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FITOTECNIA-1 (1)

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FITOTECNIA .......................................... 5 
2.1 Fisiologia vegetal .................................................................................. 6 
2.2. Principais características das plantas .................................................. 10 
2.3 Funcionamento geral das plantas ...................................................... 11 
2.4 Crescimento e desenvolvimento vegetal ............................................ 13 
3 SOLOS: ASPECTOS GERAIS .................................................................. 14 
3.1 Preparo do solo .................................................................................. 15 
3.2 Preparo periódico do solo ................................................................... 18 
3.3 Preparo convencional ......................................................................... 19 
3.4 Limpeza da área ................................................................................. 20 
4 PLANTIO E SEMEADURA ........................................................................ 21 
4.1 A importância das sementes .............................................................. 22 
4.2 Qualidades das sementes .................................................................. 24 
4.3 Armazenamento das sementes .......................................................... 24 
4.4 Tratamento de sementes .................................................................... 25 
4.5 Tratamento de mudas/toletes ............................................................. 27 
4.6 Características importantes de época de semeadura ........................ 28 
4.7 Espaçamento e densidade ................................................................. 29 
4.8 Tipos de plantio e semeadura ............................................................ 30 
4.9 Operações .......................................................................................... 31 
4.10 Aquisição......................................................................................... 31 
5 PODA ........................................................................................................ 32 
5.1 Poda de Formação ............................................................................. 33 
5.2 Poda de frutificação ............................................................................ 33 
 
3 
 
5.3 Controle de pragas e doenças ........................................................... 34 
5.4 Controle de pragas ............................................................................. 36 
5.5 Controle de doenças .......................................................................... 36 
6 COLHEITA ................................................................................................ 37 
6.1 Fatores que afetam a eficiência da colheita ....................................... 38 
6.2 Tipos de colheita ................................................................................ 38 
7 SECAGEM DE SEMENTES E GRÃOS .................................................... 39 
7.1 Métodos de Secagem......................................................................... 40 
7.2 Elementos de secagem de uma semente .......................................... 42 
7.3 Fases da secagem ............................................................................. 43 
7.4 Temperaturas de secagem ................................................................. 44 
8 ARMAZENAMENTO DA PRODUÇÃO...................................................... 44 
8.1 Condições para o armazenamento .................................................... 45 
8.2 Embalagens para armazenamento .................................................... 46 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 49 
10 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FITOTECNIA 
 
 
Fonte:sites.uepg.br 
 
Desde que a vida surgiu, há mais de 3,5 bilhões de anos, os seres vivos vêm 
se diversificando e se adaptando às mudanças ocorridas em nosso planeta. Essa 
capacidade de adaptação os permitiu colonizar os mais variados ambientes na Terra. 
Os cientistas acreditam que, há cerca de 450 milhões de anos, no período 
Ordoviciano, a maior parte das classes de animais marinhos atuais já estava 
estabelecida STEIN (2018). 
Segundo Stein (2018), o ambiente de terra firme, porém, continuava 
desabitado. Nessa época, um grupo de algas verdes começou a colonizar a terra 
firme, originando as primeiras plantas terrestres. 
O cultivo de plantas faz parte da história da humanidade. O comportamento de 
seleção das plantas com melhor desempenho produtivo é antigo, mas os melhores 
resultados só foram obtidos nos últimos séculos, com o desenvolvimento e a utilização 
de técnicas de melhoramento de plantas (DALMOLIN, 2019). 
 
Ainda segundo Dalmolin (2019) : 
 
o melhoramento de plantas trouxe contribuições inimagináveis para as 
populações de diversos países, a exemplo do Brasil, líder de diversos setores 
 
6 
 
da produção agroindustrial. Em muitos casos, inclusive, a sustentação do 
agronegócio só pode ser mantida graças aos avanços promovidos pelo 
melhoramento de plantas, em particular o melhoramento genético de plantas. 
 
Os novos cultivares oriundos desses melhoramentos possibilitaram não 
somente um incremento em sua produtividade, mas também maior resistência às 
pragas e aos patógenos. Além disso, os anseios de muitos agricultores foram 
atendidos, sem falar das demandas de seus consumidores (DALMOLIN, 2019). 
A agricultura é uma atividade econômica que começou há aproximadamente 
dez mil anos, quando o homem passou a plantar, cultivar e aperfeiçoar erva raízes e 
árvores comestíveis e conseguiu domesticar, colocando sob sua dependência, 
algumas espécies de animais, em troca de alimento e da proteção que podia oferecer. 
Com a agricultura o homem passava de coletor a produtor de alimentos (BOLONHEZI, 
et al. 2012). 
Quando o homem aprendeu a usar a força do boi e dos ventos, inventou o 
arado e dominou os processos de fundição, acelerou o desenvolvimento da agricultura 
e concomitantemente o caminho da urbanização (BOLONHEZI, et al. 2012). 
 
A agricultura brasileira apresenta condições para elevar sua produção 
agrícola, em comparação com as outras nações, pois, possui significativas 
reservas de terras com potencial para exploração agrícola, têm 
disponibilidade de água para irrigação e também tecnologiasem constante 
processo de evolução para produção em regiões tropicais, aliado ao clima 
favorável (Ormond 2013). 
 
A agricultura moderna está cada vez mais adotando métodos que causem 
menos revolvimento e danos aos solos. Com isso os preparos conservacionistas 
demonstram melhores resultados em relação ao preparo convencional (ORMOND, 
2013). 
2.1 Fisiologia vegetal 
 
Segundo Silveira (2019), a fisiologia vegetal é um ramo da botânica que estuda 
a estrutura e os processos de crescimento e desenvolvimento das plantas, desde a 
organização celular até processos mais complexos, como respiração, fotossíntese e 
 
7 
 
nutrição. O conhecimento sobre o desenvolvimento e o crescimento das plantas é de 
fundamental importância para todas as áreas que estudam o meio ambiente, sua 
preservação e seus recursos. Mas é na área agrícola que o conhecimento sobre a 
fisiologia vegetal tem maior destaque. 
A fisiologia vegetal é considerada um dos pilares da ciência moderna. Isso 
porque ela possibilita os estudos relacionados às plantas transgênicas, à 
sustentabilidade da biodiversidade vegetal, às mudanças climáticas globais, dentre 
outros aspectos. Segundo Pes e Arenhardt (2015, p. 15 apud Silveira 2019) a fisiologia 
vegetal constitui-se na base fundamental do manejo de plantas extensivas de lavoura, 
plantas forrageiras, plantas frutíferas, plantas olerícolas, plantas ornamentais, plantas 
florestais e plantas medicinais, na biotecnologia/engenharia genética e na 
conservação de produtos de origem vegetal (fisiologia pós-colheita). 
 A alta produtividade está diretamente relacionada com o ótimo desempenho 
de desenvolvimento das plantas no campo, proporcionando o equilíbrio de todos os 
processos e das funções vegetativas da planta. O papel do profissional é entender 
todos esses processos fisiológicos, para realizar uma adequada tomada de decisão 
em meio aos desafios da produção agrícola. Nesse contexto, estudar sobre as 
estruturas básicas das plantas é o primeiro passo para entendermos o funcionamento 
delas (SILVEIRA, 2019). 
 
Segundo Bettiol et al., (2005), a sociedade vem exigindo a produção de 
alimentos com a mínima degradação dos recursos naturais. Entre esses, 
destacam-se os portadores de selos que garantem a não utilização de 
agrotóxicos no processo produtivo. Com isso, sistemas de cultivo mais 
sustentáveis e menos dependentes do uso de agrotóxicos têm sido 
desenvolvidos. O conceito de agricultura sustentável envolve o manejo 
adequado dos recursos naturais, evitando a degradação do ambiente de 
forma a permitir a satisfação das necessidades humanas das gerações atuais 
e futuras (Bird et al., 1999 apud (BETTIOL et al. 2005). 
 
Esse enfoque altera as prioridades dos sistemas convencionais de agricultura 
em relação ao uso de fontes não renováveis, principalmente de energia, e muda a 
visão sobre os níveis adequados do balanço entre a produção de alimentos e os 
impactos no ambiente. As alterações implicam na redução da dependência de 
 
8 
 
produtos químicos e outros insumos energéticos e no maior uso de processos 
biológicos nos sistemas agrícolas (Bettiol e Ghini, 2003 apud BETTIOL et al., 2005). 
De acordo com Silveira (2019), características das plantas Grande parte das 
plantas possuem basicamente a mesma estrutura, contendo semente, flor, fruto, 
caule, folha e raiz, como é o caso das angiospermas. 
 
Vejamos as principais funções dessas estruturas: 
 
• Semente: propaga e protege o material genético da planta. 
• Flor: é o órgão reprodutivo de determinadas plantas. 
• Fruto: protege as sementes e armazenam nutrientes. 
• Caule: conduz água e nutrientes da raiz para as partes aéreas. 
• Folhas: são responsáveis pela realização da fotossíntese e pela 
transpiração das plantas. 
• Raízes: são órgãos que fixam as plantas ao solo e dele retiram água e 
sais minerais. 
 
 
Fonte: todamateria.com.br 
 
 
9 
 
Ainda Segundo Silveira (2019), a célula vegetal é responsável por todos os 
processos fisiológicos que ocorrem na planta. Os elementos que compõem sua 
estrutura são eles: 
 Parede celular (ausente em células animais): envoltório de celulose que 
protege a célula vegetal e determina sua forma. 
Cloroplastos (ausentes em células animais): estruturas membranosas que 
contêm pigmento verde (clorofila); são responsáveis pela fotossíntese. 
Vacúolo central (ausente em células animais): bolsa membranosa que contém 
água e sais. Membrana plasmática: envoltório que seleciona a entrada e a saída de 
substâncias. 
 Citoplasma: toda a região interna da célula, situada entre as membranas 
plasmática e nuclear. 
Retículo endoplasmático: conjunto de tubos, canais e sacos membranosos, 
onde circulam substâncias fabricadas pelas células. 
Aparelho de Golgi: tem a função de armazenar substâncias que a célula fabrica. 
Ribossomos: grânulos responsáveis pela fabricação das proteínas celulares. 
Mitocôndrias: local onde ocorre a respiração celular. 
Lisossomos: contêm sucos digestivos, onde são digeridas partículas ou 
estruturas celulares desgastadas pelo uso. 
Núcleo: central de informações da célula, onde se localizam os cromossomos 
com os genes. 
Carioteca ou membrana nuclear: envoltório membranoso que separa o 
conteúdo nuclear do citoplasma. 
Nucléolo: local de fabricação e armazenamento temporário de ribossomos. 
Centríolos (ausente em células de plantas superiores): exerce função no 
esqueleto da célula e nos movimentos celulares. 
 
