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Métodos de Avaliação de Estoque

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CONTABILIDADE
COMERCIAL
Angelita Delfino
Apuração da ficha 
de estoques pelos 
métodos UEPS, PEPS 
e média ponderada
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as principais características dos métodos UEPS, PEPS e 
custo médio ponderado.
  Analisar os métodos de controle de estoque utilizando as fichas de con-
trole de estoque pelos métodos UEPS, PEPS e custo médio ponderado.
  Apurar o custo de mercadorias vendidas (CMV) e o estoque final do 
custo médio ponderado, do UEPS e do PEPS.
Introdução
Os estoques são ativos de valor relevante dentro do patrimônio das 
entidades, principalmente no comércio e na indústria.
Neste capítulo, você poderá conhecer os principais critérios de con-
trole de estoque — média ponderada, PEPS e UEPS —, identificar as 
diferenças entre eles e saber quais são aceitos pela legislação brasileira.
A partir dos aprendizados que serão aqui oferecidos, você será capaz 
de efetuar os registros nas fichas de estoque de acordo com os métodos 
abordados. Além disso, você poderá apurar os valores de custo das mer-
cadorias vendidas (CMV) e do estoque final por meio dos três critérios, 
analisando as diferenças entre os resultados encontrados com o uso de 
cada um deles.
1 Métodos de avaliação dos estoques
De acordo com o CPC 16: “Os estoques compreendem bens adquiridos e 
destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por va-
rejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda”. O documento 
ainda afi rma que os estoques “[...] também compreendem produtos acabados 
e produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas 
e materiais, aguardando utilização no processo de produção, tais como: com-
ponentes, embalagens e material de consumo” (COMITÊ DE PRONUNCIA-
MENTOS CONTÁBEIS, 2009, documento on-line).
Em síntese, estoques são todos os bens produzidos ou utilizados na pro-
dução de produtos e as mercadorias adquiridas com objetivo de venda. Por 
exemplo, no comércio constituem os estoques as mercadorias obtidas para 
revenda e, na indústria, os estoques são as matérias-primas, os produtos em 
elaboração, os produtos prontos e os materiais auxiliares.
De modo geral, os estoques “[...] representam valores expressivos na composição do 
patrimônio das entidades; consequentemente, os critérios adotados para avaliá-los 
são de extrema importância para a formação do resultado da entidade” (SANTOS et al., 
2015, p. 102). É, portanto, imprescindível entender os critérios de avaliação de estoques 
existentes, bem como avaliar periodicamente o critério a ser usado pela entidade.
A fim de avaliar os estoques, também é necessário ter controle sobre os 
valores e as quantidades movimentadas de cada item dentro da empresa, 
visto que, na grande maioria das organizações, existem vários itens diferentes 
a serem controlados. Então, para esse controle, há o inventário, que “[...] 
consiste no processo de verificação da existência física dos estoques na em-
presa” (SANTOS et al., 2015, p. 103). Existem duas categorias de inventário: 
o permanente e o periódico.
O sistema de inventário permanente “[...] consiste em manter controle 
contínuo das entradas e saídas de mercadorias (em quantidades e valores) de 
maneira que, a qualquer momento, se disponha da posição atualizada dos 
estoques e do custo das mercadorias vendidas” (SANTOS et al., 2015 p. 112). 
Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada2
Esse método permite um melhor gerenciamento das compras e uma melhor 
avaliação das vendas.
Já o inventário periódico:
[...] consiste em registrar todas as compras efetuadas durante o exercício numa 
conta cumulativa, sem apurar o custo das mercadorias vendidas após cada 
uma das operações de venda. Somente no final do exercício é inventariado o 
estoque existente (estoque final) e apurado o seu respectivo valor” (SANTOS 
et al., 2015, p. 112).
Ou seja, o registro da saída de um item do estoque não é efetuado no mo-
mento da venda, mas em um momento que a empresa estipula para registrar 
acumuladamente diversas saídas. A partir daí, de acordo com Santos et al. 
(2015, p. 112), pode ser calculado o CMV por meio da fórmula apresentada 
a seguir.
CMV = Ei + Co + Fretes − Dev. Co − Ef
onde:
  Ei = estoque inicial
  Co = compras
  Dev. Co = devolução de compras
  Ef = estoque final
É importante estar atento no momento de efetuar os registros dos valores 
que integram os estoques, pois estes devem ser registrados pelo valor líquido 
dos impostos recuperáveis. A fórmula apresentada é apenas uma base do que 
integra o valor do CMV. Isso porque poderia haver, ainda, agregado o valor 
de, por exemplo, um seguro sobre o estoque, impostos não recuperáveis, etc.
3Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada
Para facilitar a sua compreensão, vamos aplicar a fórmula ao caso hipotético de uma 
empresa com saldo inicial de estoques no valor de R$ 23.000,00. Durante um período 
determinado, ela realizou compras de mercadorias no valor de R$ 104.500,00 (já líquido 
de impostos recuperáveis) e, ao final desse período, apurou um estoque final de R$ 
22.500,00. Nesse exemplo, o CMV seria calculado da seguinte forma:
CMV = Ei + Co + Fretes – Dev. Co – EF
CMV = R$ 23.000,00 + R$ 104.500,00 
+ 0 – 0 – R$ 22.500,00
CMV = R$ 105.000,00
Apuração do custo
São componentes do custo de aquisição, além do próprio valor da mercadoria, 
todos os custos para ter essa mercadoria no estoque. Nesse sentido, Santos et al. 
(2015, p. 113) observam que “[...] os custos de fretes e seguros sobre compras 
integram o custo de aquisição”. Os autores ainda complementam afi rmando 
que também fazem parte do custo de aquisição os impostos não recuperáveis, 
tais como o imposto sobre importação (II), as despesas aduaneiras e com 
despachantes e o imposto sobre operações fi nanceiras (IOF).
Importa lembrar que as mercadorias são adquiridas em diversos momentos, 
em datas diferentes, e é comum que isso ocasione valores unitários desiguais 
para os itens do estoque. Levando isso em consideração, faz-se necessário 
determinar o critério a ser utilizado para fazer a valoração dos estoques e, 
consequentemente, do CMV. A seguir, veremos os critérios que, entre os 
diversos existentes, são os mais conhecidos: média ponderada, PEPS e UEPS.
Média ponderada
Na média ponderada (ou média ponderada móvel), adota-se como valor unitário 
dos estoques o resultado obtido pelo cálculo da média entre todas as compras 
em estoque. Como exemplo, vejamos o caso da empresa Z Ltda. Suponhamos 
que ela tenha efetuado duas compras de um “produto A” (dois lotes) — o 
Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada4
lote 1 foi adquirido em 4 de setembro, ao custo unitário de R$ 60,00; e o 
lote 2, em 13 de setembro, ao custo unitário de R$ 70,00. Se um consumidor 
efetivar uma compra em 17 de setembro, o custo da venda será registrado, 
de acordo com a média ponderada, pelo valor unitário composto pela média 
entre os lotes 1 e 2. Considerando-se que a compra da empresa Z Ltda. foi de 
apenas um item no lote 1 e um no lote 2, o cálculo do custo dessa venda será
(60 + 70)/(1 + 1) = 130/2 = 65. O custo da venda foi, portanto, de R$ 65,00.
PEPS
No critério PEPS, também conhecido como FIFO (do inglês fi rst in, fi rst out), 
os estoques e o respectivo custo da mercadoria que foi vendida são valorados 
de acordo com os valores das primeiras compras. Por exemplo, vamos supor 
que a empresa Z Ltda. tenha efetuado duas compras de um “produto A” (dois 
lotes) — o lote 1 foi adquirido em 4 de setembro, ao custo unitário de R$ 
60,00; e o lote 2, em 13 de setembro, ao custo unitário de R$ 70,00. Se um 
consumidor efetivar uma compra em 17 de setembro, essa venda terá, de 
acordo com o método PEPS, seu custo registrado pelo valor de R$ 60,00, que 
é o valor do primeiro lote que entrou no estoque. Por fi m, cabe salientar que, 
no critério PEPS,o controle de valor é feito por lotes de compras.
UEPS
No critério UEPS, também conhecido como LIFO (do inglês last in, fi rst out), 
os estoques e o custo da mercadoria que foi vendida são valorados a partir do 
valor da última compra realizada. Para exemplifi car, pensemos novamente na 
empresa Z Ltda. e as suas duas compras de um “produto A” (dois lotes) — o 
lote 1 tendo sido adquirido em 4 de setembro, ao custo unitário de R$ 60,00; e 
o lote 2, em 13 de setembro, ao custo unitário de R$ 70,00. Se um consumidor 
efetivar uma compra em 17 de setembro, o registro do custo da venda será, 
pelo método UEPS, de R$ 70,00, que foi o valor pago pelo último lote a entrar 
no estoque. Assim como no PEPS, no UEPS o controle de valor também é 
feito por lotes de compras.
Conforme o CPC 16, o custo dos estoques “[...] deve ser atribuído pelo uso 
do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) ou pelo critério do custo 
médio ponderado” (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 
2009, documento on-line).
Pode-se verificar, portanto, que o critério UEPS não é citado pelo docu-
mento como uma opção de valoração dos estoques. Isso se dá porque, como 
5Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada
nos informam Santos et al. (2015, p. 115), esse critério “[...] não é permitido 
pela legislação fiscal, por apresentar o maior custo das mercadorias vendidas”. 
Tal justificativa pode ser complementada pela colocação de Padoveze et al. 
(2010, p. 111):
A legislação tributária brasileira não admite avaliar os estoques pelo método 
Último a Entrar, Primeiro a Sair (Ueps), porque na adoção desse método, 
em um regime econômico em que há inflação, a tendência é de que todos 
os estoques fiquem subavaliados, o que diminui o lucro líquido do exercício 
social e, por consequência, o valor dos tributos com o Imposto de Renda e 
com a contribuição social.
Em resumo, o critério UEPS não é aceito porque oferece ao fisco arreca-
dação de impostos em valor menor do que se apurado pelos demais métodos, 
quais sejam, o PEPS e a média ponderada.
Um outro tipo de avaliação de estoques é o preço específico, utilizado quando é 
