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1 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 2 GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ CAMILO Sobreira de SANTANA GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS ANDRÉ Santos COSTA SECRETÁRIO DA SSPDS ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE JUAREZ Gomes Nunes Júnior DIRETOR-GERAL DA AESP|CE IVANA Coelho Marques Figueiredo DIRETORA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO INTERNA DA AESP|CE CARLO Rômulo Matos Barreto RESP. PELA COORDENADORIA DE ENSINO E INSTRUÇÃO DA AESP|CE José ROBERTO de Moura Correia COORDENADOR ACADÊMICO PEDAGÓGICO DA AESP|CE José Alexandre Soares NOGUEIRA SECRETÁRIO ACADÊMICO DA AESP|CE CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A CARREIRA DE OFICIAIS POLICIAIS MILITARES - CFPCO-PM/2018 – T2 DISCIPLINA POLICIAMENTO AMBIENTAL CONTEUDISTA Pâmela Costa Landim Saboya REVISÃO DE COERÊNCIA DIDÁTICA Francisco Odélio FERREIRA Butrago Francisco WASHINGTON de Jesus Melo HELANA Paula Nascimento do Carmo HELENA Guilherme José Alexandre Soares NOGUEIRA José ROBERTO de Moura Correia Lindemberg Moreira SALMITO Lopes Luis André GASPAR Lopes Marcos José dos Santos RIBEIRO Paulo RAMON Rodrigues Tavares FORMATAÇÃO JOELSON Pimentel da Silva • 2020 • Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 3 SUMÁRIO POLICIAMENTO AMBIENTAL ........................................................................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................. 4 1. BATALHÃO DE POLÍCIA DE MEIO AMBIENTE .............................................................................................................................. 4 2. MODALIDADES DE POLICIAMENTO AMBIENTAL ........................................................................................................................ 5 2.1 Policiamento em Viaturas .................................................................................................................................................... 5 2.2 Policiamento em Motocicletas ............................................................................................................................................. 5 2.3 Policiamento a Pé ................................................................................................................................................................. 6 2.4 Policiamento em Embarcações ............................................................................................................................................ 6 3. NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................................................... 6 3.1 Código Florestal .................................................................................................................................................................... 7 3.2 Código de Pesca ................................................................................................................................................................... 8 3.3 Instrução Normativa nº 009, de 13 de junho de 2012 ......................................................................................................... 9 3.4 Instrução Normativa Nº 03 – MMA de 21/02/2005 ............................................................................................................. 11 3.5 Instrução Normativa Nº 112, de 21/08/2006 ...................................................................................................................... 11 3.6 Instrução Normativa Nº 138 – MMA de 06/12/2006 .......................................................................................................... 14 3.7 Instrução Normativa Nº 206 – MMA de 14/11/2008 .......................................................................................................... 15 3.8 Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2006 – Sistema Nacional de Unidades e Conservação da Natureza (SNUC) .................... 15 3.9 Lei de Crimes Ambientais ................................................................................................................................................... 19 3.10 “Lei do Paredão” .............................................................................................................................................................. 23 4. AUTO DE CONSTATAÇÃO ........................................................................................................................................................... 24 5. DECIBELÍMETRO ....................................................................................................................................................................... 26 6. ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS AMBIENTAIS ....................................................................................................................... 26 7. CONTENÇÃO DE ANIMAIS ........................................................................................................................................................ 27 8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................................................................................ 27 8.1 Guardiões Ambientais ........................................................................................................................................................ 27 9. CURSOS AMBIENTAIS ................................................................................................................................................................ 28 9.1 Curso de Embarcação ......................................................................................................................................................... 28 9.2 Curso de Policiamento Ambiental (CPA) ............................................................................................................................ 28 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................................ 28 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 4 POLICIAMENTO AMBIENTAL INTRODUÇÃO Da necessidade de se proteger o meio ambiente, diversos estados brasileiros criaram em suas polícias a denominada polícia ambiental com a missão de dar um atendimento de melhor qualidade e de forma mais específica às ocorrências de natureza ambiental, em razão de suas peculiaridades. Conforme a previsão contida no Art. 225 da Constituição Federal de 1988 que nos mostra a importância do poder público de preservar o meio ambiente não somente para as presentes, mas também para as futuras gerações, houve um maior incentivo para que as polícias estaduais desenvolvessem setores específicos para a atuação no combate aos crimes ambientais. Assim como outras polícias militares dos estados brasileiros, ocorreu no Ceará a criação e implementação do denominado policiamento ambiental. 