10 
 
 
Fonte: todamateria.com.br 
2.2. Principais características das plantas 
Segundo Stein (2018), embora apresentem espécies adaptadas à vida 
aquática, as plantas são seres tipicamente terrestres, ou seja, desenvolvem-se em 
substratos não submersos (são fixas à terra ou às rochas). É de conhecimento comum 
a enorme diversidade de tamanhos e de forma que as plantas apresentam, podendo 
variar em sua altura de menos de 1 centímetro a mais de 100 metros. A morfologia, 
ou forma, da planta também é diversa de maneira surpreendente (TAIZ et al., 2017 
apud STEIN, 2018). 
De acordo com Stein (2018), um dos grandes desafios enfrentados pelos 
ancestrais das plantas atuais durante sua evolução foi desenvolver processos 
reprodutivos em que gametas não precisassem nadar, uma vez que água em forma 
líquida é pouco abundante no ambiente terrestre. Amabis e Martho (1997 apud STEIN 
2018) descrevem que o reino Planta e engloba seres autótrofos fotossintetizantes, que 
diferem das algas por apresentar tecidos e órgãos bem diferenciados. 
 Atualmente, são conhecidas mais de 290 mil espécies de plantas, algumas com 
estruturas relativamente simples (por exemplo, os musgos) e outras de organização 
corporal complexa (como as árvores). Em geral, as plantas podem ser definidas como 
organismos multicelulares derivados de embriões, sésseis, adaptados ao ambiente 
terrestre e capazes de converter dióxido de carbono em compostos orgânicos 
complexos por meio da fotossíntese. Essa definição geral inclui um amplo espectro 
de organismos, desde musgos até́ plantas floríferas (com flores) (STEIN 2018). 
 
11 
 
 
De acordo com Sadava et al. (2009 apud Stein 2018), as plantas também 
podem ser classificadas pela presença ou não do sistema de tecido vascular, 
ou seja, células unidas em tubos que transportam água e nutrientes pelo 
corpo da planta. 
 
A maioria das plantas atuais tem um complexo sistema de tecido vascular, e 
são, portanto, chamadas de plantas vasculares. As plantas sem um sistema de 
transporte extenso (como as hepáticas, os musgos e os antó ceros) são descritas 
como avasculares, mesmo que alguns musgos tenham sistema vascular simples. As 
plantas avasculares são chamadas, informalmente, de briófitas (STEIN 2018). 
As plantas (assim como os animais) são consideradas seres pluricelulares, ou 
seja, apresentam muitas células em sua composição. Outra grande característica das 
plantas é que elassão eucariontes (gregos eu = verdadeiro + káryon = núcleo), ou 
seja, nas células, há uma membrana nuclear (carioteca) delimitando o núcleo, no 
interior do qual localizam-se os cromossomos. A célula eucariótica apresenta, além 
do núcleo, sistemas membranosos e organelas no citoplasma (STEIN 2018). 
2.3 Funcionamento geral das plantas 
De acordo com Silveira (2019), o desenvolvimento das plantas depende de dois 
processos básicos: a fotossíntese e a respiração. Como vimos, a fotossíntese é o 
processo que utiliza a luz solar como fonte de energia para sintetizar compostos 
orgânicos, como a glicose, a partir de substâncias inorgânicas. Nesse processo, 
ocorre a síntese de carboidratos e a liberação de oxigênio a partir de dióxido de 
carbono e água, conforme mostra a figura. 
 
12 
 
 
Fonte: iguiecologia.com 
No processo de respiração aeróbica, os compostos biológicos são reduzidos e 
oxidados de maneira controlada. É durante a respiração que a energia é liberada e 
armazenada em forma de ATP (trifosfato de adenosina), que será utilizado em 
reações celulares para manutenção e desenvolvimento (SILVEIRA, 2019). 
 
A fotossíntese é afetada por diversos fatores, como a temperatura e a 
intensidade luminosa. O gás carbônico (CO2) é obtido da atmosfera, 
enquanto a água (H2 O) e os nutrientes são retirados do solo pela raiz. Na 
presença de luz solar, a fotossíntese ocorre nos cloroplastos, especialmente 
em estruturas como as folhas, conforme Taiz e Zeiger (2017) apud 
(SILVEIRA, 2019). 
 
Os fotoassimilados são compostos obtidos a partir da fotossíntese e são 
redistribuídos pela planta em movimentos denominados simplasto e apoplasto. No 
simplasto, ocorre o transporte por meio do floema pelo interior da célula, atravessando 
as membranas. Já o apoplasto ocorre por meio do xilema, sendo responsável pelo 
transporte de substâncias inorgânicas (água e nutrientes) absorvidas pelas raízes. 
Esses solutos não entram nas células durante seu movimento, sendo transportados 
pelos espaços nas paredes das células (SILVEIRA, 2019). 
http://www.iguiecologia.com/
 
13 
 
2.4 Crescimento e desenvolvimento vegetal 
Segundo Silveira (2018), o crescimento celular é avaliado pelo aumento em 
tamanho ou em massa, ou seja, o aumento em matéria seca. Para que ocorra o 
crescimento, é preciso que a taxa de fotossíntese seja maior do que a respiração. Já 
o desenvolvimento vegetal consiste em um processo de crescimento em que a planta 
passa por várias fases fenológicas, que são as seguintes: 
1. Germinação das sementes; 
2. Crescimento vegetativo; 
3. Florescimento; 
4. Frutificação; 
5. Formação de semente; 
6. Senescência. 
O crescimento e o desenvolvimento das plantas são controlados por interações 
complexas de fatores externos e internos ao vegetal. Dentre os fatores internos, 
conforme Pes e Arenhardt (2015 apud SILVEIRA 2019) destacam-se os hormônios 
vegetais, sendo os principais: auxina, giberelina, citocinina, ácido abscísico e etileno. 
Existem dois tipos de controle do desenvolvimento vegetal. O controle 
fisiológico, ou interno, é realizado pelas ações dos hormônios vegetais e está 
diretamente relacionado ao desenvolvimento vegetal, podendo atuar na inibição ou na 
indução do florescimento, no enraizamento de estacas, no amadurecimento de frutos 
e na quebra de dormência de sementes e gemas. Já o controle ambiental, ou externo, 
induz as plantas aos processos de desenvolvimento e é influenciado diretamente pela 
luz solar, pela temperatura e pela presença de água (SILVEIRA, 2019). 
Ainda de acordo com Silveira (2019), o ciclo de desenvolvimento das plantas 
se dá de diferentes formas, dependendo do tipo de planta: 
➢ Plantas anuais: completam o ciclo de vida em menos de um ano. 
Produzem fruto uma vez e morrem, sendo classificadas como 
monocárpicas. 
➢ Plantas bienais: completam o ciclo em menos de dois anos e em mais 
de um ano. Produzem fruto uma vez e morrem, sendo classificadas 
como monocárpicas. 
 
14 
 
➢ Plantas perenes: ciclo superior a dois anos. Essas plantas produzem 
semente anualmente e são classificadas como policárpicas, ocorrendo 
na maioria das frutíferas. 
De acordo com Silveira (2019), o comportamento das folhas nas estações de 
outono/inverno é uma característica dessas plantas, que podem ser: 
 
➢ Decíduas ou caducifólias: perdem as folhas no outono/inverno. 
➢ Perenes ou sempre verdes: mantêm as folhas no outono/inverno. 
 
O crescimento vegetal pode ser conceituado como o processo irreversível de 
aumento da matéria seca da planta. Para que ocorra crescimento é 
necessário que a taxa de fotossíntese seja maior do que a respiração 
(FLOSS, 2006 apud PES; ARENHARDT, 2015). 
 
O desenvolvimento vegetal é caracterizado como o processo de crescimento em 
que a planta passa pelas diversas fases fenológicas (FLOSS, 2006 apud PES; 
ARENHARDT, 2015). 
 
3 SOLOS: ASPECTOS GERAIS 
 
Fonte: www.rodeowest.com.br 
 
 
15 
 
 De acordo Pes, Arenhardt (2015), o pré-requisito básico para iniciarmos os 
estudos sobre determinado tema é termos um mínimo de conhecimento sobre ele, ou 
seja, saber pelo menos do que se trata. Os solos, de maneira em geral, têm por 
origem as rochas, que com o passar dos anos e atuação de diversos fatores, vão se 
decompondo, até formar o solo. 
Portanto, na maioria dos casos, o solo é a camada que está entre seu material 
de origem (rochas) e a atmosfera. Sendo assim, podemos elaborar um conceito geral 
para solos, como sendo corpos naturais, que ocupam porções na superfície terrestre 
e servem de alicerce para os sistemas de produção agropecuária e edificações dos 
humanos, sendo resultado dos fatores e processos de sua formação (PES; 
ARENHARDT, 2015). 
Os solos podem ser originados a partir de dois materiais: os orgânicos e os 
minerais (rochas), que darão origem, respectivamente, aos solos orgânicos e 
aos solos minerais. Os solos minerais, originados a partir de rochas, são 
predominantes. Na sequência, veremos os tipos de rochas e sua origem 
(PES; ARENHARDT, 2015). 
 