possível determinar um preço de custo específico para cada unidade em estoque. No 
entanto, esse tipo de avaliação não se aplica a muitos casos. Um caso particular que 
poderia empregar esse método é o comércio de veículos usados, no qual cada unidade 
em estoque para venda tem seu custo único e próprio (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 109).
Cabe ressaltar, ainda, a importância de se utilizar o método correto para 
valorar os estoques. Isso porque o processo de avaliação dos estoques influencia 
diretamente no balanço patrimonial e no resultado do exercício, e, conforme 
Iudícibus e Marion (2016, p. 295), “[...] seus efeitos são imediatamente sentidos 
no Patrimônio Líquido, sendo assim, é necessário demonstrar sua movimen-
tação na Demonstração de Resultado de Exercício (DRE).”
Também se deve estar atento à orientação do CPC 16 acerca do uso do 
critério escolhido pela entidade: “A entidade deve usar o mesmo critério de 
custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a 
entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-
-se diferentes critérios de valoração” (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS 
CONTÁBEIS, 2009, documento on-line).
Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada6
Além disso, o ideal é que não ocorram mudanças frequentes no critério 
escolhido, pois isso dificultaria processos de projeções (para orçamentos, 
por exemplo), bem como prejudicaria a comparabilidade das informações ao 
longo dos anos.
2 Fichas de controle dos estoques
Hoje em dia, as fi chas de estoque são, na maioria das vezes, elaboradas por 
meio de sistema próprio. Na Figura 1, é apresentado um modelo, o qual será 
aqui usado didaticamente a fi m de promover uma melhor compreensão do 
funcionamento em cada um dos critérios de valoração dos estoques.
Figura 1. Ficha de controle de estoques.
Pode-se verificar que o nosso modelo de ficha (ou tabela) se divide em 
três grandes colunas:
  a coluna das entradas demonstra a movimentação de todas as compras, 
ou seja, entradas de estoque;
  na coluna de saídas, são registradas todas as vendas, ou seja, as saídas 
de estoque;
  por fim, há a coluna que demonstra o saldo atualizado após cada mo-
vimentação, seja ela de entrada ou saída.
Ademais, é possível observar que cada uma dessas colunas é subdividida 
em outras três colunas: quantidade, valor unitário e valor total.
Independentemente do critério adotado, usa-se o mesmo modelo de ficha. A 
diferença nos resultados é gerada pelo modo como se procede a movimentação 
dos itens dentro da ficha, e o valor unitário utilizado nas saídas (vendas) é o 
que causa esse impacto.
Vale ressaltar a necessidade de haver uma ficha para cada item (tipo) de 
estoque. Em uma fábrica de pães, por exemplo, deve existir uma ficha para 
farinha de trigo, outra para óleo, outra ficha para fermento e assim por diante.
7Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada
A seguir, veremos como efetuar a movimentação em cada um dos três 
métodos. Para isso, usaremos um mesmo exemplo, com os mesmos lança-
mentos, para movimentar as fichas de estoques. Peguemos, então, o caso de 
uma empresa que já possuía um estoque inicial de um produto (adegas de 
vinho, por exemplo). No decorrer do mês, ela fez algumas movimentações de 
compras e vendas, conforme demonstrado na Figura 2.
Figura 2. Operações ocorridas no estoque.
Na sequência, demonstraremos como essa movimentação fica em cada 
um dos critérios de avaliação de estoque.
UEPS
Pelo critério UEPS, como já exposto, o último item a entrar no estoque é o 
primeiro de que será dada baixa na fi cha de estoque. Essa movimentação, 
lembremos, é contábil. Utilizando os lançamentos apresentados na Figura 
2, temos, pelo critério UEPS, a fi cha de controle de estoques apresentada na 
Figura 3.
Figura 3. Ficha de estoque — UEPS.
Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada8
Na ficha apresentada, pôde-se observar que, por esse critério, ao ser efetuada 
uma venda pela empresa, o registro feito de baixa de estoque considerou o 
custo unitário da última compra realizada (R$ 420,00), e não o custo unitário 
do que a empresa tinha em estoque inicial (R$ 400,00). Também foi possível 
observar que, na coluna destinada ao saldo, o controle foi mantido por blocos, 
de acordo com as aquisições realizadas.
Lembre-se que o critério UEPS não é aceito pela legislação brasileira. Portanto, ele não 
deve ser utilizado para a elaboração dos demonstrativos financeiros.
PEPS
Como já foi aqui apresentado, o PEPS consiste em registrar as saídas de 
acordo com o item mais antigo em estoque. Assim como no caso do UEPS, 
os saldos aqui também serão controlados por blocos, de acordo com cada 
compra realizada. Na Figura 4, é apresentada a movimentação do estoque.
Figura 4. Ficha de estoque — PEPS.
Observe-se na ficha apresentada que, pelo PEPS, ao ser efetuada uma venda 
pela empresa, o registro feito de baixa de estoque considerou o custo unitário 
do que se tinha de mais antigo em estoque. Ou seja, foi considerado o saldo 
9Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada
inicial (R$ 400,00), e não o custo unitário da última compra — conforme 
havíamos feito no exemplo da Figura 3, quando foi empregado o método UEPS.
Média ponderada
A média ponderada consiste em registrar as saídas de acordo com a média 
entre todos os valores dos itens que estão em estoque. Diferentemente do que 
pôde ser observado nas Figuras 3 e 4, na média ponderada o saldo é controlado 
também pela média de todos os saldos em estoque, conforme apresentado na 
Figura 5.
Figura 5. Ficha de estoque — média ponderada.
O cálculo realizado para obter a média é simples. No exemplo apresentado, 
foram somadas as quantidades do saldo inicial e da compra (30 + 10= 40), 
o que também foi feito com o valor total do saldo inicial e da compra (R$ 
12.000,00 + R$ 4.200,00 = R$ 16.200,00). Na sequência, houve a divisão do 
montante total em moeda pela quantidade total (R$ 16.200,00/40 = R$ 405,00), 
chegando-se a um resultado que é um valor unitário constituído pela média. 
No momento da venda, o registro do valor unitário é essa média, a qual será 
alterada sempre que houver novas compras.
3 Custo das mercadorias vendidas e estoque 
final
Agora que já conhecemos o funcionamento das fi chas de estoque a partir da 
abordagem dos três métodos de avaliação de estoques, podemos entender 
como proceder com a apuração do valor do estoque fi nal, bem como do custo 
das mercadorias vendidas (CMV). Para saber o valor do CMV e do estoque 
fi nal, vamos verifi car a movimentação nas fi chas de cada um dos métodos.
Cada uma das três colunas principais — entradas, saídas e saldo — tem 
a função de demonstrar uma informação. A coluna das entradas demonstra 
Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada10
o total de compras realizadas no período. Se observarmos as Figuras 3, 4 
e 5 (que se referem, respectivamente, aos métodos UEPS, PEPS e média 
ponderada), teremos o mesmo valor: um total de compras de 15 unidades ao 
valor total de R$ 6.250,00.
CMV
Já a coluna que representa a movimentação das saídas (as vendas) demonstra 
o valor do CMV. Vale lembrar que a planilha de controle de estoques, inde-
pendentemente do método utilizado, é toda preenchida com valores de custo 
de aquisição.
Na Figura 6, há um resumo com os valores de CMV em cada um dos 
critérios estudados. As informações apresentadas foram extraídas da coluna 
de saídas das Figuras 3, 4 e 5.
Figura 6. Comparativo do CMV apurado pelos três métodos.
Se não houvesse mais movimentação nos estoques, seriam esses os valores 
apresentados como CMV na demonstração do resultado do exercício (DRE). 
Pode-se observar que, embora as quantidades sejam iguais nos três métodos, 
os valores diferem.
O método UEPS utiliza, para fins de apuração e registro do CMV, o valor 
unitário da compra mais recente (da última compra), e, como é possível observar, 
esse método apurou o maior CMV (R$ 1.260,00). Tal fato justifica o que já foi 
aqui mencionado: por apurar o CMV de maior valor, o uso desse método afeta a 
DRE de forma a gerar um lucro menor e, consequentemente, uma arrecadação 
de impostos inferior à gerada pelos demais métodos. Isso ocorre, é claro, se 
considerarmos uma economia (do país) inflacionária, isto é, com oscilação 
constante nos preços — os quais, nesse cenário, costumam aumentar.
Por outro lado, o critério PEPS apurou o menor CMV (R$ 1.200,00), pois 
utilizou como valor de custo o das compras mais antigas, que tinham valor 
unitário menor. Já o valor apurado pela média ponderada ficou entre os demais 
valores (R$ 1.215,00), o que se deve ao fato de ser registrado pela média entre 
todas as compras de itens que ainda estão em estoque.
11Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada
Estoque final
A última coluna da fi cha de estoque é a que apresenta o saldo. Ao fi nal da 
coluna, após a última movimentação, está o saldo de estoque fi nal. Na Figura 
7, há uma tabela resumindo os valores de saldo em cada um dos critérios 
estudados. As informações contidas nessa tabela foram extraídas da coluna 
de saldo das Figuras 3, 4 e 5.
Figura 7. Comparativo do estoque final apurado pelos três métodos.
Se não houvesse mais movimentações no estoque, seriam esses os valores 
de estoque final apresentados no balanço patrimonial. Pode-se observar que 
as quantidades são iguais nos três métodos. Os valores, porém, diferem. Na 
comparação do saldo final, é possível verificar que o método UEPS apurou 
o menor saldo de estoque final, pois reduziu os estoques atuais com valor 
unitário maior. Já o método PEPS gerou o maior saldo, uma vez que procedeu 
a saída pelos valores mais antigos e mais baixos. Por fim, o método da média 
ponderada ficou entre os dois.
As diferenças encontradas a partir da comparação entre os critérios nos 
possibilitam ver as implicações que o método adotado tem sobre os valores 
que serão levados ao resultado da empresa, ou seja, o reflexo que o CMV 
tem no lucro (ou prejuízo) da empresa. Além disso, tal análise nos possibilita 
entender esses reflexos no saldo de estoques levados ao balanço patrimonial. 
No Quadro 1, são apresentadas essas diferenças entre os métodos.
 
