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Farmacologia é o estudo de substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos, por ligação a moléculas reguladoras e ativação ou inibição de processos corporais normais. Fármacos são substâncias químicas que quando administrados produzem um efeito biológico a um organismo vivo. Não é um nutriente essencial da dieta. Enzimas: vão potencializar ou inibir a atividade enzimática ✓ Exemplos: Donepezila e Mestinon são medicamentos utilizados em demência, como Alzheimer. A função da Donepezila é aumentar a acetilcolina no corpo, pois o medicamento age inibindo a atividade da acetilcolinesterase, que é a enzima que degrada a acetilcolina. Transportadores: efeito de inibição da recaptação ✓ Exemplo: Sertralina, que é um antidepressivo que atua inibindo o transportador da serotonina, fazendo com que ele pare de tirar ela da fenda. Com isso existe maior concentração de serotonina na fenda sináptica ajudando a tratar a depressão. Canais iônicos: os anestésicos locais inibem os canais de sódio e com isso não tem condução do potencial de ação e consequentemente da dor, um exemplo desse medicamento é a Lidocaina. Receptores: a maioria dos receptores estão na membrana celular, após sua interação com o fármaco vai ocorrer uma cascata de eventos dentro da célula, gerando os efeitos desse fármaco. TIPOS DE RECEPTORES ✓ Canais iônicos controlados por ligantes (ionotrópicos): atua abrindo ou fechando canais, gerando alterações no potencial de membrana ou na concentração iônica no interior da célula. - Exemplo: receptor nicotínico da ACh. - Escala de tempo é de milissegundos. ✓ Receptores acoplados à proteína G (metabotrópicos): quando o fármaco se liga ao receptor na membrana celular, ocorre a ativação da proteína G que vai produzir algum efeito específico na célula, como fosforilação de proteínas. - Exemplo: receptor muscarínico da ACh. - Escala de tempo é de segundos. ✓ Receptores ligados a quinases ou enzimas: vão causar fosforilação do próprio receptor, gerando uma cascata de fosforilações de substratos dentro da célula e gerar expressão do transportador de glicose, expressão de genes específicos relacionados a glicose, proteínas, lipídeos e entre outras. - Exemplo: receptores de citocinas e de insulina. - Escala de tempo é de horas. ✓ Receptores nucleares: esse receptor não está na membrana, com isso os fármacos precisam entrar dentro da célula e encontrar o receptor dentro do núcleo. Após esse encontro, tem uma ativação de transcrição de genes, gerando síntese de proteínas e efeitos celulares específicos. - Exemplo: receptores de hormônios. - Escala de tempo é de horas. Stamp TIPOS DE PROTEÍNAS G Tipo Gs: quando o receptor é ativado ocorre a estimulação da enzima Adenililciclase e com isso vai aumentar a conversão de ATP em AMPc, gerando resposta intracelulares. ✓ As proteínas Gs estão acopladas nos receptores do tipo β – adrenérgicos. Tipo Gi: quando o receptor é ativado ocorre a inibição da enzima Adenililciclase e com isso vai ter uma redução da formação de AMPc. ✓ As proteínas Gi estão acopladas nos receptores do tipo α2 – adrenérgicos. Tipo Gq: estimulação da enzima fosfolipase C, com aumento na produção de DAG (diacilglicerol) e IP3 (trifosfato de Inositol) que gera aumento de Ca ++ no interior da célula como consequência. ✓ As proteínas Gq estão acopladas nos receptores do tipo M3. Qual a importância de saber qual receptor é o alvo do fármaco? Através das diferentes interações de um fármaco com seu receptor, existem diferenças em relações a dose, efeitos terapêuticos e adversos do fármaco. Quanto maior for a afinidade do fármaco ao seu receptor, menor será a concentração necessária para gerar o efeito. Porém, se a afinidade for baixa, será necessária uma quantidade maior do fármaco para conseguir o efeito. Quanto mais seletivo for o fármaco, menor será seu efeito adverso em outros locais do organismo, pois ele interage especificamente com aquele alvo desejado. Quando um fármaco é capaz de modificar a atividade de um receptor ele é agonista, ou seja, ele age como se fosse o próprio ligante do receptor. Já quando ele não gera nenhuma modificação e só impede ou reduz a