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Economia Política – Resumo Completo para Provas Fonte: AjudaJurídica.com e Universidade Estácio de Sá A DISCIPLINA: é a ciência que estuda as relações sociais de produção, circulação e distribuição de bens materiais que visam atender as necessidades humanas, identificando as leis que regem tais relações. NOÇÕES DE ECONOMIA DE MERCADO: A relação da Economia com o conhecimento jurídico. Importância do estudo da Economia para o Curso de Direito. Conceituação básica. Sistemas econômicos. Fatores de Produção. Problemas Econômicos Fundamentais. Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A relação da Economia com o conhecimento jurídico. Ao iniciar o estudo do Direito o discente vê como uma das suas disciplinas Economia Política. Sendo frequente, no decorrer dos anos, a indagação de: qual a relação que há entre estas duas áreas? A estranheza sentida por alguns, não é de todo infundada, mas se deve muito mais pelos rumos que estas duas áreas das ciências sociais tomaram no decorrer do tempo do que pelos fundamentos que as sustentam e as fazem ser tão relevantes para a sociedade. Contudo, tanto o direito, quanto a economia, se originam do mesmo conjunto de questões, pois são frutos da tentativa humana de entender como os indivíduos se organizam socialmente e produtivamente, como se entendem e como formulam o entendimento sobre o outro. Suas origens estão, portanto, nos primeiros textos filosóficos, sendo o campo da Filosofia sua origem comum. O objeto de estudo do direito enquanto área do conhecimento é a relação humana, ou seja, o conjunto de relações que ocorrem entre os seres humanos que se comunicam (as relações sociais), pois indivíduos isolados, que não possuem outros seres humanos para se relacionarem, não travam este conjunto de relações. A valoração jurídica é relativa à relação humana na medida em que o comportamento de um indivíduo se defronta com os comportamentos intercomplementares dos outros indivíduos, sendo esta uma relação intersubjetiva, pois ocorre entre mais de um. As leis, como são conhecidas, disciplinam ou buscam disciplinar a relação humana, ou seja, as formas como os indivíduos travam (ou devem travar) as suas relações sociais. A análise jurídica destas relações cria uma norma de dever-ser, regras e regulamentos, que podem ser explícitos ou tácitos. Estabelecem a forma e o conteúdo através dos quais aquelas relações são válidas e aceitas, além de estudar o conjunto das normas já criadas. Assim, estas normas de dever-ser estabelecem de que forma as relações devem ser travadas entre os indivíduos e de que forma passam a ser aceitas por estes. De acordo com cada época e/ou lugar a relação jurídica apresenta conteúdos diferentes, podendo ser interpretada tanto como a representação dos interesses coletivos, como reflexo dos interesses da classe dominante. No entanto, tanto de uma como de outra, a relação jurídica vêm acompanhado e, algumas vezes, buscando condicionar as transformações ocorridas na forma como os indivíduos se relacionam. Portanto, a Norma Jurídica representa o conjunto de todos os contextos de relações jurídicas expressas na manifestação da vontade social, sendo o direito o reflexo do entendimento dos indivíduos em cada época e em cada local, como o resultado daquilo que é considerado melhor, mais adequado e mais justo. É neste contexto de transformações das relações sociais que o direito e a economia se apresentam de forma inter-relacionada, pois é no bojo das transformações ocorridas nas relações entre senhores e servos no final da Idade Média, que a valorização de cada pessoa como dotada de uma individualidade própria, passa a definir o direito de SER, valorizando cada um como um indivíduo provido de direitos que são extensivos a todos de forma igual, formulando a idéia de individualidade, fundamento básico para a criação de uma nova categoria social, a dos cidadãos, distinta da dicotomia até então vigente nobreza ou servos. Contudo, estes direitos individuais consagrados nos primeiros códigos civis, se centralizavam em torno das garantias do direito de propriedade, o direito de TER, na medida em que tinham como fundamento básico a garantia das transformações sociais em curso, marcadas pela decadência econômica e política da nobreza e pela ascensão dos homens livres por suas atividades comerciais mercantis. Nestes termos, o direito de ser vinculava-se ao direito de ter, na medida em que somente aqueles dotados de individualidade e, portanto, de direitos, poderiam ser identificados como capazes de possuir, isto é, de ter propriedades e estas serem respeitadas. As ideias contidas na construção deste indivíduo atomizado, criatura única, possuidora de direitos, podem ser claramente identificadas nos primeiros textos da economia moderna (pós Idade Média), conhecidos como Liberalismo Econômico, que pregavam a autonomia do indivíduo em suas atividades empresariais e a liberdade de realizarem suas transações como bem entendessem, sem qualquer intervenção. Contudo, o processo de transformações sociais em curso se deu de forma que os direitos individuais e, portanto, o indivíduo atomizado, cedesse lugar a ideia do indivíduo como componente de um coletivo: uma comunidade onde os interesses do todo (coletivo) passaram a se sobrepor aos interesse s individuais, fazendo com que indivíduos dotados de direitos fossem também dotados de obrigações. Passando a regra jurídica a ser um instrumento do desenvolvimento econômico e não mais a busca da consagração da perfeição das relações humanas em regras de como deve/ser as relações entre os indivíduos se transformando num instrumento para alcançar o bem -estar econômico coletivo, expresso no desenvolvimento econômico, na ampliação da riqueza e na prosperidade comum. Importância do estudo da Economia para o Curso de Direito. Economia e Direito A importância do estudo da Economia para o Curso de Direito é fornecer uma visão das principais questões econômicas de tal forma que se possa ter uma melhor compreensão da realidade econômica e suas relações com as Normas Jurídicas. O direito em geral desempenha uma função importante na organização da atividade econômica. Princípios legais que estão por trás das medidas de política econômica é parte integrante do presente estudo, e serão analisados durante as diversas unidades. Como exemplo, pode-se citar a intervenção por parte do governo em atividades econômicas como Oligopólios e Monopólios. Conceitos como escolha, necessidades, recursos, escassez, produção e distribuição fazem parte tanto do direito como da economia. Como esses termos se relacionam com o campo do direito? Qual a sua relevância para o estudo do direito? Estas são algumas das questões a serem abordadas ao longo do curso. No entanto, toda decisão de intervenção seja ela política, econômica e/ou jurídica por parte de qualquer agente da sociedade deve sempre objetivar o bem estar social. Fatos, Fenômenos e Leis Econômicas. Quando se observa a existência de fatos ou fenômenos econômicos como a troca, o trabalho, e a moeda, e quando esses fatos ou fenômenos estão ligados entre si por relações constantes e conhecidas surgem às leis econômicas. Registrar fatos e fenômenos econômicos procurando estabelecer entre eles as relações constantes ou Leis Econômicas é a finalidade própria da economia política. Entretanto a observação das Leis Econômicas não é perfeita como se verifica com as Leis do mundo físico. Com relação à constituição dos fenômenos sociais e jurídicos, vale ressaltar que a função social tem relevância na seara jurídica, por envolver aspectos políticos, econômicos e sociais. As desigualdades latentes no convívio em sociedade ao longo da história passaram a requerer soluções que fossem capazes de reduzir o quadro de injustiças existentesem cada época, principalmente em virtude da distância entre o que determinava a lei e o que se verifica na realidade social atual. Daí o fenômeno jurídico englobar todos os eventos, provenientes da atividade humana ou decorrente de fatos naturais capazes de ter influência na órbita do direito por transferir, conservar, modificar ou extinguir as relações jurídicas. Conceituação básica Definição Economia é uma ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços, e como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção, de modo a distribuí-lo entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Economia também pode ser definida como a administração da escassez dos recursos de produção. Essa definição contém vários conceitos importantes que são a base e o objeto do estudo da Ciência Econômica: Escolha, necessidades, recursos, escassez, produção e distribuição. Em qualquer sociedade, os recursos de produção são escassos; contudo, as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. O ser humano não se satisfaz com o que tem, sempre desejando mais coisas. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade. A escassez de recursos humanos e materiais, evidenciados pela existência de preços, impõe a necessidade de distribuir recursos entre alternativas de uso presente e futuro. Logo, a escolha é a essência da tomada de decisão econômica. É necessário avaliar o valor relativo dos diferentes tipos e quantidades de bens de consumo e serviços (Ex.: pão, automóveis, geladeiras, apartamentos, escolas, etc.) em relação uns aos outros e em relação à oferta futura que provavelmente se tornará disponível se esses recursos presentes forem desviados para a produção de bens de capital (ex.: portos, estradas, pontes, fábricas). Necessidades Humanas Ilimitadas (Ato econômico) X Escassez de Recursos = Problema Solução: “Escolha” / Distribuir (alocar) recursos. Como esses conceitos e essas definições se relacionam com o Direito? A Economia é uma ciência social assim como o Direito, que depende das relações humanas seja na esfera familiar ou mesmo na organização do Estado e que através de suas normas regem as relações econômicas. Como esses conceitos e essas definições se relacionam com o Direito? Quando se define Economia como uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos, o direito também é uma ciência social que através de suas normas regula as relações econômicas. Os diversos ramos da ciência jurídica se relacionam com a economia: Direito Constitucional, Direito Empresarial, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito do Trabalho e o Direito Internacional, entre outros. Pode-se citar como exemplo a importância do Direito Financeiro que trata da captação e da gestão dos recursos econômicos para que os órgãos públicos possam cumprir com suas obrigações. Da mesma forma que qualquer cidadão, o Estado carece de recursos para satisfazer às suas necessidades de realizar obras e prestar serviços à sociedade. Daí a importância do Direito Financeiro, cuja autonomia é implicitamente reconhecido na Constituição Federal do Brasil de 1988, tendo em vista o disposto nos arts. 145 a 169. Sistemas econômicos Definição Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade, para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação e consumo de bens e serviços. Os elementos básicos de um sistema econômico são: Fatores de produção: são os recursos humanos, o capital, os recursos naturais e a tecnologia/conhecimento. Unidades de produção: são as empresas. Instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais que constituem na base de organização da sociedade. Classificação dos Sistemas Econômicos: a) Sistema Capitalista ou economia de mercado: É aquele regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. Com relação à livre iniciativa e a propriedade privada, esses conceitos podem ser visualizados no caput do artigo 170 da Constituição Federal do Brasil de 1988. Vale ressaltar que pelo menos até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de livre concorrência (concorrência pura), em que não havia intervenção do Estado na atividade econômica. Porém em 1930 passou a predominar o sistema de economia mista, onde prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação e intervenção do Estado, através das idéias do economista inglês John Maynard Keynes b) Sistema Socialista ou economia centralizada: É aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados nessas economias de meios de produção. Os bens de produção são de controle direto do Estado. É aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados nessas economias de meios de produção. Os bens de produção são de controle direto do Estado. Fatores de Produção. Todo indivíduo precisa atender às suas necessidades, por mais elementares que sejam. Se observar bem, verifica-se que tudo que existe no planeta é finito. Certos bens que são encontrados na natureza com aparente abundância de reservas (tais como água potável, matas, florestas, etc.) já se tornam escassos, representando um sério problema para as sociedades futuras. Nesse sentido, preliminarmente, o estudo da economia nada mais é do que o estudo de como atender às necessidades humanas observando-se o fenômeno da escassez dos recursos ou fatores de produção. Mas, o que se entende por necessidades humanas? Entende-se por necessidades humanas tudo que o ser humano precisa (alimentos, vestuário, moradia, saúde, educação, lazer, etc.) e deseja possuir (brinquedo, reconhecimento profissional, status, etc.) nas várias etapas de sua vida. É importante notar que essas necessidades humanas possuem duas características, a saber: a) são ilimitadas, no sentido de que é próprio de qualquer indivíduo querer possuir sempre mais coisas do que já tem; b) são diversificadas, no sentido de que cada indivíduo possui sua escala de prioridades e desejos; Entende-se por recursos ou fatores de produção a tudo que, de certa forma, pode ser utilizado para a produção de um bem ou de um serviço. Esses fatores de produção subdividem-se em: a) Terra ou Recursos Naturais: o que existe na natureza (florestas, rios, oceanos, clima, etc.); b)Trabalho ou Mão de Obra: força de trabalho economicamente ativa; c) Capital: riquezas acumuladas pela sociedade, utilizadas no processo produtivo como capital fixo (máquinas, ferramentas, prédios, galpões, estradas, etc.) e capital monetário (dinheiro); d) Tecnologia e Conhecimento: habilidade que é utilizada no processo produtivo na busca de sua contínua melhora e expansão; Os fatores de produção também possuem duas características bem definidas, são elas: a) são escassos e, portanto, tem preço; b) são versáteis no sentido de que um mesmo fator de produção pode ser empregado em diversos processos produtivos; Sendo que, cada um destes fatores recebe uma remuneração específica pela sua participação no processo produtivo: a) Terra ou Recursos Naturais = Aluguel; b) Trabalho ou Mão-de-Obra = Salário; c) Capital (Fixo e Monetário) = Juro; d) Tecnologia e Conhecimento = Royalty e Lucro. Então, pelo que já foi visto, pode-se definir economia como: A Economia é o estudo da maneira pelo qual os homens utilizam recursos produtivos (fatores de produção) escassos e versáteis para produzir bens (mercadorias e serviços) para satisfazer as necessidadesilimitadas e diversificadas dos membros da sociedade Problemas Econômicos Fundamentais: a) O que e quanto produzir? A sociedade deverá escolher dentro das possibilidades de produção, quais os produtos e quantidades deverão ser produzidos. O resultado do processo produtivo serão os bens (coisas físicas, tangíveis, como, por exemplo, a geladeira, o fogão, o sapato, etc.) e os serviços (coisas intangíveis, como, por exemplo, os serviços de educação, segurança, hospitalares, etc.). Es ses bens e serviços, por sua vez, poderão ser de consumo (duráveis e não duráveis) e de capital. Os bens de consumo durável são aqueles que não acabam no ato de consumo (geladeira, móveis, etc.) enquanto que os bens de consumo não duráveis são os que terminam no ato de consumo (alimentos, bebidas, etc.) b) Como e onde produzir? A sociedade deverá escolher quais os recursos produtivos serão utilizados considerando o nível tecnológico disponível. Como e onde se dará se dará o processo produtivo implica em tentar adotar as melhores técnicas de produção disponíveis que deverão ser utilizadas em três possíveis cenários (setores da economia), a saber: setor primário, setor secundário e setor terciário. No setor primário ocorrerão as atividades de lavouras, extração animal e extração vegetal. No setor secundário ocorrerão as atividades de extração mineral, da indústria de transformação, da indústria da construção e de semi-industriais (energia elétrica, gás encanado, tratamento e distribuição de água, etc.). No setor terciário ocorrerão as atividades do comércio, mercado financeiro, transporte, comunicação, lazer, saúde, educação, etc. e do governo. Obs: É importante observar que os bens tangíveis são produzidos nos setores primário e secundário e os bens intangíveis (serviços) no setor terciário. c) Para quem produzir? A sociedade deverá escolher como os indivíduos deverão participar do resultado da produção. Considera-se que a distribuição de tudo que foi produzido se dará levando-se em conta dois aspectos: – a quantidade e qualidade dos fatores que o indivíduo empregou no processo produtivo; e – o preço que conseguiu receber pelo uso desses fatores. O CONSUMIDOR (DEMANDA) E O PRODUTOR (OFERTA) Microeconomia e Macroeconomia. Fatores determinantes da demanda, objetivo do consumidor e lei geral da demanda. Fatores determinantes da oferta, objetivo da firma e lei geral da oferta. Tendência de equilíbrio. Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Microeconomia e Macroeconomia. Microeconomia é o segmento da Teoria Econômica que estuda a formação de preços no mercado, ou seja, o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, analisando o comportamento dos compradores e vendedores. Consiste na análise mais individualizada dos agentes econômicos. Mercado é o lugar onde os compradores (demandantes) de bens ou serviços se encontram com os vendedores (ofertantes) dos mesmos com o objetivo de concretizar a transação. O estudo da microeconomia parte do princípio que as pessoas reagem racionalmente. Os consumidores tentam gastar seu orçamento de forma que lhes dê o máximo de prazer possível. Como dizem os economistas, eles maximizam a utilidade. No ponto de vista dos empresários, eles procuram o maior lucro que podem extrair de suas operações. Macroeconomia é o segmento da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, sendo responsável pelo estudo do relacionamento dos grandes agregados, por exemplo, o mercado externo, o nível de emprego, o consumo, a poupança e o investimento da economia. Fatores determinantes da demanda, objetivo do consumidor e lei geral da demanda. Conceito de Utilidade Um dos fundamentos da análise da demanda ou procura é o conceito de utilidade. A utilidade é um conceito subjetivo, mas representa a qualidade e a satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que se pode adquirir no mercado, variando de consumidor para consumidor. Demanda de Mercado: A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam e podem adquirir em determinado período de tempo. Existem variáveis que influenciam a escolha do consumidor, e, consequentemente, sua demanda por um bem ou serviço. O preço do bem ou serviço, os preços dos bens substitutos ou complementares, a renda do consumidor e seus hábitos, gostos e preferências. Para estudar a influência dessas variáveis utiliza -se a hipótese do coeteris paribus, ou seja, é usada para lembrar que todas as variáveis, que não aquelas que estão sendo utilizadas são mantidas constantes. Relação entre quantidade procurada e o preço do bem: A chamada Lei Geral da Demanda evidencia uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, coeteris paribus. Um aumento do preço do produto resultará na redução de sua demanda. Por sua vez, uma queda do preço do produto resultará no aumento de sua demanda. Outras Variáveis que afetam a demanda por um bem: a) Renda dos consumidores: No caso de um bem normal, se a renda dos consumidores aumenta a demanda do produto também aumenta. b) Bens Substitutos: Quando há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade de outro, tudo o mais constante. Exemplo: Um aumento do preço da carne deve elevar a demanda por frango. c) Bens Complementares: Quando há uma relação inversa entre o preço de um bem e a demanda de outro. Exemplo: quantidade de automóveis e preço da gasolina, ou seja, se o preço do automóvel aumentar a quantidade demandada de gasolina diminuirá. d) Preferências dos consumidores:Os gastos com publicidade objetivam aumentar a procura de bens e serviços influenciando as preferências dos consumidores. Alguns conceitos de bens: a) Bem Normal Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também, tem -se um bem normal. b) Bem Inferior Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto diminui, tem -se um bem inferior. Exemplo: um automóvel de segunda linha c) Bens de consumo Saciado Quando a demanda do bem não é influenciada pela renda dos consumidores. Exemplo: sal, farinha, etc. Fatores determinantes da oferta, objetivo da firma e lei geral da oferta. Oferta de mercado são as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Em relação a Lei da Oferta, a quantidade ofertada de um produto (ou serviço) é diretamente relacionada com seu preço, coeteris paribus. Se o preço de um bem aumenta haverá uma expansão na quantidade ofertada. Fatores determinantes da oferta. A oferta depende de vários fatores dentre eles, do preço do bem em questão, dos demais preços, do preço dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), das preferências dos empresários, das alterações tecnológicas; do aumento do número das empresas no mercado. Vale ressaltar que a relação entre a oferta e os custos dos fatores de produção é inversamente proporcional. Exemplo: um aumento nos salários, tudo o mais constante, provoca uma retração da oferta de um produto. Porém, uma melhoria tecnológica é diretamente proporcional, ou seja, tudo o mais constante, deve provocar uma expansão da oferta. Objetivo da firma: Partindo-se de uma análise tradicional, o empresário sempre busca maximizar o lucro total, otimizando a utilização de todos os recursos que dispõe. Tendência de equilíbrio O equilíbrio no mercado é definido como o preço que iguala as quantidades demandadas pelos compradores com as quantidades ofertadas pelos vendedores. O mercado regula os interesses de produtores e consumidores: os produtores querem ganhar o máximo possível; enquanto os consumidores querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo são os preços de equilíbrio,ou seja, é o patamar em que os consumidores e os produtores realizam seus interesses. Numa situação de escassez do produto, as quantidades demandadas serão maiores que as ofertadas, o que resultará em elevação de preços e/ou no aumento da quantidade ofertada, até atingir-se o equilíbrio. Entretanto, numa situação de excedente de produção, o que resultará numa competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços ou na quantidade ofertada, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Assim sendo, quando há competição tanto dos compradores (demandantes) quanto dos vendedores (ofertantes), há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio. Os compradores e vendedores conduzem automaticamente o mercado para um equilíbrio. Uma vez atingido esse equilíbrio, os compradores e vendedores estão satisfeitos e, portanto, não há pressão sobre o preço. A rapidez e velocidade destes ajustes variam de mercado para mercado. Nos mercados de concorrência pura, o excesso e a escassez são apenas temporários e o ajuste tende a ser mais rápido. É necessário ponderar que podem ocorrer as imperfeições de mercado, ou seja, situações nas quais os preços não são determinados isoladamente em cada mercado. Políticas de preços: congelamento, preços mínimos e tabelamento. Importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito. Formas de intervenção do Estado na economia. Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Políticas de preços: congelamento, preços mínimos e tabelamento. As imperfeições de mercado Consiste na análise das imperfeições de mercado em que, verificam -se situações nas quais os preços não são determinados isoladamente em cada mercado. Interferência do governo no equilíbrio de mercado O governo intervém na formação de preços de mercado, a nível microeconômico, quando fixa imposto e subsídio, estabelece os critérios de reajuste do salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas, decreta tabelamentos ou, ainda, congelamento de preços e salários. Política de preços mínimos na agricultura Consiste numa política governamental que visa dar uma garantia de preços ao produtor agrícola, com o objetivo de resguardá-lo contra os riscos eventuais advindos de variação nos preços de mercado, evitando que uma acentuada queda de preços venha causar um desestímulo ao produtor e sérios prejuízos à renda e à produção agrícola. O governo oferece um preço mínimo que ele pagará ao produtor agrícola após a produção. Se os preços mínimos forem superiores aos preços de mercado, por ocasião da produção, o produtor deverá vender seu produto para o governo ao preço mínimo fixado. Com o preço mínimo acima do preço de equilíbrio de mercado, tem -se um excedente de produto em poder do governo, que possivelmente, será utilizado como estoque regulador nos períodos da entressafra. Tabelamento O governo poderá implantar um tabelamento de preços, visando impedir abusos por parte dos vendedores. Entretanto, se o governo tabelar o preço num valor inferior ao de equilíbrio, resultará em escassez do produto, com o surgimento de filas, ágio e no mercado paralelo. Importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito A legislação do consumidor amplamente empregada em nossa sociedade tem uma relação direta com os conceitos de Oferta e Demanda. Por exemplo, a oferta insuficiente de determinados produtos básicos como os medicamentos podem causar sérios danos à população dependente desses produtos. Estudar o mercado desses bens poderá evitar sua escassez através de medidas que venham a incentivar a produção. Aspectos jurídicos estão presentes nessas análises e nas formas de incentivo. Analisar a oferta de um determinado produto permite aos agentes tomarem decisões que venham impedir prejuízos à sociedade. Uma empresa poderá estar sujeita a insolvência por um desequilíbrio entre oferta e demanda de seus produtos. O advogado não atua somente no aspecto jurídico da Recuperação Judicial, mas deverá ser capaz de participar das discussões sobre as alternativas disponíveis para a empresa. Por sua vez, a atuação do empresário no mercado deverá ser regulado para impedir abusos que venham a desequilibrar a relação entre os compradores e os produtores. Será objeto de análise mais adiante as formas