sofreu mais outra perda em seu desenvolvimento mais recente. 
As tradições, que serviam de apoio para seu comportamento, atualmente vêm diminuindo com grande rapidez. 
 O vazio existencial
O vácuo existencial se manifesta principalmente num estado de tédio. 
É concreto que atualmente o tédio está causando e certamente trazendo aos psiquiatras mais problemas de que o faz a angústia.
E estes problemas estão se tornando cada vez mais agudos, uma vez que o crescente processo de automação provavelmente conduzirá a um aumento enorme nas horas de lazer do trabalhador médio. 
Lastimável é que muitos deles não saberão o que fazer com seu tempo livre.
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O sentido da vida
A busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano.
O sentido é relativo na medida em que se relaciona a uma pessoa específica, que está enredada numa situação específica.
Sentido é o significado que uma pessoa, única e irrepetível, dá a algo.
E o que motiva, o que move o ser humano à ação, são os seus valores.
O sentido é algo a ser encontrado e descoberto, não podendo ser criado ou inventado.
O sentido da vida
A vida de cada ser humano é absolutamente singular: ninguém pode repeti-la, ninguém pode viver a vida de ninguém, em virtude do caráter de unicidade da existência humana.
O sentido é relativo na medida em que se relaciona a uma pessoa específica, que está enredada numa situação específica.
Pode-se dizer que o sentido difere, primeiramente, de pessoa para pessoa e, depois, de dia para dia e, de fato, até de hora para hora.
 Sentido da vida
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Não se deveria procurar um sentido abstrato da vida. 
Cada qual tem sua própria vocação ou missão específica na vida; cada um precisa executar uma tarefa concreta, que está a exigir cumprimento. 
Nisto a pessoa não pode ser substituída, nem pode sua vida ser repetida. 
Assim, a tarefa de cada um é tão singular como a sua oportunidade específica de levá-la a cabo.
Uma vez que cada situação na vida representa um desafio para a pessoa e lhe apresenta um problema para resolver, pode-se, a rigor, inventar a questão pelo sentido da vida. 
 A essência da existência
Esta ênfase sobre a responsabilidade se reflete no imperativo categórico da logoterapia, que reza: "Viva como se já estivesse vivendo pela segunda vez, e como se na primeira vez você tivesse agido tão errado como está prestes a agir agora." 
 Parece que nada estimula tanto o senso de responsabilidade de uma pessoa como esta máxima, a qual a convida a imaginar primeiro que o presente é passado e, em segundo lugar, que o passado ainda pode ser alterado e corrigido.
Semelhante preceito a confronta com a finitude da vida e com o caráter irrevogável (finality) daquilo que ela faz de sua vida e de si mesma.
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O sentido da vida
¨De fato, prefiro falar da unicidade – mais do que de relatividade – do sentido. Esse caráter de algo único é uma característica não só de uma situação, mas da própria vida como um todo, já que esta se apresenta como uma sequência de situações únicas. Desse modo, o ser humano é único tanto em termos de essência como de existência.¨
O homem revela-se como ente que possui a particularidade e a capacidade de decidir, de agir e, portanto, de responsabilizar-se
A liberdade como uma capacidade de existir, ou seja, de sair de si mesmo e se lançar para o mundo, para o infinito
 O espírito como a categoria que irrompe e empreende o anseio do homem por transcender os limites da condicionalidade biológica, psicofísica e social da natureza humana
 
Moreira, JO; Oliveira,MC; Abreu, AKC Estrutura da Personalidade em Frankl: Introdução aos conceitos de psíquico, espírito e liberdade. Rev. Ciênc. Hum, Taubaté, 12:1, 51-60, 2006
http://berakacatialice.blogspot.com.br/2011_07_04_archive.html
Liberdade da vontade
A liberdade de vontade é empregada por meio de uma capacidade específica humana conhecida como “autodistanciamento”. Esta capacidade humana se refere à possibilidade de ver a si mesmo, se aceitando, adaptando e visualizando. De acordo com os ensinamentos de V. Frankl, isso nos dá liberdade diante de três fontes de influência:
Instintos;
Herança;
Meio ambiente.