Os solos podem ser originados a partir de: Material orgânico, formados, 
geralmente, em condições de má drenagem, Material mineral (rochas), no caso dos 
solos minerais. A influência do material de origem na formação do solo vai estar 
relacionada, principalmente, com o grau de consolidação, a granulometria e a 
composição deste material (PES; ARENHARDT, 2015). 
3.1 Preparo do solo 
 
Fonte: agropro.com.br 
http://www.agropro.com.br/
 
16 
 
Os sistemas de manejo de solo afetam diferentemente sua densidade e 
porosidade e o armazenamento de água ao longo do perfil. Interferindo diretamente 
no desenvolvimento e produtividade das culturas. O uso do solo, com maior número 
de cultivos por ano, tem sido intensificado para aumentar a renda dos agricultores e a 
oferta de alimentos, resultando em maior produtividade da área, principalmente 
quando se adotam tecnologias apropriadas, como melhor manejo do solo e tratos 
culturais adequados para cada tipo de solo e cultura (FERREIRA, 1997 apud 
MIRANDA, 2015). 
O manejo adequado do solo é fundamental para a produção agrícola e visa 
atingir três objetivos básicos: descompactação, controle de plantas daninhas, 
incorporação de resíduos orgânicos e corretivos (OLIVEIRA et al,1996 apud 
MIRANDA, 2015). 
 
Segundo Miranda (2015), no sistema de plantio direto (SPD), a cobertura 
vegetal contribui efetivamente para a proteção do solo, pois diminui a possibilidade de 
impacto direto de gotas de chuva; melhora a estrutura do solo pela adição de matéria 
orgânica (COELHO, 1991 apud MIRANDA, 2015); reduz a velocidade de escoamento 
da enxurrada e aumenta a taxa de reflexão (albedo) que resulta em menor variação 
térmica do solo (SALTON e MIELNICZUK, 1995 apud MIRANDA. 2015), além de 
favorecer o desenvolvimento da microbiota. 
De acordo com Miranda (2015): 
 A desestruturação do solo, a compactaçãoe a redução nos teores de matéria 
orgânica são consideradas os principais indutores da degradação dos solos 
agrícolas. Tal degradação, com todas as suas implicações e consequências, 
tem resultado no desafio de viabilizar sistemas de produção que possibilitem 
maior eficiência energética e conservação ambiental, criando-se novos 
paradigmas tecnológicos baseados na sustentabilidade. 
São operações iniciais sobre uma condição de vegetação natural ou 
regenerada, ou, ainda, necessidade de alguma movimentação de terra para tornar a 
sua superfície regular e fácil de trabalhar, com a finalidade de dar-lhe condições de 
receber sementes ou mudas de plantas cultivadas, incorporando novas áreas à 
produção de novas pastagens ou culturas (FILHO et al 2007). 
 
Segundo Filho, et al. (2007): 
 
17 
 
O preparo do solo é o método mais usual para modificar a rugosidade do solo. 
Quando o solo é submetido a um sistema conservacionista, onde o preparo 
é realizado com escarificador, seguido ou não de gradagem, a superfície do 
solo apresenta-se mais rugosa do que quando submetida ao sistema 
convencional com arados e grades (BERTOL et al., 2006 apud FILHO 2007 
et al.). No entanto, o sistema convencional pode apresentar uma superfície 
mais rugosa comparado ao solo mantido sem preparo por algum tempo, como 
é o caso do plantio direto (SCHICK et al., 2000 apud FILHO et al. 2007). 
De acordo com Bolonhezi, et al. (2012), o primeiro passo é a obtenção junto 
aos órgãos oficiais, da autorização para a derrubada (solicitar junto ao 
DEPRN/IBAMA). A legislação ambiental tem por objetivo básico disciplinar o uso dos 
recursos naturais, por meio de medidas legais que estabelecem limitações e critérios 
para a sua utilização. 
Ainda segundo Bolonhezi, et al. (2012), os dispositivos legais encontram se na 
Lei nº. 4.771 de 15/09/65 e alterada pela Lei nº. 7.803 de 18/07/89, com as seguintes 
características: 
- Art. 1º: Estabelece que as florestas existentes no território nacional e as 
demais formas de vegetação são bens de interesse comuns a todos os habitantes do 
país. 
 - Art. 2º e 3º: Área de Preservação Permanente - APP: 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso de água desde seu nível mais alto 
em faixa marginal cuja largura mínima seja: 
- de 30 m para cursos d’água com menos de 10 m; 
- de 50 m para cursos d’água de 10 a 50 m; 
- de 100 m para cursos d’água de 50 a 200 m; 
- de 200 m para cursos d’água de 200 a 600 m; 
- de 500 m para cursos d’água maiores que 600 m; - de 100 m em Usinas 
Hidrelétricas. 
b) ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios naturais ou artificiais; 
c) nas nascentes, mesmo intermitentes em raio de 50 m; 
d) no topo de morros, montanhas, serras chapadas e encostas com declividade 
superior a 45º; 
e) em restingas, nas bordas de tabuleiros e em terrenos com altitude superior 
a 1800 metros; 
 
18 
 
f) tanques de piscicultura a faixa é de 15 m; 
g) nas áreas metropolitanas definidas por Lei e, ainda, em áreas declaradas 
por ato do poder público. 
- Art. 16: cria a figura da reserva florestal legal (Reserva Legal), deve ser de no 
mínimo 20 % da área total da propriedade. 
 - Art. 44: estabelece que a Reserva Legal, na região Norte e na parte norte da 
Região Centro-Oeste, será de no mínimo 50 % da área de cada propriedade. 
O DEPRN deve ser consultado quando: antes da aquisição de áreas; 
suspensão de vegetação nativa; intervenção em Áreas de Preservação Permanente; 
e desinterdição de áreas embargadas pela Polícia Ambiental. (BOLONHEZI et al. 
2012). 
3.2 Preparo periódico do solo 
Segundo Filho et al 2007: 
 Desde os mais remotos tempos, essas operações têm sido realizadas com 
a finalidade de oferecer às sementes que serão colocadas no solo as 
condições que teoricamente seriam as melhores para o seu desenvolvimento. 
Não se deve esquecer, todavia, que as modernas técnicas de semeadura 
direta têm demonstrado que, para determinadas condições de solo, clima e 
culturas, é possível se obter uma produtividade tão boa ou, em alguns casos, 
até melhor que com os métodos tradicionais de preparo do solo e semeadura. 
 
O preparo periódico do solo diz respeito a diversas operações agrícolas de 
mobilização do solo, realizadas antes da implantação periódica de culturas. Esse tipo 
de preparo pode ser feito em três sistemas principais: convencional (aração e 
gradagem em toda a área a ser cultivada), cultivo mínimo (onde as operações 
mecanizadas são reduzidas ao mínimo necessário) e plantio direto (onde a 
mobilização do terreno só ocorre apenas na fileira de semeadura) FILHO et al (2007). 
De qualquer forma, o preparo periódico do solo continuará a ser feito para as 
culturas ou condições onde não existe a possibilidade de utilização de técnicas de 
semeadura direta. (FILHO et al 2007). 
 
19 
 
3.3 Preparo convencional 
Segundo Filho et al (2007), Conjunto de operações realizadas no solo com a 
finalidade de facilitar a semeadura/plantio, germinação das sementes/ brotação e 
desenvolvimento das plantas. 
O sistema convencional de preparo do solo consiste na realização de uma 
aração, caracterizado pelo preparo primário do solo, seguida de duas gradagens para 
destorroamento e nivelamento (DERPSCH et al., 1991 apud FILHO et al 2007), 
também denominada de operações de preparo periódico secundário. O emprego 
desse mesmo manejo, ao longo de vários anos, poderá proporcionar a 
desestruturação da superfície dos solos, deixando-os mais suscetíveis ao processo 
de erosão e à formação de impedimentos mecânicos logo abaixo das camadas de 
solo movimentadas pelos equipamentos, os quais podem interferir no 
desenvolvimento radicular das culturas, acarretando redução na produtividade 
(BAUDER et al., 1981 apud FILHO et al 2007). 
De acordo com ASAE (1982) e DALLMEYER (1994) apud FILHO et al (2007), 
o preparo mínimo ou reduzido do solo pode ser definido como aquele que proporciona 
menor número de operações que o preparo convencional, resultando em menor 
incorporação de resíduos vegetais, menor inversão do solo, menor custo de preparo 
e redução das perdas de solo e água por erosão. 
Considera-se como preparo conservacionista aquele que proporciona a menor 
mobilização possível do solo, visando a preservar sua estruturação, mantendo no 
mínimo 30% da superfície do solo coberta com resíduos culturais, entre o período 
compreendido da colheita da cultura anterior e a implantação da cultura seguinte 
(GROHMANN & ARRUDA, 1961 e BUHLER, 1995 apud FILHO et al 2007). Assim, 
pode-se considerar que tanto o preparo reduzido quanto o sistema de semeadura 
direta, que é um tipo de preparo na linha com mínima mobilização do solo, podem ser 
enquadrados como preparo conservacionista. 
A avaliação dos perfis mobilizados pelos preparos do solo pode oferecer 
informações importantes. Segundo DANIEL & MARETTI (1990 apud et al FILHO 
2007), dois são os fenômenos decorrentes da operação de preparo periódico: o 
deslocamento vertical do perfil do solo e a sua área mobilizada, devendo ser 
realizados levantamentos de três perfis: o perfil da superfície natural, da superfície de 
elevação e o perfil interno do solo mobilizado. 
 
20 
 
A avaliação das áreas entre os perfis pode ser determinada por meio de 
gráficos, utilizando-se de técnicas de planimetria ou programas computacionais. 
FURLANI (2000 apud FILHO et al 2007), avaliando três sistemas de preparo do solo 
(convencional, escarificação e plantio direto), observou que a superfície do solo, após 
as operações de preparo, semeadura, cultivos e chuvas, voltou a sua condição 
original, destacando que, durante a safra da cultura, tem-se aos poucos o retorno à 
condição original. 
Segundo KAMPHORST et al. (2000 apud FILHO et al 2007), pode-se 
expressar a rugosidade superficial do solo por diversos índices. GAMERO & 
BENEZ (1990), SANTOS (1993), COAN (1995) e OLIVEIRA (1997) apud 
FILHO et al (2007), sugeremque a avaliação da rugosidade superficial de um 
solo pode ser feita por meio da utilização do índice de rugosidade proposto 
por ALLMARAS et al. (1966 apud FILHO et al 2007). A rugosidade do solo 
deve ser medida, também, após o preparo. Dessa maneira, pode-se 
determinar o índice de rugosidade da superfície mobilizada. 
 