atividade do receptor, ele é antagonista. Stamp TIPOS DE AGONISTAS A alteração na afinidade ou na eficácia gera diferentes tipos de agonistas: ✓ Agonistas plenos: capaz de gerar 100% de resposta ✓ Agonistas parciais: resposta submáxima, mesmo com ocupação total dos receptores ✓ Felinefrina: Agonista pleno ✓ Demais: Agonistas parciais ✓ Tolazolina: Agonista parcial de menor eficácia ✓ Oximetazolina: Agonista parcial de maior eficácia ✓ Agonistas inversos: são importantes para receptores que estão ativos na independência de ligantes, então quando o agonista se liga ele gera uma inibição da resposta. O antagonista ocupa o receptor e não tem nenhuma ação sobre ele, ou seja, não muda a função. Assim, não gera nenhuma resposta, tendo eficácia nula. A maioria dos antagonistas são competitivos, então quanto mais antagonistas tiver, mais irá se sobressair sobre os agonistas, tampando os receptores. Uma vez que o antagonista interfere na resposta do agonista, seria necessário aumentar a dose do agonista para ele ter o mesmo feito. TIPOS DE ANTAGONISTAS ✓ Antagonista competitivo: retarda, mas não inibe o alcance da eficácia máxima. Se aumentar muito a dose do agonista, por exemplo, ele consegue superar o antagonista e ter seu efeito máximo. ✓ Antagonista não-competitivo ou irreversíveis: não vai desocupar os sítios de ligação e com isso ele impede a eficácia máxima, mesmo se aumentar a dose do agonista. ✓ Antagonista alostérico: eles ocupam o sítio alostérico, que é outro sítio de ligação no receptor diferente do local de ligação do ligante. ✓ Antagonistas químicos: hidróxido de alumínio para azia, que vai causar uma reação química neutralizando o ácido clorídrico do estomago, aumentando o pH e aliviando os sintomas da hiperacidez gástrica, tudo isso sem nenhuma interação com receptor. ✓ Antagonistas fisiológicos: pode até envolver receptores, mas são receptores diferentes do original. Como exemplo o omeprazol para gastrite, pois ele é inibidor de bomba de próton e a adrenalina para broncodilatação de anafilaxia. Os antagonistas químicos e fisiológicos não possuem receptores necessariamente. Stamp As alterações podem ser tanto na atividade quanto no número de receptores e elas decorrem do uso repetitivo ou crônico de substâncias, sendo elas agonistas ou antagonistas. São relacionados a termos, por exemplo, tolerância à fármacos. Super-sensibilização ou Up-regulation: é quando utilizamos um antagonista que vai impedir a atividade do receptor de forma crônica ou repetida. Na tentativa de vencer o bloqueio dos receptores, o organismo pode aumentar o número de receptores disponíveis. A super-sensibilização também pode ocorrer quando ao invés de aumentar o número de receptores, os receptores ficam mais sensíveis ao ligante, promovendo uma resposta mais efetiva. Dessensibilização ou Down- regulation: se há o aumento do número de ligantes ou agonistas, o organismo pode internalizar alguns receptores. Ainda, pode ocorrer dos receptores ficarem menos sensíveis ao ligante, gerando um efeito menos efetivo quando ocorrer a ligação. A potência de um fármaco é a concentração em que ele produz 50% de sua resposta máxima. Quanto mais à esquerda do gráfico estiver a curva, maior será sua potência. A eficácia de um fármaco é a resposta máxima produzida por ele, o fármaco mais eficaz éaquele que atinge a eficácia máxima com menor dose. ANÁLISE DOS GRÁFICOS - O fármaco X possui maior atividade biológica e é o mais potente de todos; - Os fármacos X e Z possuem a mesma eficácia; - O fármaco Y é mais potente do que o Z, porém sua eficácia máxima é menor. É a faixa de doses (concentrações) de um fármaco que produz resposta terapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis (toxicidade). Na imagem, a linha pontilhada inferior representa a concentração mínima efetiva (MEC), que é a menor dose capaz de produzir o efeito desejado do fármaco. Já a linha pontilhada superior representa a mínima dose na qual se observa os efeitos tóxicos. Quanto maior a janela terapêutica, mais seguro é o fármaco pois somente doses muito superiores à dose efetiva seriam portadoras de efeitos tóxicos inaceitáveis. Stamp
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