Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Salmoneloses aviarias Doenças de monitoramento e vigilância oficial Salmoneloses · S. Gallinarum, S. Pullorum · S. Enteritidis e S. Typhimurium Etiologia bastonetes Gram Negativos anaeróbicos facultativos paratificas (Typhimurium e Enteritidis) -somente 10% isolados em aves -moveis (flagelados) e espécie inespecíficas Pullorum e Gallinarum São imóveis e espécie especifica Essas bactérias são classificadas em sorovares conforme os antígenos presentes em sua superfície Saude publica As aves são o maior reservatório de salmonela da natureza Pode causar intoxicação alimentar pela ingestão de ovos e carnes contaminadas Importância Econômica: · Salmoneloses estão entre os principais problemas que restringem o comércio de aves e seus subprodutos. · Gastos com controle · Medicação · Morbidade e mortalidade Hospedeiros: Pulorose e Tifo Perus e galinhas Hospedeiros: Paratifo Todas as especies animais Transmissão: · Importância grande para avós e matrizes, já que ⅓ dos ovos são infectados, assim a quantidade de frangos infectados será muito grande Sinais Clínicos · Aves jovens: · Pico de mortalidade · Paratifo e Pulorose: 2-3 semanas idade · Mortalidade em qualquer idade (tifo) · Ovos bicados · Aves mortas, moribundas, durante ou após a eclosão · Fraqueza, sonolência, dispnéia · Fezes aderidas à cloaca · Queda no crescimento · Depois de um tempo que a ave se recupera da infecção, na forma mais crônica, encontra-se aves com cegueira e artrite · Aves adultas mais susceptíveis ao tifo que Pulorose · Tifo: · Doença aguda ou crônica · Principalmente com aves por transmissão horizontal · Se aguda: 10 a 80% de mortalidade · Apatia, inapetência, fezes esverdeadas · Poedeiras semi-pesadas -> Mais resistentes · Pulorose · Geralmente crônica e subclínica · Queda de postura, fertilidade e eclodibilidade · Curso agudo e mortalidade em aves com <4 semanas (raro em aves adultas) · Depressão, anorexia, diarréia, desidratação Lesões Macroscópicas: Tifo e pulorose · Fase aguda: · Hepatomegalia - fígado friável · Esplenomegalia · Hemorragia no fígado e hiperemia · Fase crônica: · Nódulo esbranquiçados no coração, fígado, pulmão, ceco, duodeno, moela, pâncreas, rins · Pericardite · Esplenomegalia · Enterite com nódulos de necrose e placas brancas · Conteúdo caseoso no ceco (branco/amarelo) Necrose no fígado Hiperemia e necrose multifocal Esplenomegalia e pontos de necrose no baço Nódulos no coração (ventriculite) Tiflite caseosa (parte amarelada no ceco) Enterite com placas brancas no intestino pulmão Artrite (crônica) Ovários em vários estados de crescimento e de necrose · Paratifo: · Fase aguda: · Septicemia · Não há lesões · Fase Crônica: · Enterite severa com lesões necróticas · Pericardite e hepatite fibrinopurulenta · Baço e fígado: Congestos, edemaciados com hemorragias e pontos necróticos · Rins: Congestos · Ceco: Espessamento da parede com conteúdo caseoso · Pintinhos com gema não absorvida Perihepatite Ooforite Gema não absorvida em pintinho Diagnóstico Diferencial: · Tifo · Paratifo · Pulorose · Colibacilose · Micoplasmose · Doença de Marek (tifo e pulorose) · Aspergilose (Tifo e Pulorose) Diagnóstico: · Triagem sorológica: 1. Soroaglutinação rápida (sangue ou soro) 2. Soroaglutinação lenta em tubo/microaglutinação 3. ELISA 4. Em caso positivo: Cultivo e identificação * Apenas como triagem, para conseguir testar o maior número de aves em núcleo, em um galpão. * Esses testes não têm a mesma especificidade que o diagnóstico laboratorial com isolamento e caracterização da bactéria. E podem ter falsos positivos e falsos negativos Isolamento Bacteriano/Infecção Aguda · Amostras: Ceco, papo, cama, ninho, casca de ovo, suabes, fezes, forro de caixa, gema · Meios sólidos (ágar MacConkey, Ágar verde brilhante) · Testes bioquímicos/motilidade · Caracterização antigênica Isolamento bacteriano/ Infecção Crônica: · Amostras: Ceco, papo, cama, ninho, casca do ovo, suabes, fezes, forro de caixa, gema 1. Pré-enriquecimento: 2. Enriquecimento com meio seletivo *Antes de fazer plaqueamento em meios sólidos, fazer pré-aquecimento ou enriquecimento com meio seletivo, para que a baixa concentração de bactérias possa aumentar com esses meios de pré-enriquecimento e depois enriquecimento seletivo e conseguirmos realizar esse isolamento bacteriano 0. Plaqueamento: ágares menos seletivos em conjunto com ágares mais seletivos 1. Triagem e série Bioquímica 2. Sorotipagem - com Caracterização antigênica: Lanagro (laboratório) Cultivo: 1. Meios de pré-enriquecimento · Água peptonada tamponada · Caldo lactosado *Incubação 37°C/18-24h 0. Meios de enriquecimento seletivos · Caldo selenito-cistina-novobiocina · Caldo Rappaport-Vassiliadis-novobiocina · Caldo Tetrationato-novobiocina *Incubação 37°C ou 41°C / 18-24h 0. Meios seletivos em placas · Ágar Hektoen (HE) · Ágar verde-brilhante · Ágar Salmonella-Shigella (SS) · Ágar MacConkey · Ágar xilose-lactose-tergitol (XLT-4) *Plaqueamento 37°C/20-24h 0. Meios de triagem em tubos de ensaio: · ágar tríplice açúcar e ferro (TSI) · ágar Instituto Adolfo Lutz (IAL) *Semeadura 37°C/24h Testes Bioquímicos: · Série bioquímica - Diferencial para cepas imóveis · Baseado em fermentação do dulcitol e decarboxilação da ornitina · bvPU (Pullorum): Dulcitol (-), Ornitina (+) · bvGA (Gallinarum): Dulcitol (-), Ornitina (+) *Identificação se é Pullorum ou Gallinarum Programa de Controle de Salmonella em Aves (Brasil) · Reprodutoras 1-5 dias: · Diagnóstico bacteriológico (50 aves) · Suabes de cama (Pool dos círculos de cada aviário) · Reprodutoras 12 semanas/núcleo · Suaves cloacais (50) ou · Pool de 100 amostras de fezes ou · Dois suabes de arrasto e · 100 amostras para soroaglutinação rápida (SAR) · Reprodutoras em Início de produção: · Avós, bisavós e linhas puras: · SAR em 100% das aves · Diagnóstico bacteriológico · Matrizes não vacinadas: · SAR em 500 amostras/núcleo · Diagnóstico bacteriológico · Controle Periódico (a cada 3 meses) · Diagnóstico bacteriológico em aves e em pool de ovos bicados e em mecônio · SAR em 100 amostras/núcleo · Matrizes vacinadas/ núcleo · Primeiro nascimento de pintos: · Mecônio de 200 aves · 150 ovos bicados · Bacteriológico: · Pool de gema · Pool de fígado, baço e bursa · Pool de ceco · 27ª semana de idade: · Bacteriológico de 60 aves: fígado, baço, ovário e tonsila cecal Estabelecimento de controle permanente: · Linhas puras, Bisavós, avós, matrizes, aves SPF e Incubatórios · Livres para S. Gallinarum (bvPU e bvGA) · Com exceção das matrizes: Livres para S. Typhimurium e S. Enteritidis · Matrizes: Livres ou controlados para S. Typhimurium e S. Enteritidis Estabelecimentos de controle eventual · Poedeiras comerciais, frangos de corte, aves silvestres/ornamentais/exóticas e incubatórios · Livres para S. Gallinarum (bvPU e bvGA) · Livres ou controlados para Salmonella Typhimurium e Enteritidis · Livres ou controlados para Salmonella Typhimurium e Enteritidis, com vacinação. Avós, bisavós, linhas puras: · Se encontrado positivo para S. Gallinarum, Enteritidis ou Typhimurium, será feito o abate do núcleo e eliminação dos ovos Matrizes: · Sendo positivo para S. Gallinarum (bvPU e bvGA) - idem avós · Positivo para S. Enteritidis ou Typhimurium = Cancelamento da certificação de livre e considerado controlado somente quando tiver a obtenção de resultados negativos e reforço de medidas de biosseguridade. Aves ornamentais ou silvestres de criações comerciais: · Positivo: Idem matrizes Contudo… · 2012-2014 · Aumento na ocorrência de focos de SG, em plantéis avícolas de reprodução, principalmente no Sul e Sudeste · Uso de antibióticos na vacinação no incubatório e transferência de ovos · Interferem nos resultados das colheitas do incubatório, além de colheita de 1 a 5 dias na granja. Instr. Normativa no 20, 21/10/2016- MAPA · Estabelecer o monitoramento e controle de Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte e nos estabelecimentos de abate dessas aves registrados no Serviço de Inspeção Federal(SIF), com objetivo de reduzir a prevalência desse agente e estabelecer um nível adequado de proteção ao consumidor. · TODOS OS LOTES DEVEM SER AMOSTRADOS! · Salmonella Enteritidis, Salmonella Typhimurium · Salmonella Gallinarum (bvGA e bvPU) Como monitorar? · Vigilância epidemiológica em galpões de frangos e perus de corte · Galpões registrados e não registrados Estabelecimentos Registrados: · Uma amostra com 300g de fezes frescas coletadas ao longo do galpão · 4 (quatro) suabes de arrasto ou propés agrupados em 1 pool · 1 ensaio bacteriológico por galpão · 1 avaliação por RT (responsável técnico) durante o alojamento *Até 3 galpões = 3 ensaios bacteriológicos no núcleo, todos os galpões do núcleo, amostrados Estabelecimentos não registrados · 2 amostras com 150 g de fezes frescas coletadas ao longo do galpão · 4 (quatro) suabes de arrasto ou propés agrupados em 2 pools · 2 ensaios bacteriológicos por galpão · 2 avaliações por RT durante o alojamento Galpões de frangos e perus de corte COM