O índice de modificação da rugosidade expressa, em termos percentuais, a 
mudança entre a rugosidade inicial e a rugosidade final, após o preparo do solo, ou 
seja, é a rugosidade resultante da ação dos equipamentos em relação ao estado 
natural em que o solo se encontrava. Dessa forma, solos mais rugosos podem tornar-
se mais uniformes após a ação de certos equipamentos, bem como solos com 
superfície mais plana podem tornar-se mais rugosos (FILHO et al 2007). 
Segundo Filho et al (2007), o preparo do solo é o método mais usual para 
modificar a rugosidade do solo. Quando o solo é submetido a um sistema 
conservacionista, onde o preparo é realizado com escarificador, seguido ou não de 
gradagem, a superfície do solo apresenta-se mais rugosa do que quando submetida 
ao sistema convencional com arados e grades (BERTOL et al., 2006 apud FILHO et 
al 2007). No entando, o sistema convencional pode apresentar uma superfície mais 
rugosa comparado ao solo mantido sem preparo por algum tempo, como é o caso do 
plantio direto (SCHICK et al., 2000). 
3.4 Limpeza da área 
Tem como finalidade, remover ou triturar pedaços de madeira e raízes que 
permanecem na área após o enleiramento ou na eliminação de plantas herbáceas e 
 
21 
 
subarbustivas, ou mesmo para início das operações de preparo do solo. A limpeza 
destes terrenos, por sua vez, pode ser manual (catação do material) e/ou mecanizada 
(roçadores rolos-facas e grade pesada) (BOLONHEZI, et al. 2012). 
Segundo Melo (2005), consiste em deixar o local o mais limpo possível, para 
maior eficiência dos trabalhos subseqüentes. Dependendo da área, as atividades 
dizem respeito ao desmatamento ou roçada, retirada de restos vegetais e de pedras 
da superfície. Esta etapa deve ser realizada com antecedência mínima de seis meses 
ao plantio das mudas ou porta-enxertos. No caso de solos de matas ou com bastante 
matéria orgânica (acima de 50,0g kg-1), é recomendável o cultivo de uma cultura anual 
no primeiro ano após o preparo do solo. 
4 PLANTIO E SEMEADURA 
 
Fonte: culturasagricolas.wordpress.com 
Segundo Bolonhezi et al. (2012) define: 
O plantio: é o ato de se colocar partes vegetativas ou mudas no solo para 
instalação de uma determinada cultura. Ex.: cana-de-açúcar, mandioca, mudas de 
arroz inundado, algumas hortaliças, outras culturas com plantio ou transplantio. 
Semeadura: é o ato de se colocar a semente no solo. Exemplo: milho, arroz, 
soja, trigo, algodão, hortaliças, etc. 
* Ambos os sistemas visam à implantação de uma cultura de interesse sócio-
econômico. 
De acordo com Finkler (2019): 
 
22 
 
 
Aguiar (2018 Finkler (2019), afirma que os conceitos botânico e agronômico 
de sementes diferem. Na agricultura, a semente engloba todas as estruturas 
resultantes do desenvolvimento da flor. Exemplificando, sementes são 
castanha-do-pará, mamona, algodoeiro, ervilha, pepino, abóbora e tomateiro; 
enquanto frutos são trigo-mourisco, cereais, avelã, nogueira, alface e 
girassol, conforme apontam Taiz et al. (2017 Finkler 2019). 
4.1 A importância das sementes 
 
Fonte: www.segredosdaalimentacao.com.br 
Segundo Laboriau (1990), a importância das sementes para a vida humana 
decorre, antes de tudo, do fato de que a evolução do gênero Homo se processou 
numa época geológica em que quase todos os tipos de vegetação terrestre do planeta 
já haviam sido dominados por plantas fanerógamas. Era, pois, forçoso que a maior 
parte dos vegetais aproveitados pelo homem saísse desse grupo, ou seja, de plantas 
com sementes. 
A tarefa de identificar as plantas úteis discriminando as alimentícias, as tóxicas, 
as fontes de fibras, taninos, corantes e plásticos, assim como as medicinais e as 
alucinógenas, deve ter-se arrastado por muitos milênios. Mesmo antes da agricultura, 
já se encontram evidências arqueológicas do consumo de sementes como alimento 
(FLANNERY, 1973 apud LABOURIAU, 1990). 
http://www.segredosdaalimentacao.com.br/
 
23 
 
Como se teria processado a transição dessa economia coletora para a da 
produção agrícola? Essa questão, que vem sendo objeto de investigações 
interdisciplinares coordenadas pela etnobotânica, constitui ainda uma grande 
incógnita. Uma das pistas para esse estudo foi aberta no século passado por De 
Candolle (1886 apud LABOURIAU, 1990) e consiste em buscar as regiões geográficas 
de origem das plantas cultivadas.Essa linha de trabalho, implementada pelos métodos 
da genética e da biogeografia, levou Vavilov (1949 apud LABOURIAU, 1990) a 
descobrir que a cultura de certas espécies ter-se-ia irradiado de alguns centros de 
pequena extensão e muito distantes uns dos outros. 
 
Segundo Finkler (2019): 
 
Kerbauy (2017 apud FINKLER, 2019), comenta que a semente contribui para 
a sobrevivência das espécies, sendo um estágio fundamental do ciclo de vida 
das plantas. De acordo com Aguiar (2018, p. 134 apud Finkler 2019), a 
semente “é um primórdio seminal maduro, por regra, fecundado”. A semente 
consiste em um conjunto de esporófi to jovem (embrião em desenvolvimento), 
tecido de reserva (endosperma) e envoltório protetor. Ela é a unidade 
reprodutiva de espermatófi tas (gimnospermas e angiospermas), estando 
relacionada à sobrevivência das espécies, conforme lecionam Appezzato-da-
Glória e Carmello-Guerreiro (2006 apud Finkler 2019). Aguiar (2018 Finkler 
apud 2019). 
 
 É, pois, forçoso admitir que a agricultura começou independentemente em 
vários lugares. A continuação dos estudos iniciados por Vavilov mostrou, porém, que 
os locais de origem da agricultura nem sempre foram zonas restritas, havendo boas 
provas de que essa atividade também foi iniciada em regiões continentais bastante 
extensas (HARLAN, 1971 apud LABOURIAU, 1990). 
Além das diferenças quanto aos locais e às espécies, há o fato de que existem 
duas tradições agrícolas que operam de modo muito diverso, especialmente no que 
se refere às sementes (SAUER, 1969; HARRIS, 1972 apud LABOURIAU, 1990). Uma 
dessas agrotécnicas, que é típica das terras baixas tropicais úmidas, consiste em 
cultivos associados de várias espécies propagadas por multiplicação vegetativa, 
sendo por isso designada como "vegecultura". A essa modalidade pertencem, entre 
outras, as culturas da bananeira, do inhame e da cana-de-açúcar, iniciadas no 
 
24 
 
Sudeste Asiático; a de algumas Dioscoreas e o "kafir", na África; a mandioca, de 
outras Dioscoreas e do abacaxi, na América do Sul. 
A outra tradição agrícola, que é característica dos climas subtropicais mais 
secos, consiste em plantações que giram em torno da semente porque começam pela 
semeadura e terminam com a colheita do grão. A esse tipo pertencem a cultura do 
milho, iniciada na América Central; a do trigo, que começou no Oriente Médio; a do 
sorgo, feita pela primeira vez na África; e a do arroz, no Sudeste Asiático (HARLAN, 
1971 apud LABOURIAU, 1990). 
4.2 Qualidades das sementes 
Na compra de sementes, é indicado que o agricultor saiba a qualidade do 
produto que está adquirindo, para isso, existem laboratórios oficiais e particulares de 
análise de sementes que podem prestar esse tipo de serviço, informando a 
germinação, as purezas físicas e varietal e a qualidade sanitária da semente 
(GIANLUPPI et al., 2009 apud LOPES, 2013). 
 
“Esta última informação é extremamente importante para a decisão do 
tratamento de semente com fungicida” (GIANLUPPI et al., 2009 apud LOPES, 
2013). 
4.3 Armazenamento das sementes 
Gianluppi et al. (2009 apud LOPES, 2013) afirmam que as sementes devem 
ser armazenadas na propriedade até a época de semeadura com todos os cuidadospossíveis para se mantiver vivas, com boa germinação e emergência no campo. As 
seguintes medidas devem ser tomadas: 
➢ Armazenar as sementes em galpão bem ventilado e sobre estrados de 
madeira; 
➢ Não se deve empilhar as sacas de sementes contra as paredes do galpão; 
➢ O ambiente deve estar livre de fungos e roedores; 
➢ As sementes devem ser armazenadas separadas do adubo, calcário ou 
agroquímicos; 
 
25 
 
➢ Dentro do armazém a temperatura deve ser no máximo de 25º C e a umidade 
relativa não deve ultrapassar 70% (GIANLUPPI et al., 2009). 
 
Nos casos onde essas condições não sejam possíveis na propriedade, é 
indicado que o agricultor somente retire a semente do armazém do seu fornecedor 
mais próximo da época de semeadura (GIANLUPPI et al., 2009 apud LOPES, 2013). 
4.4 Tratamento de sementes 
O tratamento de semente com produtos como fungicidas, inseticidas, 
micronutrientes e inoculantes pode ser feito com máquinas específicas de tratar 
semente, desde que, essas disponham de tanques separados para os produtos, uma 
vez que não foi regulamentada a mistura de agrotóxicos em tanque (Instrução 
Normativa 46/2002, de 24 de julho de 2002, que revoga a Portaria DAS Nº 67 de 30 
de maio de 1995) (EMBRAPA, 2011 apud LOPES, 2013). 
 
Os fungos são organismos que mais infectam as sementes, sendo 
responsáveis não só pela disseminação da doença, mas também pelo 
apodrecimento das sementes no solo, deterioração durante o 
armazenamento e a produção de micotoxinas (GIANLUPPI et al., 2009 apud 
LOPES, 2013). 
 