1. BATALHÃO DE POLÍCIA DE MEIO AMBIENTE A Polícia de Meio Ambiente do Ceará, que teve origem com a criação do Pelotão de Policiamento Ecológico na data de 30 de agosto de 1991, é responsável pelo atendimento em todo o estado do Ceará das demandas relacionadas ao atendimento de ocorrências ambientais. Em 1º de abril de 1996, por meio da Portaria nº 018 do Comando da Polícia Militar do Ceará foi transformado em Companhia de Polícia de Meio Ambiente. Já na data de 23 de novembro de 1998 houve uma mudança na denominaçãoda Companhia, passando a ser chamada Companhia de Polícia Militar Ambiental (CPMA), conforme Portaria Nº 044, devidamente publicada no Boletim do Comando Geral Nº 216, de 23 de novembro de 1998. Em setembro de 2012, a companhia de Polícia Militar Ambiental foi elevada a categoria de Batalhão de Polícia de Meio Ambiente por meio da Lei de Organização Básica (LOB) da Polícia Militar do estado do Ceará, Lei N° 15.217, de 05 de setembro de 2012, sendo a estrutura do referido Batalhão modificada em 2019, com o advento do Decereto Estadual nº 32.974 , de 18 de fevereiro de 2019, estando assim composta: Art. 1º A estrutura organizacional da Polícia Militar do Ceará (PMCE) passa a ser a seguinte: ... IV - DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA Art.8º. São Órgãos de Execução Programática: 13. Coordenadoria do Comando de Policiamento Especializado – CPE: …. 13.2 Batalhão de Polícia de Meio Ambiente – BPMA: 13.2.1. 1ª Companhia do BPMA; 13.2.2. 2ª Companhia do BPMA; 13.2.3. 3ª Companhia do BPMA; A sede do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente está localizada na Avenida Raul Barbosa, n° 6801, Bairro: Aerolândia, tendo sido estabelecido na Lei de Organização Básica no seu Art. 2°, inciso VIII, que a Polícia Militar do Ceará tem como atribuição a efetuar o policiamento ostensivo de proteção ambiental, de caráter específico. A 1ª. Companhia do BPMA é sediada em Fortaleza, sendo incorporada ao Batalhão, a 2ª. Companhia do BPMA tem previsão de instalação no município do Pecém, 3ª Companhia do BPMA com localização em Juazeiro do Norte Sobral e a 4ª Companhia do BPMA com sede em Sobral. O uniforme utilizado pelos policiais ambientais é o 5º G. Assim como as demais policias ambientais dos outros estados da federação, a polícia ambiental cearense dispõe de um uniforme próprio para o exercício do trabalho, tendo a seguinte descrição conforme a última modificação feita pelo Comandante Geral da PMCE do Regulamento de Uniformes da PMCE, no Decreto nº 18.063, de 06 de agosto de 1986 (Regulamento de Uniformes da Polícia Militar do Ceará), mediante Portaria nº 094/2013, publicado no Boletim do Comando Geral nº 224, de 28 de novembro de 2013. XIII - 5º Uniforme G – Policiamento de Meio Ambiente. a) Posse obrigatória para Oficiais e praças do Batalhão de Polícia Meio Ambiente - BPMA. b) Composição: 1. Camisa rajada, manga longa, com fundo bege escuro, cor referência pantone internacional 171319TP, verde claro, cor referência pantone internacional 160322TP, verde escuro, cor referência pantone internacional 190419TP e vermelha, cor referência pantone internacional 181444TP; 2. Calça rajada nas mesmas cores da camisa; 3. Camisa em algodão, cor rajada, na cor da respectiva farda, sendo confeccionada em poliviscose e terá do lado esquerdo o brasão da corporação, bordado diretamente na camisa, e abaixo deste a identificação do posto ou graduação e nome, ambos na cor preta, e tipo sanguíneo e fator RH, na cor vermelha, ficando proibida a aposição de qualquer distintivo, brevê de curso ou qualquer outra identificação na camisa de malha diferente da prevista neste artigo; 5. Insígnia de identificação do posto ou graduação confeccionada em material emborrachado, fundo preto, com insígnias do posto ou graduação na cor cinza; (Redação §5º, art. 7º Dec. 29.482/08). 6. Cinto de nylon na cor preta com fivela contendo o símbolo das Polícias Militares; 7. Colete de proteção balístico na cor preta, utilizado, prioritariamente, quando da execução do policiamento ostensivo. 8. Meia de malha na cor preta; 9. Fiel na cor verde escuro; 10. Apito metálico; 11. Cinto porta-armamento e equipamento na cor preta; 12. Coturnos cano curto na cor preta com detalhes na cor verde; 13. Gorro com pala camuflado nas mesmas cores da camisa, contendo brasão do Estado tendo 6 cm de Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 5 comprimento e 4 cm de largura, sendo confeccionado em etiqueta monocromática bordada em alta definição, tendo ainda, na parte inferior, a designação Polícia Militar, em caixa alta, letras na cor preta e fundo na cor cinza; 14. Tarjeta de identificação especificando o nome bordado com letras na cor preta, com contorno na mesma cor, sobre tecido na cor marrom madeira, tipo sanguíneo e fator RH do militar estadual bordados na cor vermelha, sendo fixa, não amovível, aposta acima da lapela do bolso direito. 15. Distintivo da Organização Policial Militar (OPM), contendo, ao centro o brasão da Corporação e, acima, a OPM a que pertence o policial militar, devendo tal Distintivo ser confeccionado em etiqueta monocromática bordada em alta definição, medindo 6 cm de altura por 5 cm de largura, sendo aposto acima do bolso do lado esquerdo do uniforme. c) uso exclusivo pelo efetivo do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente – BPMA. 2. MODALIDADES DE POLICIAMENTO AMBIENTAL O policiamento ambiental é feito através da utilização de automóveis, motocicletas, bicicletas e embarcações. 2.1 Policiamento em Viaturas O policiamento nas viaturas é realizado através do patrulhamento diuturno no atendimento de ocorrências ambientais como maus tratos de animais, tráfico de animais silvestres, resgate de animais silvestres, poluição sonora e muitos outros. O atendimento policial pode ocorrer através de encaminhamento da solicitação via CIOPS, ou por meio da ligação para o prédio do Batalhão de Meio Ambiente. Além de atuação isolada, a viatura realiza constantes operações de fiscalização com os órgãos ambientais parceiros como a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (ADAGRI), Fundação Nacional do Índio (FUNAI) etc. As operações de poluição sonora são feitas em parceria com a SEUMA, sendo realizadas diversas apreensões de aparelhos de som funcionando em desacordo ao nível sonoro permitido pela lei. A parceria com o IBAMA se dá principalmente nas fiscalizações de pesca irregular da lagosta na costa do Ceará. Fig. 1 Fiscalização em Viatura, Fonte: Arquivo do BPMA 2.2 Policiamento em Motocicletas Além do policiamento em viaturas é realizado policiamento em motocicletas nas imediações do Batalhão de Meio Ambiente e no Parque do Cocó, no intuito de, além de realizar o atendimento de ocorrências ambientais e promover uma sensação de segurança aos frequentadores de tais locais. Fig. 2 Fiscalização em Motocicletas, Fonte: Arquivo do BPMA Policiamento em Bicicletas Apesar de não haver na atualidade o emprego do policiamento em bicicletas, foi um policiamento bastante utilizado no Parque do Cocó, no qual os policiais realizavam o percurso da trilha além de promover a segurança também prestavam informações sobre o parque aos que ali frequentavam. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 6 Fig. 3 Fiscalização em Bicicletas, Fonte: Arquivo do BPMA 2.3 Policiamento a Pé O policiamento a pé é feito no Posto de Observação do Parque do Cocó, permanecendo os policiais no cruzamento das Avenidas Padre Antônio Tomás com Engenheiro Santana Júnior. Além dos policiais realizarem a segurança do local, há a prestação de informações a pessoas que possuem algum tipo de dúvida de turistas e pessoas que queiram algum tipo de informação sobre o parque. Fig. 4 Posto de Serviço do BPMA, Fonte: Arquivo do BPMA 2.4 Policiamento em Embarcações O policiamento realizado nas embarcações é feito nos locais em que se faz necessário coibir a prática ilegal de pesca ou de algum outro crime de poluição em que esteja sendo realizado algum tipo de degradação ao meio ambiente. Dentre os locais em que há uma maior fiscalização pelo Batalhão de Polícia de MeioAmbiente podemos citar o rio Cocó, desde a Avenida Engenheiro Santana Júnior até próximo da sua foz na Praia do Caça e Pesca. Outro local em que há fiscalização é o Açude Castanhão. Fig. 4 Fiscalização em Embarcação, Fonte: Arquivo do BPMA 3. NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL Quando se pretende realizar o policiamento ambiental, o integrante da força de segurança deverá possuir o conhecimento adequado das legislações pertinentes para que possa fazer um correto atendimento das ocorrências policiais em que há o cometimento de crimes ambientais. O Direito Ambiental vem a ser o primordial ramo do direito responsável por estabelecer como devem ser regidas as interações do homem com a natureza para se evitar que a ação humana que possua potencial destrutivo ponha em risco os recursos ambientais para as presentes e futuras gerações. A principal lei utilizada no atendimento dos crimes ambientais é Lei N° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. LEGISLAÇÕES AMBIENTAIS A Lei da Vida, como também é conhecida a Lei de Crimes Ambientais (Lei N° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998), estabelece no seu texto o rol de crimes ambientais permitindo ao policial de maneira fácil a compreensão da conduta descrita como crime. A citada norma ambiental é considerada um avanço para o real combate aos crimes ambientais, uma vez que permitiu aos indivíduos o conhecimento em uma mesma lei dos diversos tipos de situações em que serão verificadas as mais variadas praticas lesivas ao meio ambiente, pois o que existia anteriormente eram legislações esparsas que dificultavam sobremaneira o estudo e a repressão às praticas criminosas. Entretanto, para se ter uma compreensão completa de determinados conceitos trazidos na Lei de Crimes Ambientais é necessário que se busque em outras leis algumas definições, sendo tais normatizações classificadas como sendo de legislações complementares. Dentre as principais legislações ambientais complementares, temos o Código Florestal, Código de Pesca, Instruções Normativas do Ministério do Meio Ambiente, Portarias e o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 7 3.1 Código Florestal Um dos principais objetivos das legislações ambientais é promover uma segurança ao meio ambiente, entretanto, com a possibilidade de conciliar tal proteção com os anseios econômicos das sociedades, de forma racional e equilibrada, destaque-se. O desenvolvimento sustentável é a ferramenta a ser utilizada pelos governos para garantir que haja o desenvolvimento econômico das nações, porém com a realização mínima de prejuízos e impactos a natureza. O atual Código Florestal Brasileiro entrou em vigor no ano de 2012 por meio da Lei n° 12.605 de 25 de maio de 2012, tendo revogado o então Código Florestal vigente, instituído através da Lei N° 4.771, de 15 de setembro de 1965. O texto do Art. 1° do Código Florestal traz de maneira expressa que o principal objetivo do governo brasileiro é realizar o desenvolvimento sustentável, conforme abaixo se transcreve: Art. 1o-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria- prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes princípios: I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras; II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia; III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação; IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais; V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa; VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis. (grifo nosso). Uma das principais informações presentes no Código Florestal é a delimitação do que vem a ser a Área de Preservação Permanente (APP), que segundo o Art. 3° , inciso II da lei é: Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: [...] II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;[...] Estando as áreas consideradas como de Preservação Permanente contidas no Art. 4° da lei, a saber: Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão; VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 8 IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da alturamínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. § 1º Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. § 2º (Revogado). § 3º (VETADO). § 4º Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama. § 5º É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso V do art. 3o desta Lei, o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre. § 6º Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo, a prática da aquicultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que: I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos, garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos hídricos; III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente; IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR. V - não implique novas supressões de vegetação nativa. 3.2 Código de Pesca O Código de Pesca instituído através da Lei 11.959, de 29 de junho de 2009, dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca e estabeleceu conceitos importantes para a fiscalização ambiental. Na legislação citada, temos a definição do que vem a ser a pesca, estando tal conceito contido no Art. 1°, sendo a pesca todo o ato tendente a capturar ou extrair elementos animais ou vegetais que tenham na água seu normal ou mais frequente meio de vida. Da definição, percebe-se que para ser verificado o crime de pesca ilegal não precisa estar o pescador já com os animais em sua posse, não sendo necessário ocorrer o dano, bastando para tanto existir a mera situação de perigo. No Art. 2° da lei encontramos definições importantes, conforme seguem abaixo: Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se: I – recursos pesqueiros: os animais e os vegetais hidróbios passíveis de exploração, estudo ou pesquisa pela pesca amadora, de subsistência, científica, comercial e pela aquicultura; II – aquicultura: a atividade de cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá total ou parcialmente em meio aquático, implicando a propriedade do estoque sob cultivo, equiparada à atividade agropecuária e classificada nos termos do art. 20 desta Lei; III – pesca: toda operação, ação ou ato tendente a extrair, colher, apanhar, apreender ou capturar recursos pesqueiros; IV – aquicultor: a pessoa física ou jurídica que, registrada e licenciada pelas autoridades competentes, exerce a aquicultura com fins comerciais; V – armador de pesca: a pessoa física ou jurídica que, registrada e licenciada pelas autoridades competentes, apresta, em seu nome ou sob sua responsabilidade, embarcação para ser utilizada na atividade pesqueira pondo-a ou não a operar por sua conta; VI – empresa pesqueira: a pessoa jurídica que, constituída de acordo com a legislação e devidamente registrada e licenciada pelas autoridades competentes, dedica-se, com fins comerciais, ao exercício da atividade pesqueira prevista nesta Lei; VII – embarcação brasileira de pesca: a pertencente a pessoa natural residente e domiciliada no Brasil ou a pessoa jurídica constituída segundo as leis brasileiras, com sede e administração no País, bem como aquela sob contrato de arrendamento por empresa pesqueira brasileira; VIII – embarcação estrangeira de pesca: a pertencente a pessoa natural residente e domiciliada no exterior ou a pessoa jurídica constituída segundo as leis de outro país, em