Buscar

Girundi_FranciscoMauroDaSilva_D

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 182 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 182 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 182 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Estadual de Campinas 
Faculdade de Odontologia de Piracicaba 
 
 
 
 
FRANCISCO MAURO DA SILVA GIRUNDI 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICA SIMPLIFICADA EM PRÓTESE TOTAL: 
INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DA PRÓTESE, FUNÇÃO 
MASTIGATÓRIA E SATISFAÇÃO DO PACIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba 
2016 
FRANCISCO MAURO DA SILVA GIRUNDI 
 
 
 
 
 
TÉCNICA SIMPLIFICADA EM PRÓTESE TOTAL: 
INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DA PRÓTESE, FUNÇÃO 
MASTIGATÓRIA E SATISFAÇÃO DO PACIENTE 
 
 
 
 Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de 
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas 
como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do 
título de Doutor em Clínica Odontológica, na Área de 
Prótese Dental. 
 
 
Orientador: PROF. DR. WANDER JOSÉ DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO 
FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO 
FRANCISCO MAURO DA SILVA GIRUNDI E 
ORIENTADO PELO PROF. WANDER JOSÉ DA 
SILVA 
 
 
 
 
 
Piracicaba 
2016 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
À Deus 
À minha amada companheira e esposa Rosilene Gonçalves Girundi que sempre me apoiou e 
organizou tudo para que eu pudesse dedicar aos meus estudos e esteve ao meu lado em muitos 
finais de semana, feriados e férias dentro do laboratório da PPR. 
Aos meus filhos, Ana Goncalves Girundi e Pedro Henrique Gonçalves Girundi, por serem 
meu constante incentivo. Espero que eu consiga compensar minha ausência com o imenso 
amor que tenho por vocês. 
Aos meus amados pais, José Siffert Girundi e Perpétua Alves da Silva Girundi exemplos 
eternos de fé, caráter e bondade. 
À minha sempre presente sogra Maria Helena Gonçalves Xavier exemplo de força, amor e 
dedicação à família. 
Aos meus irmãos Maria Auxiliadora Girundi Nascimento, Antônio José da Silva Girundi, 
Ana Rita Girundi Iacomini, Geraldo Lúcio da Silva Girundi, Silvia Regina Girundi Pereira, 
Glória Maria Girundi Teles, Claúdia Maria da Silva Girundi companheiros por toda a vida. 
A existência de vocês já é motivo suficiente para tornar a caminhada mais fácil e a certeza de 
não está sozinho. 
Aos sobrinhos e cunhados por completarem nossa família, fazendo parte em todos os 
melhores momentos de minha vida. 
Aos pacientes mutilados orais que dependem do sistema público de saúde. 
 
 
 
 Dedico este trabalho 
 
 
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS 
 
Ao meu orientador Prof. Dr. Wander José da Silva, que mesmo exigindo que eu empregasse 
na tese o meu máximo esforço, conduziu o trabalho de forma tranquila, ressaltando minhas 
capacidades e minimizado minhas limitações. Obrigado pelos ensinamentos e pela amizade. 
 
A Profa Dra Altair Antoninha Del Bel Cury por ter permitido que eu realizasse um sonho e 
por ter acreditado no projeto e torná-lo viável. Profissional que é exemplo de seriedade, 
competência e idoneidade. Agradeço pela forma carinhosa com que sempre me recebeu. 
AGRADECIMENTOS 
 