Assim, uso de sementes sadias é importante, no entanto, nem sempre o 
produtor tem condições de fazer a análise fitossanitária das sementes que irá utilizar, 
por isso é importante o tratamento com fungicida (GIANLUPPI et al., 2009 apud 
LOPES, 2013). 
Para um tratamento eficiente das sementes com fungicidas deve-se levar em 
conta os seguintes fatores, segundo Gianluppi et al. (2009 apud LOPES, 2013): 
a) Uso da dosagem recomendada pelo fabricante; 
b) Distribuição uniforme do produto nas sementes; 
c) Aderência eficiente do produto às sementes para que se evite perdas 
durante a semeadura; 
d) Eliminação do risco para o operador; 
e) Não deve haver contaminação ambiental (MAUDE, 1996 apud 
GIANLUPPI et al., 2009 apud LOPES, 2013). 
 
26 
 
Segundo Finkler (2019): 
 
De acordo com Gurevitch, Scheiner e Fox (2009 apud Finkler (2019), os 
ecólogos consideram o nascimento quando a semente está madura ou 
quando a planta-mãe desprende a semente. A germinação não é considerada 
como nascimento, uma vez que as sementes são novos indivíduos antes da 
germinação. Também, as sementes podem permanecer no solo por um longo 
período de tempo antes da germinação 
 
O produtor deve optar por formulações líquidas ou pó de fungicidas e 
micronutrientes, para que o volume final da mistura não ultrapasse 300 ml de calda 
por 50 kg de semente (EMBRAPA SOJA, 2011 apud LOPES, 2013). 
De acordo com Bolonhezi et al. (2012), o tratamento de sementes com 
fungicidas, a aplicação de micronutrientes e a inoculação podem ser feitos com 
máquinas especificas de tratar sementes, tambor giratório ou com betoneiras. Deve-
se evitar o uso de lona ou o tratamento direto na semeadora pois há problema com 
intoxicação e mistura não é uniforme. 
Betoneira: uniformidade de tratamento e grande rendimento de operação. 
Tambor giratório: barato e propicia uma mistura uniforme. 
Maquinas de tratamento de sementes: propicia maior rendimento 
Encerado: maior cuidado com intoxicação e mistura não é uniforme. 
 
Segundo Lopes (2013), outros produtos para tratamento de sementes: 
➢ Inoculantes; 
➢ Antídotos para herbicidas; 
➢ Peletização com nutrientes. 
 
 
27 
 
 
Fonte: (EMBRAPA, 2011) Fonte: (EMBRAPA, 2011) 
 
Não é aconselhável o tratamento da semente diretamente na caixa semeadora, 
devido à baixa eficiência, ou seja, a pouca aderência e cobertura desuniforme das 
sementes (EMBRAPA, 2011 apud LOPES, 2013). 
Atualmente é recomendado o uso dos micronutrientes cobaltos (Co) e 
molibdênio (Mo) nas sementes junto aos fungicidas antes da inoculação (GIANLUPPI 
et al., 2009 apud LOPES, 2013). 
4.5 Tratamento de mudas/toletes 
De acordo com Lopes (2013), as mudas destinadas ao plantio devem, sempre 
que possível, ser obtidas pelo produtor diretamente no campo, tendo toda sua atenção 
voltada para a retirada de partes vigorosos, sem nenhum sintoma de doenças e 
pragas e provenientes de plantas produtoras e sadias. 
As plantas podem ser a tacado por pragas e doenças as quais são transmitidas 
através da muda. Assim, através do tratamento da muda é possível um controle 
fitossanitário parcial das plantas. Por exemplo, no abacaxizeiro: após a retirada dos 
filhotes da planta-mãe, as mudas devem ficar espalhadas no campo mesmo com a 
parte do corte para cima, para a realização da "cura". Em seguida, é feita uma rigorosa 
seleção, eliminando-se toda e qualquer muda que apresentar sintomas de exsudação 
(resina), amarelecimento e outros defeitos. Além disso, devem ser colocadas em 
caixas plásticas, vazadas, para o tratamento. (LOPES 2013). 
As caixas com os mudas serão submersas em solução de agrotóxicos para 
tratamento. Deve ser preparado também um outro tipo de recipiente, para contera 
 
28 
 
solução de tratamento, onde a caixa com asmudas serão submersos. A solução de 
tratamentodevera ser preparada com água limpa, com volume suficiente para 
submersão das mudas epreparada com fungicidas e inseticidas registrados para a 
cultura (LOPES 2013). 
4.6 Características importantes de época de semeadura 
Segundo Bolonhezi, et al. (2012), as culturas são divididas em três categorias 
quanto ao seu ciclo: 
Anuais: também conhecida como temporária, a cultura anual é aquela que 
completa o seu ciclo de vida dentro de uma estação, perecendo após a colheita, 
apresenta época definida, nesses casos a época de semeadura/plantio é de grande 
importância. Exemplo: arroz, feijão, milho, soja, olerícolas, flores, etc. 
Perenes: conhecida também como permanente, a cultura perene é aquela que 
cresce de ano para ano, sendo muitas vezes necessário um período de vários anos 
para que se torne produtiva. Esta não perece necessariamente após a colheita. Caso 
exista a possibilidade de irrigação, a época de semeadura/plantio não importa. 
Exemplo: citrus, café, seringueira, coco, abacate, etc. 
Semi-perenes: também chamada de bienal, a cultura semi-perene é aquela que 
normalmente completa seu ciclo num período de duas ou mais estações de 
crescimento. Exemplo: cana-de-açúcar, abacaxi, banana, mamão, etc. 
 
Ainda segundo Bolonhezi, et al. (2012), a profundidade deve ser 2,5 vezes o 
tamanho da semente. Sementes maiores possuem mais reservas para o 
desenvolvimento inicial. 
 A profundidade de semeadura depende: 
a) Características da semente: 
Normalmente as leguminosas são mais exigentes que as gramíneas, além 
disso, existem diferenças quanto ao tipo de germinação. 
Tipo de germinação: 
Epígea é quando os cotilédones se elevam acima do solo (feijão). 
Hipógea - é quando os cotilédones permanecem abaixo do solo (milho). 
b) Tamanho da semente: 
 
29 
 
 As sementes maiores apresentam maior quantidade de reservas e 
consequentemente podem ser cobertas com uma maior quantidade de terra. 
c) Tipos de solo: 
 Os solos arenosos normalmente apresentam menor retenção de água na 
camada superficial ou perdem água mais rapidamente nessa camada. Portanto a 
semeadura nos solos mais arenosos deve ser mais profunda que nos argilosos, 
entretanto no caso de ocorrer chuvas pesadas, pode haver assoreamento do sulco 
como acontece muitas vezes com a cultura do milho e cana-de-açúcar. 
No caso da utilização de mudas, como exemplo café, citrus, seringueira, etc. 
deve coloca-las no campo à mesma profundidade que se encontravam nas condições 
de viveiro. As mudasde citrus, por exemplo, quando colocadas em profundidades 
maiores do que aquelas do viveiro, ficam mais sujeitas à ocorrência de gomose 
(BOLONHEZI, et al. 2012). 
4.7 Espaçamento e densidade 
De acordo com Bolonhezi, et al. (2012) define: 
Espaçamento: distância entre linhas. 
Densidade: distância entre plantas ou número de plantas na linha que vai ter 
menor competição, com maior produtividade. 
O Espaçamento e a Densidade definem o "stand" da cultura, a população de 
plantas ou número de plantas/área. 
Exemplo: - Milho: 50.000 plantas/ha (1,00 x 0,20 m) 
 - Feijão: 250.000 plantas/ha (0,50 x 12-13 plantas/m) 
Manutenção da população stand 
• Características da cultura 
 No caso de cultura perene normalmente se realiza o replantio. Exemplo: citrus, 
café, seringueira, etc., até certa idade. 
No caso de cultura anual muitas vezes se realiza a gradagem e nova 
semeadura. 
• Finalidade da cultura 
 Muitas vezes a finalidade interfere na população de plantas: 
Exemplo: - Milho para produção de grãos 50.000 plantas/ha; 
 
30 
 
 - Milho para produção de silagem 75.000 plantas/ha; 
 - Cana-de-açúcar para produção de álcool ou açúcar 1,40m; 
 - Cana-de-açúcar para silagem 0,90 m. 
4.8 Tipos de plantio e semeadura 
 
 
Fonte: www.agrisus.org.br 
 
Segundo Bolonhezi, et al. (2012), Utiliza estruturas vegetativas e pode ser 
realizado em covas, sulco ou a lanço. 
Estruturas vegetativas: mudas, toletes, manivas (mandioca), estacas. 
Covas: mais utilizado para culturas perenes, como citrus, café, seringueira, e 
outras, entretanto algumas culturas semi-perenes, principalmente em pequenas 
áreas, podem ser plantadas em covas, como é o caso da mandioca. 
Entretanto, muitas culturas mesmo com o plantio em covas, se fazem à 
abertura dos sulcos, facilitando a demarcação das linhas de plantas e também a 
construção da cova. 
Sulcos: mais utilizado para culturas semi-perenes como mandioca e cana-de-
açúcar. 
Lanço: pode ser utilizado na formação de pastagem Exemplo: capim pangola. 
Existe uma modalidade especial de plantio, que é a do arroz inundado, onde a 
http://www.agrisus.org.br/
 
31 
 
semeadura é realizada em canteiros e depois o plantio é feito dentro da água, 
utilizando-se máquinas ou manualmente. 
4.9 Operações 
Ainda segundo Bolonhezi, et al. (2012), as operações irão depender do tipo de 
sistema a ser utilizado, do solo, da quantidade da cobertura do solo, da característica 
da cultura, dentre outras, mas em geral as operações são: 
Sistema convencional: 
• Preparo do solo; 
• Adubação; 
• Incorporação do adubo (grade de disco); 
• Semeadura; e 
• Aplicação de herbicida. 
Sistema Direto: 
• Aplicação de herbicida; e 
• Semeadura com a adubação 
• Arroz irrigado por inundação 
Sistema pré-germinadas: 
• As sementes pré-germinadas são distribuídas ao lanço na área. 
 