Vontade de sentido
A vontade de sentido está bastante ligada à autotranscendência que caracteriza o ser humano. 
O indivíduo sempre aponta para além de si mesmo, para um sentido que, primeiramente, ele tem que descobrir e cuja plenitude deve alcançar.
Valores e sentido da vida
Valores de criação – HOMO FABER: o que o ser humano dá ao mundo, sob a forma de suas realizações, suas ”obras”, suas criações​.
Valores vivenciais – HOMO AMANS: o que o ser humano recebe do mundo, em termos de amor, afeto, encontros e experiências​.
Valores de atitude – HOMO PATIENS: a atitude que se toma, a postura que se adota diante da vida, confrontado com um destino que não se pode mudar​.
Ser humano significa ser, seja em face de um sentido a ser preenchido e, de valores a concretizar. ​
Isto é, trata-se de viver nesse campo de tensão estabelecido na relação existente entre a realidade e os ideais a serem materializados.
O homem vive por seus ideais e valores, e a existência humana não é autêntica, a menos que seja vivida de maneira autotranscendente.
Técnicas
Desreflexão: A desreflexão é usada quando uma pessoa é excessivamente absorvida em um problema ou na realização de um objetivo. Ao redirecionar a atenção ou desviar a atenção do “eu”, a pessoa pode se tornar completa pensando nos outros e não em si mesma.
Diálogo socrático: O diálogo socrático é uma técnica na qual o logoterapeuta usa as palavras da própria pessoa como um método de autodescoberta.
Intenção paradoxal
A “intenção paradoxal” é uma abordagem que pretende, a partir do problema identificado, propor o seu contrário. 
O paciente deve adquirir uma maneira diferente de atuação diante da sua problemática. 
O seu temor se transformaráem desejo paradoxal (numa constante ansiedade) e assim superará a angústia que o aflige (FRANKL, 2008, p. 147-148). 
Isto quer dizer: “o paciente é instruído a desejar (neurose de angústia) ou a propor-se (neurose compulsiva) exatamente aquilo que sempre tanto temia” (FRANKL, 1976, p. 19). 
Para a execução deste método é necessário que o paciente desenvolva a capacidade de autodistanciamento, que consiste em colocar-se do outro lado da sua pessoa para perceber o diferente. 
Esta atitude o proporcionará a visibilidade da sua neurose e a olhar para si mesmo como se fosse outro, mas que é ele mesmo percebendo sua real situação existencial. 
É, antes, uma prática terápica de alcance imediato, “um instrumento útil no tratamento de condições obsessivo-compulsivas e fóbicas, especialmente em casos com ansiedade antecipatória subjacente” (FRANKL, 2008, p. 150). 
A intenção paradoxal
 A intenção paradoxal não é uma panacéia. Não obstante, é um instrumento útil no tratamento de condições obsessi vo-compulsivas e fóbicas, especialmente em casos com ansiedade antecipatória subjacente. 
 "Muito embora a psicoterapia tradicional tenha insistido em que as práticas terapêuticas precisam basear-se em constatações etiológicas, é possível que certos fatores causem neuroses durante a primeira infância, e que fatores completamente diferentes remediem neuroses durante a vida adulta.“ (Edith WEISSKOPF-JOELSON, Some Comments on a Viennese School of Psychiatry, The Journal of Abnormal ond Social Psycho logy, 51:701-3,1955.)
36
Logoterapia
Logoterapia procura criar no paciente uma consciência plena de sua própria responsabilidade; por isso precisa deixar que ele opte pelo que, perante “que” ou perante “quem” ele se julga responsável. 
Eis por que um logoterapeuta é, dentre todos os psico terapeutas, o que menos se vê tentado a impor julgamentos de valores a seus pacientes, porque jamais permitirá a ele transferir ao médico a responsabilidade de ajudar.
