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MODELO DE FICHAMENTO PRONTOFOUCAULT, M.; O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE NASSAU
NÚCLEO DE HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA E PROCESSOS CLÍNICOS
Aluno: XXXXXXXX XXXX
Matricula: XXXXXXX
FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO
	
FOUCAULT, M.; O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.
	O livro é parte de um projeto amplo de critica ás estruturas politicas e epistemológicas que presidem á racionalidade do mundo contemporâneo.
- No início do século XIX a medicina se apresenta como medicina científica. Para isso critica seu passado. Foucault tenta mostrar como se deu essa organização do conhecimento medico. Essa divisão não foi fruto de conhecimento acumulado, mas mudanças á nível de seu objeto, conceito e método. A medicina moderna implicou o surgimento de novas formas de conhecimento e novas práticas institucionais.
A Medicina Clássica está para a moderna, assim como a história natural está para a biologia. Se a ciência dos seres vivos possibilita uma medicina classificatória das espécies patológicas, a ciência da vida funda a anátomo-clinica.
- O Hospital era um local de assistência ao pobre e um ambiente preparatório para a morte. Depois vira um espaço do exercício médico, lugar de cura.
- Medicina Clássica tem como objeto a doença considerada como essência abstrata.
- Medicina Clinica um saber sobre o indivíduo como corpo doente exigindo uma intervenção que dê conta de sua singularidade.
- Medicina do espaço social consciência da doença como problema político-social.
	 Cap.1- Espaços e Classes – Explica que a doença é percebida em um espaço de projeção sem profundidade a doença é vista como fenômeno neutro que acontece independente do espaço e localização com as mesmas características. Seguiu o modelo botânico.. Antes da percepção, antes do olhar há um manual que distribui as doenças em classes e espécies .Isso interfere como o fenômeno patológico é percebido.
“O olhar médico não se dirige ao corpo concreto, mas aos signos que diferenciam uma doença da outra” p. 7. - No hospital, acreditava-se que o contato dos doentes com outros doentes alterava a natureza da doença.
- Século XVIII o hospital vai ser criticado, pois se torna um fardo para o Estado. O hospital passa a ser visto como um espaço criador de doenças. A doença vira doença da doença.
“Segundo a medicina das espécies, a doença possui, por direito de nascimento, formas e momentos estranhos ao espaço das sociedades” p. 16.
	Cap. 2 – Uma Consciência Política –Busca a origem do olhar médico classificatório. Deve-se transcrever o acontecimento detalhadamente, mas também segundo a coerência que implica a percepção realizada por muitos. ”Olhar múltiplo. Como processo único, é preciso descrevê-la no que tem de singular, acidental e imprevisto” p. 27.
” A epidemia é mais do que uma forma particular de doença; é. No século XVIII, um modo autônomo, coerente e suficiente de VER a doença” p. 24.
“Mas seu suporte não é a percepção do doente em sua singularidade, é uma consciência coletiva de todas as informações que se cruzam, crescendo em uma ramagem complexa e sempre abundante, ampliada finalmente até as dimensões de uma história, de uma geografia, de um Estado” p. 32.
	
Cap. 3 – O Campo Livre - “O olhar que vê é o olhar que domina” p. 42.
O individuo deve confiar a vida ao medico e não mais ao sacerdote. A consciência da doença trouxe consigo o dever da assistência do Estado. A revolução francesa traria o fim dos hospitais, pois a miséria acabaria.
 Em 1707- houve a regulamentação da prática médica. Questões sobre qual instituição validaria o título de médico.”- Durante a revolução francesa várias universidades foram fechadas. P. 50.” Dizia-se que elas eram teóricas e desligadas da prática. Em – 1792- baixado um decreto que vigiava o exercício da medicina. Fim das sociedades médicas. 
 “Mito do olhar livre, do olhar puro, capaz de olhar com clareza e transparência”. p. 57.
“Ele é apenas um segmento da dialética do iluminismo transportado para o olho do médico” p. 57
	