Método Estoque final CMV Lucro bruto
PEPS Maior Menor Maior
UEPS Menor Maior Menor
Média ponderada Médio Médio Médio
 Quadro 1. Diferenças de resultados entre os três métodos 
Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada12
É importante compreender que, se todas as compras fossem efetuadas 
pelos mesmos valores, ou seja, não tivessem variação no preço de compra dos 
estoques, os três métodos apurariam os mesmos valores de CMV e estoque 
final. Porém, isso não ocorre em economias inflacionárias, e, conforme Iu-
dícibus et al. (2010, p. 115), “Critérios diferentes levam a valores de estoque 
e resultados líquidos também diferentes”.
Neste capítulo, pudemos aprender sobre métodos aplicados ao controle 
e à avaliação de estoques. Eles se enquadram como modelos de inventário 
permanente de estoque, nos quais se consegue verificar o custo de cada venda 
efetuada pela empresa, bem como obter o saldo dos produtos em estoque a 
qualquer instante. Esses são fatores que proporcionam aos profissionais da 
área uma significativa melhora na gestão de estoques.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico – CPC 16 (R1) 
– Estoques. Brasília: CPC, 2009. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documen-
tos/243_CPC_16_R1_rev%2013.pdf. Acesso em: 14 set. 2020. 
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
IUDÍCIBUS, S. et al. Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PADOVEZE, C. L. et al. Fundamentos de Contabilidade: aplicações. 22. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2010.
SANTOS, J. L. et al. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2015.
Leitura recomendada
ATHAR, Raimundo Aben. Introdução à contabilidade. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
13Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Apuração da ficha de estoques pelos métodos UEPS, PEPS e média ponderada14
Compra e venda de 
mercadorias
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a equação do Custo das Mercadorias Vendidas para a 
apuração do resultado ou do lucro bruto.
 � Identificar as deduções no Custo das Mercadorias Vendidas como: 
devolução de compras ou compras anuladas, fretes e seguros sobre 
compras.
 � Analisar as características do controle do inventário periódico versus 
inventário permanente.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar os elementos que estão incluídos no 
demonstrativo do resultado do exercício, ou DRE, como é denomi-
nada a declaração que as empresas utilizam para verificar se tiveram 
lucro ou prejuízo em um determinado período. Você também vai 
aprender a equação do custo das mercadorias vendidas (CMV) e vai 
compreender como ela é formada e de onde advêm os valores que 
entrarão nesse cálculo.
Você também vai identificar as deduções que fazem com que a receita 
bruta se transforme em receita líquida e quais são as despesas que farão 
com que se chegue ao lucro operacional. Por fim, você vai analisar as ca-
racterísticas dos Inventários, que podem ser periódicos ou permanentes.Custo da Mercadoria Vendida
Para que possamos falar em CMV, temos que reconhecer que ele se encontra 
em uma demonstração contábil importante para o controle das instituições, 
que é o DRE.
O DRE apresenta como resultado final lucro ou prejuízo. O lucro se dá 
quando a empresa teve mais receitas (ou faturamento) do que gastos (custos e 
despesas); já o prejuízo ocorre quando o contrário acontece, ou seja, quando a 
empresa teve mais gastos (custos e despesas) do que receitas (ou faturamento). 
No art. 187 da Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, é apresentada a 
DRE, estabelecendo-se que ela discriminará:
I — a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abati-
mentos e os impostos;
II — a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III — as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV — o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
V — o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto
VI — as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições 
ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracte-
rizem como despesa; 
VII — o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social (BRASIL, 1976, documento on-line).
A receita, segundo Melo e Barbosa (2018, p. 159), “[...] é a entrada bruta de 
benefícios econômicos durante o período que ocorre no curso das atividades 
ordinárias de uma empresa”. Tal citação afirma que o faturamento da orga-
nização é a sua receita, ou seja, essa receita aumentará o patrimônio líquido, 
independentemente de ser recebida à vista ou a prazo (MELO; BARBOSA, 2018).
Quanto ao custo, Melo e Barbosa (2018, p. 160) o define como:
[...] o preço pelo qual se obtém um bem, direito ou serviço. Por extensão, é o 
preço da matéria-prima, mão de obra e outros encargos incorridos na produção 
de bens ou serviços. Portanto, é o preço na aquisição de um bem ou serviço, 
bem como o incorrido no processo interno de produção de um bem ou serviço 
para a venda ou uso interno.
Compra e venda de mercadorias2
O conhecimento do CMV é imprescindível para que a organização 
tenha controle do quanto está gastando com a produção dos produtos que 
ela coloca à venda. Muitas vezes, o empresário detém seus esforços apenas 
na análise das partes operacionais da empresa, buscando produzir mais, 
conquistar novos clientes e vender em maior volume. Entretanto, não deve 
ser apenas esse o foco quando se busca o crescimento, pois geralmente 
a análise minuciosa dos custos mostrará o caminho para um resultado 
ainda melhor.
Quando falamos em CMV estamos nos referindo às mercadorias que 
são vendidas por empresas dos ramos comercial e industrial. Conforme 
Marion (2006), as empresas comerciais tratam o CMV basicamente como 
os gastos envolvidos na aquisição de bens para revenda. Já no caso de 
uma indústria, os custos correspondem aos gastos na produção, como 
aqueles com matéria-prima, mão de obra, energia elétrica, manutenção, 
embalagem e outros componentes que integrarão o objeto, seja ele um 
produto em elaboração (não completamente terminado) ou um produto 
acabado (pronto para a venda).
Se a empresa é uma prestadora de serviços, conforme Marion (2006), a 
denominação correta é custo do serviço prestado e os gastos envolvidos 
basicamente se resumem à mão de obra, com uma pequena parcela de outros 
custos, como os de supervisão e de insumos necessários à efetiva prestação.
Será por meio do CMV que o empresário terá a dimensão exata do de-
sempenho financeiro da empresa, por exemplo, se ela está lucrando e de que 
forma ela pode melhorar os resultados. De todos os gastos feitos pela empresa, 
o custo de mercadoria vendida é o que tem mais relevância para a análise 
aprofundada dos custos da empresa. Ele está sujeito diretamente a alterações 
de preços praticados pelos fornecedores – aqueles que vendem a matéria prima 
e os insumos que irão compor os produtos elaborados pela empresa –, além 
de poder sofrer mudanças e perdas a todo momento.
Uma das mudanças mais rotineiras no CMV diz respeito às alterações 
de valores de insumos básicos, como o aumento no combustível. Quando 
os combustíveis aumentam de preço, há um impacto direto nos custos das 
empresas, pois precisa-se de combustível para o transporte tanto dos insumos 
que integrarão o produto como dos próprios produtos.
É importante que se tenha noção dos custos envolvidos nas mais diversas 
atividades econômicas do Brasil. A Classificação Nacional de Atividade 
Econômica (CNAE) é útil para que tenhamos acesso a essas informações. 
A CNAE é uma categorização feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE) e é também utilizada pela Receita Federal do Bra-
3Compra e venda de mercadorias
sil para o enquadramento dos negócios e a criação do CNPJ (Cadastro 
Nacional de Pessoa Jurídica) das empresas. Veja na Figura 1 a página de 
buscas do CNAE.
Figura 1. Página de buscas do CNAE.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018).
Para que se possa calcular o CMV, é necessário fazer um cálculo levando 
em consideração alguns dados do estoque:
 � estoque inicial (EI) do período;
 � compras (C) do período; e
 � estoque final (EF) ao término desse período.
Com esses dados, basta preencher a seguinte fórmula, que vai resultar 
no CMV:
CMV = (EI + C) – EF
Para o melhor entendimento desse cálculo, veja o exemplo a seguir.
Compra e venda de mercadorias4
Katiane, uma empresária novata, pretende conhecer com maior precisão os gastos 
envolvidos em seu negócio. A empresa em questão é uma loja que vende roupas para 
pessoas mais recatadas. Os dados apresentados no mês de março são:
 � EI — valor em estoque no início do mês de março = R$ 10.000,00.
 � C — valor de compras efetuadas no mês de março = R$ 5.000,00.
 � EF — valor em estoque no último dia do mês de março = R$ 7.000,00.
Com base nesses valores, devemos aplicar a fórmula para encontrar o CMV:
CMV = (EI + C) – EF
CMV = (10.000 + 5.000) – 7.000
CMV = 15.000 – 7.0000
CMV = R$ 8.000
Observação: quando houver devolução de mercadorias adquiridas, esse valor deve
ser descontado do valor de compras de mercadorias na fórmula do CMV.
Portanto, o CMV da empresa no mês de março, com base nos dados forne-
cidos pela empresária, foi de R$ 8.000,00. Tendo em mãos essa informação, 
Katiane decide avançar em sua análise e agora deseja saber qual foi o lucro 
da empresa nesse mês. Segundo a empresária, o faturamento (receita) em 
março foi de R$ 17.000,00. 
Para que se possa encontrar o lucro bruto, utiliza-se a seguinte fórmula:
LUCRO = RECEITA LÍQUIDA – CMV
Para melhor entendimento, veja o box Exemplo a seguir.
5Compra e venda de mercadorias
Dados necessários:
CMV = R$ 8.000 
Receita líquida = R$ 17.000
Com base nesses valores, devemos aplica a fórmula para encontrar o lucro bruto: 
LUCRO = RECEITA LÍQUIDA – CMV 
LUCRO = 17.000 – 8.000 
LUCRO = R$ 9.000 
Dessa forma, o lucro bruto da empresa no mês de março, com base nos 
dados fornecidos pela empresária, foi de R$ 9.000,00. Cabe aqui ressaltar 
que ainda não foram retirados do faturamento os impostos nem as despesas 
fixas e variáveis.
A compreensão do CMV revela que existem gastos que estão diretamente 
envolvidos na fabricação do produto, na prestação de serviço ou na comerciali-
zação dos mesmos. Isso significa que cada empresa terá as suas especificidades 
em termos de custos. Quando não se tratar desse gasto direto, estaremos 
abordando outro assunto, que é a despesa. 
Reconhecer que o CMV faz parte de uma demonstração importante da 
contabilidade, a DRE, é entender que esse custo impactará no resultado da 
empresa, podendo gerar lucro ou prejuízo. Assim, é imprescindível que sai-
bamos o que compõe oCMV, pois, a partir dessa análise, é possível encontrar 
maneiras de aumentar o lucro da empresa. 
Compra e venda de mercadorias6
A empresa Bazar Mix Ltda iniciou suas atividades em 2015. Imagine que você foi 
contratado para apurar o resultado em dezembro de 2015 e controlar o inventário 
final da empresa no ano de 2015. Para isso, temos os seguintes dados:
1. Saldo da conta caixa: R$ 200.000,00 
2. Saldo da conta capital social: R$ 200.000,00 
3. Compra de mercadorias, à vista: R$ 40.000,00 
4. Compra de mercadorias, a prazo: R$ 40.000,00 
5. Venda de mercadorias, à vista: R$ 110.000,00 