À Universidade Estadual de Campinas, na pessoa do Magnífico Reitor Prof. Dr. 
José Tadeu Jorge. 
À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de 
Campinas, representada pelo Diretor Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques e 
Diretor Associado, Prof. Dr. Francisco Haiter Neto. 
À Coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de 
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, Profa Dra Cínthia Pereira Machado 
Tabchoury. 
À Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da 
Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Profa Dra Karina Gonzales Silvério Ruiz. 
Aos professores Drs. Renata Cunha Matheus Rodrigues, Célia Marisa Rizatti 
Barbosa; Jayme Cury; Lívia Tenuta, pelas disciplinas ministradas e contribuição para a 
minha formação 
Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica 
da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas pelos 
conhecimentos compartilhados. 
Aos colegas de pós-graduação, Camila Heitor, Camila Fraga, Giselle Ribeiro, 
Yuri, Dimorvan, Martina e Kelly pelo bom convívio e bons momentos compartilhados ao 
longo desses anos. 
A Profa. Dra. Thais Marques Simek Vega Gonçalves pela disponibilidade, 
presteza e rapidez ao responder às minhas demandas. Sua ajuda foi muito valiosa. Obrigado. 
Ao Professor Sérgio Feitosa Henriques que sempre me estimulou e confiou em 
meu trabalho. 
À Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, pela parceria e oportunidade da 
realização do trabalho com voluntários do Centro de Saúde Bonsucesso. 
À coordenação da GEAS pelo apoio no período de formação. 
Ao ex coordenador de odontologia da Carlos Alberto Tenório e equipe pelo 
incentivo para desenvolvimento do trabalho. 
À colega cirurgiã dentista Elisabeth Silva Queiroga que realizou com disposição e 
boa vontade todos os testes. 
Aos tutores da prótese da Prefeitura de Belo Horizonte e à todos os colegas da 
APS. 
À Corina que sempre mostrou disponibilidade e boa vontade em ajudar na 
organização dos agendamentos, dos testes e nos momentos de visita domiciliar a alguns 
voluntários. 
À nossa técnica do Laboratório de Prótese Parcial Removível, Sra. Gislaine 
Regiane Alves Piton, pela admirável competência e amizade. 
Às Sras. Érica Alessandra Pinho Sinhoreti, Ana Paula Carone e Raquel Q. 
Marcondes Cesar Sacchi secretárias da Coordenadoria dos Programas de Pós-Graduação da 
Faculdade de Odontologia de Piracicaba e à Sra. Eliete Aparecida Ferreira Marim 
secretária do Departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de 
Piracicaba, por toda ajuda durante meu período de pós-graduação. 
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 
pelo auxílio à pesquisa, processo número 403348/2012-9. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O aumento do número de edêntulos e a correlação entre condição social e edentulismo 
sinalizam para a necessidade da confecção de próteses totais removíveis pelo Sistema Público 
de Saúde. O objetivo deste ensaio clínico randomizado foi avaliar a qualidade das próteses 
confeccionadas com a Técnica Simplificada (S), utilizada no serviço público da cidade de 
Belo Horizonte, comparada com a Técnica Tradicional (T) ensinada na maioria das escolas de 
Odontologia. As variáveis avaliadas foram: a satisfação mensurada por meio de questionário 
específico e da EVA, o impacto da saúde bucal na qualidade de vida (QVSB), avaliado 
utilizando-se a versão brasileira do OHIP-EDENT, a qualidade das próteses analisada pela 
avaliação funcional, a performance mastigatória e o limiar de deglutição obtida pelo método 
de fracionamento em peneiras com Optocal. Foram selecionados sessenta voluntários (46 
mulheres) (idade média 65,31 ± 9,66 anos), com edentulismo total há pelo menos um ano. Os 
voluntários foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos (n=30): Controle (Técnica 
Tradicional T) e grupo experimental (Técnica Simplificada S). Todas as variáveis foram 
avaliadas antes do tratamento (baseline), 2 meses após a reabilitação (fase intermediária) e 4 
meses após a adaptação com as novas próteses (fase final). A qualidade das próteses na fase 
inicial era de 5,3 para T e 4,9 para S, na fase final foi de 9,3 para T e 9,1 para S; a 
performance em 40 ciclos (X50) na fase inicial era 5,7mm para ambas as técnicas (T e S), na 
fase final foi de 3,8mm para a T e 3,7mm para a S; a QVSB na fase inicial era de 14,1 para T 
e 12,5 para S, na fase final foi de 3,2 para T e 2,6 para S; a satisfação na fase inicial era de 9,5 
para a T e 9,3 para a S, na fase final foi de 14,8 para T e S. Houve melhora significativa 
(p<0.05) em todas as variáveis analisadas do estudo na comparação da fase inicial com a 
intermediária e a final. Não houve diferença significativa em todas as variáveis analisadas 
(p>0.005) entre as duas técnicas (T e S) para confecção das próteses. Quando for necessário a 
diminuição do tempo clínico e dos custos para confecção das próteses totais, como ocorrenos 
serviços públicos de atenção à saúde, a opção pela técnica S pode ser preconizada sem haja 
prejuízos para os pacientes. 
 
 
Palavras-chave: Arcada edêntula. Prótese total. Satisfação do paciente. Qualidade de vida. 
Mastigação. 
ABSTRACT 
 
The increasing the number of edentulous and the correlation between social condition and 
tooth loss signaled the need for making removable dentures by the public health system. The 
objective of this randomized clinical trial was to evaluate the quality of prostheses made with 
the Simplified Technical (S) used in the public service of the city of Belo Horizonte, 
compared with the traditional technique (T) taught at most dental schools. The variables 
evaluated were: satisfaction measured through a questionnaire and EVA, the quality of life in 
oral health (QVSB) evaluated using the brazilian version of OHIP-Edent, the quality of 
prostheses analyzed by functional evaluation, masticatory performance and swallowing 
threshold obtained by the fractionation method with optocal sieves. They were selected sixty 
volunteers (46 women) (mean age 65,31 ± 9,66 years) with edentulism for at least one year. 
The volunteers were randomly divided into two groups (n = 30): Control (Traditional 
Technique-T) and experimental group (Simplified Technical-S). All variables were evaluated 
before treatment (baseline), two months after rehabilitation (intermediate phase) and four 
months after the adaptation to the new prosthesis (final phase). The quality of the prosthesis in 
the initial phase was 5.3 to 4.9 for S and T at the final stage it was 9.3 to 9.1 for T and S; 
performance in 40 cycles (X50) in the initial phase was 5.7mm for both groups (T and S) at the 
final stage it was 3.8mm to T and 3.7mm for S; the QVSB at initial stage was 14.1 for T and 
12.5 for S at the final stage was 3.2 for T and 2.6 for S; satisfaction at the initial stage was 9.5 
for the T and 9.3 for S, the final stage was 14.8 for T and S. There was improvement in all 
variables of the study compared the initial phase with the intermediate and final. There was no 
significant difference between the two techniques (T and S) for the making of prostheses. 
When the reduction of clinical time and costs for making the denture is necessary, as occurs in 
public health care services, the choice of technique S can be recommended without there harm 
to patients. 
 