que tenha sede e administração, ou, ainda, as embarcações brasileiras arrendadas a pessoa física ou jurídica estrangeira; IX – transbordo do produto da pesca: fase da atividade pesqueira destinada à transferência do pescado e dos seus derivados de embarcação de pesca para outra embarcação; X – áreas de exercício da atividade pesqueira: as águas continentais, interiores, o mar territorial, a plataforma continental, a zona econômica exclusiva brasileira, o alto-mar e outras áreas de pesca, Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 9 conforme acordos e tratados internacionais firmados pelo Brasil, excetuando-se as áreas demarcadas como unidades de conservação da natureza de proteção integral ou como patrimônio histórico e aquelas definidas como áreas de exclusão para a segurança nacional e para o tráfego aquaviário; XI – processamento: fase da atividade pesqueira destinada ao aproveitamento do pescado e de seus derivados, provenientes da pesca e da aquicultura; XII – ordenamento pesqueiro: o conjunto de normas e ações que permitem administrar a atividade pesqueira, com base no conhecimento atualizado dos seus componentes biológico- pesqueiros, ecossistêmico, econômicos e sociais; XIII – águas interiores: as baías, lagunas, braços de mar, canais, estuários, portos, angras, enseadas, ecossistemas de manguezais, ainda que a comunicação com o mar seja sazonal, e as águas compreendidas entre a costa e a linha de base reta, ressalvado o disposto em acordos e tratados de que o Brasil seja parte; – águas continentais: os rios, bacias, ribeirões, lagos, lagoas, açudes ou quaisquer depósitos de água não marinha, naturais ou artificiais, e os canais que não tenham ligação com o mar; XIV – alto-mar: a porção de água do mar não incluída na zona econômica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores e continentais de outro Estado, nem nas águas arquipelágicas de Estado arquipélago; XV – mar territorial: faixa de 12 (doze) milhas marítimas de largura, medida a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente pelo Brasil; XVI – zona econômica exclusiva: faixa que se estende das 12 (doze) às 200 (duzentas) milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial; XVII – plataforma continental: o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 (duzentas) milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância; XVIII – defeso: a paralisação temporária da pesca para a preservação da espécie, tendo como motivação a reprodução e/ou recrutamento, bem como paralisações causadas por fenômenos naturais ou acidentes; XIX – (VETADO); XX – pescador amador: a pessoa física, brasileira ou estrangeira, que, licenciada pela autoridade competente, praticaa pesca sem fins econômicos; XXII –pescador profissional: a pessoa física, brasileira ou estrangeira residente no País que, licenciada pelo órgão público competente, exerce a pesca com fins comerciais, atendidos os critérios estabelecidos em legislação específica. (grifo nosso) Outro importante ponto da lei para o trabalho do policial ambiental é o Art. 8°, uma vez que por meio dele a pesca recebeu as seguintes classificações: Art. 8º Pesca, para os efeitos desta Lei, classifica-se como: I- comercial: a) artesanal: quando praticada diretamente por pescador profissional, de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante contrato de parceria, desembarcado, podendo utilizar embarcações de pequeno porte; b) industrial: quando praticada por pessoa física ou jurídica e envolver pescadores profissionais, empregados ou em regime de parceria por cotas- partes, utilizando embarcações de pequeno, médio ou grande porte, com finalidade comercial; II- não comercial: a) científica: quando praticada por pessoa física ou jurídica, com a finalidade de pesquisa científica; b) amadora: quando praticada por brasileiro ou estrangeiro, com equipamentos ou petrechos previstos em legislação específica, tendo por finalidade o lazer ou o desporto; c) de subsistência: quando praticada com fins de consumo doméstico ou escambo sem fins de lucro e utilizando petrechos previstos em legislação específica. 3.3 Instrução Normativa nº 009, de 13 de junho de 2012 A edição da Instrução Normativa Interministerial nº 009, de 13 de junho de 2012., formatada em conjunto com o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministério do Meio- Ambiente, a qual substituiu a Portaria n° 4 – IBAMA, de 14/03/2009, teve como função estabelecer normas gerais da pesca amadora ou esportiva em todo o território nacional, definindo ainda a pesca amadora e/ou esportiva como sendo a atividade de pesca praticada por brasileiro ou estrangeiro, com os equipamentos ou petrechos previstos nesta Instrução Normativa, tendo por finalidade o lazer ou esporte, definindo ainda: Art. 2º omissis § 1º A Pesca amadora ou esportiva é considerada atividade de natureza não comercial, no que se refere ao produto de sua captura, sendo vedada a comercialização do recurso pesqueiro capturado. § 2º O produto da pesca amadora pode ser utilizado com fins de consumo próprio, ornamentação, obtenção de iscas vivas ou pesque e solte, respeitados os limites estabelecidos para a atividade. § 3º As atividades relacionadas à pesca amadora ou esportiva podem ter finalidade econômica, excetuando-se a comercialização do produto obtido por meio da pesca. §4º A organização formal do esporte da pesca obedecerá ao disposto na Lei nº9.615 de 24 de março de 1998 e demais normas pertinentes. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 10 Ademais, prevê ainda o normativo conjuntos dos Ministérios da Pesca e da Agricultura, os seguintes dispositivos: Art. 3º Entende-se por pescador amador a pessoa física, brasileira ou estrangeira que, licenciada pela autoridade competente, pratica a pesca sem fins econômicos. § 1º Pescador amador embarcado é aquele que faz uso de embarcação de esporte e/ou recreio para suporte à pesca. §2º Pescador amador desembarcado é aquele que não faz uso de embarcação para suporte à pesca. Art. 4º Entende-se como competição de pesca amadora ou esportiva toda atividade praticada segundo normas gerais da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, e regras de prática desportiva, devidamente autorizada pelo MPA. Parágrafo único. As competições de pesca amadora somente poderão ser organizadas por pessoas jurídicas. CAPÍTULO II DOS PETRECHOS DE PESCA Art. 5º Os petrechos de pesca permitidos ao pescador amador são: I - Linha de mão; II - Caniço simples; III - Caniço com molinete ou carretilha; IV - Espingarda de mergulho ou arbalete com qualquer tipo de propulsão e qualquer tipo de seta; V - Bomba de sucção manual para captura de iscas; ou VI – Puçá-de-siri. §1º Fica permitido o uso de equipamentos de suporte ao pescador para contenção do peixe, tais como bicheiro, puçá, alicates e similares, desde que não sejam utilizados para pescar. §2º Fica permitido o uso de puçás ou peneiras de no máximo 50 centímetros em sua região mais larga para a captura de espécies com finalidade ornamental ou de aquariofilia. §3º É vedado o uso de aparelhos de respiração artificial pelo pescador amador durante a pesca. §4º As embarcações que apoiam a pesca ou competições de pesca amadora não poderão portar qualquer tipo de aparelho de ar comprimido ou outros que permitam a respiração artificial subaquática, exceto quando exigido pela autoridade marítima. CAPÍTULO III DOS LIMITES DE CAPTURA (...) Art. 8º Fica proibido ao pescador amador armazenar ou