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Construções da antiguidade romanas: Casas Romanas, Fóruns, Termas, Arco do Triunfo e Aquedutos RESUMO As cidades da Grécia Antiga eram um todo único, voltada para o público, onde não existiam zonas fechadas, tal como bairros. As obras que se sobressaíam no panorama arquite- tônico da cidade eram de voltadas para o religioso, para o lazer público e para a política, já as casas de moradia gregas não se diferenciavam muito em relação à forma, apenas ao seu tama- nho. Os romanos incorporaram muito da cultura grega, por isso, alguns aspectos de sua arquitetura e urbanismos são similares, a simplicidade das moradias e a monumentalidade dos prédios públicos são exemplos. Porém os romanos também aprimoraram as técnicas construti- vas gregas e inseriram inovações como o uso de arcos e de cimento, que possibilitaram a cons- trução de Aquedutos, Fóruns, Arcos do Triunfo, Termas e muitas outras construções que fazem parte da grandiosa história da Roma Antiga. Palavras-chave: Roma Antiga; Arquitetura; Construções. INTRODUÇÃO Esse trabalho tem por finalidade fazer um estudo sobre as moradias gregas e romanos, assim como as principais obras arquitetônicas da Roma antiga, sendo o foco do estudo os pa- lácios, fóruns, termas, aquedutos e arco do triunfo. É objetivo do trabalho abordar temas como: organização dos edifícios , modos de construção, decoração e sua importância no panorama histórico da época. Para o desenvolvimento dessa pesquisa foram realizadas buscas em livros, artigos e web sites que apresentavam conteúdo sobre essa temática. Dessa forma a metodologia da pes- quisa bibliográfica foi utilizada para satisfazer a conclusão desse estudo. 1. CASAS ROMANAS Roma conhecida pela sua arquitetura monumental, que aliava grandiosidade a funcio- nalidade, construía as suas casas de forma prática e bem definida quanto ao seu uso. Graças às escavações na preservada Pompeia, é possível ter uma clara ideia do formato, utilidade, beleza e estrutura das habitações da Roma Antiga que abrange muitos tipos de espaços de convivência. A domus era a residência urbana das famílias abastadas na Roma Antiga, e, portanto, na sua maioria, das patrícias, nome pela qual é denominada a nobreza romana. Há também a domus da plebe, onde habitavam comerciantes e artesãos romanos, ainda que as suas residên- cias não fossem grandes, suntuosas e sofisticadas como as dos patrícios. Os cidadãos com me- nos posses, membros da plebe, viviam em casas alugadas, as insulas, apartamentos exíguos e sobrepovoados situados em prédios de vários andares. No campo, as casas das famílias patrícias tinham o nome de villae (singular: villa). A domus dos patrícios era uma propriedade grande, sofisticada e luxuosa em regiões residenciais em meio a cidade. Domus A domus desenvolvia-se na horizontal, embora pudesse haver um segundo piso. As divisões que davam para a rua, denominadas tabernas (tabernae), eram geralmente arrendadas a terceiros, sendo usadas como lojas ou oficinas. Não havia "montra" no sentido moderno do termo e a taberna abria diretamente para a rua. Por vezes, os comerciantes ou artesãos aluga- vam igualmente o segundo piso, onde viviam com a sua família. Ao entrar na casa de habitação, o visitante era conduzido pelo vestíbulo (vestibulum), o qual se abria para o átrio (atrium). O teto deste possuía uma abertura central, o complú- vio (compluvium), por onde entrava a água da chuva, que era recolhida no implúvio (implu- vium), uma cisterna quadrangular no centro do átrio. Elemento central da domus, era no átrio que eram colocadas as imagens dos antepassados (imagines maiorum) e que o patrono vinha saudar os seus clientes ou convidados. Em seu redor articulavam-se as outras divisões: os pequenos quartos de dormir (cubí- culos [cubicula]; singular: cubículo [cubiculum]), o triclínio (triclinium) ou sala de jantar, o ta- blínio (tablinium), onde o pater familias tratava dos seus negócios, e a cozinha (coquina ou cu- lina). Havia ainda o larário (lararium), divisão destinada ao culto das divindades domésticas (Lares e Penates) e dos familiares falecidos (Manes). Ao fundo da domus, encontrava-se por vezes uma área reservada aos banhos e um pequeno jardim (hortus), geralmente decorado com uma fonte. Ínsulas e Vilas As Ínsulas eram construções com blocos mal construídos e abrigavam os escalões in- feriores da sociedade em condições perigosas e superlotadas (veja abaixo). No campo, os po- bres viviam em pequenas aldeias ou fazendas, em estruturas de pedra. A exploração pela elite do trabalho contratado e escravo em empreendimentos agrícolas e na pecuária fornece uma categoria mais incomum de moradias romanas - salas em complexos industriais, como fábricas de azeite, onde uma força de trabalho vivia durante uma temporada de produção. As vilas romanas eram moradias rurais que abrangiam grandes propriedades agrícolas. Essa reconstrução mostra uma vila mais simples, mas elas poderiam ser extremamente luxuosas e contar com amplos espaços para lazer e relaxamento. Uma vila muito famosa que se manteve em boas condições é a do imperador Adriano. 