Keywords: Total Edentulous. Complete denture. Satisfaction. Quality of life. 
Masticatory performance. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Moldeira modelo HDR individualizada para grupo controle (T) e grupo teste (S) . 79 
Figura 2 - Moldeira individual Grupo (T) ................................................................................ 79 
Figura 3 - Desgaste posterior no modelo. Grupo teste (S) ....................................................... 79 
Figura 4 - Demarcação da área do selado palatino posterior. Grupo teste (S) ......................... 79 
Figura 5 - Montagem em articulador não ajustável (ANA) grupo teste (S) ............................. 79 
Figura 6 – Modelo demuflado com a prótese prensada Grupo (T) .......................................... 79 
Figura 7 – Checagem dos contatos oclusais com carbono Grupo (T) ...................................... 80 
Figura 8 - Ajuste por desgaste Grupo (T) ................................................................................. 80 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Variáveis obtidas na coleta dos dados ..................................................................... 86 
Tabela 2 - Classificação dos voluntários segundo o American College of Prosthodontics 
(1999) ....................................................................................................................................... 87 
Tabela 3 - Resultado do número de consultas para cada grupo ................................................ 87 
Tabela 4 - Resultado da satisfação geral (Regis et al. 2013) .................................................... 88 
Tabela 5 - Resultado da satisfação (Awad et al., 2003 e Ellis et al., 2007) ............................. 88 
Tabela 6 - Impacto da prótese na qualidade de vida, resultado do OHIP-EDENT .................. 89 
Tabela 7 - Resultado da avaliação da qualidade das próteses (Anastassiadou et al., 2002)..... 90 
Tabela 8 - Resultado do fluxo salivar não estimulado ............................................................. 90 
Tabela 9 - Resultado do fluxo salivar estimulado .................................................................... 90 
Tabela 10 – Resultado para a performance mastigatória .......................................................... 91 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ACP American College of Prosthodontics 
ADA American Dental Association 
APS Atenção Primária à Saúde 
ASA Articulador Semi-Ajustável 
BB Balanceamento Bilateral 
CCI Coeficientes de Correlação Interclasse 
EFL Espaço Funcional Livre 
EVA Escala Visual Analógica 
HIV / AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida -SIDA 
MAP Protocolo Mínimo Aceitável 
OBB Oclusão Balanceada Bilateral 
OHIP Oral Health Impact Profile 
PBH Prefeitura de Belo Horizonte 
PT Prótese Total 
QVSB Qualidade de Vida Associada à Saúde Bucal 
ReBEC 
RCT 
Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos 
Ensaio clínico randomizado 
RMM Relacionamento Maxilo Mandibular 
SUS Sistema Único de Saúde 
T Técnica Convencional /Tradicional 
S Técnica Simplificada 
ZOE Óxido de Zinco e Eugenol 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 18 
2.1 Edentulismo total .............................................................................................................. 18 
2.2 Satisfação do paciente x Qualidade de vida associada à saúde bucal .......................... 32 
2.3 Satisfação do paciente x Qualidade das próteses ........................................................... 43 
2.4 Função mastigatória ......................................................................................................... 50 
2.5 Técnica tradicional x Técnica simplificada .................................................................... 59 
 
3 PROPOSIÇÃO .................................................................................................................... 73 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 74 
4.1 Delineamento Experimental ............................................................................................ 74 
4.2 Seleção de Voluntários ..................................................................................................... 74 
4.2.1 Técnica Tradicional (T): ................................................................................................ 77 
4.2.2 Técnica Simplificada (S): ............................................................................................... 78 
4.3 Instalação das Próteses ..................................................................................................... 80 
4.4 Orientações para higienização das próteses ................................................................... 81 
4.5 Ajuste para eliminação de áreas traumáticas ................................................................ 81 
4.6 Formulário de coleta dos dados ....................................................................................... 81 
4.7 Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal (OHIP EDENT) ..................................... 82 
4.8 Satisfação com as próteses totais ..................................................................................... 82 
4.9 Qualidade daspróteses ..................................................................................................... 83 
4.10 Função mastigatória ....................................................................................................... 83 
4.11 Coleta de Saliva ............................................................................................................... 84 
4.12 Análise dos dados ............................................................................................................ 85 
 
5 RESULTADOS .................................................................................................................... 86 
5.1 Dados coletados do formulário ........................................................................................ 86 
5.2 Classificação do edêntulo total ........................................................................................ 87 
5.3 Ajuste das próteses instaladas ......................................................................................... 87 
5.4 Satisfação ........................................................................................................................... 88 
5.5 Qualidade de Vida Associada à Saúde Bucal (QVSB) .................................................. 89 
5.6 Qualidade das próteses ..................................................................................................... 90 
5.7 Fluxo Salivar ..................................................................................................................... 90 
5.8 Função Mastigatória ........................................................................................................ 91 
 
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 92 
 
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 96 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 97 
 
ANEXOS ............................................................................................................................... 105 
Anexo 1 - Classificação do “American College of Prosthodontists” (McGarry, 1999) .. 105 
Anexo 2 - Formulário de coleta dos dados ......................................................................... 107 
Anexo 3 - Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal (OHIP EDENT) ........................ 109 
Anexo 4 – Satisfação com as próteses totais ....................................................................... 110 
Anexo 5 - Qualidade das próteses ....................................................................................... 111 
Anexo 6 – Folha de rosto para pesquisa envolvendo seres humanos ............................... 113 
Anexo 7 – Carta ao Comitê de Ética em pesquisa da FOP-UNICAMP .......................... 114 
Anexo 8 – Termo de consentimento livre e esclarecido ..................................................... 115 
Anexo 9 – Declaração de infra-estrutura e autorização para uso da mesma .................. 117 
Anexo 10 – Declarações da instituição ................................................................................ 118 
Anexo 11 – Declarações dos pesquisadores ........................................................................ 119 
Anexo 12 – Parecer consubstanciado do CEP.................................................................... 120 
 