de concentração excessiva em um único ou poucos produtores e seu impacto no consumidor. Os tabelamentos de preços ocorridos durante a década de 80 no Brasil causaram sérios transtornos as pessoas, que se viram privadas de seu direito básico de consumidor. Essas decisões causaram prejuízos ao Estado que ainda tem que conviver com inúmeras ações judiciais de reposição das perdas. O Plano Real que estabilizou os preços foi articulado com a participação de juristas renomados, fator que contribuiu para o seu sucesso. Situações de escassez em que a demanda é superior a oferta pode requerer medidas como o incentivo à importação. Esse procedimento é importante para evitar que a pressão de demanda venha a impactar os preços do produto. O processo de importação vai envolver uma série de decisões relativas à legislação aduaneira. Formas de intervenção do Estado na economia. Classificação: Podemos definir como formas de intervenção do Estado na atividade econômica: a) Absorção: nesse caso o governo atua de forma monopolista na atividade econômica. O caput e inciso V do art. 177 da Constituição Federal Brasileira de 1988, estabelece que Constituem monopólio da União, a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão. b) Participação: o governo atua em conjunto com a inciativa privada na realização de determinada atividade econômica. O art. 199 e & 1o. da Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece que A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º – As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos?. O sistema de atuação concomitante entre setor público e setor privado também ocorre com a Educação. Conforme o art. 209 e incisos I e II da Constituição Federal brasileira de 1988: O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I – cumprimento das normas gerais da educação nacional; II – autorização e avaliação de qualidade pelo poder público. c) Direção: nessa situação o Estado atua na economia através a edição de leis utilizando seu poder de pressão. O art. 174 da Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece que como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. d) Indução: o governo nesse caso atua na atividade econômica concedendo benefícios fiscais, oferecendo crédito através do sistema financeiro ou mesmo estimulando o desenvolvimento através de instituições oficiais de fomento. Intervenção Direta e Indireta: O Estado pode atuar de forma direta ou indireta no domínio econômico. a)Intervenção Direta: a intervenção de forma direta ocorre através das empresas públicas e como sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, sendo permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo O art. 173 da Constituição Federal, & 1º e inciso I, prevê que a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias queexplorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade. Artigo 173 da Constituição Federal brasileira de 1988, caput prevê: Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definido em lei. Na atuação direta, o Estado atua como empresário comprometido com a geração de atividade econômica, sendo regido ou por um regime concorrencial (como exemplo a Caixa Econômica Federal) ou em um regime monopolístico (exemplo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos monopólio estabelecido no art. 21 , X da Constituição Federal de 1988) . Através da intervenção direta o Estado passa a concorrer com as empresas privadas, seja como empresa pública ou como sociedade de economia mista, atuando na economia como empresário, não podendo gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. A partir dos anos 60 inicia-se o questionamento do custo e da eficiência da intervenção direta do estado na Economia associado a uma depreciação dos serviços públicos oferecidos uma vez que ocorre um esgotamento da capacidade estatal de investir em novas tecnologias. A partir de 1985 verifica -se no Brasil, assim como no mundo, o fenômeno de desregulamentação. Não que o Estado seja eliminado, mas ele assume novas funções e transfere à iniciativa privada atividades até então exploradas pelo Estado. O Direito Econômico, como um conjunto de normas que regem a organização do mercado, cria, aplica e preside as novas regras de conduta de mercado. Intervenção Indireta: a intervenção indireta ocorre com o Estado assumindo o papel de agente normativo e regulador da atividade econômica. O art. 174 da Constituição Federal de 1988 estabelece que o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento. Artigo 174 da Constituição Federal brasileira de 1988: Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado? A atuação indireta permite ao Estado executar a política econômica, procurando assegurar o desenvolvimento sustentado da economia, com pleno emprego dos fatores de produção, estabilidade de preços, e distribuição de renda. O Estado, na atuação indireta, adota políticas econômicas para conduzir, estimular e apoiar a atividade econômica empreendida pelos particulares. Os objetivos principais dessas políticas econômicas são de assegurar o crescimento sustentável da economia, assegurar o elevado nível de emprego, relativa estabilidade de preços e garantir o equilíbrio das contas externas. Para atingir esses objetivos, o Estado adota uma série de medidas econômicas que são instrumentos para atingir esses objetivos fundamentais. A adoção de uma política econômica pode levar a um conflito com o objetivo de outra. Por exemplo, uma adoção de uma política energética pode levar conflitos com os objetivos da política ambiental. ESTRUTURAS DE MERCADO E OS ASPECTOS JURÍDICOS: Conceituação de Estruturas de Mercado Estruturas de Mercado Abuso do Poder Econômico Preceito constitucional sobre a concorrência Lei Antitruste Brasileira e a Estrutura de Mercado Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Conceituação de Estruturas de Mercado As estruturas de mercado se dividem inicialmente entre o “mercado de bens e serviços” e o “mercado de fatores de produção”. Pode-se representar a economia através de um fluxo circular em que os seus diferentes componentes se complementam, interagindo como fornecedores e consumidores uns dos outros dependendo do mercado em que se encontrem. Famílias e empresas, portanto, podem ser demanda ou oferta dependendo da posição em que se encontrem no mercado. Assim, as empresas no “mercado de bens e serviços” são os ofertantes e os membros das famílias são seus demandantes, de forma oposta no “mercado de fatores de produção” os membros da família são os ofertantes e as firmas/empresas são seus demandantes. Desta forma, pode-se entender o mercado como um conjunto de relações que são travadas pelos agentes econômicos (demanda e oferta) em torno de um dado produto, ou conjunto de produtos, em certo período de tempo. Sua estrutura irá, portanto, depender da forma como os agentes econômicos estão organizados. Sendo uma “estrutura de mercado” dada pela forma como fornecedores e consumidores estão organizados no mercado para realizar as suas transação de venda e compra. Assim, ao analisar o mercado pelo lado de como os fornecedores (oferta) estão organizados frente aos consumidores (demanda), tem-se as estruturas do mercado de bens e serviços, mas se esta análise privilegiar a forma como os consumidores estão organizados frente os fornecedores, tem -se as estruturas do mercado de fatores de produção. Os mercados produtores estão estruturados de modo diferenciado, podendo ser classificado dos seguintes modos: concorrência perfeita, monopólio e oligopólio. Estruturas de Mercado: a) Concorrência Perfeita, ou competição pura, é a estrutura adequada, visando o funcionamento ideal da economia, servindo como parâmetro em face das outras estruturas de mercado, daí, ter que ser preenchido os seguintes requisitos: A existência de um número muito grande de empresas produtoras e de compradores no mercado, onde nenhum destes possui condições suficientes de influenciar o mercado; – Os bens, serviços ou produtos são padronizados, não diferenciados (homogêneos); – As empresas não têm nenhum tipo de influência em relação aos preços dos produtos, informações privilegiadas, na realidade, este mercado é transparente; – Não existem impedimentos, acordos, restrições, barreiras à entrada ou saída de outras empresas no mercado (mobilidade); A Constituição Federal de 1988, incorpora a livre iniciativa no Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira – em seu artigo 170, inciso IV, a saber: Artigo 170 – “A ordem econômica fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: […] IV-livre concorrência;” b) Monopólio: O monopólio é a falta, a ausência de concorrência, é uma figura que se situa em sentido oposto ao da livre concorrência ora preceituada pela Constituição Federal em seu artigo 170, inciso IV, pois tem o poder de influenciar o mercado, significando a existência de um único fornecedor, podendo neste caso, impor o preço que mais lhe provier para suas mercadorias e