2. PALÁCIOS ROMANOS A Villa Adriana Com grande certeza, se pode afirmar que Adriano, imperador de Roma entre 117 e 138, era um dos mais cultos líderes que governou Roma. Sua admiração pela cultura helênica fez com que a cultura grega se difundir-se por todo o Império. A Arquitetura era uma área que Adriano era muito atuante, chegou a projetar inúmeras edificações durante seu governo. Uma delas é o complexo palaciano denominado Villa Adriana. Localizada na modesta e simpática cidade de Tivoli, a 30 quilômetros de Roma, a Villa Adriana é considerada um dos conjuntos de monumentais mais ricos da Antiguidade. Construída no século II, Adriano a construiu com o objetivo de usá-la como lugar de retiro. Sua composição consiste em palácios, termas, fontes e várias outras reconstruções de edifícios egípcios e gregos favoritos do Imperador. O complexo é dimensionado com 1200 metros no eixo norte-sul e 600 metros no eixo oeste-leste, além de cerca de 120 hectares, mas apenas 40 são visíveis. A região encontra-se em um relevo de planalto e cheio de pedreiras. Localizado entre dois rios, os quais abasteciam o complexo por meio de 4 aquedutos (importantes para as fontes e termas). O Vale do Canopo Composto por um grande plano de água, o Canopo, com mais de 2000 metros quadrados e pelas grandes e pequenas termas e outras edificações em menor destaque como alojamentos dos oficiais da guarda imperial. O nome Canopo é homenagem a uma cidade egípcia, e o tanque de agua seria uma representação de um antigo canal que ligava a cidade até Alexandria. A presença de arquitraves alternadamente horizontais e em arco era uma marca registrada da ar- quitetura romana, e as estátuas de cimento dos deuses Marte, Mercúrio e Minerva mostram a influência helênica , visto que todos são deuses da mitologia grega (Ares, Hermes e Atena , respectivamente). A sala principal, formada por uma semi-cúpula de 43 metros de diâmetro, era utilizada para banquetes e outros eventos de grande escala, como cultos. O Complexo nordeste Parte localizada perto do rio que corre o vale de Tempe composta pela Sala dos filósofos, o Palácio Imperial e a Hospitália. A primeira, com o nome autoexplicativo, era um local de reunião de intelectuais, escritores e filósofos com o intuito de compartilhar e debater Filosofia. A sala funcionava como abrigo de estátuas de figuras importantes de Roma. Fonte: tudosobreroma.com O Palácio imperial era o alojamento de Adriano, que herdou a estruturado palácio do período republicano. O uso de mármore, concreto e pedras regulares era comum na arquitetura palaciana, já que a solidez é um atributo muito ligado as construções romanas. A Hospitália era um alojamento para militares de elite da guarda pretoriana composto por 20 quartos abrigando mais de 60 soldados. O lugar ainda tinha um altar para culto imperial e vários mosaicos revestindo paredes e o chão. O Teatro Marítimo Uma das partes mais belas da Villa Adriana é, sem dúvida, o Teatro Marítimo. Apesar do nome, não tem relação com o teatro romano. Era um espaço de acolhimento e isolamento do Imperador, coberto por uma abóboda em berço e sustentada por átrio interior e um pórtico circular com colunas jônicas. O espaço completo ainda teria um pequeno jardim e um modesto complexo termal. O Palácio de Nero ou Domus Aurea É fato que Nero é um dos mais famosos governantes de Roma. O controverso político, que ficou no poder de 54 a 68 D.C., era conhecido por ser sádico, determinado e odiado por quase todos os historiadores de sua época. O Grande Incêndio de Roma de 64, a morte pre- coce, perseguição aos cristãos, assassinato de familiares e outros conturbados casos o envol- vendo ajudaram a fixar imagem de um terrível tirano ao jovem imperador. Apesar de suas polêmicas, Nero tem uma contribuição para a Arquitetura da Roma Antiga: a Domus Aurea. Conhecida como a Casa Dourada, o palácio é uma das construções