 
16 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O edentulismo acomete milhões de pessoas mesmo nos países mais 
economicamente desenvolvidos do mundo (Carlsson, 2006; Douglass et al., 2002). A perda 
dos dentes impacta significativamente a qualidade de vida das pessoas, sendo a reabilitação 
protética extremamente importante para o equilíbrio emocional e social dos mutilados orais. A 
recuperação da capacidade mastigatória reduz a morbidade e mortalidade potencial por meio 
da relação entre a eficiência mastigatória, envelhecimento e qualidade da alimentação 
(Petersen et al., 2005). Um estudo de coorte populacional, que acompanhou mais de 1800 
pacientes, inferiu que cada dente remanescente aos 70 anos de idade diminui em 4% o risco 
de mortalidade em 7 anos (Osterberg, 2008). 
Os desenvolvimentos tecnológicos recentes e a ampliação das possibilidades 
terapêuticas provocaram uma mudança gradual nos planejamentos reabilitadores. Assim, 
próteses convencionais removíveis mucossuportadas estão sendo substituídas pelas próteses 
sobre implantes, as quais têm atraído grande interesse da comunidade odontológica (Carlsson 
e Omar, 2010). Entretanto, o tratamento com implantes envolve maior complexidade e 
procedimentos cirúrgicos que, podem limitar a sua indicação para pacientes com 
determinados problemas sistêmicos ou para aqueles que preferem não realizar procedimentos 
mais invasivos. Além disso, em muitos países economicamente desfavorecidos e mesmo para 
determinadas populações dos países mais ricos do mundo, devido ao alto custo financeiro a 
implementação da implantodontia e das novas tecnologias como rotina é distante da realidade 
(Carlsson, 2006). 
A prótese total convencional ainda é a opção de tratamento mais utilizada para a 
reabilitação dos edêntulos totais (Cooper, 2009). Uma técnica tradicional (T) para confecção 
das próteses totais convencionais é preconizada pela maioria das escolas de Odontologia do 
mundo. A eliminação ou abreviação de alguma das fases clínicas e laboratoriais da técnica 
tradicional é denominada de técnica simplificada (S). Essa apresenta como vantagens a maior 
facilidade de execução clínica, a diminuição do tempo e dos custos relacionados (Paulino et 
al., 2015; Cunha et al., 2013). As técnicas simplificadas têm sido descritas na literatura há 
muitos anos (Hickey et.al.,1969), mas ainda são uma preocupação para a comunidade 
científica. Para Hyde et al. 2014 apesar de alguns estudos recentes não terem encontrado 
diferenças significativas entre as técnicas T e S, a técnica T fornece próteses com qualidade 
superior e, por esse motivo, as técnicas S não deveriam ser utilizadas (Hyde et al. 2014). 
17 
 
 
O reflexo das disparidades político-sociais e a diminuição dos recursos para os 
cuidados em saúde desafiam educadores e profissionais que trabalham com as reabilitações 
orais (Owen, 2006). Visando a ampliação do acesso, a política de saúde pública do Brasil 
preconiza que as próteses totais sejam confeccionadas na Atenção Primária à Saúde (APS). 
Na APS trabalham profissionais com formação generalista atendendo às várias demandas da 
comunidade assistida. A cidade de Belo Horizonte (BH) iniciou o fornecimento de próteses 
totais em 2010 e para maior adesão dos profissionais e adequação dos custos, a técnica 
simplificada foi preconizada. A utilização da técnica simplificada possibilitou o fomento da 
oferta de próteses totais convencionais na APS. 
 
 
18 
 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1 Edentulismo total 
 
Para Carlsson et al. (1967) a satisfação do paciente e a sua experiência com as 
próteses totais (PTs) são fatores determinantes para uma atitude favorável em direção a 
adaptação e a utilização de novas PTs. O estado geral de saúde, a capacidade mastigatória, a 
capacidade de pronúncia e de outras funções essenciais para o paciente influenciarão na 
satisfação. Pouca correlação foi encontrada entre a satisfação e as condições bucais 
favoráveis. Leves correlações foram percebidas entre a satisfação e a personalidade do 
paciente, a adaptação social e a valorização do dentista. Nenhum fator foi determinante para a 
satisfação dos pacientes com suas próteses totais. 
Harrison et al. (1990) realizaram uma pesquisa sobre materiais e técnicas 
utilizadas para a construção de prótese total na prática odontológica. Por meio de um 
questionário postal enviado a uma amostraaleatória de 1000 profissionais. A taxa de resposta 
ao questionário foi de 71,5%. Os resultados obtidos foram comparados com pesquisa similar 
realizada em 1970. A maioria dos profissionais ainda fornecem próteses totais, principalmente 
no âmbito do sistema público de saúde. Enquanto a demanda por próteses totais foi relatada 
como tendo permanecido estável, houve redução considerável no número de técnicos de 
prótese dentária. O hidrocolóide irreversível continua a ser o material de moldagem de 
escolha. A maioria dos vazamentos de gesso dos moldes foram realizados nos laboratórios por 
meio do envio do molde. Houve discordância entre a opinião dos profissionais em relação a 
importância dos implantes na prática odontológica geral. 
Gauthier et al. (1992) realizaram uma pesquisa com profissionais graduados de 
uma escola de Odontologia no sudeste dos Estados Unidos. A pesquisa buscava obter 
informações sobre os procedimentos técnicos que eram utilizados para a confecção das PTs. 
Foram entregues 530 questionários para profissionais com 15 níveis diferentes de tempo de 
formação. O total de 80% devolveu os questionários. Os resultados mostraram que a maioria 
dos entrevistados (94,8%) faziam próteses totais convencionais, mas apenas 3,5% dedicavam 
mais de 20% do seu tempo de consultório para o trabalho com as PTs. No consultório os 
profissionais executavam cerca da metade dos procedimentos que julgavam essenciais para a 
confecção das próteses quando da formação acadêmica. Essas referências técnicas que foram 
utilizadas na graduação para a confecção das PTs diminuíram proporcionalmente com o 
número de anos de prática clínica. Fatores que colaboraram para que os procedimentos 
19 
 