Cap. 4 – A velhice da clínica- O que modificou foi a rede semântica com a qual estas experiências aconteceram. Foi mudado o código perceptível que se aplicava ao corpo do doente A pureza da evidencia clínica é mascarada por teorias. A medicina encontra sua possibilidade de ser na clínica. “O princípio de que o saber médico se forma no próprio leito do doente não data do final do século XVIII. Todas as revoluções da medicina foram feitas em nome desta experiência” p. 59.”A clinica representava o constante olhar medico sobre o doente”p.69. No hospital o doente é sujeito de sua doença; na clínica, a doença é um acidente .A clínica ainda não era um local de investigação.
 “No século XVIII, só há clínica pedagógica” p. 68. É lugar de instrução. Resume o saber, mais do que analisa. Agrupa experiências.
	Cap. 5- A lição dos Hospitais – Neste capítulo é explicado que os médicos improvisados ou os empíricos engalanados são tanto mais temíveis quanto à hospitalização da época dos doentes pobres se tornava cada vez mais difícil.
 “0 banditismo, previsto se instala por toda parte. Desde o começo da guerra mas sobretudo a partir do recrutamento em massa do 'outono de 1793.”p72
 Como por exemplo, em Poitiers, em 1793, foram despedidos os 200 doentes do Hôtel-Dieu para dar lugar aos feridos militares, a quem o Exercito pagava pensão, ou seja, se não tinha dinheiro, não possuía o direito ao hospital e ao tratamento. Fala que devido à demanda de charlatães da medicina, nasciam espontaneamente organismos de proteção de origem popular. do Poder Legislativo: decidiram estabelecer por si mesmas um controle sobre os que pretendem exercer a medicina; criam comissões, formadas por médicos do Antigo Regime, que deviam julgar os títulos, o saber e a experiência dos recém-formados.” Junto ás três escolas de saúde um júri composto de, dois médicos, dois cirurgiões e um farmacêutico é encarregado por controlar todos que desejassem exercer por sua própria conta e todos que exercessem atualmente a arte de curar(...)” p 86 O hospital se tornava rentável para a iniciativa privada a partir do momento em que o sofrimento que nele vinham procurar alivio era transformado em espetáculo. “Quanto à clínica, ela não tinha o valor de formação que dela se esperava.” Essa nova definição da clinica estava vinculada a reorganização do domínio hospitalar” p 93
	Cap. 6 -Signos e Casos – Este capítulo se inicia enumerando a extensão do domínio clínico, não como um tirano cruel que reina sobre escravos, mas como um pai terno que vela pelo destino de seus filhos. Explica que a clínica não é a primeira tentativa de ordenar uma ciência pelo exercício e decisões do olhar. Porém antes, faz uma retrospectiva da história natural para conhecer as estruturas, a unidade da criação e, portanto, seu lugar singular na mesma. “Eis, fora de toda medida, a extensão do domínio clinico: o desvendar, o principio e a causa de uma doença através da confusão e da obscuridade dos sintomas; conhecer Sua natureza, suas formas, suas complicações(...)”p.99
“A clínica nada mais era do que o próprio exercício da medicina junto ao leito dos doentes, e que ela se identificava com a medicina prática propriamente dita. Muito mais do que uma retomada ao velho empirismo médico, a clínica é a vida concreta”.p.119
	Cap. 7 – Ver, Saber – Este capítulo começa dizendo que ” Hipócrates, um estudioso da época, só se ateve à observação, desprezando todos os sistemas. Somente seguindo seus passos a medicina pode ser aperfeiçoada; porém, os privilégios que a clínica acabara de reconhecer na observação eram muito mais numerosos e de natureza inteiramente diversa dos prestígios que lhe concedia a tradição” p.121.A clínica é definida como lugar de encontro do médico com o doente e o mesmo é determinado por três meios: A alternância dos momentos falados e dos momentos percebidos em uma observação; O esforço para definir uma forma estatutária de correlação entre o olhar e a linguagem e O ideal de uma descrição exaustiva. Acrescenta ainda que a arte de descrever os fatos é a suprema arteem medicina e que a clínica médica poderia ser considerada tanto como ciência, quanto como modo de ensino da medicina”. E a medicina dos sintomas, pouco a pouco, entrara em regressão, para se dissipar diante da medicina dos orgãos, do foco e das causas, diante de uma cIínica inteiramente ordenada pela anatomia patológica. E a idade de Bichat.p.139
	