6. Custo das mercadorias vendidas - CMV: R$ 50.000,00
Com base nesses dados, calcule o estoque final e o lucro ou prejuízo bruto da 
empresa Bazar Mix Ltda em dezembro de 2015: 
Para apurar o resultado da empresa, devemos aplicar a fórmula do lucro bruto: 
LB = Receita líquida de vendas – CMV
LB = 110.000,00 – 50.000,00 = R$ 60.000,00
Chegamos ao resultado de R$ 60.000,00 de lucro em dezembro de 2015.
Para controlar o inventário período e apurar o saldo final de estoque de mercadorias, 
utilizamos a fórmula do CMV (CMV = EI + C – EF), no entanto, para calcular o estoque 
final (EF), devemos isolá-lo como variável da equação, da seguinte maneira:
EF = EI + C – CMV
EF = R$ 0 + R$ 80.000,00 – R$ 50.000,00 = R$ 30.000,00
Com isso, chegamos ao saldo final de estoque de mercadorias, que pode ser verificado 
pela apuração e contagem do inventário físico da empresa em dezembro de 2015.
A partir dos dados iniciais e dessas operações calculadas, já podemos montar as 
primeiras demonstrações contábeis da empresa, conforme demonstrado a seguir:
7Compra e venda de mercadorias
Lembre-se de que só é possível controlar aquilo que conhecemos, e conhecer a 
fundo os custos de uma organização não é uma tarefa fácil. A complexidade que se 
encontra nessa área é grande devido às inúmeras variáveis existentes. Porém, não é 
uma tarefa impossível; basta ter dedicação e foco para descortinar os detalhes que 
envolvem esse assunto.
Identificando as deduções na receita
O DRE possui, na sua composição, basicamente, a receita menos os gastos. 
Entretanto, essa é uma forma muito simplificada de abordar o assunto, pois 
tal demonstração permite um detalhamento muito maior. Para compreender 
de uma forma mais clara, pode-se dizer que o DRE se divide, inicialmente, 
em três partes, abordadas a seguir.
 � Na primeira parte, temos a receita bruta menos as deduções de vendas, os 
abatimentos e os impostos. O resultado dessa conta será a receita líquida.
 � Na segunda parte, teremos a receita líquida menos os custos de vendas 
(CMV). Com essa conta estaremos chegando ao lucro bruto.
 � Na terceira parte, tendo o lucro bruto em mãos, faremos a subtração das 
despesas. Estas são despesas com vendas e despesas administrativas e 
financeiras. Se a empresa tiver receitas nessa parte, deverá somar, ao 
invés de diminuir do lucro bruto. Ao subtrair as despesas, você estará 
chegando ao valor do lucro (ou prejuízo) operacional.
Ao estruturar um DRE de forma completa, pode-se informar outras receitas 
e despesas não operacionais, além do imposto de renda e da contribuição social; 
após feita a subtração, teremos o resultado líquido. O Quadro 1 apresenta um 
DRE acompanhado de explicações sobre os principais elementos que o compõem.
Compra e venda de mercadorias8
1. Receita bruta de 
vendas de serviços 
São os valores das receitas de 
comercialização e as receitas 
de venda de serviços
2. (–) Deduções da receita bruta São as vendas canceladas, os abatimentos 
e os descontos sobre as vendas. Entram 
aqui também os impostos sobre 
vendas (ICMS, ISS, IPI, PIS, COFINS)
3. (=) Receita operacional líquida Resultado da receita bruta 
menos as deduções 
4. (–) Custos das vendas Outros nomes para esses custos são: 
custos dos produtos vendidos (CPV), 
custos dos serviços prestados (CSP) e 
custos das mercadorias vendidas (CMV)
5. Lucro operacional Resultado da receita bruta menos 
as deduções e os custos 
6. (–) Despesas operacionais São despesas operacionais: despesas com 
vendas, despesas administrativas, despesas 
gerais (+/–), outras receitas ou despesas
7. (=) Lucro líquido 
8. (+/–) Resultado financeiro Despesas financeiras (juros pagos 
e descontos concedidos) e/
ou receitas financeiras (juros 
recebidos e descontos obtidos) 
9. (=) Resultado antes do 
imposto de renda (LAIR)
Lucro líquido menos o 
resultado financeiro 
10. (=) Resultado do exercício 
após imposto de renda (LADIR)
11. (–) Participações — debêntures, 
empregados, administradores, 
partes beneficiárias
12. Lucro/prejuízo líquido do 
exercício — lucro líquido do 
exercício por ação do capital social
Quadro 1. DRE.
Fonte: Adaptado de Marion (2006).
9Compra e venda de mercadorias
Segundo Marion (2006), as deduções são ajustes realizados sobre a receita 
bruta para que se chegue à receita líquida, sendo a receita bruta o resultado 
do que foi vendido no período em análise. Ela também pode ser denominada 
faturamento bruto. Os valores que serão deduzidos são as devoluções, os 
impostos e os abatimentos. 
De acordo com Marion (2006, p. 93), as devoluções são:
[...] mercadorias devolvidas por estarem em desacordo com o pedido (preço, 
qualidade, quantidade, avaria). O comprador, sentindo-se prejudicado, devol-
ve total ou parcialmente a mercadoria. Às vezes, a empresa vendedora, na 
tentativa de evitar a devolução, propõe um abatimento no preço (desconto) 
para compensar o prejuízo ao comprador. 
O comprador possui o direito de devolver a mercadoria quando a mesma 
não corresponder à expectativa firmada no contrato. Por esse motivo, a em-
presa vendedora, por ter vendido essa mercadoria, deve registrar no DRE a 
devolução do produto. O motivo do registro é o fato de essa devolução reduzir 
o valor da receita líquida. 
O abatimento ocorre quando o comprador também se sentiu lesado de 
alguma forma, mas aceitou um desconto para compensar sua insatisfação. 
Da mesma forma que na devolução, a empresa vendedora deve registrar essa 
ação, pois o valor do desconto deve ser deduzido da receita líquida. Observe 
que, tanto na devolução quanto no abatimento, haverá a redução do valor da 
receita líquida em função das deduções sobre a receita bruta.
Os fretes e seguros sobre as vendas também se enquadram nessa parte 
do DRE, pois os mesmos irão diminuir a receita da empresa. Santos (2018) 
aponta que o valor da devolução ao fornecedor será o mesmo da compra; já 
quando se tratar do valor da devolução do cliente, será registrado o valor da 
respectiva venda. 
Quanto aos impostos, somente aqueles que incidem diretamente sobre 
as vendas é que serão apresentados no DRE, pois reduzem a receita líquida. 
Segundo Marion (2006), os impostos mais comuns que são calculados com 
base no faturamento são:
 � IPI (Imposto sobre Produto Industrializado — esfera federal).
 � ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços — esfera 
estadual).
 � ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza — esfera 
municipal).
Compra e venda de mercadorias10
 � PIS (Programa de Integração Social — esfera federal).
 � COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
— esfera federal).
Lembrando que, na primeira parte do DRE, tem-se a receita bruta menos 
as deduções de vendas, os abatimentos e os impostos, o que leva ao resultado 
da receita líquida. De outra forma, pode-se dizer que, para que se chegue 
ao valor da receita líquida, basta pegar a receita bruta e subtrair o valor das 
devoluções, dos abatimentos e dos impostos incidentes sobre as vendas feitas. 
Na segunda parte do DRE, tem-se a receita líquida como base para a subtração 
do CMV. Assim, a receita líquida menos o CMV é igual ao lucro bruto. E, na 
terceira parte, com base no lucro bruto, subtraem-se as despesas operacionais 
para que se chegue ao lucro operacional.
As despesas operacionais, também chamadas despesas de vendas, de 
acordo com Marion (2006), são aquelas despesas referentesà promoção do 
produto e sua colocação junto ao consumidor (comercialização e distribuição). 
Incluem-se nesse rol as despesas com o pessoal da área de vendas, comissões 
sobre vendas, propagandas, publicidade e marketing.
As despesas administrativas, por sua vez, são aquelas que fazem com que 
a empresa funcione, de uma forma geral. Incluem-se nessa lista: honorários 
administrativos; salários e encargos sociais dos colaboradores que trabalham 
no administrativo; aluguéis de escritórios; materiais de escritório; seguro de 
escritório; depreciação de máquinas e utensílios referentes ao escritório; e 
assinatura de jornais e revistas, contratos de internet e gastos com combustível, 
desde que inerentes à área administrativa. Conforme Melo e Barbosa (2018, 
p. 59), “[...] as despesas administrativas são despesas ligadas ao custeio da 
máquina administrativa”.
Já as despesas financeiras são aquelas relativas aos capitais de terceiros. 
Estes podem ser bancos e clientes, uma vez que a relação da empresa com 
eles pode gerar juros (pagos ou recebidos — sendo os últimos somados ao 
resultado) e descontos financeiros (que podem ser concedidos ou obtidos — os 
últimos somados ao resultado).
Para alguns autores, as despesas financeiras encontram-se separadas das 
despesas operacionais (administrativas e de vendas). Entretanto, cabe aqui 
ressaltar que, independentemente de estarem incluídas nas despesas operacio-
nais ou não, as despesas financeiras irão reduzir o valor do lucro operacional 
da empresa.
11Compra e venda de mercadorias
É importante ressaltar que a diferenciação entre as despesas e os custos se dá dire-
tamente com base no produto: ao conseguir ver no produto o gasto, certamente se 
trata de custo. Se não é possível ver no produto tal gasto, mas sabe-se que ele existe, 
então trata-se de despesa.
Fica claro que, ao se subtraírem os gastos, o que sobra para a empresa vai 
ficando menor. Por esse motivo, as empresas devem ter um controle perma-
nente desses gastos, pois quando são excessivos, podem levar ao prejuízo. 
Uma empresa saudável mantém o controle preciso das entradas e saídas, 
possibilitando aos gestores a tomada de decisões coerentes com os resulta-
dos apresentados pela empresa. Portanto, a boa gestão contábil e financeira 
tem como suporte um gestor bem informado e que sabe o que fazer com as 
informações, gerando conhecimento e tendo esse conhecimento como base 
para a tomada de decisão mais assertiva.
Inventário permanente e inventário periódico
O CMV merece um cuidado especial, já que a partir dele o resultado da em-
presa pode ser positivo, trazendo lucro, ou negativo, gerando prejuízo. Como 
o estoque é a base desse cálculo tão importante na contabilidade, é necessário 
que se dê uma atenção especial aos métodos pelos quais ele é definido nas 
empresas. O estoque será determinado com base no registro permanente ou 
no valor dos estoques existentes, de acordo com o livro de inventário, no fim 
do período de apuração. Assim, temos dois métodos de controle do inventário: 
o inventário periódico e o inventário permanente.
No inventário periódico não há uma avaliação constante dos estoques. 
Define-se um período e, no final dele (que geralmente iguala-se ao exercício 
social, que se inicia em 1º de janeiro e vai até 31 de dezembro), faz-se o levan-
tamento físico dos estoques de mercadorias. Considerando-se o estoque do 
período anterior, que será o estoque inicial (EI), e o estoque atual ou final 
(EF), acrescentando-se as compras (C) do período, pode-se calcular o CMV 
por meio da fórmula clássica: CMV = EI + C – EF.
No inventário permanente, haverá um controle contínuo das entradas e 
saídas. Conforme Marion (2006, p. 173), nesse caso, “[...] quando se compra 
Compra e venda de mercadorias12
mercadoria, soma-se ao estoque; quando se vende mercadoria, dá-se baixa 
no estoque”. Quando o registro nos estoques é feito de forma permanente, 