 
aprendidos na graduação fossem abandonados foram a influência dos colegas de profissão e 
os cursos de educação continuada. Para os autores o conteúdo do currículo acadêmico precisa 
ser revisto para continuar sendo relevante em relação as práticas diárias dos consultórios. 
Para Berg (1993) mesmo as próteses totais tecnicamente perfeitas estão associadas 
a uma diminuição significativa das funções orais. O fato de que entre 65% a 75% dos usuários 
de próteses antigas e de 85% a 90% dos pacientes que recebem PTs novas estarem satisfeitos 
ocorre devido a capacidade de adaptação humana e não pela habilidade do profissional em 
confeccionar as próteses. Pesquisas têm demonstrado que as variáveis consideradas 
importantes para a satisfação e aceitação dos pacientes com as próteses totais como, a 
qualidade das próteses, a condição oral, a relação dentista-paciente, a atitude dos pacientes em 
relação as próteses, a personalidade dos pacientes, os fatores socioeconômicos, as variáveis 
demográficas, a experiência anterior e a estereognosia oral, têm de fato, efeitos desprezíveis 
ou mesmo não têm efeito. Também não há melhora da previsibilidade quando são 
combinados os efeitos de tais variáveis. Algumas variáveis que apresentam importância 
teórica como a habilidade motora e a qualidade e quantidade de saliva, ainda têm que ser 
comprovadas. Não existe ainda um método prático que ajude o profissional a identificar os 
pacientes que dificilmente se adaptarão com as próteses totais convencionais. 
Carlsson (1998) avaliou por meio de uma revisão de literatura os efeitos adversos 
relacionados ao uso das próteses totais convencionais. A reabsorção do rebordo residual foi 
consequência inevitável da perda dos dentes e também do uso das próteses mucossuportadas. 
As correlações entre as condições anatômicas existentes para suportar a prótese e a qualidade 
da prótese com a satisfação dos pacientes são fracas. Os fatores psicológicos parecem ser 
importantes para a aceitação e para a adaptação às próteses removíveis. Não há métodos que 
possam prever um resultado favorável para as PTs, embora existam muitas variáveis 
relacionadas ao tratamento, que se não controladas podem gerar resultado insatisfatório. As 
próteses totais convencionais continuarão a ser uma parte importante do ensino e da prática 
odontológica. Além das habilidades clínicas e técnicas para o atendimento global desses 
pacientes o profissional deve ter uma boa comunicação com o paciente e conhecimentos de 
psicologia. Para o autor o grande número de pessoas edêntulas no mundo justifica a 
necessidade da busca pelas evidências científicas relacionadas com as próteses removíveis. 
McGarry et al. (1999) do “American College of Prosthodontists” desenvolveram 
um sistema de classificação para o edêntulo total baseado nos achados diagnósticos clínicos. 
As classes foram diferenciadas por critérios diagnósticos específicos. Quatro categorias foram 
definidas: Classe I, Classe II, Classe III e Classe IV. A Classe I agrupa as situações clínicas 
20 
 
 
mais favoráveis: altura óssea medida na radiografia panorâmica superior a 21mm, anatomia 
maxilar capaz de resistir aos movimentos verticais e horizontais, inserções musculares 
mandibulares não interferindo na obtenção do selamento periférico das próteses e 
relacionamento maxilomandibular classe I de Angle. As características da Classes II 
englobam: altura óssea de 16 a 20 mm, anatomia maxilar capaz de resistir aos movimentos 
verticais e horizontais, inserções musculares mandibulares que dificultam pouco o selamento 
periférico e relacionamento maxilomandibular classe I de Angle. A classe III representa: 
altura óssea de 11 a 15 mm, moderada resistência maxilar aos movimentos laterais e verticais, 
dificuldade de selamento periférico da região anterior mandibular e moderada dificuldade de 
obter o selamento mandibular posterior, relacionamento maxilomandibular classe I, II e III de 
Angle. Agrupados na Classe IV estão as situações clínicas mais desfavoráveis: altura óssea 
menor que 10 mm, anatomia maxilar sem resistência aos deslocamentos verticais e 
horizontais, inserções musculares e ausência de tecido aderido com grande dificuldade de 
obtenção do selamento periférico mandibular e relacionamento maxilomandibular classe I, II 
e III de Angle. Os benefícios da utilização desta classificação incluem: melhorar o 
atendimento ao paciente, melhorar a comunicação entre os profissionais, ser um instrumento 
de triagem ajudando na seleção de novos pacientes para as clínicas das escolas de 
Odontologia e propiciar a utilização de critérios padronizados na avaliação dos resultados das 
reabilitações protéticas nos estudos clínicos. 
Hyde e McCord (1999) pesquisaram os materiais e os métodos utilizados pelos 
dentistas clínicos durante a obtenção dos moldes para próteses totais. Um total de 905 
questionários foram enviados aos clínicos gerais da região de Greater Manchester para 
identificar práticas clínicas atuais. Os resultados revelaram que 88% dos entrevistados usam 
hidrocolóide irreversível nas moldagens primárias. Quando a pergunta permitiu mais de uma 
resposta 99% dos entrevistados mencionaram os hidrocolóides irreversíveis como uma opção 
para moldagens primárias. Nas respostas para a mesma pergunta sobre as moldagens 
secundárias, 94% dos entrevistados mencionaram hidrocolóides irreversíveis como uma 
opção. Outros materiais mencionados como opção para moldagens secundárias incluíram o 
óxido de zinco e eugenol (29%) e o polivinilsiloxano (13%). No que diz respeito às moldeiras 
individuais, 75% dos entrevistados usam moldeiras confeccionas em laboratório para as 
moldagens finais. Perguntas sobre o alívio preconizado para a moldeira individual, a presença 
de perfurações, o desenho das moldeiras e a desinfecção mostraram uma diversidade de 
opiniões entre os profissionais. Apesar da maioria dos profissionais usarem as moldeiras 
21 
 
