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A humanização dos espaços urbanos gera benefícios para o convívio social

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Por: Ana Luísa Marques Rodrigues Lins 
“A humanização dos espaços urbanos gera benefícios para o convívio social.” 
 
 As cidades são uma rede entrelaçada de relações, resultado do processo de transformações 
sociais, políticas e culturais que aconteceram ao longo da história. Nesse viés, foi a partir da Revolução 
Industrial que o espaço urbano sofreu modificações forçadas, devido às indústrias e à consequente 
explosão demográfica, na qual se formou um cenário sem a relação de simbiose necessária para o 
convívio social. Dessa forma, é válido analisar os frutos putrefatos do capitalismo para as cidades, bem 
como observar a ineficácia estatal no que tange à revitalização das áreas metropolitanas. 
Sob a óptica do filósofo Henri Lefebvre, em sua obra “O Direito à Cidade”, a problemática 
urbana é reflexo da consolidação do modo de produção capitalista e da industrialização excessiva. 
Assim, os processos globais – econômicos, sociais, políticos e culturais – modelam os espaços urbanos 
de acordo com os interesses dos grupos sociais que representam a minoria elitista no país, em que os 
problemas de crescimento, de desenvolvimento e de harmonia cívica apenas estão presentes nas 
regiões menos favorecidas das cidades. Diante disso, a construção urbana como algo destinado à 
iniciativa privada mostra uma face sórdida do capitalismo, em que a população não possui o direito à 
cidade de maneira totalitária. 
Atrelado a isso, as cidades cresceram sem a atenção necessária para o planejamento urbano e 
os problemas de uso, de desvalorização e de marginalização se fazem frequentes nas megacidades 
brasileiras. Destarte, no início do século XX, surgiu o Urbanismo Moderno, com o intuito de buscar 
harmonia social e de revitalizar os espaços públicos para o desenvolvimento de áreas urbanas mais 
humanitárias; porém, em razão da banalização estatal acerca da realidade atrasada de sua gestão, as 
revitalizações são dificultadas e quase nunca realizadas. Logo, lamentavelmente, a população urge por 
recuperações metropolitanas para a garantia de uma vivência digna intrínseca à humanização e à 
democracia de todos os espaços urbanos, e o Governo, mais uma vez, mostra-se ineficaz. 
Faz-se pertinente, portanto, que o Congresso Nacional desenvolva ações para a revitalização 
das cidades, por meio da elaboração de uma legislação que abranja aspectos facilitadores e liberadores 
– com a criação de grupos de servidores fiscais em todos os Estados e com a formação de uma parceria 
financeira entre o público e o privado-, para o gerenciamento eficiente dos espaços públicos existentes 
e, também, para construção de novas áreas verdes coletivas, com vistas a oferecer aos cidadãos 
condições adequadas para a apropriação do direito à cidade humanizada e salubre. Dessa forma, 
apesar de o desenvolvimento capitalista presente na sociedade ser nocivo à dinâmica de bem-estar, 
com o apoio totalitário do Estado, os cidadãos terão a real democratização dos seus espaços urbanos. 
NOTA: 940 
C1 – 160; 
C2 – 200; 
C3 – 180; 
C4 – 200; 
C5 – 200.

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