deve ser aberta uma ficha ou página própria para que as entradas e saídas 
sejam registradas em ordem cronológica, de acordo com Santos (2018). 
O CMV será a soma das saídas, sendo computadas também as saídas dos 
materiais transferidos para a produção necessários para a fabricação de 
mais produtos.
Para que se controle de maneira permanente o estoque, utilizam-se dois 
métodos: média e PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai; também se 
utiliza o termo em inglês FIFO, significando, nesse caso, first in, first out). 
Quando é feito por média, conforme Marion (2006, p. 173):
[...] à medida em que se for comprando as mercadorias, calcula-se o preço médio 
para todos os itens em estoque. Por ocasião das vendas de mercadorias, a saída 
dos estoques é calculada pelo preço médio encontrado, calculando-se o CMV. 
Quando é feito pelo método PEPS, segundo Marion (2006, p. 173), a 
empresa assume que “[...] o custo da mercadoria é considerado com base nos 
estoques mais antigos, os primeiros a serem adquiridos”.
Para um melhor entendimento, o box a seguir apresenta um exemplo ex-
traído de Marion (2006).
Um revendedor de motos no início do ano dispõe de duas motos adquiridas por R$ 
10.000,00 cada. Assim, o seu estoque inicial (EI) é de R$ 20.000,00. Durante o mês, ele adquire 
mais três motos, por R$ 11.000,00 cada, ou seja, R$ 33.000,00 em compras (C). No final do 
mês, ele vendeu duas motos por R$ 15.000,00 cada, totalizando R$ 30.000,00 em vendas.
a) Pelo inventário periódico:
 � constatou-se três motos em estoque, ou seja, R$ 33.000,00 de estoque final: 
CMV = EI + C – EF 
CMV = 20.000 + 33.000 – 33.000 
CMV = 20.000,00
Com base nesse cálculo do CMV, pode-se calcular o lucro bruto:
Vendas = 30.000,00
CMV = 20.000,00
13Compra e venda de mercadorias
Lucro bruto = 10.000,00 
b) Pelo inventário permanente por meio da média ponderada:
Primeira entrada 2 × 10.000,00 = 20.000,00
Segunda entrada 3 × 11.000,00 = 33.000,00
Total de motos 2 + 3 = 5 motos
Total monetário 53.000,00
Cálculo da média = 53.000,00 ÷ 5 = 10.600,00
Estoque final: R$ 31.800,00 (3 × 10.600,00)
Como eram duas motos = 10.600 × 2 = 21.200,00
CMV = 21.200,00
Com base nesse CMV, pode-se calcular o lucro bruto:
Vendas = 30.000,00
CMV = 21.200,00
Lucro bruto = 8.800,00 
c) Pelo inventário permanente por meio do sistema PEPS:
Primeira entrada 2 × 10.000,00 = 20.000,00 Esse é o valor do CMV
Segunda entrada 3 × 11.000,00 = 33.000,00
Estoque final: R$ 33.000,00
Com base no valor que primeiro entrou, tem-se o CMV e, assim, encontra-se o 
lucro bruto:
Vendas = 30.000,00
CMV = 20.000,00
Lucro bruto = 10.000,00 
BRASIL. Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>. 
Acesso em: 14 maio 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Comissão Nacional de Classi-
ficação. 2018. Disponível em: <https://cnae.ibge.gov.br/?view=subclasse&tipo=cna
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MARION, J. C. Contabilidade básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MELO, M. M. de.; BARBOSA, S. Demonstrações contábeis. Rio de Janeiro: Maria Augusta 
Delgado, 2018. 
Compra e venda de mercadorias14
SANTOS, C. dos. Exame de suficiência em contabilidade: linguagem prática: exercícios. 
8. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2018.
Leitura recomendada
MOTA, C. V. Não tem carro? Como o aumento do combustível também afeta seu 
bolso. BBC Brasil, jul. 2017. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/bra-
sil-40688987>. Acesso em: 14 maio 2018.
15Compra e venda de mercadorias
CONTABILIDADE 
COMERCIAL
Nathália Helena Fernandes Laffin
Perdas Estimadas 
em Créditos de 
Liquidação Duvidosa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você será capaz de:
  Identificar os critérios para constituir Perdas Estimadas em Créditos 
de Liquidação Duvidosa.
  Contabilizar as Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa.
  Registrar a baixa de créditos não liquidados e a reversão das Perdas 
Estimadas em Créditosde Liquidação Duvidosa.
Introdução
A principal transação das empresas comerciais consiste nas opera-
ções com mercadorias, isto é, a compra e venda de mercadorias a fim 
da obtenção de lucro. Assim sendo, os principais registros contábeis 
inerentes a essas práticas se relacionam com estoques de produtos e 
contas a pagar e a receber.
Nas empresas comerciais (mas não somente nelas), é habitual que 
sejam realizadas transações a prazo — sejam de compras ou vendas 
— de forma a obter melhores e mais atraentes propostas. Contudo, as 
estratégias de postergação de prazos de pagamento incluem, em seu 
processo, despesas e perdas para as empresas, principalmente no que 
tange a clientes devedores. 
Portanto, neste capítulo, você aprenderá um pouco mais sobre 
essa temática inerente às empresas comerciais, as Perdas Estimadas em 
Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD), contabilizando-as e apren-
dendo a contabilizar a baixa de créditos não liquidados e a reversão 
dessas PECLD.
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação 
Duvidosa: o que são?
As Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) são 
contas relacionadas às atividades comuns da empresa, principalmente (mas 
não exclusivamente) nas empresas comerciais. Essas contas decorrem de uma 
estimativa calculada pela empresa para reconhecer a possibilidade de não 
recebimento de direitos.
As PECLD são contas redutoras do ativo e que representam um provisio-
namento, ao final do exercício contábil, para cobrir perdas prováveis de parte 
dos créditos da empresa (RIBEIRO, 2013).
Assim sendo, essas perdas possuem natureza credora (isto é, seu saldo será 
aumentado a partir de um crédito) por constituírem uma redução das contas 
a receber, que podem ser clientes ou duplicatas. 
Antes da internacionalização das normas de contabilidade, as PECLD eram 
reconhecidas como provisões, mas, em sua essência, não refletem o conceito 
contábil de provisão. As provisões são passivos de prazo ou de valor incerto, 
conforme determina o CPC 25 — Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Con-
tingentes, emitido em 2009 pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Tal diferença reside no fato de que as perdas possuem prazo e valor estimados 
pela contabilidade, o que as difere das provisões. Em resumo, a partir do seu 
conceito, é possível perceber que as PECLD designam uma incerteza no recebi-
mento de contas a receber e, por meio de seu reconhecimento, conferem à empresa 
informações fidedignas sobre o que se pode obter com os ativos da empresa.
Como você viu, as PECLD são registradas no ativo das empresas. Mas fique atento: 
tais contas podem compor tanto o ativo circulante quanto o ativo não circulante, a 
depender do prazo de vencimento dos direitos a que se referem.
Como as empresas não sabem qual o valor que não será recebido, utiliza-se 
uma estimativa para o registro contábil das PECLD. De acordo com Gelbcke et 
al. (2018), são analisados alguns critérios para a contabilização de uma adequada 
estimativa. Os autores destacam quatro formas de apuração das PECLD, a saber:
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa2
1. análise individual do saldo de cada clientes;
2. experiências anteriores da empresa;
3. contas em atraso.
4. condições de venda e a forma de pagamento negociadas pela empresa.
Como você pode perceber, o primeiro passo é analisar individualmente 
o saldo de cada cliente, analisando as contas analíticas de cada duplicata de 
clientes no momento do balanço patrimonial. Tal análise deverá ser reali-
zada conjuntamente com setores responsáveis pelas vendas e pelas cobranças 
(GELBCKE et al., 2018).
Assim sendo, a empresa deve também analisar seu histórico de PECLD 
a fim de obter um padrão histórico do comportamento de seus clientes. A 
análise de anos anteriores permite realizar um cálculo apurado das contas 
em atraso da empresa e, quando estabelecido um padrão, torna-se mais fácil 
estimar um percentual para a apuração das perdas (GELBCKE et al., 2018).
Por fim, mas não menos importante, deve-se observar as condições de 
venda e as formas de pagamento oferecidas para os clientes, pois a concessão 
de maiores prazos pode gerar maiores inadimplência de clientes (GELBCKE 
et al., 2018).
Até o momento, você compreendeu o que são as PECLD. Na próxima 
seção, vai ver como contabilizar tais perdas.
Contabilização das PECLD
As PECLD constituem-se como contas de natureza credora, sendo redutoras 
do ativo das empresas. O reconhecimento dessas perdas observa o regime de 
competência, isto é, deverão ser realizados registros contábeis específi cos 
para cada evento relacionado aos direitos oriundos de clientes.
A base está na compreensão de que, se há uma redução do ativo, deve-se creditar a 
conta do ativo e, se há um reconhecimento de despesas, deve-se debitar tal despesa 
— o que foi definido a partir do método das partidas dobradas publicado por Luca 
Pacioli, em 1494, e que é tema de estudo de contabilidade básica.
3Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa
O registo das PECLD envolve contas patrimoniais e de resultado. A conta 
patrimonial envolvida é:
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa – natureza 
credora, redutora do Ativo.
Já a conta de resultado envolvida no lançamento é:
Devedores Duvidosos – natureza devedora, despesa.
A contabilização das PECLD refere-se ao cálculo da estimativa da perda, 
isto é, a apuração e o registro do valor que se espera não receber. Antes de o 
Brasil convergir às normas internacionais, o critério para reconhecimento das 
PECLD decorria de estimativas que abrangiam um percentual sobre o saldo 
das contas a receber. Tal percentual variava de 1,5 a 3% sobre tais saldos 
(RIBEIRO, 2013; IUDÍCIBUS; MARION, 2016). 
Atualmente, as normas brasileiras permitem que o reconhecimento ocorra 
somente quando houver evidência objetiva de que os direitos não serão re-
cebidos em sua totalidade. No que tange especificamente às PECLD, o Pro-
nunciamento Técnico CPC 48, que aborda os Instrumentos Financeiros e sua 
consequente recuperabilidade de ativos, em seu item 5.5, expõe a necessidade 
de análise da redução ao valor recuperável de contas de instrumentos finan-
ceiros (CPC, 2016). Como as contas a receber são instrumentos financeiros, 
as PECLD devem observar tais orientações de cálculo de recuperabilidade.
Você sabia que existem regras para o estabelecimento de PECLD? Empresas que têm sua 
tributação baseada no Lucro Real possuem limites e condições para o reconhecimento 
das PECLD, devendo observar tanto os valores em contas de direitos quanto os prazos de 
vencimento e prazos de insolvência, conforme predisposto na Lei nº. 13.097 (BRASIL, 2015).
Ao apurar os saldos das contas de cada uma das duplicatas a receber de 
um exercício social, as empresas devem verificar se há alguma evidência 
objetiva de que o saldo ou parte do saldo existente em tais contas não será 
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa4
recebido. Assim, apura-se um valor específico e deve-se reconhecê-lo 
contabilmente, conforme determina o CPC 48 (CPC, 2016). Portanto, o 
percentual que será aplicado para a estimativa de PECLD (que era de 1,5 
a 3% anteriormente à convergência às normas internacionais) deverá ser 