transportar pescado em condições que dificultem ou impeçam sua inspeção e fiscalização, tais como na forma de postas, filés ou sem cabeça. Art. 9º Fica proibido o transporte de exemplares vivos de peixes capturados pela pesca amadora, excetuando-se aqueles com finalidade ornamental para aquariofilia ou para uso como isca viva. Parágrafo único. Nos casos das competições de pesca amadora em que se pratica o pesque e solte, não se aplica a proibição de que trata o caput para o transporte de peixes vivos entre o local de captura e o local de aferição. CAPÍTULO IV DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art 10 O pescador profissional, quando participar ou prestar serviços à pesca amadora, deverá respeitar as normas vigentes para o exercício dessa. Art. 11 Deverão ser respeitadas ainda as outras normas que regulamentam a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Atividade Pesqueira, que disponham sobre: I - Os regimes de acesso; II - A captura total permissível; III - O esforço de pesca sustentável; IV - Os períodos de defeso; V - As temporadas de pesca; VI - Os tamanhos de captura; VII - As áreas interditadas ou de reservas; VII - As artes, os aparelhos, os métodos e os sistemas de pesca e cultivo; IX - A capacidade de suporte dos ambientes; X - As necessárias ações de monitoramento, controle e fiscalização da atividade; ou XI - A proteção de indivíduos em processo de reprodução ou recomposição de estoques. Parágrafo único. O ordenamento pesqueiro com foco na pesca amadora deverá considerar as informações referentes ao tamanho máximo de captura das espécies e ao pesque e solte, priorizando as pesquisas que permitam estabelecer os tamanhos máximos de captura das principais espécies capturadas pela pesca amadora ou esportiva. O indivíduo fiscalizado obrigatoriamente terá que se encontrar na posse do seu Registro Geral de Atividade Pesqueira (RGP), devendo o mesmo estar com a data de validade em dia, salientando que a referida validade é por um prazo de 01 (um) ano e em todo o território nacional, a saber: Art. 13 Para fins de inscrição no Cadastro Técnico Federal - CTF e de fornecimento de subsídios ao ordenamento do uso sustentável dos recursos pesqueiros, o Ministérios da Pesca e Aquicultura repassará ao Ministério do Meio Ambiente as informações do Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP referentes às categorias de pescador amador, organizador de competições de pesca amadora e embarcação de esporte e recreio utilizada na pesca amadora, assim como as informações do relatório técnico e dos mapas de bordo previstas no artigo 12 dessa Instrução Normativa Interministerial. Art. 14 O pescador amador em atividade de pesca ou transportando o produto da pescaria deve portar documento de identificação pessoal e a licença de pesca amadora, excetuando-se os casos de dispensa previstos em Lei, sem prejuízo das normas estabelecidas por Estados e Distrito Federal. Art. 15 Aos infratores da presente Instrução Normativa Interministerial serão aplicadas as penalidades previstas na Leinº 9.605, de 12 de Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 11 fevereiro de 1998, no Decreto n° 6.514, de 22 de julho de 2008 e demais normas pertinentes. Para a sua confecção deverá o interessado deverá se dirigir até o escritório da Superintendência do Ministério da Pesca e Aquicultura do seu estado. A Superintendência do Ceará se encontra localizada na Rua Frei Mansueto 151, 2º andar Meireles, Fortaleza – Ceará. MODELO DE LICENÇA PARA PESCA AMADORA Fig. 5 Licença para Pesca Amadora, Fonte: http://www.pescamadora.com.br/licenca-de-pesca- amadora/ Outro ponto relevante da norma para o conhecimento do policial é a quantidade de pescado permitido. Art. 6° O limite de captura e transporte de espécies com finalidade de consumo próprio por pescador amador é de 10 kg (dez quilos) mais 01(um) exemplar para pesca em águas continentais e estuarinas, e 15 kg (quinze quilos) mais 01(um) exemplar para pesca em águas marinhas, observando-se as demais normas que estabelecem tamanhos mínimos de captura e listas de espécies proibidas. Parágrafo único. Limites de captura e transporte mais restritivos do que os estabelecidos no caput deste artigo poderão ser definidos pelas autoridades competentes em normas específicas. Art. 7º O limite de captura e transporte de espécies com finalidade ornamental e de aquariofilia por pescador amador é de 10 indivíduos para peixes de águas continentais e 5 indivíduos por pescador, para peixes de águas marinhas, observando-se as espécies permitidas e restrições definidas em normas específicas. Parágrafo único. Fica proibida a utilização de espécies aquáticas de uso permitido para fins ornamentais e de aquariofilia como isca, conforme estabelecem as normas específicas de explotação para tais fins. 3.4 Instrução Normativa Nº 03 – MMA de 21/02/2005 A Instrução Normativa Nº 03 estabeleceu normas para o exercício da pesca em águas continentais da Bacia Hidrográfica da Região Nordeste. Segundo a norma houve a proibição da pesca com a utilização dos apetrechos, equipamentos e métodos de pesca na Bacia Hidrográfica da Região Nordeste, em coleções d'água continentais, sob o domínio da União, conforme descriminado abaixo: Art. 3º É proibido o emprego dos seguintes apetrechos, equipamentos e métodos de pesca: I - Rede elétrica ou quaisquer aparelhos que, através de impulsos elétricos, possam impedir a livre movimentação dos peixes, possibilitando sua captura; II - Rede de arrasto e de lance, de qualquer natureza; III - Fisga, arpão, flecha e espingarda de mergulho; IV - Armadilha do tipo tapagem e/ou quaisquer outros aparelhos fixos com a função de bloqueio; V - Qualquer aparelho de pesca, cujo comprimento seja superior a 1/3 (um terço) da largura do ambiente aquático; VI - Equipamento de respiração artificial na prática de pesca com mergulho; VII - Métodos de pesca que utilizem batição, buia, rela, tibungo, tóxicos e explosivos. 3.5 Instrução Normativa Nº 112, de 21/08/2006 Para permitir uma melhor fiscalização e controle do transporte de produtos e subprodutos florestais foi criado o Documento de Origem Florestal (DOF) através da Portaria/MMA/ n°.253, de 18 de agosto de 2006. Através desse documento é possibilitado ao agente obter informações acerca da origem e destinação da carga fiscalizada, podendo ele identificar qual o tipo e quantidade de madeira transportada, a rota e o veículo a ser utilizado no transporte. Art. 1° O Documento de Origem Florestal – DOF, instituído pela Portaria/MMA/ n°.253, de 18 de agosto de 2006 constitui-se licença obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo, contendo as informações sobre a procedência desses produtos e Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 12 subprodutos, gerado pelo sistema eletrônico denominado Sistema DOF, na forma do Anexo I desta Instrução Normativa. Parágrafo único O controle do DOF dar-se-á por meio do Sistema DOF disponibilizado no endereço eletrônico do Ibama, na Rede Mundial de Computadores – Internet. Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa entende-se por: I - produto florestal: aquele que se encontra no seu estado bruto ou in natura, na forma abaixo: a) - Madeira em toras; b) - Toretes; c) - Postes não imunizados; d) - Escoramentos; e) - Palanques roliços; f) - Dormentes nas fases de extração/fornecimento; g) - Estacas e moirões; h) - Achas e lascas; i ) - Pranchões desdobrados com motosserra; j) - Bloco ou filé, tora em formato poligonal, obtida a partir da retirada de costaneiras; k) - Lenha; l) - Palmito; m) - Xaxim; e n) - Óleos essenciais. Parágrafo único Considera-se, ainda, produto florestal, referido neste artigo, as plantas ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas de origem nativa ou plantada das espécies constantes da lista oficial de flora brasileira ameaçada de extinção e dos anexos da CITES, para efeito de transporte com DOF. II - Subproduto florestal: aquele que passou por processo de beneficiamento na forma relacionada: a) - Madeira serrada sob qualquer forma, laminada e faqueada; b) - Resíduos da indústria madeireira (aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de beneficiamento e de industrialização de madeira) quando destinados para fabricação de carvão; c) - Dormentes e postes na fase de saída da indústria; d) - Carvão de resíduos da indústria madeireira; e) - Carvão vegetal nativo empacotado, na fase posterior à exploração e produção. f) - Xaxim e seus artefatos na fase de saída da indústria. Art. 3° Para a sua emissão, o DOF deverá ser obrigatoriamente preenchido pelo usuário, em uma única via, conforme manual disponibilizado pelo Ibama. § 1º O DOF acompanhará obrigatoriamente o produto ou subproduto florestal nativo, da origem ao destino nele consignado, por meio de transporte individual quer seja: rodoviário; aéreo; ferroviário; fluvial ou marítimo. § 2º O preenchimento do campo relativo ao documento fiscal é obrigatório quando houver determinação do órgão fazendário estadual competente. § 3º O DOF emitido pelo usuário somente poderá ser utilizado para acobertar o transporte e o armazenamento do produto e subproduto florestal e da origem especificados. § 4º Não será permitida a reutilização de DOF para o acobertamento de mais de um transporte ou carga transportada. § 5º É obrigatório o preenchimento dos campos relativos ao veículo a ser utilizado no transporte e da descrição do trajeto da carga. § 6º Deverá ser emitido um DOF para cada Nota Fiscal, no caso de transporte de produto e subproduto florestal realizado por uma única unidade de transporte. § 7º O DOF somente será emitido pela pessoa física ou jurídica, quando esta estiver em situação regular com relação à obrigação da reposição florestal, nas hipóteses em que esta for exigível. Art. 4° A emissão do DOF para o transporte de produto ou subproduto florestal dar-se-á após aprovação no Sistema - DOF pelo usuário recebedor, bem como a indicação, por parte do mesmo, do pátio de estocagem. Art.5° O DOF para o transporte do produto ou subproduto florestal do local de sua exploração será emitido com base no volume da autorização previamente concedida, pela pessoa física ou jurídica detentora da autorização. § 1º O DOF poderá ser emitido pela pessoa física ou jurídica compradora de produto e subproduto florestal, desde que indicada pela detentora da autorização. § 2º Na hipótese de detentor de autorização de Plano de Manejo Florestal Sustentável ou de Autorização de Utilização de Matéria-Prima Florestal daquela derivada, o DOF só poderá ser emitido pelo detentor. § 3º O detentor de qualquer autorização florestal deverá indicar no Sistema, a empresa compradora para emissãodo DOF, na quantidade e espécies a serem comercializadas de acordo com o saldo da autorização. § 4º O detentor de autorização em pequena propriedade rural e em áreas comunitárias, poderá procurar a unidade do Ibama, para o seu cadastramento no CTF e ser auxiliado no cumprimento do disposto no parágrafo anterior. Art. 6° O DOF para o transporte de subproduto florestal será emitido pela indústria ou comerciante com base nos estoques de pátio devidamente acobertados. § 1º Para os subprodutos florestais que forem beneficiados no local da origem será utilizado DOF preenchido de acordo com os dados do documento de origem. § 2º Para a transferência de produtos e subprodutos florestais entre pátios da mesma empresa é indispensável a utilização do DOF. Art. 7º O DOF será emitido com validade de até cinco dias, exceto para o transporte de madeira em tora em jangadas, quando o prazo máximo poderá ser de até trinta dias. § 1º Para o transporte interestadual o DOF poderá ser emitido com o prazo de validade de até dez dias. § 2º O Ibama poderá fixar prazos de validade diferenciados de acordo com a distância entre origem e destino. Art. 8º O prazo de validade do DOF poderá ter início até cinco dias após sua emissão. Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 13 § 1º O Sistema permitirá o cancelamento do DOF até o dia anterior ao início do prazo de validade. § 2º No caso em que o início da validade ocorrer na mesma data de emissão o usuário poderá proceder o cancelamento no prazo de até duas horas. § 3º Ultrapassado o prazo estabelecido neste artigo e havendo impossibilidade do transporte, o DOF poderá ser cancelado por iniciativa do interessado, mediante justificativa, desde que este apresente junto à unidade do Ibama de sua jurisdição a Nota Fiscal do produto ou subproduto florestal cancelada. § 4º O transporte de produto ou subproduto florestal acobertado com DOF cancelado será considerado irregular. Art. 9° Fica dispensada da obrigação de uso do DOF nos casos de transporte de: I - Material lenhoso proveniente de erradicação de culturas, pomares ou de poda de arborização urbana; II - Subprodutos que, por sua natureza, já se apresentam acabados, embalados, manufaturados e para uso final, tais como: porta, janela, móveis, cabos de madeira para diversos fins, lambri, taco, esquadria, portais, alisar, rodapé, assoalho, forros, acabamentos de forros e caixas, chapas aglomeradas, prensadas, compensadas e de fibras ou outros objetos similares com denominações regionais. III - Celulose, goma-resina e demais pastas de madeira; IV - aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de beneficiamento e de industrialização de madeira, serragem, paletes e briquetes de madeiras e de castanha em geral, folhas de essências plantadas, folhas, palhas e fibras de palmáceas, casca e carvão produzido da casca de coco, moinha e briquetes de carvão vegetal, escoramentos e madeira beneficiada entre canteiros de obra de construção civil, madeira usada em geral, reaproveitamento de madeira de cercas, currais e casas; V - Carvão vegetal empacotado do comércio varejista; VI - Bambu (Bambusa vulgares) e espécies afins; VII - Vegetação arbustiva de origem plantada para qualquer finalidade. VIII - Plantas ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas de origem nativa das espécies não constantes da lista oficial de espécie ameaçada de extinção e dos anexos da CITES. Art. 10 O DOF será emitido e impresso pelo usuário, com base no saldo de produtos e subprodutos florestais, via acesso ao Sistema - DOF disponível na Internet no seguinte endereço eletrônico: www.ibama.gov.br. Art. 11. O acesso ao Sistema - DOF será feito pela pessoa física ou jurídica cadastrada na categoria correspondente junto ao Cadastro Técnico Federal – CTF e em situação regular perante o Ibama. § 1º O acesso de que trata este artigo será realizado por meio de senha, emitida pelo sistema de cadastro do Ibama diretamente para o usuário, a quem cabe zelar por sua guarda e responsabilidade pelo uso. § 2º A regularidade perante o Ibama será verificada por meio do Certificado de Regularidade no CTF. Art. 12. O DOF será identificado pelo código de controle gerado automaticamente pelo sistema, com as seguintes denominações para cada categoria de produtos e subprodutos