Adubação de Semeadura/Plantio: 
A adubação química básica nas áreas de semeadura/plantio para o Estado de 
São Paulo deve-se calculada de acordo com as características químicas do solo e as 
recomendações de Cantarella et al. (1996 apud BOLONHEZI et al., 2012), por isso 
também que se recomenda a realizar a análise do solo e histórico da área em mãos. 
4.10 Aquisição 
Orienta-se que o agricultor conheça, o melhor possível, a qualidade do produto 
que está comprando. Para isso, existem diversos laboratórios públicos e privados 
capazes de prestar este serviço (BOLONHEZI et al., 2012). 
 
32 
 
 Testes laboratoriais: Germinação, Pureza física, Pureza varietal, Qualidade 
sanitária, Testes de vigor (Envelhecimento acelerado e Tetrazólio). Este teste tem por 
objetivo verificar a qualidade fisiológica da semente (BOLONHEZI et al., 2012). 
5 PODA 
 
Fonte: portal.brcondos.com.br 
Segundo Balonhezi et al., (2012): 
 
Algumas plantas necessitam de podas, para a sua boa formação, para a 
produção bons frutos, regularização da produção, para a reforma da planta, 
para limpeza, etc., algumas plantas necessitam de podas anuais, pois produz 
em ramos de ano, ou seja, ramos novos. 
 
Segundo Silva et al., (2018), a poda é um conjunto metódico de cortes 
executados na árvore. Os seus objetivos variam consoante a idade e o estado da 
árvore a podar. De um modo geral, no caso das fruteiras, os principais objetivos a 
atingir com esta operação são a orientação estrutural da árvore, melhorando o seu 
vigor, e a regularização da produção, através da manutenção de um bom equilíbrio 
entre a frutificação e a vegetação, permitindo uma maior e melhor produção. 
 A poda deve ser executada de forma cuidada, atendendo sempre aos objetivos 
que se pretendem alcançar a partir da árvore. Uma vez formado, não requer grandes 
intervenções, podendo fazer-se podas sanitárias de limpeza, para tirar ramos secos 
ou, quando há problemas de cancro, ramos feridos ou mal inseridos, nos quais a 
 
33 
 
probabilidade de ataque fúngico é maior. Mais raramente, fazem-se podas de 
renovação, quando se deseja a formação de novos ramos, a partir de zonas mais 
próximas do centro da árvore, ou quando se pretende fazer reenxertia (SILVA et al., 
2018). 
Para a execução da poda, são necessários tesoura de poda, serrote e material 
para isolar as zonas de corte como a emulsão betuminosa. Após a poda de uma 
árvore, devem limpar-se bem os utensílios usados e, seguidamente, devem ser 
mergulhados numa solução desinfetante, antes de os utilizar na poda de outras 
árvores (Silva et al., 2018). 
5.1 Poda de Formação 
Visa orientar a formação da copa para sustentar futuras produções, 
aproveitando melhor o potencial de produção da planta. É executada desde o plantio 
da muda até que a planta tome o tamanho e o formato desejável. Deve ser realizada 
em um ou dois anos, para formação de um dos três tipos de copa: taça aberta, "Y" e 
líder central, sendo a primeira a mais utilizada (BOLONHEZI et al., 2012). 
5.2 Poda de frutificação 
Segundo Bolonhezi et al., (2012), após a entrada em frutificação, a planta deve 
ser podada com frequência, em função do hábito de frutificação da espécie. Algumas 
plantas frutificam em ramos novos, de um ano, e, anualmente, ramos novos devem 
ser emitidos para serem os produtores no ciclo subsequente. Exemplo: pêssego, uva, 
etc. 
Os principais objetivos da poda de frutificação são: 
• Deixar um número adequado de ramos produtivos, para obter equilíbrio 
entre a produção e a vegetação; 
• Manter a produção mais próxima dos ramos principais; 
• Obter maior quantidade de frutos com boa qualidade para 
comercialização; 
• Diminuir o trabalho de raleio; 
• Eliminar ramos com problemas ou mal localizados; 
 
34 
 
• Formar novos ramos produtivos para o ciclo seguinte; 
• Controlar a estrutura e a altura das plantas; 
• Facilitar o manejo fitossanitário da planta, promovendo melhor 
insolação e arejamento da copa; 
• Em plantas jovens (1 a 2 anos), desenvolver ramificações primárias 
fortes e bem localizadas. 
 Ainda segundo Bolonhezi et al., (2012), a poda de frutificação deve ser 
realizada conforme segue: 
1. Eliminação dos ramos doentes, secos, quebrados, machucados, mal 
situados, próximos entre si e ramos ladrões (ramos vigorosos, com 
orientação vertical para cima ou para baixo do ramo); 
2. Eliminação e/ou encurtamento de ramos que já produziram, visando a 
renovação de ramos de produção para o próximo ano. Os ramos 
produtivos podem ser despontados dependendo da cultura, cultivar, 
finalidade de cultivo, do estado nutricional da planta e da distância entre 
as gemas floríferas; 
3. Seleção de ramos mistos de ano que permanecerão e deverão produzir 
na safra atual. 
5.3 Controle de pragas e doenças 
 
Fonte: boaspraticasagronomicas.com.br 
 
35 
 
Segundo Sujii (2010), uma abordagem ecológica da produção agrícola deve 
intervir na causa do problema e não apenas nos sintomas. Devem ser adotadas 
estratégias de controle de pragas de caráterpreventivo, definindo-se assim ou manejo 
ecológico de pragas. Para esse manejo, é fundamental que haja amplo entendimento 
sobre as necessidades biológicas e ecológicas das espécies-praga e de seus inimigos 
naturais para o incremento da biodiversidade torne-se funciona. 
 
Medidas preventivas referem-se às práticas agronômicas que dificultam ou 
impedem que a praga encontre condições favoráveis à colonização e 
estabelecimento de sua população nas culturas. Unidades de produção mais 
diversificado no tempo e no espaço promovido ou aumentado da agro biodiversidade 
e o controle biológico natural, conferindo à agro ecossistemas maiores 
resistência a perturbações e maior resiliência (SUJII, 2010). 
 
Uma estratégia chave agricultura sustentável é reintroduzir uma diversidade na 
área cultivada, bem como na paisagem agrícola, e manejá-la de forma mais efetiva. 
Andow (1991 apud SUJII, 2010), em uma revisão sobre o efeito da diversificação do 
sistema produtivo em artrópodes, redução que, na maioria dos casos, ou aumento da 
diversidade nos sistemas produtos reduzidos em abundância de herbívoros. Diversas 
estratégias de diversi-Ficção dos sistemas de produção que contribuem para o manejo 
de pragas são descritas em trabalhos recentes (Venzon & Sujii, 2009; Medeiros et al., 
2010ª apud SUJII, 2010) e são brevemente necessárias a seguir (SUJII, 2010). 
 
Um dos principais problemas da agricultura sustentável refere-se ao controle 
de doenças, pragas e plantas invasoras. Antes das facilidades para aquisição 
de agrotóxicos para o controle dos problemas fítossanitários, os agricultores 
preparavam e utilizavam produtos obtidos a partir de materiais disponíveis 
nas proximidades de suas propriedades (BETTIOL et al., 2005). 
 
Com a popularização do uso dos agrotóxicos, aqueles produtos foram quase 
que totalmente abandonados e, hoje, muitos deles são chamados de alternativos. 
Devido à conscientização dos problemas causados pelos agrotóxicos para o 
ambiente, a sociedade vem exigindo a redução de seu uso, de forma que a pesquisa 
vem testando os mais diversos produtos, muitos deles já utilizados pelos agricultores 
em décadas passadas (BETTIOL et al., 2005). 
 
36 
 
5.4 Controle de pragas 
Segundo Sujii et al., (2010): 
Métodos legislativos: consistem na fiscalização de portos, aeroportos, etc. 
Realizado através do serviço de vigilância sanitária (serviço de quarentena). 
Métodos mecânicos: utilizado em pequenas áreas, consiste na catação manual 
das pragas. 
Métodos culturais: 
 - Rotação de culturas: é eficiente no controle de pragas mais específicas das 
culturas; 
- Aração do solo: através da aração as larvas presentes no solo são expostas 
À ação de pássaros, raios solares, etc.; 
- Época de semeadura e de colheita: normalmente as antecipações na época 
de semeadura e de colheita propiciam menor ocorrência de pragas; 
- Destruição de restos: a destruição de restos culturais diminui a fonte de 
alimentação de determinadas pragas. Ex: bicudo do algodoeiro; 
- Poda e destruição de ramos: é uma prática mais utilizada em culturas perenes, 
principalmente frutíferas. A poda dos ramos atacados diminui a população da praga; 
- Adubação e irrigação: condição mais adequada ao desenvolvimento propicia 
planta maior tolerância à ocorrência de pragas. 
5.5 Controle de doenças 
Ainda segundo Sujii et al., (2010): 
- Rotação de culturas: é recomendado para o controle da maioria das doenças 
de plantas; 
- Tratamento de sementes: tem por finalidade proteger a semente e a planta na 
fase inicial de desenvolvimento e eliminar doenças transmitidas por sementes; 
- Uso de sementes sadias: prática importante no controle de doenças 
transmitidas por sementes; 
- Enterro profundo dos restos: a destruição e enterro profundo dos restos é 
medida de controle recomendada para várias culturas; 
 
37 
 
- Época de semeadura: na cultura do feijão, por exemplo, o mosaico dourado 
transmitido pela mosca branca. A melhor medida de controle é realizar a semeadura 
em época de baixa população de mosca no campo; 
- Resistência de plantas: medida "ideal" de controle. Ex: cultivares de feijoeiro 
resistentes ao mosaico comum do feijoeiro; 
- Controle químico: realizado através de fungicidas e bactericidas, que podem 
ser aplicados nas sementes, em pulverização ou através da água de irrigação. 
6 COLHEITA 
 
Fonte: www.agrosomar.com.br 
 
Ainda de acordo com Bolonhezi et al., (2012): 
 
 A colheita também recebe o nome de agricultura de pós-colheita. A 
agricultura pratica da após a colheita é tão importante quanto àquela 
praticada antes da colheita. É tão importante, porque é dela que às vezes 
depende a qualidade e em muitos casos a quantidade do produto agrícola 
colhido. 
 