ficando, assim, sujeitado ao nível de vendas dele decorrente. Daí, o monopólio é o modo mais nítido de poder de mercado. Tem como características básicas: – Existência de única empresa produtora no mercado, não existindo concorrência na oferta, ou seja, um único vendedor; ou um vendedor que controla toda oferta do mercado;- Controle sobre a matéria-prima, produto ou serviço; – Barreiras ao registro de novas patentes, afastando assim qualquer concorrente; – Não há produtos similares, que podem ser substitutos; – Situação privilegiada na quantidade produzida e no preço, maximizando assim o lucro. O monopolista está só e decorrente deste estar só, é que tem liderança para escolher o preço de suas vendas; É importante ressaltar que o governo em determinados casos, tem papéis distintos quanto a esta estrutura de mercado monopolista. Em primeiro lugar de combate, para evitar o abuso do poder econômico, e em segundo lugar é quandoo próprio governo garante, tornando-o inteiramente apropriados, a exemplo dos monopólios do governo no controle de determinados setores estratégicos, criando assim, monopólios legais, garantindo o direito de propriedade, direitos autorais, patentes, como no Correios, dentre outros monopólios legais. Concluindo, todo monopolista não se preocupa com concorrentes, pois não o tem. Quanto ao Monopólio Natural, é uma situação em que temos bens exclusivos e com quase nenhuma rivalidade. Este tipo de mercado, em sua maioria, é regulamentado pelo governo, sendo longo o prazo de retorno. Pode-se citar o gás natural, distribuição de energia elétrica, como exemplos. c) Oligopólio: O oligopólio é uma situação de concentração de mercado, ou seja, é um tipo de mercado dominado por um reduzido número de grandes empresas, com alto grau de concentração local, e estas empresas, influencia no preço de mercado de maneira ostensiva, o que leva as outras firmas a reagirem em face ao abuso do poder econômico.As empresas oligopolistas, que não são em grandes quantidades, promovem o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços, que podem ser homogêneos ou diferenciados, formando barreiras à entrada de potenciais concorrentes, efetuando gastos de grande monta em tecnologia de ponta, produção em larga escala, marketing, dentre outros, ou se associando aos grandes grupos econômicos, inviabilizando a entrada de novas empresas no mercado. Pode-se dar como exemplo as empresas do ramo de laboratórios farmacêuticos, aço, alumínio, cimento, aviação, bancos, comunicação. Sendo assim, pode-se afirmar que a receita operacional destes oligopólios tem significativa influência no Produto Interno Bruto – PIB dos países. Os oligopólios podem ainda se apresentar de forma diferenciada (Oligopólio Diferenciado), quando os produtos destas empresas apresentam diferentes níveis de diferenciação (características particulares de cada produto) e se estabelece um nível de concorrência maior entre os participantes do mercado, ou concentrada (Oligopólio Concentrado), quando o produto das empresas participantes é tão idêntico (homogêneo) que estas passam a só ter a escala de produção como forma de competição pelo mercado, fazendo com que apenas empresas de porte e com alto nível de concentração do mercado, possam existir. Muitas vezes o grau de concentração é tão alto nestes mercados que apenas duas empresas atuam, transformando sua estrutura num “Duopólio”, caso extremo do oligopólio onde há apenas duas grandes empresas controlando a oferta do mercado. No que se refere ao oligopólio conivente, constituem num grupo de empresas que de modo tácito colocam o mesmo preço nos seus produtos e/ou serviços, porém com uma empresa liderando a fixação destes preços. Cabe ressaltar algumas formas de organização empresarial presentes no oligopólio: Cartéis, trustes e holding. CARTEL: No cartel as empresas são legitimamente independentes e, de modo geral, têm atuação no mesmo ramo, acordando entre si e, promovendo a dominação de mercado de modo geral, através da combinação de preços, seja no ramo de produtos ou de serviços. Sendo assim, pode-se identificar a caracterização de prática abusiva, com vistas ao domínio de mercado, aumentado expressivamente seus lucros, contrariando, deste modo, a livre concorrência ora preceituada na Constituição Federal brasileira em seu artigo 170, inciso IV. TRUSTE: Truste é uma estrutura empresarial em que empresas, em geral, do mesmo ramo ou setor, e que detêm grande parte do seu mercado, organizam-se numa nova empresa para em conjunto dominarem este mercado, fornecendo um produto em comum e, com isso, eliminarem a concorrência e fixarem um preço único de acordo com seus interesses. Esta é uma associação que pode se dar pela fusão ou combinação formal de empresas já existentes no mercado. Caso esta associação se dê por uma combinação formal e não por uma fusão, as empresas envolvidas podem manter suas estruturas administrativas e produtivas separadas com intuito de retornarem as suas condições anteriores caso os resultados obtidos não sejam os esperados. HOLDING OU SOCIEDADE GESTORA DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS: O holding é uma situação em que é criada uma empresa para que esta venha a administrar um conglomerado empresarial. Assim, pode-se vislumbrar uma poderosa estratégia de gestão, com o objetivo de promover o domínio de determinada oferta de qualquer tipo de produtos e/ou serviços, visando engrandecer seus lucros. Para melhor entendimento, pode-se tratar o holding como sendo na realidade, uma sociedade empresarial juridicamente independente, porém seu objetivo maior será a de participação no capital de outras sociedades empresariais. Como exemplo, o verificado no setor bancário, no de seguros, dentre outros, pelo fato de virem a concentrar o controle de suas diversas empresas. Essa forma de administração é muito praticada pelas grandes corporações nesta era de globalização. Concluindo este assunto, as fusões promovem em sua maioria e cada vez mais frequente, a instalação de grandes conglomerados empresariais, pois detêm significativos recursos financeiros, favorecendo, deste modo, o uso de tecnologia de última geração, trabalhando em economia de escala, diminuindo de modo predatório em sua maioria, a concorrência, especialmente nos países em desenvolvimento. Abuso do Poder Econômico: é uma prática abusiva, porém de difícil identificação, pois não se trata de uma empresa acompanhar o preço da outra, praticando o uso de preços similares, como acontece na indústria automobilística, pois isto é competitividade e não conluio. Sendo assim, cada vez fica mais difícil sua caracterização. O artigo 173, parágrafo 4° da Constituição Federal reprime o abuso do poder econômico para que não haja a dominação dos mercados, combatendo a eliminação da concorrência como também o aumento arbitrário dos lucros. Tal preceito constitucional foi complementado pela lei antitruste, Lei n° 8884 de 11 de junho de 1994, quase integralmente revogada pela Lei no. 12.529 de 30 de novembro de 2011, coibindo assim os atos de concentração, as infrações à ordem econômica, reprimindo o abuso do poder econômico. Preceito constitucional sobre a concorrência A Carta Magna de 1988 enfatiza o livre mercado através de seus princípios gerais, voltado para políticas públicas direcionadas ao bem estar social. Enfatizando a importância de erradicar as desigualdades sociais como também regionais, está voltada para o desenvolvimento econômico, através de ações do Estado na economia, conforme o artigo 170 e incisos: Artigo 170 – “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa; tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I – soberania nacional; II – propriedade privada; III – função social da propriedade; IV – livre concorrência; V – defesa do consumidor; VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII – redução das desigualdades regionais e sociais; VIII – busca do pleno emprego; IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país. Parágrafo Único: É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” O caput do artigo 170 trata inicialmente da valorização do trabalho humano, é objeto de luta durante vários séculos, onde de um lado está o fator trabalho e do outro o fator capital, luta de todas as nações por uma harmonia, um equilíbrio. Na realidade, o que se objetiva é a criação de empregos com condições dignas para o trabalho vir a ser realizado e remunerado de modo justo. Já a livre iniciativa,está vinculada ao princípio da liberdade, ao liberalismo clássico, fundamentando a ordem econômica e financeira. Na livre escolha tem -se a liberdade tanto para produzir os bens quanto para consumi-los, porém nos limites estabelecidos pela Constituição Federal. A justiça social está tratada no artigo 3° da Constituição federal, onde toda sociedade deve ser livre, justa e solidária, com redução das desigualdades tanto sociais quanto regionais. Quanto aos princípios gerais deflagrados nos incisos, é focalizada