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Imunidades Tributárias: Conceito e Críticas

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Aula 11. Imunidades Tributárias
Questões:
1. Que é imunidade tributária? O conceito de imunidade tributária é próprio dos impostos ou pode ser aplicável às taxas, às contribuições e as contribuições de melhoria?
R. A imunidade tributária é uma isenção dada em nível constitucional aos contribuintes, está confere uma limitação ao poder estatal de tributar o cidadão, sendo uma forma de proteção deste contra o poder do estado em tributá-lo. Podemos dizer que a imunidade tributária ocorre quando a Constituição Federal, no momento da repartição da competência dos entes federativos, colocou de fora do campo da tributação determinas pessoas, bens e serviços. A Constituição Federal e o Código Tributário Nacional vedam à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; sobre templos de qualquer culto, sobre o patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos e fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, sobre livros, jornais periódicos e o papel destinado para sua impressão. A imunidade é como um obstáculo posto pelo legislador constituinte, limitador de competência outorgada às pessoas políticas de direito constitucional interno, excludente do respectivo poder tributário, na medida em que impede a incidência da norma impositiva, aplicável aos tributos não vinculados (impostos) e que não comportaria fracionamentos, vale dizer, assume foros absolutos, protegendo de maneira cabal as pessoas, fatos e situações que o dispositivo mencione. 
2. Estabeleça uma crítica as seguintes definições de imunidades tributárias: i) A imunidade como limitação constitucional às competências tributárias ii) imunidade como exclusão ou supressão do poder tributário; iii) Imunidade como providência constitucional que impede a incidência tributária — hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada.
R. i) A corrente, liderada por Hugo de Brito Machado, professor e Desembargador Aposentado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, afirma que “A imunidade impede que a lei defina como hipótese de incidência tributária aquilo que é imune. É limitação da competência tributária”. E, conforme complementa o professor, "há quem afirme, é certo, que a imunidade não é uma limitação da competência tributária porque não é posterior à outorga desta. Se toda atribuição de competência importa em limitação, e se a regra que imuniza participa da demarcação da competência tributária, resulta evidente que a imunidade é uma limitação dessa competência.” No entanto, apesar dos argumentos acima expostos, o ilustre José Wilson Ferreira Sobrinho, defende a posição de que não há que se falar em limitação constitucional à competência tributária, pois “o que existe é um desenho normativo perfeitamente caracterizado do possível campo impositivo, de tal modo que no mundo jurídico não existe a pretendida redução ou limitação. A limitação é produto de um juízo político no momento da individualização do campo suscetível de tributação”.
 ii) Esta vertente, encampada por Ruy Barbosa Nogueira, alega que a Imunidade é “uma forma qualificada ou especial de não-incidência, por supressão, na Constituição, da competência impositiva ou do poder de tributar; quando se configuram certos pressupostos, situações ou circunstâncias previstas pelo estatuto supremo”. Para estes doutrinadores, existem dois momentos no surgimento da Imunidade Tributária: (i) no primeiro, há a criação do poder de tributar e, (ii) no segundo, a imunidade exclui ou suprime tal poder. Atualmente, a referida teoria encontra-se ultrapassada, tendo em vista as inúmeras obras a respeito do tema que a refutam, bem como, principalmente, o fato de que a competência tributária, quando surge, já vem com as demarcações que os preceitos constitucionais fixaram.
iii) A imunidade é uma hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada. Vale dizer: A Constituição impede que a lei de tributação inclua certos fatos na hipótese de incidência de impostos. Só há imunidade, em regra, quanto aos impostos. Excepcionalmente, porém, no art. 5º, XXXIV, da Constituição Federal está prevista a imunidade de taxas em relação ao direito de petição. Ocorre também a existência das seguintes imunidades: · Imunidade dos templos de qualquer culto;
· Imunidade dos partidos políticos e suas fundações, entidades sindicais de trabalhadores e das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos previstos em lei; · Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão.