A colheita deve ser iniciada tão logo a soja atinja o estádio R8 (ponto de 
colheita), ou seja, quando os teores de água dos grãos estiverem em torno de 15% a 
16% (GIANLUPPI et al., 2009 apud LOPES 2013). 
A regulagem da colheitadeira deve ser a melhor possível para evitar perdas, 
adotando preferencialmente, as colheitadeiras com plataformas de corte flexível para 
 
38 
 
acompanhar as ondulações do terreno e de cilindro de trilha com barras corrugadas, 
além de esparramador de palha (GIANLUPPI et al., 2009 apud LOPES 2013). 
6.1 Fatores que afetam a eficiência da colheita 
Segundo Lopes (2013), além da umidade dos grãos, para reduzir as perdas são 
necessários que sejam observados alguns fatores (EMBRAPA, 2003 apud LOPES 
2013): 
• O mau preparo do solo que provocam oscilações na barra de corte da 
colhedora danificando as vagens; 
• Inadequação da época de semeadura, do espaçamento, da densidade 
e cultivares não adaptadas podem acarretar baixa estatura das plantas 
e baixa inserção das primeiras vagens, que consequentemente, fará 
com que ocorram maior perda na colheita; 
• Ocorrência de plantas prejudica o bom funcionamento da colhedora e 
exige maior velocidade no cilindro de trilha, resultando em maior dano 
mecânico às sementes; 
• Retardamento da colheita principalmente em lavouras destinadas à 
produção de sementes, onde muitas vezes a espera de menores teores 
de umidade para efetuar a colheita pode provocar a deterioração das 
sementes pela ocorrência de chuvas inesperadas e consequente 
elevação da incidência de patógenos (EMBRAPA, 2003 apud LOPES 
2013). 
6.2 Tipos de colheita 
Segundo Bolonhezi et al., (2012), a colheita pode ser: 
a) Manual: mais utilizada em pequenas áreas, em regiões onde a mão-de-obra é 
barata ou naquelas onde, limitações impostas por obstáculos (pedras, tocos, 
etc.) ou topografia, impeçam a utilização de outros métodos de colheita. 
b) Semi mecanizada: consiste na associação da colheita manual com a mecânica. 
Ex: feijão, arranque manual e trilha mecânica. 
 
39 
 
c) Mecanizada: todas as operações são realizadas mecanicamente. Ex: uso de 
colhedora automotriz na colheita do milho, arroz, soja, cana, eucalipto etc. 
7 SECAGEM DE SEMENTES E GRÃOS 
A secagem é um tipo de tratamento térmico em que se procede à redução do 
teor de umidade dos produtos a níveis ideais para a conservação. Com a diminuição 
do teor de umidade são reduzidas: a disponibilidade de água aos agentes 
responsáveis pela deterioração dos produtos; a taxa de respiração dos grãos; e as 
velocidades de processos bioquímicos que podem auto degenerar os grãos 
(BOLONHEZI, et al. 2012). 
 
Grãos e, ou, sementes após atingirem o ponto de maturação fisiológica 
desvinculam-se da planta mãe, momento que se tem o início do processo de 
secagem. Para a maioria dos tipos de grãos isto se procede quando o teor de 
umidade é de aproximadamente 50%. Geralmente na fase da colheita os 
produtos possuem umidade de 13 – 14%, as vezes até 15% ou mais. 
Considerando as condições climáticas brasileiras o ideal é que o teor de 
umidade seja reduzido a 13% no menor espaço de tempo, isto por causa dos 
processosde deterioração (BOLONHEZI, et al. 2012). 
 
A colheita de sementes com grau de umidade acima dos recomendados para 
armazenamento seguro torna-se uma prática comum entre os produtores de 
sementes, pois, as sementes permanecendo na lavoura após a maturidade fisiológica, 
ficam expostas à ação das flutuações de temperatura e umidade relativa e do orvalho 
e/ou chuvas que, em processos alternados de sorção e dessorção de água, podem 
causar significativos danos físicos e fisiológicos (GARCIA, 2004). 
 Assim, para evitar o “armazenamento de campo” torna-se necessário antecipar 
ao máximo o momento de colheita, obtendo sementes com grau de umidade tal que 
ocorrerá a necessidade de secagem imediata, mas, em contrapartida, possibilitando 
obter sementes que apresentem reduzidos índices de danificação e deterioração, 
permitindo ao produtor melhor planejar a colheita. O intervalo de tempo que separa o 
final da colheita do início do processo de secagem deve ser o mais reduzido possível 
porque, nesta fase do processo, as sementes com umidade elevada apresentam altas 
taxas de atividade respiratória e, o consumo antecipado de reservas provoca um 
 
40 
 
desgaste fisiológico que, na prática, produzirão baixos índices de germinação e vigor 
no futuro (GARCIA, 2004). 
 
Princípios de Secagem O vapor d’água presente nas sementes tende a 
ocupar todos os espaços intercelulares, gerando pressões em todas direções. 
Por outro lado, a água presente no ar de secagem sob a forma de vapor 
exerce, também, uma pressão parcial, designada pressão parcial de vapor 
d’água no ar. O processo de secagem envolve a retirada parcial de água das 
sementes através da transferência simultânea de calor do ar para as 
sementes e de água, por meio de fluxo de vapor, das sementes para o ar 
(GARCIA, 2004). 
 
Assim, a secagem de sementes, mediante convecção forçada do ar aquecido 
compreende, essencialmente, dois processos simultâneos: 
a) evaporação da água superficial das sementes para o ar circundante; 
b) movimento de água do interior para a superfície das sementes, em virtude 
de gradiente hídrico entre essas duas regiões. 
O modo mais utilizado para aumentar o diferencial entre as pressões de vapor 
da superfície das sementes e do ar de secagem é o aquecimento do ar, diminuindo 
sua umidade relativa, que adquire maior capacidade de retirada de água (GARCIA, 
2004). 
7.1 Métodos de Secagem 
Secagem Natural 
A secagem natural utiliza as energias solar e eólica para remover a umidade 
das sementes, utilizando recursos como eiras ou lonas. Cuidados especiais devem 
ser tomados para que as sementes não sofram aquecimento excessivo e que a 
secagem ocorra do modo mais uniforme possível. Este método, em geral, é pouco 
suscetível a riscos de danificação mecânica e térmica sendo, no entanto, dependente 
das condições psicrométricas do ar ambiente, que muitas vezes não são adequadas 
para a secagem das sementes. É um método adequado para reduzida quantidade de 
sementes (GARCIA, 2004). 
 
Secagem artificial 
 
41 
 
Secagem estacionária consiste, basicamente, no insuflamento de ar aquecido 
através de um volume de sementes que permanece estático. A secagem ocorre em 
camadas com a formação de zonas de secagem onde, a camada de sementes onde 
mais efetivamente se verifica a passagem de água das sementes para o ar é 
denominada de frente de secagem. Os secadores estacionários mais utilizados para 
secagem de sementes utilizando este método são os silos com distribuição axial ou 
radial do fluxo de ar (GARCIA, 2004). 
 
Deve-se ter cuidados operacionais para evitar secagem excessiva na camada 
de sementes próxima a entrada de ar quente e a demora de secagem das 
camadas mais distantes. Resultados de pesquisas indicam para sementes 
com 16 a 18% de umidade a utilização de fluxos de ar de 8 a 10 m³/min./t, 
temperatura do ar máxima de 40 a 43°C, umidade relativa do ar mínima de 
40% e altura da camada de sementes não superior a 1,5m para sementes 
com dimensões semelhantes a soja (GARCIA, 2004). 
 
Fonte: coral.ufsm.br 
 
Secagem Intermitente 
Na secagem intermitente, as sementes são submetidas à ação do ar aquecido 
na câmara de secagem a intervalos regulares de tempo permitindo, assim, a 
homogeneização da umidade e resfriamento quando as mesmas estão passando 
http://www.coral.ufsm.br/
 
42 
 
pelas partes do sistema onde não recebem ar aquecido (elevador e câmara de 
equalização ou resfriamento). Neste método a rapidez e uniformidade de secagem 
são as características mais relevantes (GARCIA, 2004). 
A secagem de sementes empregando ar aquecido durante intervalos regulares 
de tempo, intercalado por períodos sem aquecimento (equalização), possibilita a 
redistribuição de umidade, reduzindo os gradientes hídrico e térmico e, como 
consequência os danos físicos (fissuras) às sementes. Em razão da intermitência, é 
possível o emprego de temperaturas do ar aquecido que alcançam até 70 a 80°C, 
sem, no entanto, ocasionar excessivo aquecimento das sementes que, em geral, não 
atingem temperaturas acima de 40 a 43°C (GARCIA, 2004). 
 
 
Fonte: SILVA (1998) 
7.2 Elementos de secagem de uma semente 
De acordo com Bolonhezi, et al. (2012), a semente sempre se encontra em 
equilíbrio com a umidade relativa do ar. Se a umidade relativa aumenta, a semente 
ganha umidade, se a umidade relativa diminui a semente perde umidade. Como 
elementos de secagem, temos a temperatura e a movimentação do ar. 
A temperatura provoca variação na umidade relativa do ar, logo varia a umidade 
da semente. Umidade relativa (UR) – Quantidade de vapor de água contido em um 
volume de ar a uma determinada temperatura (Bolonhezi, et al. 2012). 
 