a soberania nacional, presente no inciso I, do artigo 170 como também no inciso I do artigo 1° também da Carta Maior. A propriedade privada, no inciso II, do artigo 170 da CF, lastreia-se na liberdade, consubstanciada pelo artigo 5°, caput, da Carta Maior, dos direitos individuais, visando à proteção da propriedade privada, dos meios de produção, característica principal do sistema capitalista de livre concorrência. O direito a propriedade privada individual é um pressuposto da liberdade de iniciativa. A função social da propriedade permite particularmente a implantação de uma política agrícola mais ajustada e evita à concentração da produção nas mãos de alguns poucos. A função social da propriedade, inciso III, do artigo 170 da CF, primeiramente é tratada no artigo 5°, inciso XXII e XXIII, da Carta magna onde é garantido o direito de propriedade. Ela abrange tanto a propriedade urbana quanto da rural. O artigo 182 da Constituição Federal trata da política de desenvolvimento urbano, bem como o artigo 185 em seu parágrafo único, cuida da propriedade produtiva rural. Já o artigo 186, trata dos requisitos para que estas funções sejam atendidas. Como pode vislumbrar, é um conjunto de regras contratuais necessárias que formam um conjunto para o desenvolvimento do livre mercado. A livre concorrência está contida no inciso IV do artigo 170 da CF, e a livre iniciativa está fundamentada no artigo 1°, inciso IV da CF, ambos os princípios se complementam na ordem econômica. Já a defesa do consumidor, contida no inciso V do artigo 170 da CF, tem legislação própria, sendo o Código de Defesa do Consumidor, Lei n° 8078 de 11/9/1990. Nesta legislação, existe a preocupação de proteger a parte mais fraca desta relação que é o consumidor. A base está fundamentada no artigo 5°, inciso XXXII, da Constituição Federal, onde prevê que “o estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. O princípio da defesa do consumidor que consta da ordem econômica e financeira mostra uma tendência do direito moderno de proteger o consumidor, o elo talvez mais importante da economia de mercado. A Organização das Nações Unidas através da Resolução no. 39/248 de 09/04/1985 definiu as condições básicas a serem adotadas pelos governos na elaboração e o fortalecimento da legislação e as políticas de proteção ao consumidor. O artigo 4° do Código de Defesa do Consumidor passa a dar corpo ao princípio da defesa do consumidor previsto na Constituição Federal, e estabelece os parâmetros da Política Nacional de Relações de Consumo, que veio a nortear o processo de intervenção do Estado no mercado de consumo. A defesa do meio ambiente, preceituada no inciso VI do artigo 170 da CF, tem por fim assegurar que o meio ambiente seja sustentável, visando à aplicação da Constituição Federal em seu artigo 225 como também da Lei n° 6.938, de 31/08/1981, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, quanto das normas internacionais como a Agenda 21 (Rio-92). Para que haja a redução das desigualdades regionais e sociais, ora tratada no inciso VII do artigo 170 da CF, considera-se a educação como elemento principal através do qual se coloca no combate à pobreza, através da qualificação da mão-de-obra diminuindo, assim, a quantidade dos que ficam marginalizados. Em função disso, para cessar as desigualdades ora mencionadas, objetivam -se fortalecer empreendimentos em regiões menos privilegiadas como também seu mercado consumidor. Importante ressaltar através do preceito constitucional mencionado no artigo 173, definindo o papel do Estado na ordem econômica, à preocupação em impedir tanto a formação de trustes e cartéis dentre outras ora definidas na lei n° 12.529 de 30 de novembro de 2011. Passa, assim, o Estado conforme previsto no artigo 174 da Carta Maior a desempenhar o papel de Agente Normativo e Regulador. Quanto à busca do pleno emprego, no inciso VIII do artigo 170 da CF, é uma situação alcançada por uma economia equilibrada de forma a atender aos anseios da população por um trabalho justo e digno. O tratamento favorecido para empresas de pequeno porte é objeto do derradeiro inciso IX do artigo 170 da CF, como também está previsto no artigo 179 da Carta Magna e no artigo 970 do Código Civil., conforme transcritos abaixo: A Constituição Federal do Brasil, artigo 179 estabelece que A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação destas por meio de lei. O Código Civil, artigo 970 define que “A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes”. O Estatuto da Microempresa – ME e da Empresa de Pequeno Porte – EPP, Lei n° 9841/1999, deu tratamento jurídico diferenciado a este tipo de empresa, consubstanciado no preceito constitucional dos artigos 170 e 179 da Carta Maior. O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital de pequeno porte, previsto na Constituição Federal do Brasil de 1988, fortalece a concorrência. Ao eliminar entraves burocráticos e reduzir encargos sociais e tributos das pequenas empresas, o legislador permite que pequenos empreendimentos tenham condições de sobreviver e mesmo de prosperar em um ambiente extremamente competitivo.O parágrafo único do artigo 170 da CF prevê o livre exercício de qualquer atividade econômica, desde que ela seja lícita e observada às formalidades legais como o registro de seus atos de constituição, dentre outros. Lei Antitruste Brasileira e a Estrutura de Mercado A Lei Antitruste Brasileira, Lei no. 12.529 de 30/11/2011, tem o intuito de restaurar o processo de concorrência no mercado e reprimir os abusos praticados no mercado de consumo. Art. 1° Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. […] Art. 4° O Cade é entidade judicante com jurisdição em todo o território nacional, que se constitui em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, e competências previstas nesta Lei. Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; II – dominar mercado relevante de bens ou serviços; III – aumentar arbitrariamente os lucros; e IV – exercer de forma abusiva posição dominante. […] § 3° As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: I – acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma: a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente; b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou a prestação de um número, volumeou frequência restrita ou limitada de serviços; c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou períodos; d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública; II – promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes; III – limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; IV – criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços; […] XV – vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de custo; […] XVIII – subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem; e XIX – exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, intelectual, tecnologia ou marca. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC O governo brasileiro vem atuando nos últimos anos no sentido de combater os abusos no mercado de consumo e a concentração excessiva no processo produtivo. Anos atrás, ocorreram discussões no âmbito do CADE sobre a fusão da Brahma e da Antártica, dando origem a criação da AMBEV. Posteriormente, foi submetida ao CADE o processo de aquisição da Garoto pela Nestlé, o que poderia ocasionar uma concentração excessiva no processo de fabricação de chocolates. O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica = CADE, pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda = SEAE e pela Secretaria de Direito Econômico = SDE. O SEAE e a SDE têm função analítica e investigativa, atuando na instrução dos processos, enquanto que o CADE atua como um tribunal administrativo. As decisões do CADE não cabem recursos na esfera do Poder Executivo, podendo apenas sofrer revisão no Poder Judiciário. Destaca-se o papel preventivo do CADE, pois na realidade o que é feito é a análise dos atos de concentração, tais como nas fusões, nas incorporações e nas associações empresariais. Por fim, o SEAE é um órgão consultivo, de assessoramento técnico ao CADE, vinculado ao Ministério da Fazenda, que atua na emissão de pareceres técnicos para subsidiar as decisões do CADE. É um órgão do Poder Executivo, que acompanha a formação de preços da economia, reajustes de tarifas públicas e analisa atos de concentração excessiva em determinado segmento da economia. Atua em sintonia com as Agências Reguladoras Federais no sentido de combater regulamentações impróprias, estimulando a concorrência nos mercados. O SETOR PÚBLICO E TRIBUTAÇÃO: Atividade Financeira do Estado Conceito de Dívida Pública Interna Princípios orçamentários Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A Atividade Financeira do Estado No sistema capitalista de produção, em que se inclui o modelo brasileiro, o governo se engaja na economia, modificando o perfil da sociedade, através da transferência de renda, impostos, incentivos, subsídios, fornecimento