3. Estabeleça um paralelo entre imunidade; isenção e não incidência, diferenciando tais institutos.
R. A imunidade, a não incidência e a isenção são institutos tributários diversos, que não devem ser confundidos, pois cada um possui as suas peculiaridades. A imunidade deve ser compreendida como sendo uma vedação realizada pela Constituição Federal dirigida ao Estado para que este não instituísse determinado tributo; a não incidência, por sua vez, reflete a não ocorrência do fato gerador o que resulta na ausência do surgimento da própria relação jurídico-tributária, e a isenção se mostra como sendo um favor fiscal que impede apenas a cobrança do tributo, sem obstar a hipótese de incidência, a ocorrência do fato gerador e consequentemente lançamento do tributo.
4. Identifique e explique os tipos de imunidades do art. 150 VI da CF.
R.  O art. 150 da Constituição, inserido na seção acerca das “limitações do poder de tributar”, estabelece, em seu inciso VI, quatro hipóteses razoavelmente abrangentes de imunidades tributárias, complementadas pelos seus §§ 2º e 4º. Consoante acima exposto, são imunidades que abrangem somente impostos e que obrigam todos os entes federados. 
a) imunidade recíproca: A chamada “imunidade recíproca” está prevista no art. 150, inciso VI, a, da Constituição, nestes termos: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros”. O § 2º do art. 150 complementa essa regra, afirmando que a imunidade recíproca “é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes”. Trata-se de imunidade subjetiva, pois é concedida às pessoas políticas e às pessoas políticas e às pessoas administrativas autarquias e fundações públicas, e não a determinados bens ou operações específicos (caso em que teríamos uma imunidade do tipo objetiva). A imunidade recíproca tem como fundamento o princípio federativo. Por isso, ela é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, inciso I). Entretanto, a imunidade recíproca, assim como todas as imunidades do art. 150, abrange somente impostos. Outros tributos, como as taxas e as contribuições, podem incidir sobre o patrimônio, renda ou serviços dessas pessoas.
b) imunidade religiosa: A chamada imunidade religiosa está assim disciplinada no art. 150, inciso VI, b, da Constituição: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre templos de qualquer culto.” A regra é complementada pelo § 4º, do art. 150, que diz que essa imunidade abrange “somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados comas finalidades essenciais das entidades” de que ela trata. Trata-se de imunidade subjetiva. O STF interpretou que a expressão “templo” não deve ser tomada como apenas o prédio ou as instalações onde ocorre o culto, mas sim como “entidade religiosa”. A base para essa interpretação é o § 4º do art. 150, que se refere a “entidades”. O fundamento dessa imunidade é a liberdade religiosa. Cono o Estado brasileiro é laico (não tem religião oficial), toda e qualquer religião é abrangida pela imunidade, não importa o credo. A Constituição prevê expressamente (art. 150, § 4º que são imunes apenas o patrimônio,a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais da entidade religiosa.
c) Imunidade dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos: Essa imunidade está prevista na alínea c do inciso VI do art. 150 da Constituição, complementada pelo § 4º do mesmo artigo. Conjugando esses dispositivos, temos que: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir, impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais, dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.” Costuma-se assumir que a definição de entidade sem fins lucrativos compete, nesta hipótese, à lei complementar, por se tratar de regulação de limitação constitucional ao poder de tributar (CF, art. 146, inciso II). O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL já declarou que o art. 150, inciso VI, c, da Cara da República remete à lei ordinária apenas a competência para estipular requisitos que digam respeito à constituição e ao funcionamento das entidades imunes, e que qualquer limitação ao poder de tributar, coo previsto no art. 146, II, da Constituição, só pode ser disciplinada mediante lei complementar. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL entende, de uma forma geral, que a imunidade não é afastada na hipótese de determinado patrimônio ou serviço não estar diretamente relacionado às finalidades essenciais da entidade, desde que os rendimentos provenientes de sua exploração sejam integralmente destinados à manutenção dessas finalidades. Essa orientação, no que tange à imunidade prevista na alínea c do inciso VI do art. 150, está expressamente vazada na Súmula 724 do STF, cuja redação é a seguinte: 724. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
d) imunidade cultural: Estabelece o art. 150, inciso VI, alínea d da Constituição: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.”
