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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS UNIDADE ACADÊMICA DE PASSOS Curso de Biomedicina Disciplina: Bioquímica Clínica RELATÓRIO AULA PRÁTICA: DOSAGEM DE GLICOSE CINTHIA HELENA CARDOSO Prof. Thalita Grazielly Santos Passos/MG 2019 1. INTRODUÇÃO A glicose é o carboidrato de maior importância para os mamíferos quando se trata de fonte energética. Sua regulação normal no organismo é mantida através da ação conjunta de dois importantes hormônios secretados e regulados nas ilhotas de Langerhans, localizadas no pâncreas: insulina e glucagon. Além de desempenhar função digestiva, o pâncreas também atua como glândula endócrina, o que caracteriza sua participação na homeostase da glicose. A insulina (hormônio hipoglicemiante), produzida sob condições normais pelas células β do pâncreas, atua na diminuição dos níveis de glicose no sangue e aumento da sua captação pelas células do tecido adiposo e muscular, através da transformação da glicose em glicogênio, funcionando como uma espécie de estoque para quando o corpo necessita. Por outro lado, a produção do glucagon (hormônio hiperglicemiante) acontece nas células α pancreáticas e ele antagonicamente à insulina, aumentando os níveis de glicose no sangue através da quebra do glicogênio em glicose, para que ela possa prover energia ao corpo (HALL & GUYTON, 2017; PAIVA, 2014; AMABIS, 2006). O principal sinal regulatório da secreção desses hormônios é o nível de glicemia. Quando os níveis de glicose no sangue se encontram alterados, em parâmetros maiores do que o que se espera determinar, pode-se dizer que há algum tipo de deficiência na regulação hormonal, caracterizando uma patologia crônica conhecida como diabetes mellitus (tipo I e tipo II), associada à uma deficiência de insulina. Com isso, a dosagem da glicose torna-se um exame bioquímico de extrema importância e baixa complexidade para diagnosticar e monitorar como a doença está se comportando no corpo do paciente, podendo avaliar um tipo de secreção inadequada de insulina (HALL & GUYTON, 2017; UFRGS, 2013; FACIMED) 1.1. Princípio do exame de dosagem de glicose De acordo com a bula do kit de dosagem de glicose, disponibilizado pela empresa BioTécnica (2017), o princípio do método consiste na oxidação da glicose tendo a formação de ácido glucônico e peróxido de hidrogênio (H2O2), através de uma ação enzina da glicose oxidase. A oxidação do H2O2 na presença de 4-aminoantipirina produz um composto rosado (chamado de quinoneimina), que é um indicador colorimétrico cuja absorbância medida em 500 nm, é diretamente proporcional à concentração de glicose na amostra. 1.2. Amostra e estabilidade da amostra A amostra utilizada nesse exame consiste em soro ou plasma fluoretado, obtido através do procedimento padrão de coleta de sangue venoso e posterior centrifugação em laboratório de bioquímica/análises clínicas. Para manter as amostras viáveis e estáveis, deve-se seguir o correto armazenamento e preservação, não ultrapassando a temperatura ideal e o tempo de armazenagem estipulado no kit fornecido. O soro pode ser armazenado por até 3 dias entre 4ºC e 8ºC, por 8 horas entre 20ºC e 25ºC e por 24h em -20ºC. Enquanto o plasma se mantém estável por apenas 3 dias entre 20ºC e 25ºC. 2. OBJETIVO O objetivo da aula prática de Bioquímica Clínica, ministrada em 17 de setembro/2019 pela docente Thalita, foi o de apresentar a técnica de dosagem de glicose laboratorial e auxiliar os discentes na realização do passo-a-passo da metodologia, desde o processo de preparo das amostras através de reações colorimétricas até o momento de utilizar o aparelho espectrofotômetro para avaliar os resultados. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Os alunos foram dispostos em grupos nas bancadas do laboratório e para a realização da aula foram utilizados os seguintes materiais, equipamentos e amostras: · Tubos de ensaio; · Espectrofotômetro; · Banho-Maria a 37ºC; · Grade para tubos; · Pipetas; · Reagente enzimático; · Solução padrão de glicose; · Soro; · Cronômetro. Para a realização de procedimento, foi utilizado o kit da empresa BioTécnica destinado à determinação da concentração de glicose em soro ou plasma. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Inicialmente, foi feita a identificação dos tubos de ensaio de cada aluno da bancada para que não houvesse trocas entre as amostras. Em seguida, com o auxílio da docente que seguiu as especificações presentes na bula do kit, foi feita a pipetagem nos tubos de ensaio de acordo com as dosagens estipuladas. No tubo 1, foi feita a pipetagem de 20 mL de reagente. No tubo 2, foi feita a pipetagem de 2 µL de solução padrão. No tubo 3, foi feita a pipetagem de 2 µL de soro e 2 µL de reagente. Ainda na bancada, observou-se uma mudança de cor nos tubos de ensaio para um tom rosado. Procedeu com a homogeneização dos tubos em durante 10 minutos à 37ºC, utilizando um equipamento de banho-maria, o que intensificou ainda mais a coloração presente nas amostras. Por fim, foi utilizado um espectrofotômetro de 500nm para realizar a leitura das amostras a fim de determinar a absorbância dos tubos Teste e Padrão. 5. CÁLCULOS E RESULTADOS Para o cálculo da absorbância utilizou-se a fórmula concedida pela bula do kit, onde 100 representa a concentração de STD em mg/dL. Sendo que a absorbância da amostra obtida foi de 0,677 e a absorbância do padrão foi de 0,338, o resultado final para glicose foi 200,2 mg/dL. Para o cálculo do fator de calibração, utilizado para encontrar equivalência no cálculo de absorbância, também fora utilizada a fórmula presente na bula do kit Sendo que o resultado obtido foi equivalente ao resultado obtido no cálculo da taxa de glicose: 200,2 mg/dL. O resultado da medição é linear até 500 mg/dL. BRANCO AMOSTRA PADRÃO ABSORBÂNCIA ZERO 0,677 0,338 TRANSMITÂNCIA - 21 45,9 6. VALORES DE REFERÊNCIA Os valores de referência também foram disponibilizados pelo kit para amostras em soro ou plasma com paciente em jejum. ADULTO 74 a 99 mg/dL CRIANÇA 60 a 100 mg/dL RECÉM-NASCIDO PREMATURO 20 a 60 mg/dL RECÉM-NASCIDO 30 a 60 mg/dL 7. INTERFERÊNCIAS De acordo com o tópico de interferências apresentado pela bula do kit BioTécnica, concentrações de hemoglobina até 500 mg/dL, bilirrubina até 15 mg/dL e triglicerídeos até 1250 mg/dL não representam interferentes clínicos significativos. Quanto à medicação, deve-se seguir os parâmetros de acordo com a referência bibliográfica disponibilizada pelo kit. 8. CONCLUSÃO O processo foi realizado com êxito e tudo o que fora passado em sala de aula conseguiu ser comprovado no procedimento experimental. A metodologia é de fácil execução, seguindo a bula atenciosamente, e bastante utilizado na prática laboratorial, desde que seja feito o manuseio dos materiais até o manuseio dos equipamento e interpretação de resultados de maneira correta. Conclui-se que é um exame de essencial aprendizagem na formação de um biomédico nos dias de hoje. Também é possível concluir que a técnica é eficiente no diagnóstico de níveis de glicose no sangue, para identificar distúrbios e monitorá-los, se a realização do passo-a-passo for feita com todo cuidado necessário, mantendo sempre a bancada organizada e respeitando todos os tempos e a quantidades de material estipulados pelo responsável do laboratório e pela bula. REFERÊNCIAS AMABIS, JM; MARTHO, GR. Fundamentos da Biologia Moderna. 4ª ed. São Paulo: Editora Moderna, 839 p, 2006 FACIMED. Explicações Da Resposta Glicêmica. Disponível em: < http://www.seduc.ro.gov.br/educacaofisica/images/CONGRESSO_ED_FIS/Texto_sobre_indice_glicemico.pdf>. Acesso em: 28 set. 2019 HALL, JE; GUYTON, AC. Guyton & Hall - Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017 PAIVA, MC. O papel fisiológico da insulina e dos hormônios contrarregulatórios na homeostase glicêmica. Revista Brasileira de Nutrição Clínica Funcional - ano 14, nº 61, 2014 UFRGS. Diabetes Mellitus. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/DM.pdf>. Acesso em: 28 set.2019
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