mais monumentais do im- pério romano. Construída em 64 D.C, logo após o Grande Incêndio, algumas partes do antigo palácio imperial haviam sido queimadas, e a reforma ergueu as paredes de mármore egípcio e turco. Predominantemente feito em tijolos e argamassa, estima-se que sua área passe dos 400 mil metros quadrados. Uma marca registrada do palácio são suas extravagâncias como o teto de- corado com ouro e pedras preciosas, as salas revestidas com mármore branco e a estátua de bronze de Nero vestido como o deus Apolo, estima-se que sua altura chegue a 30 metros. Após o suicídio de Nero em 68 D.C, os governantes seguintes desejavam apagar e des- truir patrimônios que preservavam a memória de Nero, por isso, a Casa Dourada teve uma parte soterrada a mando de seus sucessores Tito e Trajano, que construíram termas para enter- rar a Domus Aurea. Ironicamente, foi o soterramento que conservou o local até a atualidade. 3. FÓRUNS ROMANOS O fórum determinava a formação da cidade romana, sendo a intersecção entre as duas vias principais, cardo e decumanus maximus. A construção da cidade romana só se dava ao escolher o local, determinar a localização da muralha e tracejar as vias principais, que ao se encontrarem, determinavam a existência do fórum, local onde os soldados se reuniam diaria- mente para receber ordens. Segundo Kotkin (KOTKIN, Joel. A cidade: uma história global. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012:14), desde as origens mais remotas, as áreas urbanas realizaram três funções cruciais distintas – criar um espaço sagrado, proporcionar segurança básica e abri- gar um mercado. O Fórum romano era primitivamente o lugar do mercado ou da feira ao ar livre, local onde o povo sempre se reunia, mercado comum. Uma praça aberta, rodeada de importantes prédios, construções com função utilitária. É ao redor do fórum que a maioria dos templos eram dispostos, parte essencial e original, afinal a “paz de mercado”, necessária à livre troca, era conservada tornando-se sagrada a própria área, assim como outras importantes construções, como a basílica (tribunal de justiça) e outros locais de reunião do conselho da cidade, com um lugar de assembleia ou de comitium, que era usado também nos primeiros tempos para disputas atléticas e gladiatórias. Era o coração civil, religioso e econômico não só de Roma, mas do Império. Espaço cen- tral para o funcionamento e identidade da cidade de Roma. Desempenhou um importante papel para a criação de um espaço comunitário, onde vários membros da comunidade socioeconô- mica poderiam transitar. De acordo com Benévolo (em História da cidade, p. 244): “O fórum não era simplesmente uma praça aberta. Tal como se desenvolveu em Roma, era antes todo um recinto, complexo no traçado, no qual santuários e templos, os prédios da justiça e as casas do conselho, e espaços abertos circundados por majestosas colunatas, desempenhavam um papel.” O fórum romano era na verdade, uma combinação de ágora e acrópole, não apresentava características radicalmente novas que não fossem encontradas no seu protótipo helenístico. O que se tem de novo é uma maior concentração de atividades variadas, de grau mais elevado de ordem forma. Em sua maioria, o fórum era uma praça retangular aberta, construída com concreto e pe- dras, determinada no planejamento urbano da cidade. Antes do concreto surgir entre os roma- nos, era utilizado uma pedra vulcânica nativa da Itália, denominada “tufa”, para construir seus prédios. Pouco depois, “travertine” começou a ser usada por ser mais durável, além disso, sua cor quase branca a fez um aceitável substituto para o mármore. O concreto romano (opus cae- menticium) foi desenvolvido no começo do século 2 a.C. “Mortar” era uma combinação de areia, limão e água em proporções iguais. A maior contribuição romana à receita foi a introdu- ção de areia vulcânica italiana (“pozzolana”). Ademais, pedras, tijolos, madeira, mármores, também faziam parte do exemplar de materiais utilizados em construções romanas. Nos prédios que rodeavam seu fórum, os romanos utilizavam sistemas construtivos etrus- cos e gregos, como a utilização de arcos e abóbadas, traçado retilíneo da ruas, pórticos com colunas de madeira, telhados de duas águas e beiral, plantas retangulares e circulares, cúpulas e arcas. Entretanto, a arquitetura romana também foi inovadora em métodos construtivos, in- troduzindo a terraplanagem, invenção de cofragens e cimbres. O Fórum Romano está locali- zado no centro de Roma, era popularmente conhecido como Fórum Magno. Hoje sua praça retangular é rodeada por ruínas de diversas construções públicas importantes. 