estimado pela empresa a partir de uma das quatro formas agora aceitáveis: 
análise individual do saldo de cada clientes; experiências anteriores da 
empresa; contas em atraso e/ou condições de venda e a forma de pagamento 
negociadas pela empresa. 
A conta patrimonial “Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Du-
vidosa” tem natureza credora, representando uma redução do Ativo. A conta 
de resultado, por sua vez, chama-se “Devedores Duvidosos” e implica o 
reconhecimento de um valor que se estima não receber, reduzindo o resultado 
(ou seja, é reconhecida uma despesa).
Portanto, a contabilização de PECLD será:
D – Devedores Duvidosos (Resultado)
C – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo)
A Companhia ABC possui, em 31 de dezembro dex0, um saldo de R$ 500.000 regis-
trado na conta Duplicatas a Receber, em seu Ativo Circulante. A partir da apuração 
de estimativas com base em eventos passados, a companhia espera não receber 5% 
desse montante. Para tanto, deverá efetuar o seguinte registro contábil no final do 
exercício contábil:
  D – Devedores Duvidosos (Resultado): R$ 25.000
  C – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante): R$ 
25.000
É importante destacar que esse registro imputa um valor estimado do que 
se espera não receber. Esse registro deve ser mantido até o final do exercício 
contábil subsequente (ou seja, no caso do exemplo, até 31 de dezembro de x1), 
quando se deve realizar o confronto entre os valores efetivamente não recebidos, 
quando será reconhecido o valor incobrável. 
Observe, a seguir, como é realizado o registro da baixa ou da reversão 
destas estimativas.
5Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa
Para saber mais, leia no link a seguir o Artigo 347 do Decreto nº. 9.580, 22/11/18, que 
também trata deste assunto. 
https://qrgo.page.link/RTdWw
Reconhecimento do valor incobrável de PECLD
O reconhecimento do valor incobrável ocorre quando se esgotam as possibi-
lidades de cobrança dos valores a receber, conforme orienta o CPC 48 (CPC, 
2016). Logo, a empresa considera que esses valores não serão mais recebidos.
Existem três eventos contábeis que podem ocorrer no momento do reco-
nhecimento do valor incobrável: 
  quando o valor incobrável é o mesmo que o estimado;
  quando o valor incobrável é menor que o valor estimado; 
  quando o valor incobrável é maior que o valor estimado. 
O registo da baixa das PECLD envolve contas patrimoniais e de resultado. 
As contas patrimoniais envolvidas são:
  Duplicatas a Receber/Clientes — natureza devedora, conta do Ativo;
  Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa — natureza 
credora, redutora do Ativo.
Já as contas de resultado envolvidas nos lançamentos são:
  Devedores Incobráveis — natureza devedora, despesa;
  Reversão da Estimativa em Créditos de Liquidação Duvidosa — natu-
reza credora, reversão de despesa (receita).
Então, quando a empresa estimar um valor de PECLD e o valor reconhecido 
como incobrável for o mesmo, deverá ser efetuado o seguinte registro:
D – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo)
C – Duplicatas a Receber (Ativo)
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa6
Perceba que o valor registrado na conta redutora será totalmente zerado 
ao final do exercício contábil e a contrapartida será creditada nos direitos a 
receber, tendo em vista que estes não serão mais recebidos. Nessa situação, 
não há nenhum impacto no resultado da empresa, pois a despesa foi estimada 
com precisão no exercício anterior.
A Companhia ABC possui, em 31 de dezembro de x0, um saldo de R$ 500.000 
registrado na conta Duplicatas a Receber, em seu Ativo Circulante. A partir da apu-
ração de estimativas, a companhia identificou a possibilidade de não receber 5% 
deste montante. Para tanto, deverá efetuar o seguinte registro contábil no final do 
exercício contábil:
  D – Devedores Duvidosos (Resultado): R$ 25.000
  C – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante): R$ 
25.000
Suponha, agora, que, em 31 de dezembro de x1, o valor não recebido pela empresa 
a título de perdas com créditos de liquidação duvidosa foi de R$ 25.000. Os registros 
realizados serão:
  D – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante): R$ 
25.000
  C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante): R$ 25.000
Quando o valor incobrável for menor que o valor estimado, deve-se re-
conhecer o valor da perda nas Duplicatas a Receber e também na conta de 
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa, conforme disposto 
no item 59 do CPC 25 (CPC, 2009). Como o valor não recebido foi menor do 
que o provisionado, haverá um saldo ainda na conta Perdas Estimadas em 
Créditos de Liquidação Duvidosa. Para compensar esse valor, a conta Perdas 
Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa será zerada e tal diferença 
será reconhecida no resultado como uma reversão (reconhecimento de receita). 
Assim, é corrigido o valor da perda registrado no exercício anterior, conforme 
disposto a seguir:
D – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo)
C – Duplicatas a receber (Ativo)
C – Reversão da Estimativa em Créditos de Liquidação Duvidosa 
(Resultado)
7Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa
A Companhia ABC possui, em 31 de dezembro de x0, um saldo de R$ 500.000 regis-
trado na conta Duplicatas a Receber em seu Ativo Circulante. A partir da apuração de 
estimativas, a companhia espera não receber 5% desse montante. Para tanto, deverá 
efetuar o seguinte registro contábil no final do exercício contábil:
  D – Devedores Duvidosos (Resultado): R$ 25.000
  C – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante): R$ 
25.000
Suponha, agora, que em 31 de dezembro de x1, o valor não recebido pela empresa 
a título de perdas com créditos de liquidação duvidosa foi de R$ 23.000. Os registros 
realizados serão:
  D – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante): R$ 
25.000
  C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante): R$ 23.000
  C – Reversão da Estimativa em Créditos de Liquidação Duvidosa (Resultado): 
R$ 2.000
Note, portanto, que, nessa situação, há um impacto no resultado. Já 
quando o valor incobrável for maior que o valor estimado, conforme disposto 
no item 60 do CPC 25 (CPC, 2009), deverá ser reconhecido um valor extra 
referente a tal diferença entre estimado e realizado. Assim sendo, deve-
-se reconhecer os valores não recebidos nas contas Duplicatas a Receber 
e Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa e reconhecer, 
também, uma nova despesa referente ao valor incobrável ser maior que o 
provisionado. Confira:
D – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo)
D – Devedores Incobráveis (Resultado)
C – Duplicatas a receber (Ativo)
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa8
A Companhia ABC possui, em 31 de dezembro de x0, um saldo de R$ 500.000 regis-
trado na conta Duplicatas a Receber em seu Ativo Circulante. A partir da apuração de 
estimativas, a companhia espera não receber 5% desse montante. Para tanto, deverá 
efetuar o seguinte registro contábil no final do exercício contábil:
  D – Devedores Duvidosos (Resultado): R$ 25.000
  C – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante): R$ 25.000
Suponha, agora, que em 31 de dezembro de x1, o valor não recebido pela empresa a título 
de perdas com créditos de liquidação duvidosa foi de R$ 29.000. Os registros realizados serão:
  D – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Ativo Circulante): R$ 
25.000
  D – Devedores Incobráveis (Resultado): R$ 4.000
  C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante): R$ 29.000
Perceba que o valor registrado em Duplicatas a Receber corresponderá ao valor 
total não recebido, enquanto o valor máximo que poderá ser debitado nas PECLD 
será igual ao seu saldo. A diferença, por sua vez, será reconhecida diretamente no 
resultado, o que significa que, nessa situação, também haverá impacto no resultado.
Para que você possa compreender todos os lançamentos, confira a seguir, 
um resumo de todos os registros contábeis relacionados às PECLD.
Quando o valor 
incobrável é o mesmo 
valor que o estimado
  D – Perdas Estimadas em Créditos 
de Liquidação Duvidosa 
  C – Duplicatas a receber 
Não há impacto 
no resultado.
Quando o valor 
incobrável é menor 
que o valor estimado
  D – Perdas Estimadas em Créditos 
de Liquidação Duvidosa 
  C – Duplicatas a receber 
  D – Perdas Estimadas em Créditos 
de Liquidação Duvidosa 
  C – Reversão da Estimativa em 
Créditos de Liquidação Duvidosa 
Há impacto no 
resultado.
Quando o valor 
incobrável é maior 
que o valor estimado
  D – Perdas Estimadas em Créditosde Liquidação Duvidosa 
  D – Devedores Incobráveis 
  C – Duplicatas a receber
Há impacto no 
resultado.
Quadro 1. Reconhecimento do valor incobrável
9Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa
Assim, neste capítulo, você compreendeu o que são as PECLD. Você 
aprendeu a reconhecer a estimativa da perda e seu reconhecimento de va-
lor incobrável, que pode ser de igual, maior ou menor que o valor que o 
provisionado.
O reconhecimento das PECLD é fundamental para que as empresas apre-
sentem suas informações com relevância e fidedignidade, demonstrando con-
sonância com as normas internacionais de contabilidade, as quais reconhecem 
os ativos por aquilo que deles se esperam: seus benefícios econômicos reais, 
ajustados às expectativas de recebimento. 
Confira no link a seguir um vídeo que ajuda na compreensão a respeito do que são 
as Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa.
https://qrgo.page.link/9kgnV
BRASIL. Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015. Brasília, DF, 2015. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13097.htm. Acesso em: 28 set. 2019.
CPC. Pronunciamento técnico n. 25: provisões, passivos contingentes a ativos contin-
gentes. Brasília, DF, 2009. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documen-
tos/304_CPC_25_rev%2013.pdf. Acesso em: 28 set. 2019.
CPC. Pronunciamento técnico n. 48: instrumentos financeiros. Brasília, DF, 2016. Dis-
ponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=106. Acesso em: 28 set. 2019.
GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade societária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Contabilidade comercial: atualizado conforme Lei no. 
11.638/07 e Lei no. 11.941/09. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade comercial fácil. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa10
Leituras recomendadas
BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a fis-
calização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de 
Qualquer Natureza. Brasília, DF, 2018. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/
asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-
580-de-22-de-novembro-de-2018-51525026. Acesso em: 28 set. 2019.
CONTABILIDADE_PECLD. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (12 min). Publicado pelo ca-
nal Contabilidade passo a passo. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=MucMEF4HDqA. Acesso em: 28 set. 2019.
11Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa
CONTABILIDADE
TRIBUTÁRIA
Ramon 
Alberto Cunha 
de Faria