Por isso é o paciente quem decide se deve interpretar a tarefa de sua vida como pessoa responsável perante a sociedade ou perante a sua própria consciência. 
37
Logoterapia não é instrução nem pregação. 
Em sentido figurado, o papel do logoterapeuta é antes o de um oculista que de um pintor. 
O pintor procura transmitir-nos uma ima- gem do mundo como ele o vê; o oftalmologista procura capacitar-nos a enxergar o mundo como ele é na realidade. 
38
Logoterapia
De acordo com a logoterapia, podemos descobrir este sentido na vida de três diferentes formas: 
1. criando um trabalho ou praticando um ato; 
2. experimentando algo ou encontrando alguém;
3. pela atitude que tomamos em relação ao sofri mento inevitável. 
 A primeira é o caminho da realização. 
A segunda e a terceira necessitam de uma melhor elaboração.
 A segunda maneira de encontrar um significado na vida é experimentando algo - como a bondade, a verdade e a beleza, experimentando a natureza e a cultura ou, ainda, experimentando outro ser humano em sua originalidade própria - amando-o.
39
 O sentido do amor
Amor é a única maneira de captar outro ser humano no íntimo da sua personalidade. 
Ninguém consegue ter consciência plena da essência última de outro ser humano sem amá-lo. 
Por seu amor a pessoa se torna capaz de ver os traços característicos e as feições essenciais do seu ama do; mais ainda, ela vê o que está potencialmente contido nele, aquilo que ainda não está, mas deveria ser realizado. 
Na logoterapia o amor não é interpretado como mero fenômeno de impulsos e instintos no sentido de uma assim chamada sublimação. O amor é um fenômeno tão primário como o sexo. Normalmente sexo é uma modalidade de expressão do amor. O sexo se justifica e é até santificado no momento em que, porém apenas enquanto for veículo do amor. 
40
 O sentido do sofrimento
Existem situações em que se está impedido de trabalhar ou de gozar a vida; o que, porém, jamais pode ser excluído é a inevitabilidade do sofrimento. 
Ao aceitar esse desafio de sofrer com bravura, a vida recebe um sentido até o seu derradeiro instante, mantendo este sentido literalmente até o fim. 
Em outras palavras, o sentido da vida é um sentido incondicional, por incluir até o sentido potencial do sofrimen to inevitável.
41
 A transitoriedade da vida
Entre as coisas que parecem tirar o sentido da vida humana estão não apenas o sofrimento, mas também a morte.
Os únicos aspectos realmente transitórios da vida são as potencialidades; porém no momento em que são realizadas, elas se transformam em realidades; são resgatadas e entregues ao passa do, no qual ficam a salvo e resguardadas da transitoriedade. Isto porque no passado nada está irremediavelmente perdido, mas está tudo irrevogavelmente guardado.
 Sendo assim, a transitoriedade da nossa existência de forma alguma lhe tira o sentido. No entanto ela constitui a nossa responsabilidade, porque depende de nos conscien tizarmos das possibilidades essencialmente transitórias. 
42
 O ser humano não é uma coisa entre outras; coisas se determinam mutuamente, mas o ser humano, em última análi se, se determina a si mesmo. Aquilo que ele se torna - dentro dos limites dos seus dons e do meio ambiente - é ele que faz de si mesmo. 
 A pessoa humana tem dentro de si ambas as potencia lidades; qual ser concretizada, depende de decisões e não de condições.
 Nossa geração é realista porque chegamos a conhecer o ser humano como ele de fato é. Afinal, ele é aquele ser que inventou as câmaras de gás de Auschwitz; mas ele é também aquele ser que entrou naquelas câmaras de gás de cabeça erguida, tendo nos lábios o Pai-nosso ou o Shem Yisraet.
43
“Quem tem um porque,
enfrenta qualquer como”
Viktor Emil Frankl
 
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