4. TERMAS ROMANAS A exploração da água termal, para fins terapêuticos e lúdicos, promoveu desde muito cedo, a construção de lugares com uma linguagem específica e particular ao nível da sua iden- tidade arquitetônica. As Termas Romanas eram construções monumentais, usadas para banhos públicos, que se tornaram importantes locais públicos e símbolos do poder político. Continham piscinas de água quente e fria, saunas, hipódromos e ginásios. A prática dos banhos, durante o Império Romano, veio introduzir dois conceitos distintos para a designação dos edifícios ter- mais, utilizando a palavra «Thermae», para designar os edifícios termais de grande dimensão de carácter público e a palavra «Balnea» para designar os pequenos edifícios termais de carácter privado e aptos para arrendamento. Esses banhos representavam, para a civilização romana, um lugar dedicado à saúde, à higiene e ao convívio social. As base do desenho termal da época tinha três principais salas de banho: o frigidarium, o tepidarium e o caldarium. Esses espaços também poderiam ser duplicados e acrescentadas novas funções a eles, proporcionando um percurso termal diversificado. Os banhos romanos agrupavam-se em sete modelos diferentes de planta: I) o modelo linear, representando a pri- meira tipologia utilizada nos banhos atrás referidos, que se manteve ao longo do período ro- mano, desenvolvendo-se relativamente à dimensão, à estética e ao conforto; II) o modelo cir- cular, em que as salas de piscina se encontravam duplicadas, de forma a criar um percurso termal, ondeo banhista não teria de voltar pelos mesmos espaços; III) o modelo linear duplo, integrando uma sala técnica de aquecimento na área central das termas, entre dois caldarium, facilitando a separação de sexos; IV) o modelo linear, com duplicação de secções individuais, principalmente do caldarium; V) o modelo circular simétrico, em que todos os espaços se du- plicam à exceção do caldarium e do apodytarium; VI) o modelo imperial pequeno; VII) o mo- delo imperial grande. As duas últimas tipologias caracterizam-se principalmente pela simetria e duplicação das salas. O primeiro espaço termal era o spheristerium, destinado à prática de exercícios físicos. Logo após seguia o apodyterium, este exercia a função de vestiário e encontrava-se adjacente ao frigidarium, uma sala que incluía uma ou mais piscinas, de forma quadrangular ou retangu- lar, dedicada aos banhos frios e que era, por norma, a primeira área balnear do edifício termal, apesar da sua utilização ser feita no final do percurso. Após o frigidarium, encontrava-se o tepidarium, uma sala sem piscina, de forma quadrangular ou retangular, que tinha a função de aclimatação para o caldarium. Este era o coração das termas, com uma ou mais piscinas de água quente, de forma retangular, rematada num dos lados ou dos dois, caracterizada pela tempera- tura mais alta, sendo essa aquecida diretamente pelo hypocaustum, uma estrutura ao nível do subsolo, que permitia a circulação de ar quente. Ainda acessível pelo tepidarium ou caldarium, encontra-se o laconicum, uma estufa de ar quente (atual sauna) de planta circular e teto abobadado. O último cômodo era no uncotorium, uma área para a aplicação de óleos perfumados sobre a pele, localizado próximo do vestiário e do frigidarium. Ainda junto ao frigidarium, localizava-se a natatio, uma piscina de natação ex- terior, integrada na palestra. Os vestiários eram divididos em duas secções, uma para as mulhe- res e outra para os homens, já que não eram comuns os banhos mistos. Para além destes espaços, também se inseriam frequentemente outros elementos complementares, culturais e lúdicos, como as salas de conversação, as bibliotecas, as lojas, as galerias e os parques, principalmente nos estabelecimentos de maior dimensão. Os estabelecimentos termais romanos caracterizavam-se construtivamente pela utiliza- ção de paredes maciças e de tetos abobadados para a criação sucessiva dos diferentes espaços enormes. Sua estrutura era construída principalmente em granito, embora nas zonas sujeitas a maior aquecimento também seja usado o tijolo, sempre aplicado de forma complementar e de tal modo homogéneo que permite perceber que procurava responder às exigências térmicas e estruturais. A conjugação dos materiais usados com as tipologias de construção permitem reconhecer a qualidade do edifício, reconhecendo também o gosto