 
individuais o hidrocolóide irreversível é o material mais utilizado para as moldagens de PTs 
no Reino Unido. 
Clark et al. (2001) distribuíram um questionário em 1995 solicitando informações 
sobre a utilização de determinadas técnicas de reabilitação protética.O questionário foi 
enviado a 3.544 graduados de uma escola de Odontologia. Foram recebidas respostas de 
1.455 alunos, representando uma taxa de retorno de 41%. Em geral, os resultados foram 
consistentes com as tendências internacionais e nacionais e mostraram discrepância 
significativa entre as taxas de utilização de determinados procedimentos entre especialistas e 
clínicos gerais, bem como uma desconexão entre o que é ensinado no programa da graduação 
em Odontologia e o que é aplicado na prática. Por exemplo, enquanto especialistas 
normalmente aplicam o que foi ensinado, as taxas de utilização do o arco facial para os 
clínicos gerais foi 29,64%; da moldeira individual 68,48%; da moldagem periférica 
personalizada 49,29% e dos articuladores semi-ajustáveis 50,64%. O estudo confirma a forte 
evidência da desconexão entre o que é ensinado e o que é realizado na clínica diária do 
cirurgião dentista. 
Douglass et al. (2002) fizeram uma pesquisa sobre a especulação de alguns 
profissionais em relação a diminuição acentuada da necessidade das próteses totais no futuro. 
Portanto, que a formação acadêmica para as próteses totais deveria ser retirada do currículo 
das escolas de Odontologia. Estimativas baseadas nos dados nacionais, dos Estados Unidos da 
América, obtidas pelos inquéritos epidemiológicos indicaram que o edentulismo diminui em 
10% a cada década e que apenas 90% dos adultos edêntulos obtêm e usam próteses totais. No 
entanto, quando o número de adultos em cada grupo etário específico é multiplicado pela 
porcentagem dos que precisam de uma prótese maxilar ou mandibular os resultados sugerem 
que na população adulta a necessidade de 1 ou 2 próteses totais aumentará de 33,6 milhões 
dos adultos em 1991 para 37,9 milhões em 2020. A queda de 10% do edentulismo em cada 
década nos próximos 30 anos será mais do que compensada pelo aumento de 79% na 
população adulta com idade superior a 55 anos. Assim, haverá um aumento da necessidade de 
próteses totais de 53,8 milhões em 1991 para 61,0 milhões de próteses em 2020. Desta forma, 
a eliminação da disciplina de PT do currículo das escolas, implicará em milhões de pacientes 
desassistidos. 
Petropoulos e Rashedi (2003) realizaram uma pesquisa nas escolas de 
Odontologia dos Estados Unidos para determinar quais eram os conceitos, as técnicas e os 
materiais predominantemente utilizados para as moldagens finais das próteses totais. As 
avaliações foram realizadas por meio da análise das respostas a um questionário enviado aos 
22 
 
 
chefes de departamentos de prótese dentária de 54 escolas de Odontologia dos EUA. O total 
de 44 escolas retornaram com o questionário e a pesquisa finalizou com uma taxa de adesão 
de 82%. Os resultados mostraram que a maioria das escolas (71%) ensinavam a técnica de 
moldagem final pela pressão seletiva; a maioria das escolas (64%) utilizavam material 
termoplástico para realização da moldagem periférica sobre as moldeiras individuais; 39% das 
escolas não faziam perfurações na moldeira para facilitar o escoamento e a retenção do 
material de moldagem; já 30% das escolas realizavam mais de uma perfuração e 27% 
somente uma perfuração nas moldeiras; 98% usavam as moldeiras individuais para as 
moldagens finais. Os programas das escolas de graduação, referentes a prótese total, foram 
semelhantes em muitos aspectos na realização da moldagem. No entanto, existe uma 
variabilidade no que é ensinado pelas escolas de Odontologia referente a filosofia adotada 
para as moldagens e na seleção dos materiais que serão utilizados. 
Drago (2003) comparou o número de consultas necessários para os ajustes das 
próteses totais confeccionadas por meio de duas técnicas diferentes. Uma técnica realizou a 
moldagem com moldeira individual associada a moldagem periférica utilizando material 
termoplástico; a outra técnica foi realizada com moldeira individual e polivinilsiloxano denso 
para a moldagem periférica. Foram selecionados 156 voluntários para o estudo. Eles foram 
alocados em dois grupos: 78 voluntários foram reabilitados com técnica tradicional para PT 
(moldeira individual com moldagem periférica realizada com material termoplástico) e 78 que 
foram reabilitados por uma técnica modificada (moldeira individual com moldagem periférica 
realizada com a massa pesada do polivinilsiloxano). Em ambas as técnicas a moldagem final 
das áreas de suporte foi realizada com a massa leve do polivinilsiloxano. A média de ajustes 
para as próteses dos pacientes tratados com a técnica tradicional foi de 2.68. O número médio 
de ajustes para a técnica modificada também foi 2.68. Não houve diferença significativa no 
número de consultas necessárias para a realização dos ajustes das próteses em ambos os 
grupos. 
Para Duncan e Taylor (2004) as próteses totais são tanto uma parte da 
Odontologia clínica hoje como eram 50 ou 100 anos atrás. Embora a porcentagem relativa de 
pacientes edêntulos tenha diminuído acentuadamente durante a última parte do século XX, o 
número absoluto destes pacientes permaneceu o mesmo, ou provavelmente aumentou devido 
a maior proporção da população com mais de 65 anos de idade. A odontologia geral, durante 
os próximos 30 a 40 anos, devido ao aumento da expectativa de vida e do envelhecimento da 
população terá que estar voltada às necessidades do atendimento de uma população 
envelhecida. O profissional deve ser capaz de tratar o paciente totalmente edêntulo e oferecer 
23 
 