florestais: I - DOF, seguido da expressão, verde: para os produtos especificados nas alíneas “a” a “k”, inciso I e parágrafo único do art. 2º, e subprodutos relacionados nas alíneas “a” a “c”, inciso II, do mesmo artigo desta Instrução Normativa; II - DOF, seguido da expressão, preto: para carvão vegetal nativo e subprodutos relacionados nas alíneas “d” e “e”, inciso II do art. 2º desta Instrução Normativa; III - DOF, seguido da expressão, laranja: para palmito; IV - DOF, seguido da expressão, amarelo: para xaxim e óleos essenciais. Art. 13. Os produtos e subprodutos florestais nativos destinados à exportação deverão estar acompanhados pelo respectivo DOF desde o pátio de origem até o porto ou terminal alfandegário de embarque. Art. 14. No trânsito de uma mesma carga com diferentes meios de transporte deve ser emitido sempre um DOF distinto para cada trecho e veículo, com a descrição individual dos dados relativos às espécies e volumes transportados, informando-se o itinerário a ser percorrido em cada trecho. § 1° O local de transbordo ou armazenamento da carga é caracterizado pátio, obrigando o usuário a realizar o controle do seu estoque por meio da emissão DOF. § 2° Havendo o transbordo da carga, esta deve permanecer separada no local de desembarque, devidamente identificada e acompanhada de seu respectivo DOF até o novo embarque. § 3° Ocorrendo o transbordo da unidade de transporte juntamente com a carga, não será necessário novo DOF, caracterizando-se transporte continuado. § 4° Se por motivo de caso fortuito ou força maior houver necessidade de troca do veículo, o interessado deverá apresentar ocorrência policial, e na ausência desta, informação no Sistema - DOF, para efeito de comprovação junto à fiscalização do Ibama ou órgão conveniado. Art. 15. Na hipótese de produtos e subprodutos florestais transportados por diversos veículos, e um único documento fiscal, deve ser emitido um DOF específico para cada veículo, e acompanhados do respectivo documento fiscal ou cópia. Art. 16. Havendo recusa do recebimento do produto ou subproduto florestal nativo, será permitida a alteração do destinatário, devendo, para tanto, o fornecedor ou transportador procurar a Agência Fazendária do município, munido do DOF e da Nota Fiscal, para anotação do novo destinatário no verso do DOF. Parágrafo único. Para efeito de lançamento de crédito no Sistema DOF, o interessado deverá procurar a unidade do Ibama mais próxima com o DOF e a Nota Fiscal correspondentes. Art. 17 O consumidor final de carvão vegetal nativo que verificar divergência entre os volumes de Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 14 origem e de destino contidos no DOF e na Nota Fiscal, deverá apresentar justificativa junto a unidade do Ibama de sua jurisdição, indicando o volume real efetivamente recebido, a fim de dar acobertamento ao armazenamento ou consumo do produto na unidade industrial. Art. 18 Para o transporte de produto ou subproduto florestal destinado à construção civil ou para pessoa física ou jurídica, cuja atividade não exiga o CTF, o vendedor poderá emitir DOF sem a aprovação pelo usuário recebedor, devendo, para tanto, criar pátio temporário no endereço de destino. Art. 19 A exportação de espécies constantes dos apêndices I e II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção – CITES, depende da licença de exportação – CITES, emitida pelo Ibama. Para uma melhor compreensão e visualizaçãodo documento, recomendamos leitura do Anexo I, ao qual contem um modelo de DOF a ser preenchido. 3.6 Instrução Normativa Nº 138 – MMA de 06/12/2006 A Instrução Normativa Nº 138 é bastante importante para a proteção das lagostas vermelha e cabo verde, pois trouxe relevantes informações a serem observadas pelos pescadores no momento de captura do animal. Na lei citada encontra-se o tamanho mínimo dos animais para serem capturados, os tipos de armadilhas autorizadas, além dos locais proibidos para a pesca. No Artigo 1º vem escrito o tamanho mínimo autorizado para a pesca, sendo que a medição dos exemplares deverá ser feita por meio do paquímetro da seguinte maneira: Art. 1º Proibir, nas águas jurisdicionais brasileiras, a captura, o desembarque, a conservação, o beneficiamento, o transporte, a industrialização, a comercialização e a exportação sob qualquer forma, e em qualquer local de lagostas das espécies Panulirus argus (lagosta vermelha) e Panulirus laevicauda (lagosta cabo verde), de comprimentos inferiores aos estabelecidos a seguir: Espécie Comprimento de cauda (cm) Comprimento cefalotórax (cm) Lagosta Vermelha 13 7,5 Lagosta Cabo Verde 11 6,5 § 1º Para os efeitos deste artigo fica estabelecido o seguinte: I - Comprimento de cauda é a distância entre o bordo anterior do primeiro segmento abdominal e a extremidade do telson fechado; II - Comprimento do cefalotórax é a distância entre o entalhe formado pelos espinhos rostrais e a margem posterior do cefalotórax; III - As medidas acima referidas são tomadas com base na linha mediana dorsal do indivíduo ou da cauda, sobre superfície plana com telson fechado; e, IV - No caso de lagostas inteiras será adotado o comprimento do cefalotórax. Paquímetro Fig. 6 Medição da Lagosta com Paquímetro, Fonte: http://professormarciomelo.blogspot.com.br/ Já no Art. 5º há a descrição de quais tipos de armadilhas será autorizada a pesca da lagosta: Art. 5º Permitir, a partir de 1º de janeiro de 2007, a captura de lagostas das espécies P.argus (lagosta vermelha) e P.laevicauda (lagosta cabo verde) somente com o emprego de armadilhas do tipo covo ou manzuá e cangalha, respeitado o período de defeso das citadas espécies, anualmente, de 1º de janeiro a 30 de abril, conforme estabelece a Portaria IBAMA, nº 137, de 12 de dezembro de 1994.1 Parágrafo único. A malha do covo ou manzuá e da cangalha, deverá ser quadrada e ter no mínimo 5,0 cm (cinco centímetros) entre nós consecutivos, com uma tolerância de 0,25 cm (vinte e cinco centésimos de centímetros). Abaixo segue uma armadilha autorizada para a pesca da lagosta: Covo Fig. 8 Armadilha para pesca da lagosta, Fonte: www.icmbio.gov.br Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 15 A legislação ainda trouxe a proibição do uso de marambaias e caçoeiras pelos pescadores. Art. 6º Proibir, a partir de 1º de janeiro de 2007, a captura de lagostas das espécies P.argus (lagosta vermelha) e P.laevicauda (lagosta cabo verde), com o emprego de redes de espera do tipo caçoeira. Art. 7º Proibir, a partir de 1º de janeiro de 2007, a utilização de marambaias, feitas de material de qualquer natureza, como instrumento auxiliar de agregação de organismos aquáticos vivos, na captura de lagostas das espécies P.argus (lagosta vermelha) e P.laevicauda (lagosta cabo verde). Parágrafo único. Para efeito desta Instrução Normativa entende-se por marambaia, todo e qualquer conjunto de estrutura artificial utilizado para concentrar organismos aquáticos vivos. Art. 8º Permitir, a partir de 1º de janeiro de 2007, na pesca de lagostas das espécies P.argus (lagosta vermelha) e P.laevicauda (lagosta cabo verde), a operação somente de embarcações cujo comprimento total seja superior a 4 m (quatro metros), respeitada a legislação específica. Art. 9º Proibir a captura de lagostas por meio de mergulho de qualquer natureza. Parágrafo único As embarcações que operam na pesca de lagostas não poderão portar qualquer tipo de aparelho de ar comprimido e instrumentos adaptados à captura de lagostas por meio de mergulho. 