usado na decoração interior das salas, especialmente as que tinham estuques esculpidos e moldados. Estes, por sua vez, seriam carac- terizados por uma paleta de materiais diversificados, constituídos por mosaicos de vidro, gra- nito, mármore e ladrilhos cerâmicos. Atualmente o conceito termal baseia-se essencialmente em dois conceitos: as Termas e o SPA, o primeiro sendo lugar de cura, reabilitação e prevenção de doenças crónicas; e o se- gundo, um lugar do bem-estar e de recuperação física e mental, sempre associado à ritualização das águas. Perante esta dualidade, foi necessário abordar novas estratégias de adaptação e re- desenhar sua arquitetura, implementando um carácter contemporâneo. A arquitetura termal veio responder às novas exigências de uma sociedade preocupada com o bem-estar e a saúde, incorporando no desenho dos estabelecimentos termais novos ele- mentos como saunas, banhos turcos, hidroginástica, massagens, tratamentos faciais, acupun- tura, diversos banhos, ioga e ginásio. O conjunto destes espaços implicam, assim, novas orga- nizações e relações funcionais, tudo para oferecer uma boa estadia ao usuário, que procura a fuga ao stress. Os edifícios erguem-se com grande complexidade a nível construtivo e estético e ganham formas dinâmicas, são exemplos de casos europeus o Hotel Les Thermes (Dax), na França, de Jean Nouvel e Yves Brunier, e as Termas de Vals, na Suiça, de Peter Zumtho 5. AQUEDUTOS ROMANOS Um aqueduto é um grande sistema estrategicamente construído para levar água de uma fonte natural para outro lugar de nível mais baixo que esta, aproveitando-se da gravidade. Ne- nhum império pode levar o mérito total pela construção dos aquedutos, Mas foi na roma antiga que houve o desenvolvimento de suas técnicas construtivas, possibilitando a construção dos maiores e mais famosos aquedutos. Os aquedutos não apenas levavam água aos cidadãos, mas simbolicamente cumpriam a função de mostrar a grandiosidade política de Roma para o mundo. Na capital romana, onze linhas de aquedutos levavam água para a capital transportando cerca de onze mil litros por dia. A partir de fontes nas montanhas a quilômetros de distância. Os aquedutos criaram uma nova cultura urbana, a limpeza e a higiene. A água dos aquedutos retirava os dejetos humanos man- tendo assim a cidade limpa. Os aquedutos foram planejados para chegar às cidades. A água da fonte era recolhida em certos pontos por túneis e canais. Sua construção envolvia muita física e matemática, pois a água não poderia correr em ângulos muito íngremes para não danificar o canal ao longo do tempo devido ao atrito. Grande parte dos aquedutos seguiam com canais escavados perto da superfície, acompanhando os contornos do terreno. Se encontrava um monte, era cavados tú- neis milimetricamente calculados com ângulos perfeitos por dentro das montanhas, cortando o seu interior. A maioria dos sistemas de aquedutos incluiu tanques de sedimentação, o que aju- dou a reduzir quaisquer detritos transmitidas pela água, além disso, também eram encontradas câmaras de inspeção verticais usadas para a manutenção dos trechos subterrâneos. Ao atingisse um vale, uma ponte arcada seria construída, elevada por muros de concreto, muros esses que se passasse de dois metros de altura eram construídos com arcos, pois poupava material e es- paço. Estes arcos por sua vez eram construídos por blocos denominados aduelas. A aduela bem do centro do arco é chamada de chave, e tem um formato angular proposital que proporciona um esforço de compressão contribuindo para a estabilidade do arco. Muitos acham que os aque- dutos são apenas os arcos vistos em colinas ou vales, porém estes representavam menos de 20% de toda a sua estrutura. Ao chegar nos arredores da cidade, a água enchia um grande tanque de distribuição chamado de castellum. A partir dali a água podia correr e se ramificar em outro castellum secundário. Estes se ramificaram novamente, muitas vezes em tubos de chumbo e bronze e canais de alvenaria, fornecendo água sob pressão para fontes, casas particulares e termas. Os aquedutos, tanto suas partes subterrâneas quanto as descobertas na superfície, foram construídos com uma espécie de concreto a prova d’água, o opus caementicium. Uma mistura de areia vulcânica chamada pozolana que reagia com a cal, gerando um concreto como o atual, além de tijolos e pedras da região. Os condutores eram feitos de tijolos e revestidos interna- mente com um gesso impermeável chamado "opus signinum" e com cimento, material que foi