de bens públicos, entre outros. O desenvolvimento da atividade do governo na área fiscal envolve as seguintes funções: a) Função distributiva, quando o governo afeta a distribuição de renda através do sistema tributário ou através de programas governamentais. Ajustes distributivos tornam-se necessários ao observar-se injustiça na distribuição da renda e da riqueza, e o governo implementa medidas fiscais (impostos e transferências) visando reduzir a desigualdade de renda. No Brasil, o sistema de tributação progressiva do imposto de renda pessoal e programas sociais se enquadram neste modelo. Como categoria de função distributiva, observa-se, em primeiro lugar, os programas de assistência pública, em que o governo atua no sentido de prover condições mínimas de subsistência às famílias necessitadas. Em determinadas situações, torna-se imprescindível esta ajuda, em face das conseqüências negativas que a pobreza poderá causar à economia e ao meio-ambiente. Em segundo lugar, observam-se os programas de seguro social, em que o governo assiste aos indivíduos que necessitam deste auxílio em função de alguma fragilidade frente à sociedade. A aposentadoria por idade ao trabalhador agrícola e o seguro desemprego são exemplos de programas de seguro social; b) Função estabilizadora, quando o governo interfere na economia procurando alcançar um elevado nível de emprego, estabilidade de preços e um alto nível de crescimento econômico. O sistema de mercado impede que seja alcançado automaticamente o pleno emprego e a estabilidade de preços, tornando-se necessária a atuação do governo no desenvolvimento da função estabilizadora da política fiscal. A irredutibilidade salarial existente em nossa legislação não permite um rápido ajuste quando se verifica um desequilíbrio no mercado de trabalho. Por sua vez, um desequilíbrio entre os níveis de demanda e oferta na economia, poderá gerar um processo inflacionário, com danos ao sistema de mercado. Em ambos os casos, tornam-se necessário a intervenção do governo para restaurar o equilíbrio no mercado. Para obter um elevado nível de crescimento econômico, o governo poderá atuar no fornecimento de infra – estrutura básica (estradas, portos, etc.) ou na concessão de incentivos à produção e no financiamento de recursos de longo prazo ao setor privado. c) Função alocativa, quando o governo fornece bens e serviços públicos que não são oferecidos pelo setor privado ou são oferecidos em quantidade insuficiente. O bem ou serviço público puro tem como característica a impossibilidade de excluir seu acesso por qualquer indivíduo e a ausência de custos pelo acesso de outro indivíduo aos seus benefícios. Portanto, o princípio da exclusão não se aplicaria ao bem ou serviço público puro, pois a participação de outro indivíduo não implicaria em redução do uso pelos demais. Como exemplos, incluem-se as praças públicas e o sistema de iluminação pública das rodovias. A Constituição Federal brasileira de 1988 atribuiu responsabilidade adicional ao governo para fornecer educação e saúde à população, seja porque o setor privado não é capaz de atender toda a população, seja porque pelo princípio da exclusão parcela significativa da população poderia ser excluída de seu acesso pela incapacidade de arcar com os custos dos serviços. A impossibilidade de parcela da população em financiar o ensino de seus filhos em uma instituição particular, exige a atuação do governo no fornecimento de ensino público. O mesmo processo ocorre no que tange à saúde, em que o setor privado é incapaz de fornecer este serviço a toda população, e parcela da sociedade não dispõe de recursos para usufruir da rede privada de atendimento. Conceito de Dívida Pública Interna: consiste na dívida realizada pelo governo com pessoas da sociedade para financiar os seus gastos que não são cobertos pela arrecadação de tributos ou quando o governo tem como objetivo exercer sua função estabilizadora na economia. Os bancos que desenvolvem atividades no mercado financeiro, mantém em suas carteiras uma parte significativa desta dívida, ao deterem títulos da Dívida Pública que lastreiam, basicamente, o endividamento do governo federal. Particulares ou empresas podem adquirir estes títulos da Dívida Pública, mas costumam comprar títulos nos bancos (títulos de renda fixa, etc.) que dão suporte a estes títulos da dívida interna. O Orçamento da União, dos estados e dos municípios é formado por receitas (arrecadação de tributos) e despesas (gastos do governo). O Superávit primário surge quando o montante de arrecadação de tributos excede o montante degastos do governo. O inverso corresponde ao déficit primário. O déficit nominal ou total corresponde à necessidade de financiamento do setor público em seus diversos níveis: União, estado, município, empresas estatais e Previdência Social. O déficit operacional corresponde ao resultado primário acrescido dos juros (dívida passada). Se o resultado primário focaliza as receitas e despesas num determinado período, no entanto, o resultado operacional leva em consideração também os débitos passados que precisam ser financiados através de juros. O elevado nível da taxa de juros Selic no Brasil, em certos períodos, tem transformado os esforços do governo em gerar um superávit primário (receitas de tributos maiores que os gastos do governo) em déficit operacional ao incluir os juros referentes às dívidas passadas. Princípios orçamentários No capítulo referente às finanças públicas na Constituição Federal de 1988, arts. 165 a 169, estão previstas as condições orçamentárias. Os incisos I, II e III art. 165 prevêem que as Leis de iniciativa do Poder executivo estabelecerão, I- o plano plurianual; II- as diretrizes orçamentárias III- os orçamentos anuais. No parágrafo 4o. do mesmo art. prevê os planos e programas nacionais , regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Por sua vez, a Lei no. 4.320 de 17/03/64 (Lei do Orçamento) estabeleceu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei do Orçamento contém a discriminação da receita e despesa evidenciando a política econômica financeira do governo. Os princípios orçamentários previstos na Constituição Federal brasileira, na Lei do Orçamento e nas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) são os seguintes: – Unidade na qual cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento baseado numa única política orçamentária. O art. 2º. da Lei no. 4.320/64 diz que A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico- financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade?. – Universalidade em que a Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, sendo que, não deve ser excluída nenhuma instituição pública. O art. 3º. da Lei 4.320/64 determina que a lei do Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei?. – Anualidade em que é determinado um período de tempo para o orçamento, geralmente um ano. O & 5º. do art. 165 da Constituição Federal brasileira determina que A lei orçamentária anual compreenderá […]. – Legalidade em que o orçamento é objeto de uma lei específica. A base para este princípio encontra-se no art. 166 da Constituição Federal brasileira de 1988 em que os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum?. – Exclusividade na qual a lei orçamentária deverá conter apenas questões orçamentárias e financeiras, não sendo incluídas normas pertencentes a outros campos jurídicos. O & 8º. do art. 165 da Constituição Federal brasileira determina que ?A Lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa […]. – Especificação, especialização ou discriminação em que a autorização legislativa se restrinja as despesas específicas e não a autorizações globais. O art. 5º. da Lei 4.320/64 define A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras […]. – Publicidade em que o orçamento deve ser divulgado ao ser aprovado e transformado em lei. O art. 37 da Constituição Federal brasileira de 1988 diz que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência […]. – Equilíbrio em que as receitas e despesas que fazem parte do orçamento devem manter uma paridade, sem apresentar déficits ou superávits excessivos. O inciso III do art. 167 da Constituição Federal brasileira de 1988 veda a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. – Orçamento-Bruto em que as receitas e despesas que fazem parte do orçamento devem aparecer pelo valor bruto sem quaisquer deduções. O art. 6º. Da Lei no. 4.320/64 determina que todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. – Não-vinculação das receitas em que estas não devem estar vinculadas a determinadas despesas, para que possam ser alocadas racionalmente segundo o interesse da sociedade. O inciso IV do art. 167 da Constituição Federal brasileira de 1988 veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa […]. A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no. 101 de 04/05/2000) obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a