3.7 Instrução Normativa Nº 206 – MMA de 14/11/2008 Dispõe sobre a proibição da pesca da lagosta nas águas brasileiras, além de estabelecer quais os tipos de lagosta serão proibidas e o seu período de defeso. Conforme previsão contida no Art. 1º, serão proibidas a pesca em águas brasileiras das lagostas vermelha e verde. Art. 1º Proibir, nas águas sob jurisdição brasileira, o exercício da pesca das lagostas vermelha (Panulirus argus) e verde (P. Laevicauda), anualmente, no período de 1º de dezembro a 31 de maio. § 1º O desembarque das referidas espécies somente será tolerado até o dia 30 de novembro de cada ano, data em que as embarcações devem retornar, da faina pesqueira, com todos os covos conduzidos em sua última saída. Fig. 8 Lagostas Verde e Vermelha, Fonte: http://policiaambientalmossoro.blogspot.com.br/2011/ 02/periodo- de-defeso-da-lagosta-prossegue.html 3.8 Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2006 – Sistema Nacional de Unidades e Conservação da Natureza (SNUC) No Artigo 2º são apresentados importantes definições para uma melhor compreensão da legislação, conforme segue abaixo: Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 8.I - Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção; 8.II - Conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral; 8.III - Diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas; 8.IV - Recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora; 8.V - Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais; Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 16 8.VI - Proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais; 8.VII – Conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características; 8.VIII - Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas; 8.IX - Uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais; 8.X - Uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais; 8.XI - Uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributosecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável; 8.XII - Extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis; 8.XIII - Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original; 8.XIV - Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original; 8.XV - (VETADO) 8.XVI - Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz; 8.XVII - Plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade; XVIII - Zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e XIX - Corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. Já no Artigo 7º é relatado a classificação das Unidades de Conservação, sendo elas divididas e m Unidades de Proteção Integral e Unidade de Uso Sustentável, sendo feito nos artigos seguintes as descrições do que vem a ser cada tipo de Unidade de Conservação. Art. 7º As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas: I - Unidades de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável. § 1º O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. § 2º O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Art. 8º O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação: I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural; V - Refúgio de Vida Silvestre. Art. 9º A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. § 1º A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico. § 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. § 4º Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de: I - Medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados; II - Manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica; III - Coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas; IV - Pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo três por cento da extensão total da unidade e até o limite de um mil e quinhentos hectares. Art. 10. A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 17 preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. § 1º A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento específico. § 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. § 1º O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. § 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. § 4º As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal. Art. 12. O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. § 1º O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. § 2º Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Monumento Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei. § 3º A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento. Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. § 1º O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. § 2º Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei. § 3º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas noPlano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. § 4º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de conservação: I - Área de Proteção Ambiental; II - Área de Relevante Interesse Ecológico; III - Floresta Nacional; IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural. Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.(Regulamento) § 1º A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas. § 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Proteção Ambiental. § 3º As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. § 4º Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições legais. § 5º A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se dispuser no regulamento desta Lei. Art. 16. A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE POLICIAMENTO AMBIENTAL 18 características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. § 1º A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas ou privadas. § 2º Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Relevante Interesse Ecológico. Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. (Regulamento) § 1º A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei. § 2º Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. § 3º A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração. § 4º A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento. § 5º A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das populações tradicionais residentes. § 6º A unidade desta categoria, quando criada pelo Estado ou Município, será denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal. Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.(Regulamento) § 1º A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 2º A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. § 3º A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. § 4º A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. § 5º O Plano de Manejo da unidade será aprovado pelo seu Conselho Deliberativo. § 6º São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou profissional. § 7º A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. Art. 19. A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. § 1º A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei. § 2º A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração. § 3º É proibido o exercício da caça amadorística ou profissional. § 4º A comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos. Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. (Regulamento) § 1º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações. § 2º A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe
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