43 
 
 
Segundo Bolonhezi, et al. (2012) temos: 
 
100 g de vapor de água (máximo que o volume consegue reter) 
70 g de vapor de água (é o que possui) 
 
 
 
Se a UR é a quantidade de água que o volume possui em relação ao que ele 
poderia reter, então no caso, a UR é 70%. 
Ainda de acordo com Bolonhezi, et al. (2012), Movimentação do ar também 
provoca variações no teor de água das sementes. Se tivermos um ambiente contendo 
sementes, existirá pressão de vapor que nada mais é do que a força com que a 
umidade se movimenta num ou no outro sentido. 
Deve-se esperar em horas mais quentes do dia para injeção de ar para 
secagem das sementes. 
1. Pressão de vapor externa > interna – semente ganha umidade; 
2. Pressão de vapor externa = interna – semente se encontra em equilíbrio 
higroscópico; 
3. Pressão de vapor externa < interna – a semente perde umidade (está secando). 
7.3 Fases da secagem 
Segundo Bolonhezi, et al. (2012), a perda de umidade pela semente ocorre em 
duas fases: 
FASE I – durante esta fase, a semente perde água na sua periferia; 
FASE II – a umidade do interior da semente se movimenta para a camada 
periférica e posteriormente é perdida. 
Existe uma diferença entre as duas fases, ou seja, a umidade da camada 
periférica é perdida rapidamente, enquanto que a fase II é lenta. A fase I é tanto mais 
rápida quanto maior a temperatura de secagem. Entretanto esta alta velocidade de 
ocorrência da fase I, pode resultar na formação de uma camada de envidramento 
(BOLONHEZI, et al. 2012). 
1 m3 
T 25oC 
 
44 
 
7.4 Temperaturas de secagem 
De acordo com (BOLONHEZI, et al. 2012), a temperatura máxima de secagem 
vai depender da finalidade do produto. Quando o produto é destinado à semeadura, 
existe necessidade de se utilizar temperaturas de secagem bem menores. 
 
8 ARMAZENAMENTO DA PRODUÇÃO 
 
Fonte: www.canalrural.com.br 
O armazenamento tem por objetivo conservar as sementes, preservando suas 
qualidades físicas, fisiológicas e sanitárias, para posterior semeadura e obtenção de 
plantas sadias após a germinação (UFSM, 2004 apud FLORIANO, 2004). Os objetivos 
das sementes armazenadas podem ser diversos, desde a formação de plantios 
comerciais,até a de bancos de genes de florestas nativas. Dependendo do objetivo, 
pode ser necessário a sua conservação por períodos curtos ou longos (FLORIANO, 
2004). 
As sementes de várias espécies podem ser armazenadas por longos períodos 
sem tratamento, como muitas leguminosas pioneiras, mas outras necessitam 
preparação para o armazenamento e condições ambientais especiais. Assim, além do 
tratamento da própria semente, são necessários embalagem e ambiente apropriados. 
Os principais meios utilizados para o armazenamento de sementes são a câmara fria, 
http://www.canalrural.com.br/
 
45 
 
a câmara seca e a câmara fria seca, que se adaptam à maioria das situações (Vieira 
et al., 2002 apud FLORIANO, 2004). 
8.1 Condições para o armazenamento 
São princípios gerais do armazenamento de sementes (UFSM, 2004 apud 
FLORIANO, 2004): 
• O armazenamento não melhora a qualidade das sementes, apenas as 
mantêm; 
• Quanto maior a temperatura e a umidade no armazenamento, maior 
será a atividade fisiológica da semente e mais rápida sua deterioração; 
• A umidade é mais importante do que a temperatura; 
• A umidade da semente é função da umidade relativa e em menor escala 
da temperatura; 
• O frio seco é a melhor condição para o armazenamento de sementes 
ortodoxas; Sementes imaturas e danificadas não resistem bem ao 
armazenamento, enquanto as sementes maduras e não danificadas 
permanecem viáveis por mais tempo; 
• O potencial de armazenamento varia com a espécie; 
De acordo com FLORIANO (2004), pode-se acrescentar ainda que: sementes 
armazenadas sempre deterioram com o passar do tempo (Kramer e Kozlowski, 1972 
apud FLORIANO (2004). As condições acima são adequadas para sementes 
ortodoxas, enquanto para as recalcitrantes, nem sempre são aplicáveis e, destas, 
cada espécie tem suas exigências específicas. Espécies recalcitrantes, geralmente, 
necessitam manter a umidade com que foram colhidas, não suportando perdas 
superiores a 5% da umidade inicial para permanecerem viáveis. 
O ambiente adequado à conservação, pode ser obtido enterrando-as em 
carvão úmido, serragem úmida, ou areia úmida; mas 6 há espécies que necessitam 
de boa aeração e não podem ser enterradas, devendo ser acondicionadas em sacolas 
de papel ou em caixas abertas para possibilitar boa difusão de oxigênio, devendo ser 
colocadas em ambiente com elevada umidade relativa para não desidratar. (Hong e 
Ellis, 2003 apud FLORIANO 2004). 
 
46 
 
Segundo Floriano (2004), as espécies intermediárias tropicais apresentam 
comportamento, com relação à temperatura, diferente das de clima temperado 
(incluindo altas altitudes nos trópicos). Sementes intermediárias tropicais, como as de 
Coffea arabica e de Carica papaya, podem ser armazenadas com teor de umidade de 
9 a 10 % e 10 °C de temperatura por até 5 e 6 anos, respectivamente, sem perda de 
viabilidade; de outro lado, a viabilidade de sementes de espécies de clima temperado, 
de comportamento intermediário, pode ser conservada com a mesma umidade, mas 
a temperaturas mais baixas, de 5 °C a -10 °C. Sementes de espécies de 
comportamento intermediário podem ter longevidade média no armazenamento, 
contanto que o ambiente ótimo tenha sido identificado e possa ser mantido. (Hong e 
Ellis, 2003 apud FLORIANO 2004). 
A longevidade das sementes armazenadas é influenciada principalmente pelos 
seguintes fatores (Hong e Ellis, 2003; Bonner, 2001 apud FLORIANO 2004): 
Qualidade inicial das sementes; 
 Teor de umidade da semente; 
 Tempo decorrido entre colheita e o armazenamento; 
 Tratamentos fitosanitários e térmicos aplicados; 
 Tipo de embalagem; 
Temperatura de armazenamento; 
 Umidade relativa de armazenamento. 
8.2 Embalagens para armazenamento 
 
Fonte: www.agrosolsementes.com.br 
http://www.agrosolsementes.com.br/
 
47 
 
De acordo com Floriano (2004), o tipo de embalagem afeta a viabilidade das 
sementes de muitas espécies de forma diferenciada. Por exemplo, as sementes de 
Cabralea canjerana armazenadas a 5º C de temperatura em saco plástico matém o 
período de germinação inicial por mais tempo do que em ambiente aberto, enquanto 
o saco de filó prolonga sua viabilidade (Frassetto, 1997 apud FLORIANO (2004). As 
embalagens para armazenamento podem ser abertas ou fechadas. As abertas são 
utilizadas para sementes que necessitam de aeração e as fechadas para as que são 
sensíveis às flutuações da umidade e não tem problemas quanto à aeração (Hong e 
Ellis, 2003 apud FLORIANO (2004). 
Além disso, as embalagens podem ser permeáveis, semipermeáveis e 
impermeáveis, como segue: 
• Embalagens permeáveis e semipermeáveis – Sacolas de papel e 
sacolas plásticas de pequena espessura permitem troca de gases e de 
umidade com o ambiente e são adequadas para a conservação de 
sementes ortodoxas de tegumento duro e para as recalcitrantes que 
necessitam de aeração (Hong e Ellis, 2003 apud Floriano 2014). 
• Embalagens impermeáveis – São adequadas para estocagem de 
sementes ortodoxas por longos períodos (de 2 a 10 anos), sob 
temperaturas de 0 a 10º C, com teor de umidade de 8 a 10% (Hong e 
Ellis, 2003 apud FLORIANO 2014). Podem ser de vidro, metal ou de 
plástico espesso. 
Conforme Silva (2010), a semente tem um papel fundamental na produção de 
grãos do país, sendo que, grande parte dos pequenos produtores tem como prática 
guardar parte de sua produção de grãos para ser utilizada na nova safra como 
semente. Mas para que isto ocorra, as sementes devem ser armazenadas de forma 
segura e correta, a fim de manter sua qualidade fisiológica durante todo este período 
de armazenamento. Os problemas de conservação de produtos agrícolas constituem 
objeto de estudo permanente, visando prolongar ao máximo a qualidade dos produtos 
armazenados, sejam eles semente ou grão para consumo (Bragantini, 2005 apud 
SILVA, 2010). 
O armazenamento das sementes se inicia no momento em que a maturidade 
fisiológica é atingida no campo, sendo este o ponto de maior qualidade. 
Dependendo das condições ambientais e de manejo, pode haver em seguida, 
 
48 
 
redução de sua qualidade fisiológica, pela intensificação do fenômeno da 
deterioração, processo inexorável e irreversível (Harrington, 1971 SILVA, 
2010). 
 
A embalagem das sementes é importante não apenas para o transporte, 
armazenamento e comercialização, mas também no que se refere à conservação da 
qualidade das sementes sob determinadas condições ambientais de temperatura e 
umidade relativa do ar (Popinigis, 1985 apud SILVA, 2010). 
O tipo de embalagem utilizada no acondicionamento das sementes durante o 
armazenamento também assume relevante importância manutenção da sua 
viabilidade e vigor, sementes conservadas em embalagens que permitem trocas de 
vapor d’água com o ar atmosférico podem absorver água sob alta umidade relativa do 
ar, deteriorando-se com facilidade (Crochemore, 1993 apud SILVA, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARF, Orivaldo; BOLONHEZI, Antonio César. Apostila de agricultura geral. 2012. 
BETTIOL, Wagner. Alguns métodos alternativos para o controle de doenças de 
plantas disponíveis no brasil.2005. 
FILHO, Alberto Carvalho. Métodos de preparo do solo: alterações na rugosidade 
do solo. 2007. 
FILHO”, Júlio de Mesquita. APOSTILA DE AGRICULTURA GERAL. Departamento 
de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-Economia, p. 1-96, 1 jan. 2012. 
FLORIANO, Eduardo Pagel. Armazenamento de sementes florestais. 2004. 
GARCIA, Danton Camacho. Secagem de sementes. 2004. 
LABOURIAU, Luiz Fernando Gouvêa. O interesse do estudo das sementes.1990. 
LOPES, Alessandra Lomelino Campos. Cultivo e manejo da soja. 2013. 
MIRANDA, Murilo Santana. Avaliação da influência de diferentes tipos de preparo de 
solo no crescimento e produtividade da cultura do feijão (Phaseolus 
vulgaris). Instituto federal de educação, ciência e tecnologia do sertão

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