Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Este resumo foi feito com base na obra do autor André Santa Cruz (Bacharel em Direito pela UFPE, mestre em Direito Processual Civil pela UFPE, pós-graduado em Direito da Economia e da Empresa pela FGV-RJ, pós-graduado em Direito da Concorrência pela FGV-SP e doutor em Direito Comercial pela PUC-SP. Procurador Federal da Advocacia Geral da União desde 2004.) …………...……… …………………... Atualmente, temos o Direito Empresarial, um regime jurídico que disciplina toda e qualquer atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. Ou seja, é um ramo do direito privado que regula toda e qualquer atividade econômica organizada (empresa) e aqueles (pessoas físicas e jurídicas) que exercem profissionalmente (empresários). …..……….…….…… ................................ O surgimento do Direito Empresarial (que nos primórdios, era conhecido como Direito Mercantil) foi um acontecimento histórico que começou a ser verificado na metade para o final da Idade Média, período em que o modo de produção feudal entrou em declínio e passou a ser substituído pelo mercantilismo. Nessa primeira fase do Direito Empresarial, podemos citar o surgimento de normas e institutos jurídicos específicos que até hoje integram esse regime jurídico: títulos de crédito (letra de câmbio e nota promissória), sociedades, algumas espécies pioneiras de contrato, entre outros. ………….….... ....................... Após o período inaugural do Direito Mercantil, o comércio se intensificou progressivamente. Então, viu-se a necessidade da edição de grandes codificações, merecendo destaque nesse contexto, a edição da Codificação Napoleônica, na França: O Código Civil de 1.803/1.804 e o Código Comercial de 1807/08. O Direito Mercantil, agora chamado de Direito Comercial, ingressava em uma nova fase, com regime autônomo, independente e separado do direito civil. Mapa das fases do Direito Empresarial: 1° fase (direito mercantil) Corporações de ofício/ Direito Consuetudinário/ Caráter corporativista – subjetivista. 2° fase (direito comercial) Codificação Napoleônica/ Divisão do Direito Privado/ Teoria dos atos do comércio. 3° fase (direito empresarial) Código Civil italiano de 1942/ Unificação formal do D. Empresarial/ Teoria da Empresa ……………................................................................. Essa teoria, era atribuída a quem praticasse atos, com habitualidade, na qualidade de comerciante, o que era pressuposto para aplicação das normas do Código Comercial. Em suma: o Código Comercial regulava as relações jurídicas que envolvessem a prática de alguns atos definidos em lei como atos de comércio. ……………... ...................... Com o passar dos anos, as atividades econômicas foram se tornando complexas, e as teorias dos atos do Comércio, foram se mostrando incapazes de nortear a disciplina jurídica do mercado. Então foi necessário a criação de uma nova teoria. Nessa época o Direito Empresarial passou por uma reformulação, sendo influenciado pelo Código Civil italiano de 1942, que adotou uma nova teoria para a disciplina jurídica das atividades econômicas: a teoria da empresa. O Direito Empresarial então deixa de lado a velha ideia de um regime jurídico voltado exclusivamente para mercancia, e passa disciplinar toda e qualquer atividade econômica, desde que organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços e exercida com profissionalismo. .............. ............ Como dito, a nova fase do Direito Empresarial, passou a disciplinar toda e qualquer atividade econômica organizada (empresa) e aqueles que exercem tais atividades profissionalmente (empresários). Pode-se então concluir que empresa é uma atividade, enquanto empresário é quem exerce atividade de modo profissional. ➸ Empresa: é uma atividade econômica (realizada com o intuito de lucro) organizada (realizada com articulação dos diversos fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e tecnologia), voltada para a produção ou circulação de bens ou serviços; ➸ Empresário: é quem exerce empresa (exerce uma atividade econômica organizada) e o faz de modo profissional, ou seja, com habitualidade, e pessoalidade (assumindo os riscos do negócio que empreende). ……... .......... ● Cosmopolitismo= uma vez que, o comércio, historicamente, foi fator fundamental de integração entre os povos, razão pela qual o seu desenvolvimento propicia, a até os dias de hoje, uma inter-relação entre os países; ● Onerosidade= dado o caráter econômico e especulativo das atividades mercantis, que faz com que o intuito de lucro seja algo intrínseco ao exercício da atividade empresarial; ● fragmentarismo= o Direito Empresarial possui sub-ramos específicos, como, o direito cambiário, direito societário, direito de propriedade industrial; ● elasticidade= é uma área que permanece em constante processo de mudança, para melhorar e se adequar aos dinamismos das atividades econômicas; ………... .............. O Brasil seguiu inicialmente a inspiração francesa de divisão do direito privado em dois grandes códigos distintos. Assim, o regime jurídico comercial brasileiro estava estabelecido no código comercial de 1850. Há alguns anos, porém, houve uma importante mudança: foi editado o Código Civil de 2002, que se inspirou no Código Civil italiano, que consequentemente aderiu também à teoria da empresa. Pode-se afirmar então, que as principais fontes do Direito Empresarial brasileiro são as seguintes: (I) Código Civil de 2002 (principalmente na parte que trata sobre o direito de empresa, nos arts 666 a 1195), (II) o Código Comercial de 1850, que ainda disciplina a parte do comércio marítimo, e algumas outras leis complementares (ainda serão citadas).
Compartilhar