 
um serviço de qualidade em prótese total. A chave para o sucesso das PTs é um diagnóstico 
completo, a compreensão dos desejos e das expectativas do paciente e o seguimento de uma 
sequência padronizada durante as fases clínicas e laboratoriais do tratamento. 
Petersen et al. (2005) descreveram o impacto das doenças orais em todo o mundo 
e a influência dos principais fatores de risco sociodemográficos para a saúde bucal. Apesar 
das grandes melhorias na saúde oral das populações de vários países, os problemas globais 
ainda persistem. A prevalência da doença oral é particularmente elevada para os grupos 
populacionais mais desfavorecidos e pobres dos países desenvolvidos e dos países em 
desenvolvimento. Doenças bucais como a cárie dentária, a doença periodontal, a perda dos 
dentes, as lesões da mucosa bucal, o câncer de orofaringe o trauma oral e as doenças bucais 
relacionadas a síndrome da imunodeficiência adquirida são os principais problemas de saúde 
pública em todo o mundo. A falta da saúde bucal tem um efeito profundo sobre a saúde em 
geral e sobre a qualidade de vida da população. A diversidade nos padrões das doenças orais e 
as tendências de se desenvolverem mais em certos países e regiões sinalizam para a 
necessidade do estabelecimento de programas preventivos de saúde bucal e de uma 
abordagem diferenciada para os perfis de risco distintos. O importante papel dos fatores 
sociodemográficos e ambientais na doença têm sido demonstrados em um grande número de 
pesquisas socioepidemiológicas. Além das más condições de vida, os principais fatores de 
risco estão relacionados com o estilo de vida insalubre (má alimentação, deficiência da 
higiene bucal, tabaco e álcool) associados a limitada disponibilidade e acessibilidade aos 
serviços de saúde oral. Várias doenças orais estão ligadas a doenças crônicas, principalmente 
por causa de fatores de risco comuns. Além disso, doenças gerais, muitas vezes têm 
manifestações orais. É urgentemente necessário o fortalecimento mundial dos programas de 
saúde pública, por meio da implementação de medidas eficazes para a prevenção da doença e 
da promoção da saúde oral. Os desafios de melhorar a saúde oral são particularmente grandes 
nos países em desenvolvimento. 
Narvai et al. (2006) analisaram a evolução da experiência de cárie dentária entre 
escolares brasileiros no período de 1980 a 2003 e determinaram a distribuição da cárie e o 
acesso dessa população ao tratamentoda doença. Foram utilizados dados secundários 
produzidos no período de 1980 a 2003, empregando o índice dentes permanentes cariados, 
perdidos e restaurados (CPOD). Os valores de CPOD indicaram um nível alto de cárie 
dentária nos anos 1980, declinando para um nível moderado nos anos 1990. Em 2003, o valor 
do CPOD ainda era moderado (2,8). Entre 1980 e 2003, o declínio nos valores do CPOD foi 
de 61,7%. A porcentagem de escolares com CPOD igual a zero aumentou de 3,7% em 1986 
24 
 
 
para 31,1% em 2003. Por outro lado, enquanto no segmento menos atingido pela doença 
(CPOD de 1 a 3), o índice de cuidados aumentou de 26,3% em 1986 para 34,7% em 2003, no 
segmento com CPOD de 4 a 5 o índice de cuidados caiu de 50,2% em 1986 para 39,3% em 
2003. No segmento com CPOD de 6 ou mais, o índice de cuidados se manteve estável 
(28.0%). Aproximadamente 20% da população passou a concentrar cerca de 60% da carga de 
doença. Um declínio relevante do CPOD foi observado no período do estudo, sendo a 
hipótese explicativa mais plausível a elevação no acesso a água e creme dental fluorados e as 
mudanças nos programas de saúde bucal coletiva. Em setembro de 1988, o fabricante do 
dentifrício líder em vendas em todo o país introduziu flúor no produto e a partir de 1989, 
estavam fluoretados mais de 90% dos produtos disponíveis para os consumidores. A despeito 
da melhora, a distribuição da cárie ainda é desigual. A redução das disparidades 
socioeconômicas e medidas de saúde pública dirigidas aos grupos mais vulneráveis 
permanecem como um desafio para todos os que formulam e implementam as políticas 
públicas no Brasil. 
Para Carlsson (2006) apesar da taxa de edentulismo estar caindo muitas pessoas 
ainda precisam das próteses totais. Existem evidências de que uma técnica mais complexa 
para a fabricação das PTs como a que inclui o arco facial e a oclusão balanceada não é 
necessária para que o resultado seja satisfatório. Variações dos materiais e das técnicas 
parecem ter apenas uma influência menor no resultado final do tratamento. Um resultado final 
favorável para as PTs está mais relacionado a fatores psicossociais e uma boa relação entre 
dentista e paciente do que aos procedimentos técnicos utilizados para a confecção da prótese. 
Para Carlsson (2006) os desenvolvimentos tecnológicos recentes e a ampliação 
das possibilidades terapêuticas estão provocando uma mudança gradual na especialidade de 
prótese dentária. O foco principal passou das próteses convencionais removíveis para as 
próteses fixas sobre implantes. As reabilitações implantossuportadas têm atraído grande 
interesse da comunidade odontológica. Outro fator que influencia cada vez mais a prática 
clínica do cirurgião dentista é o desenvolvimento da odontologia estética. Por outro lado, os 
tratamentos embasados nessas evoluções têm um custo financeiro alto acentuando as 
desigualdades em níveis do serviço que os pacientes podem ter acesso. O reflexo das 
disparidades político-sociais e a diminuição dos recursos para os cuidados em saúde desafiam 
educadores e profissionais que trabalham com as reabilitações dos mutilados orais. Devido a 
isso, em muitas partes do mundo, incluindo grupos populacionais dos países ricos, o 
tratamento protético convencional como as PTs continuará a desempenhar um papel essencial 
na odontologia. 
25 
 