uma ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social entre outras. – O SETOR PÚBLICO E TRIBUTAÇÃO: Classificação dos Tributos Princípios Gerais de Tributação A legislação tributária o Direito Constitucional O Sistema Tributário Brasileiro Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Classificação dos Tributos Os tributos, em primeiro lugar, podem ser classificados em direto e indireto. a) Tributos diretos são aqueles que incidem sobre a renda e a riqueza. Como exemplos, o Imposto sobre a renda pessoal que constitui num tributo que incide sobre a renda, e o imposto sobre a propriedade (IPTU, ITR, entre outros) que incide sobre a riqueza. b) Tributos indiretos são aqueles que incidem sobre a circulação de mercadorias ou prestação de serviços. O Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) de competência estadual e o Imposto sobre serviços (ISS) de competência municipal são exemplos de tributos indiretos. Numa segunda classificação os tributos podem ser classificados em progressivos, fixos ou regressivos. a) Tributos progressivos são aqueles em que a alíquota se torna progressiva à medida que aumenta a renda. O Imposto de renda pessoa física caracteriza-se pela progressividade apresentando alíquotas maiores à medida que rendas maiores são tributadas. Para que o tributo seja justo, é importante que o sistema de tributação seja progressivo, permitindo que os indivíduos de maiores rendas contribuam com maior parcela para os programas governamentais. b) Tributos fixos são aqueles em que a alíquota se mantém fixa independente da variação da renda. Para evitar sonegação em razão da aplicação de alíquotas elevadas, alguns países desenvolvidos vêm optando por alíquotas fixas, estimulando a contribuição regular pelos indivíduos de renda elevada. c) Tributos regressivos são aqueles em que o peso do tributo na renda dos indivíduos se torna menor à medida que a renda aumenta. O Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS) consiste em um tributo regressivo, em face de sua incidência não acompanhar o crescimentoda renda na mesma proporção. O peso de uma cesta básica de alimentos na renda de um indivíduo se torna menor à medida que ocorre o crescimento de sua renda. Princípios Gerais de Tributação: a) Equidade Pelo Princípio da Equidade, o tributo deve ser justo, ou seja, os indivíduos devem contribuir com uma parcela justa para arcar com o custo do governo. A dificuldade em definir justiça na questão tributária resultou na coexistência de duas correntes de pensamento que resumem este conceito em Princípio do Benefício e Princípio da Capacidade de Pagamento. No Princípio do Benefício cada indivíduo deve contribuir na proporção dos serviços públicos recebidos do governo. No caso do sistema tributário brasileiro, as taxas poderiam ser aplicadas a este princípio. Como exemplo, o indivíduo contribuiria com a taxa de lixo no montante despendido pelo governo para realizar a coleta de seu lixo. A má distribuição de renda em determinadas regiões pode comprometer a equidade quando são aplicados valores semelhantes a indivíduos com rendas variadas. No Princípio da Capacidade de Pagamento cada indivíduo deve contribuir segundo sua capacidade contributiva. Neste conceito seria aplicada a progressividade dos tributos, ou seja, aqueles com maiores rendas seriam tributados com alíquotas maiores do que aqueles com menores rendas. O sistema tributário brasileiro apresenta o Imposto de Renda Pessoa Física, em que as rendas acima de um determinado limite são tributadas com alíquota de imposto progressiva. b) Neutralidade O tributo para ser ideal não deve afetar os preços relativos praticados no mercado. A decisão de um investidor em alocar seu investimento em determinada região não deve ser baseada em vantagens tributárias e sim por fatores competitivos que venham atrair o capital. Os incentivos fiscais concedidos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, visando promover o desenvolvimento industrial da região e reduzir a desigualdade de renda, vêm resultando no esvaziamento econômico em outras áreas, gerando os problemas sociais e econômicos advindos desse processo. No entanto, a aplicação de alíquotas de imposto diferenciadas sobre o consumo de determinados bens (bebidas alcoólicas, cigarros, etc.) poderá reduzir gastos governamentais em saúde ou melhorar a produtividade do trabalho, na medida em que aumenta os preços e reduz o consumo de bens que podem vir a causar danos à saúde. Alguns especialistas consideram também o conceito da Simplicidade, em que o tributo deve ser de fácil operacionalização, simples o suficiente para a população entender o seu funcionamento e conhecer o montante de tributos despendido por cada contribuinte. A vasta gama de tributos existente no sistema tributário brasileiro, seja federal, estadual ou municipal, acaba confundindo o contribuinte que tem dificuldade de perceber o tamanho da carga tributária além de encarecer em demasia o processo de cobrança e fiscalização. A legislação tributária e o Direito Constitucional A Constituição Federal de 1988 e a legislação complementar tratam sobre a questão da tributação e do orçamento. a) dos princípios gerais de tributação O parágrafo 1o. do art. 145 da Constituição Federal de 1988 enfatiza a importância da progressividade dos tributos como princípio da equidade, privilegiando a capacidade de pagamento, como se segue: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei , o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. A neutralidade e equidade na questão tributária estão presentes na Constituição Federal de 1988, no inciso II do art. 150, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontre em situação equivalente; ou no inciso I do art. 151 que veda à União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. b) da natureza dos tributos A definição de tributo está contida no art. 3º do Código Tributário Nacional – Lei no. 5.172/66 como Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O tributo é uma prestação de caráter obrigatório, realizada em moeda, deve estar instituído em lei, não se constituindo em sanção de ato ilícito, devendo ser cobrada em atividade vinculada pelo Estado ou por entidades não estatais que tenham como objetivo o interesse público. Os tributos admitidos em lei na Constituição federal brasileira são os impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. – Impostos são tributos não-vinculado à atuação do Estado. O art. 16 do Código Tributário Nacional define Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Como exemplo, o imposto estadual sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) não está vinculado a uma contraprestação ao contribuinte, podendo o Estado utilizar os recursos provenientes deste tributo com o objetivo de realizar pagamentos de salários dos funcionários públicos ou como instrumento de política monetária (redução do meio circulante). – Taxas são tributos instituídos em razão do exercício do poder de polícia pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Como exemplo, observa-se a taxa de lixo, que é cobrada mediante a prestação do serviço público de coleta de lixo, ou mesmo a taxa de incêndio, que deve estar vinculada ao serviço de combate ao incêndio pelo corpo de bombeiro. – Contribuições de melhoria são tributos arrecadados dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas. Uma vez concluída a obra pública, é fundamental que esta venha a causar uma valorização dos imóveis beneficiados. O valor a ser cobrado de cada beneficiário não poderá exceder à vantagem que sobreveio para o contribuinte com a obra pública. – Contribuições sociais são tributos de competência da União, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. – Empréstimos compulsórios incluídos no sistema tributário nacional, de competência da União, se destinam atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. O art. 149-A da Constituição Federal brasileira, incluído pela emenda Constitucional no. 39 de 2002 concedem poder aos Municípios e ao Distrito Federal instituir contribuição para custeio do serviço de iluminação pública. O Sistema Tributário Brasileiro A descentralização tributária que vinha tomando forma desde os finais dos anos 70, foi consolidada na Constituição Federal brasileira de 1988. A redução dos recursos da União no bolo tributário, mediante um aumento das transferências de tributos, e as restrições ao poder da União em conceder isenções nos impostos estaduais e municipais, promoveram, uma maior participação e autonomia tributária dos demais entes da federação na esfera tributária. Entretanto, o governo federal incorporou outras funções na sociedade, de natureza social e trabalhista, ao mesmo tempo em que vinha perdendo participação na arrecadação tributária. Com isso, o governo federal provocou um aumento dos tributos não transferíveis como às contribuições sociais, ao mesmo tempo em que
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