 

 
 






    
     





Neste texto, você aprenderá a definir os conceitos das contribuições so-
ciais PIS e COFINS, seu arcabouço lógico, como e quem deve pagar essas 
contribuições, a base de cálculo, o faturamento, as alíquotas e o produto da 
destinação arrecadatória desses tributos. Essas contribuições sociais desem-
penham um papel fundamental em nossa sociedade, pois sua arrecadação é 
destinada às políticas de programas sociais, colaborando com isso em assis-
tências sociais, pagamento de professores públicos, manutenção e garantia do 
seguro desemprego, auxílio aos considerados menores de idade e sistemas de 
saúde – como postos de saúde, hospitais e toda assistência médica adequada, 
entre outras finalidades sociais. 
Você está diante de dois tributos que têm extrema importância nos dias 
atuais sobre as atividades sociais básicas, como moradia, educação, saúde, 
segurança e trabalho. Esses tributos são contribuições nas quais o produto de 
sua arrecadação tem uma finalidade específica, fazendo com que o governo 
não possa investir este dinheiro de maneira diferente da que foi estabelecida. 
O propósito dessas contribuições é acabar com as desigualdades sociais e es-
tabelecer padrões básicos de necessidade pública, para que todos os cidadãos 
tenham uma vida com dignidade, educação, saúde e paz.