Essa imunidade é destinada a estimular a disseminação da cultura pelos meios nela descritos (livros, jornais e periódicos de papel). O objetivo é facilitar, mediante a redução dos custos de edição, impressão e distribuição dos livros, dos jornais, dos periódicos, veiculados em papel, e do próprio papel destinado a sua impressão, a livre manifestação do pensamento (CF, art. 5º, IX) e o acesso à informação (CF, art. 5º, XIV).
É uma imunidade objetiva, abrangendo todos os impostos que poderiam incidir sobre as operações com esses bens. Observe-se que, não sendo subjetiva, não estão a editora, a livraria, a banca de jornais ou os comerciantes em geral imunes aos impostos incidentes sobre os rendimentos decorrentes de suas atividades. Imunes são as operações de importação, produção ou circulação destes bens, não a renda resultante da sua venda. Fica afastada, por exemplo, a incidência de II, IPI, ICMS, não a de imposto de renda. Somente livros, jornais e periódicos impressos em papel estão imunes, não as publicações em meios eletrônicos. A extensão da imunidade a softwares, CDs, DVDs, enfim, qualquer meio de divulgação de conhecimento que não seja o papel não é aceita pelo Supremo Tribunal Federal. A imunidade aqui em estudo não engloba todos os insumos utilizados na impressão de livros, jornais e periódicos, mas somente aqueles que possam ser compreendidos no significado da expressão “papel destinado a sua impressão”. Sob essa interpretação o Supremo Tribunal Federal negou imunidade pretendida sobre tinta especial para jornal, solução de base alcalina concentrada, motor de corrente contínua, tiras de plásticos para amarrar jornais, chapas de gravação destinadas à impressão de jornais, esmalte revelador para sensibilizar superfícies de chapa de alumínio e diversos outros insumos, máquinas e equipamentos utilizados na produção de livros, jornais e periódicos. A expressão “papel destinado a sua impressão” inclui, por outro lado, o papel fotográfico, inclusive para a fotocomposição por laser, e os filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas e papel para telefoto, destinados à composição de livros, jornais e periódicos. Esse ponto específico está, hoje, expresso a Súmula 657 do STF, abaixo reproduzida: “657 – A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”.
5. Na sua opinião, são imunes: (a) quanto ao ISS os serviços de guarda e estacionamento de veículos automotores prestados por entidades religiosas; (b) quanto ao IPTU, o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma entidade e os cemitérios particulares; (c) quanto ao ITR as áreas de reserva indígena.
R. a) Com relação aos serviços de guarda e estacionamento, se praticados em local pertencente a instituição religiosa e tal serviço for prestado a seus membros, simpatizantes ou pessoas próximas, sem a finalidade de mercantilização dos serviços e somente como uma forma extra de gerar recursos financeiros com um local que se encontra sem utilização, a imunidade neste caso será uma forma de ajuda a aquela instituição para manter sua existência. b) Quanto ao IPTU incidente sobre imóvel pertencente a instituição religiosa e cemitérios particulares, se o imóvel se relacionar com o culto, ou, mesmo não se relacionando de forma direta, mas, suas finalidades tiverem o intuito de ajudar a entidade religiosa este imóvel estará amparado pela imunidade. O cemitério particular pertencente a entidade, se for para fins de realização de cultos, estará abrangido pela imunidade, caso contrário, como para alugueis de jazidas sairá do âmbito da norma da imunidade. c) De acordo com o art. 150, inciso VI, alínea ''a'' da CF, os bens e patrimônios, rendas e serviços dos entes federativos tem imunidade reciproca, logo, eles não podem tributar ou instituir imposto uns dos outros, e também, como os terrenos ocupados pelos indígenas estão listados no rol de bens da União (art. 20, inciso XI CF), não podem ser realizadas cobranças sobre as reservas indígenas, pois são patrimônio da União.

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