CAP. 8 – Abram Alguns Cadáveres Novo espírito médico está vinculado à descoberta da anatomia patológica. O iluminismo possibilitou vasculhar os corpos sem os preconceitos religiosos. Foucault afirma não haver escassez de cadáveres no século XVIII. “história transfigurada” p. 143. “A necessidade de conhecer o morto já devia existir quando aparecia a preocupação de compreender o vivo” p. 143.
“ A vida, a doença e a morte constituem agora uma trindade técnica e conceitual” p.165
“Abram alguns cadáveres: logo verão desaparecer a obscuridade que apenas a observação não pudera dissipar. A noite viva se dissipa na claridade da morte” p. 168.
	Cap. 9 – O Invisível Visível- “ A partir do cadáver ,paradoxalmente se percebe a doença viver”p.169. A vida não é mais simpatias, nem leis combinatórias, mas tem leis próprias.
 Os fenômenos mórbidos devem ser compreendidos a partir do próprio texto da vida e não de uma essência. Mudança teórica, novo horizonte filosófico. Essas coisas se impõem imediatamente ao mundo da percepção e ao olhar médico. Os fenômenos da doença aí encontram novo estatuto epistemológico. “A vida vai desempenhar na anatomia patológica o papel que a ampla noção de natureza exercia na nosologia: o fundamento inesgotável, mas limitado em que a doença encontra os recursos ordenados de suas desordens” p. 175.
	Cap. 10 – A Crise Das Febres- “Este capítulo tratará do último processo pelo qual a percepção anátomo-clínica encontra a forma de seu equilíbrio” p. 199. “A medida que a anatomia patológica situa melhor sua sede, parece que a doença se retira mais profundamente para a intimidade de um processo inacessível” p. 200.
A ideia de classe de doenças estava associada a uma observação dita neutra dos sintomas.
 Nova organização do olhar médico de Bichat dizia que o princípio da visibilidade era uma regra absoluta. “Não mais existem doenças essenciais e nem essência nas doenças”. p. 218.
“Acabou o tempo da medicina das doenças; começa uma medicina das relações patológicas, estrutura de experiência que dominou o século XIX e até certo ponto o século XX, visto que, não sem modificações metodológicas, a medicina dos agentes patológicos nela virá se encaixar” p. 221.
	CONCLUSAO
“Pode-se compreender a partir dai a importância da medicina para a constituição das ciências do homem, importância que não e apenas metodológica na medida em que ela diz respeito ao ser do homem como objeto de saber positivo. A possibilidade do individuo ser ao mesmo tempo sujeito e objeto de seu próprio conhecimento implica que Ele inverta no saber, o jogo da própria finitude”p.227 O livro faz pensar sobre como surgiu à clínica, a observação, o pessoal, afinal não somos fabricados em série, todos nós temos uma subjetividade, singularidade e isso nos torna único.” Nos últimos anos do século XVIII, a cultura europeia construiu uma estrutura que ainda não foi desatada; começamos apenas a desembaraçar alguns de seus fios que nos ainda tão desconhecidos que os tomamos de bom grado como maravilhosamente novos ou absolutamente arcaícos enquanto que, há dois séculos (não menos e entretanto não muito mais), constituíram a trama sombria, mas sólida de nossa experiência”p.230 .Fica claro que à medicina, a observação (clinica), sofreu e sofre, como tudo neste mundo, uma busca incansável pela evolução .

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