sintomatologia de SG e SP: · Coleta de órgãos de 10 aves doentes (pools) · Fígado, baço, ceco com tonsilas cecais · Se positivo... · Núcleo é considerado positivo quando pelo menos 1 ensaio de qualquer galpão do núcleo for positivo · Todo lote de frangos ou perus de corte alojado no momento da coleta das amostras é considerado positivo Capítulo II- Medidas de controle · Visam minimizar a infecção do próximo lote I. Tratamento de toda a cama e do esterco do núcleo com metodologia capaz de inativar as salmonelas; II. limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos após a saída das aves do núcleo; III. adoção de vazio sanitário mínimo de 10 (dez) dias depois de concluídos os procedimentos de limpeza e desinfecção dos galpões, antes do próximo alojamento de aves; e IV. investigação para identificar a fonte de infecção das aves, bem como adoção de um plano de ação para prevenção contra novas infecções. Capítulo III- SIF · Visam minimizar a contaminação dentro do abate I. Lotes de reprodução positivos para Salmonella spp: Abate separado dos demais lotes, seguido de imediata higienização das instalações e equipamentos II. Lotes positivos para Salmonella Typhimurium ou Salmonella Enteritidis: A) Abate separado dos demais lotes, seguido de imediata higienização das instalações e equipamentos B) sequestro e destinação da produção, para tratamento térmico que garanta a eliminação desses patógenos, ou outro processo previamente aprovado pelo MAPA. · Ciclos de autocontrole dentro do abate: · Estabelecimentos P, M e G: P: · P: < 50.000 (1 amostra/semana; 6 ciclos por ano) · M: 50.001 a 100.000 (2 amostras/semana; 4 ciclos/ano) · G: 100.001 a 200.000 (3 amostras/semana; 5 ciclos/ano) · GG: > 200.001 (10 amostras/semana; 10 ciclos/ano) Profilaxia e Controle: · Ração · Farinhas de origem vegetal · Peletização. (menos contaminadas) · Ácidos orgânicos. · Desinfecção de equipamentos. *Armazenamento: cuidado! · OVOS: · Coleta - frequência maior - por equipamentos - coletor. · Manuseio - ovos sujos ou de chão. · Ninhos - desinfecção - troca da cama. · Fumigação. · Incubatório: · Fumigação. (formaldeído) · Desinfecção equipamentos / instalações. · Monitoria - testes microbiológicos. · Vacinas: Imunização - 6-12 semanas - 15-20 semanas · Inativada: Bacterina - S. Enteritidis · 1-3 doses · Vacina viva - S. gallinarum 9R · Confere proteção às poedeiras contra S. Gallinarum e S. Enteritis · Antimicrobianos · Podem mascarar · Terapêuticos · Promotores de crescimento · Probióticos · Prebióticos · Simbióticos · Produtos de exclusão competitiva · Equilíbrio intestinal · Melhorar índice zootécnico · Reduzir colonização intestinal por Salmonella spp. Tratamento · Não é mais recomendado · Amoxicilina · Sulfas · Tetraciclinas · Fluorquinolonas *Fazer esse tratamento em aves não comerciais, pode ser silvestres ou ornamentais Resumo: · As Salmoneloses fazem parte do PNSA · Diferentes tipos de Salmoneloses: · Tifo aviário e Pulorose apresentam ocorrência em aves e as bactérias paratíficas podem infectar diferentes espécies incluindo mamíferos · Diagnóstico laboratorial precisa ser realizado para confirmação: · Triagem sorológica · Isolamento e caracterização bacteriana (confirmação apenas assim) · PNSA possui legislação para o monitoramento e controle destas bactérias visando sua erradicação · Aves de controle permanente (reprodutoras, aves SPF e incubatórios): Devem ser livres dessas doenças, com exceção das matrizes, que podem ser livres ou controladas para bactérias paratíficas · Aves de controle eventual (aves comerciais) - Devem ser controladas ou livres, podendo usar vacinação · Independente disso, deve ser monitorado rotineiramente, através de técnicas de diagnóstico. As aves de controle permanente devem ser amostradas com uma frequência maior e periódica · Abatedouros também devem ser monitorados para evitar transmissão. · Como aves apresentam o estado de portadores, o tratamento não é recomendado · Prevenção é a melhor forma de controle: Biossegurança reforçada das granjas Salmonella se volta ao mercado internacional assim tem maior controle das doenças, sendo que o antibiótico não consegue eliminar aquela bactéria. Existe programas de monitoramento, principalmente nos lotes de reprodutoras as matrizes Matriz pesadas – sacrifício e eutanásia de todo núcleo (união de galpões de aves da mesma idade) e eliminação dos ovos. Importante fazer o abate sanitário , podendo ser reaproveitada as carcaças. Importante identificar a fonte dessa salmonela
Compartilhar