fundamental para o desenvolvimento da arquitetura romana. Atualmente são utilizadas bombas potentes para fazer a água subir quando necessário. Assim, em vez de erguer pontes sobre os vales, por exemplo, é possível fazer que as canaliza- ções desçam e subam as colinas. Porém, a engenharia dos antigos aquedutoscontribuiu e influ- enciou o projeto de muitas pontes e outras contrações contemporâneas. Também, As grandiosas estruturas que sobreviveram ao tempo hoje são atrações turísticas, como o Aqueduto da Cari- oca, conhecido como Arcos da Lapa, foi construído em 1750 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, a fim de resolver o problema de falta de água na cidade, estendendo-se entre os morros de Santa Teresa e de Santo Antônio, com 270 metros de extensão e a altura máxima de cerca de 18 metros. Desde 1896, o aqueduto passou a servir como viaduto para os bondes do bairro de Santa Teresa e é hoje um dos pontos turísticos da cidade. 6. ARCOS DO TRIUNFO Os arcos do triunfo eram grandes construções comemorativas que tinham como obje- tivo homenagear os imperadores e marcar grandes conquistas, normalmente celebravam mar- cos militares ou acordos diplomáticos do imperador. São fragmentos de muros, com divisão tripartida de quatro colunas sobre pedestais iguais espaçadas, sobre elas um entablamento com figuras esculpidas, que sustenta uma estru- tura chamada de atiço, decorada com esculturas e dizeres comemorativos em alto relevo. Cada seção apresenta um arco, sendo os dois laterais secundários, menores e mais estreitos. O arco principal se localiza no meio. Os frisos esculpidos em relevo têm uma importância deter- minante e contam uma história rica de significado. Quanto à tecnologia construtiva, os romanos utilizaram as arcos, abóbadas de berço com chaves etruscas, assim como as abóbadas de arestas, essa tecnologia possibilita que as forças exercidas pelo peso das pedras e das estruturas que o arco suporta, sejam distribuídos uniformemente pelo arco e pilares feitos geralmente de pedras, podendo apresentar mármore e concreto. O Arco de Constantino é um dos maiores arcos triunfais de Roma e localiza-se próximo ao Coliseu. A grande estrutura tem 21m de altura e 25,9m de largura. Ela abriga um arco de passagem central com 11,5m de altura e dois arcos laterais de 7,4m. O ático sobre a passagem é feito de tijolos e revestido com mármore. Os arcos não se comunicam entre si sob as abóba- das. Possui colunas independentes apoiadas em altos pedestais, assim como a repetição de alegorias, como as Vitórias aladas nos tímpanos dos arcos centrais. Foram inseridas as corni- jas saliente acima das colunas na Era Constantiniana. CONCLUSÃO Em suma, a arquitetura romana é um misto de tradições e inovações. As tradições gregas e etruscas, como a utilização de arcos e abóbadas, pórticos com colunas de madeira, coluna- tas, cúpulas e arcas deram forma e estrutura para as cidades romanas. Por outro lado, surgiu a necessidade de intervenções diretas, a demanda de novos conhecimentos à fim de sanar os problemas de infraestrutura e da população. Desse modo, as novas técnicas construtivas e ma- teriais construtivos possibilitaram o papel dos edifícios romanos em saciar as necessidades do povo. As abóbodas de berço, substituindo o sistema de arquitrave, permitiram amplas cons- truções e liberdade ao arquiteto romano. A invenção do concreto romano também favoreceu o surgimento de novas e resistentes construções. A presença da monumentalidade, vista em construções egípcias, também se faz presente em construções romanas, de modo a exibir o poder que a civilização carrega. Em Roma, o foco deixa de ser o belo, ao contrário da Grécia, as edificações romanas são práticas, funcionais, mas sem perder a sua beleza marcante. A busca pela funcionalidade pode ser observada em seus aquedutos e termas. A per- feição deixa de ser uma preocupação, sendo colocada de lado devido a necessidade de se construir uma grande civilização. No entanto, a beleza pode não ser o foco construtivo, mas não deixa de existir, sendo observada em grandes monumentos, como o arco do triunfo, cons- trução meramente decorativa de um ato político. Ademais, apesar da busca incansável pela perfeição, as casas gregas servem de exemplo como construção que além de bela, atende as necessidades de seus moradores. Desse modo, as intervenções romanas marcaram o período por serem inovadoras, facilitando a evolução da arquitetura até os dias atuais.
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