O PIS é um tributo cuja espécie tributária é denominada como “contribuições 
sociais”, uma vez que sua destinação arrecadatória tem um vínculo com um 
gasto governamental, ou seja, a União, ao arrecadar o valor do PIS, tem por 
obrigação constitucional destinar esses valores de maneira direta a um fundo 
de amparo ao trabalhador (FAT), para custear o seguro-desemprego e o abono 
salarial e uma outra parte que se destina a programas de desenvolvimento 
econômico. 
A COFINS, da mesma forma que o PIS, é um tributo classificado como 
“contribuições sociais”, devido a sua destinação arrecadatória com finalidade 
especifica. Essa finalidade é custear e aprimorar o sistema da seguridade so-
cial do país. 
A seguridade social é um programa de políticas públicas, destinada ao bem 
comum dos cidadãos do país. O amparando em sua velhice, em sua saúde, e 
segurança, tanto profissional como pessoal. 

Os contribuintes ou sujeitos passivos de pagar as contribuições sociais do 
PIS e da COFINS, no caso de direito privado, são as pessoas jurídicas que, 
de modo geral, obtenham faturamento, bem como as entidades sem fins 
lucrativos.











Entidades sem fins lucrativos são instituições que obtém renda ou fatura-
mento, porém sua finalidade final é de algum benefício social, ou seja, é para 
a sociedade em geral que essas instituições existem e não para dar lucros. 
Alguns exemplos de entidades sem fins lucrativos são:
 Templos de qualquer culto (igrejas, sinagogas, mesquitas, centro espi-
ritas, terreiros, entre outras denominações de templos religiosos).
 Partidos políticos.
 Sindicatos e suas federações e confederações.
 Conselho de fiscalização de profissões regulamentadas, como Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC), Ordem dos Advogados do BRASIL 
(OAB), entre outras categorias de interesses de classes profissionais.
 Assistência social, entendidas como as que amparam, com medidas so-
ciais de saúde, segurança e educação, às pessoas com baixa renda fami-
liar, os menores de idade, os hipossuficientes, entre outras classes sociais. 
 Instituições de educação, como escolas públicas, creches e outras.
 Serviços sociais por iniciativa autônoma, em que se caracterizamdi-
versas entidades que se prontificam a prestar serviços de ajuda comu-
nitária de maneira gratuita e benéfica a sociedade.

Há algumas outras classes de entidades sem fins lucrativos, mas essas são 
as principais.
Há uma peculiaridade no PIS/PASEP que o distingue da COFINS: sua in-
cidência sobre a folha de pagamento paga ou creditada a funcionários de enti-
dades sem fins lucrativos. Essa é a única diferença na apuração desses dois tri-
butos, pois os restantes das situações ensejam base de cálculo igual para ambos.

O princípio da cumulatividade para o PIS e a COFINS implica dizer que a 
incidência para esses tributos será em uma única fase, sem ter direitos a se 
creditar de operações anteriores. Essa incidência em uma única fase deno-
mina-se tributação em cascata, por fazer incidir de uma só vez e em diversas 
operações subsequentes. Tributa-se pelo faturamento mensal ou receita bruta 
como alguns doutrinadores costuma dizer. 
Este princípio da não cumulatividade se aplica ao regime tributário do 
lucro presumido, no qual não é permitida a manutenção de créditos por parte 
do contribuinte. 

A base de cálculo no regime cumulativo e também o fato gerador do PIS e da 
COFINS é o faturamento mensal das pessoas jurídicas em geral, assim enten-
dido, como o produto da venda de mercadorias ou prestação de serviços. Hoje, 
o Supremo Tribunal Federal (STF) define como faturamento mensal a receita 
bruta para fins de incidência tributária. Mas, o que esse conceito muda? 
Esse conceito, praticamente, alarga a margem da base de cálculo, incluindo 
também as receitas financeiras, obtidas por meio de juros ativos, atualização 
monetária, variação cambial ativa, entre outras. Você pode, assim, perceber 
que o conceito de receita bruta aumenta o montante da base de cálculo, one-
rando ainda mais o contribuinte por questão de interpretação jurídica. 
Podem ser deduzidos do faturamento ou base de cálculo os seguintes 
valores:
 Vendas canceladas.
 Descontos incondicionais concedidos.
 ICMS pago por substituição tributária.
 IPI.
 Receita de venda do ativo permanente, etc.
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As alíquotas pelo regime cumulativo serão as seguintes:
 0,65% - PIS.
 3,00% - COFINS.
 1% PIS/PASEP sobre a folha de pagamento 


No regime de apuração pela não cumulatividade aplica-se a manutenção 
dos créditos de PIS e COFINS, ou seja, permite o aproveitamento de crédito 
destes em operações anteriores. 
Somente podem aderir a não cumulatividade as pessoas jurídicas optantes 
pelo regime tributário do lucro real.


São contribuintes obrigados pelo regime da não cumulatividade do PIS/CO-
FINS as pessoas jurídicas que optam pelo pagamento do IRPJ no regime tri-
butário lucro real. 

A base de cálculo é a receita bruta mensal, entendida como o produto da venda 
de mercadoria e ou a prestação de serviços. Deduzindo os valores com as 
vendas canceladas, descontos incondicionais, ICMS por substituição tributária, 
IPI e etc. Incluem-se na base de cálculo os valores com receitas financeiras. 
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
As Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 tratam dos aspectos tributário do PIS e da 
COFINS, nelas você irá encontrar a base para apropriação dos créditos de PIS 
e COFINS, a qual poderá abater da base de cálculo os créditos com:

 Bens adquiridos para revenda.
 Bens e serviços considerados como insumos para fabricação de pro-
dutos e ou serviços.
 Energia elétrica.
 Despesas com alugueis de bem imóvel sede da empresa.
 Bens incorporados ao ativo imobilizado, etc.
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As alíquotas pelo regime não cumulativo serão as seguintes: 
 1,65% - PIS.
 7,60% - COFINS.
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
Utilizando a apuração acima, e sem considerar a apropriação de créditos, fa-
remos a escrituração em razonete dos valores da COFINS a pagar. 
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Lançamento efetuado pelo reconhecimento da receita de vendas e pelo 
direito ao recebimento do valor na conta clientes. 
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Lançamento efetuado como débito pela apropriação do COFINS s/fatura-
mento, que representa uma despesa para a empresa, e como crédito de COFINS 
a recolher representando um valor a recolher demonstrado no passivo circulante.
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