 
Owen (2006) estabeleceu um consenso entre especialistas sobre os princípios 
protéticos que devem ser respeitados durante a construção das PTs. O consenso resultou em 
um “Minimum Acceptable Protocol” (MAP) para confecção das próteses totais. A técnica de 
pesquisa Delphi foi utilizada com respostas sim ou não para uma variedade de temas sobre as 
diferentes fases da confecção das PTs. Os entrevistados também podiam acrescentar 
comentários sobre qualquer aspecto do questionário. Foram realizadas três rodadas de 
questionários e apenas as declarações que atingissem 90% ou mais de adesão eram incluídas 
no questionário seguinte. Os entrevistados foram selecionados aleatoriamente nas diversas 
regiões do país a partir da lista de e-mail de 2004 membros do “American College of 
Prosthodontists”. Quarenta e um voluntários responderam ao primeiro questionário, 39 ao 
segundo, restando 36 ao final do terceiro. Os 75 temas abordados no primeiro questionário, 
foram reduzidos na segunda fase de perguntas devido a falta de adesão nas respostas. No final 
da terceira fase de perguntas o MAP foi elaborado com as 18 declarações que obtiveram 90% 
ou mais de concordância. Desde então, esse consenso orienta a pesquisa científica por novas 
abordagens de modo que quaisquer alterações dos materiais e métodos estudados que não 
sacrifiquem os princípios determinados por ele estarão filosoficamente dentro de uma 
concepção apropriada. Mesmo que a opinião de especialistas seja considerada como o mais 
baixo nível de evidência, não há outros métodos disponíveis para obter um protocolo deste 
tipo e a técnica Delphi foi útil na obtenção do consenso. Este protocolo ajuda a avaliar 
técnicas clínicas que tentam reduzir o tempo e custos ao fornecer um serviço de qualidade que 
esteja em conformidade com o consenso descrito no MAP. O protocolo recomenda: 
 
Para a etapa de moldagem: 
- A moldagem final pode ser realizada de diferentes formas. A moldagem deve 
permitir que o operador tenha condição de obter uma correta delimitação da área chapeável, 
um assentamento da prótese com íntimo contato tecidual e o vedamento periférico. 
 
Para a relação entre arcos: 
- A linha média para os dentes anteriores superiores e o plano oclusal devem ser 
determinados pelo operador, e esta informação transferida por meio de alguns dentes e / ou 
pelas marcações e ajustes do plano oclusal; 
- O registro da posição de relação cêntrica e da desejável dimensão vertical de 
oclusão, deve ser realizado com um material de registro ou por meio do traçado intra-oral; 
26 
 
 
- A dimensão vertical de oclusão deve respeitar a presença do espaço funcional 
livre. Este espaço é apropriado para cada paciente e deverá ser suficiente para fisiologia da 
deglutição, fala e estética. 
 
Quanto a estética: 
- O arranjo dos dentes anteriores mostrará que o clínico e o técnico conciliaram a 
estética com a função observando uma variedade de fatores, tais como: perfil do tecido mole, 
fonética, plano oclusal de orientação, naturalidade e aparência ideal para cada paciente 
especificamente; 
- A decisão sobre à estética da prótese deve ser conduzida pelo clínico, mas o 
paciente deve fazer parte do processo. 
 
Quanto a forma do arco: 
- O alinhamento do arco dentário realizado pelo clínico deverá ocupar uma 
posição neutra para as forças musculares. 
 
Oclusão: 
- O esquema oclusal deve contribuir para a estabilidade das próteses durante a 
função. A intercuspidação deve permitir que o paciente possa retornar a esta posição durante a 
função sem que haja instabilidade da prótese ou desarmonia com os músculos e articulações; 
- Deverá haver contato em todos os dentes posteriores na posição de 
intercuspidação (oclusão cêntrica). 
 
Müller et al. (2007) estudaram a prevalência e a incidência do edentulismo e das 
perdas dos dentes em países europeus. A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio do 
Medline / PubMed, utilizando várias combinações de palavras chave em relação a prevalência 
e a incidência da perda dentária e do edentulismo. Os critérios de inclusão foram os estudos 
transversais e os longitudinais clínicos e os estudos que utilizaram questionários com 
amostras representativas e aleatórias de ≥ 100 indivíduos na avaliação inicial. Inferiram que 
existe uma falta de estudos epidemiológicos sobre edentulismo e sobre as perdas dos dentes 
em muitos países da Europa e a qualidade dos dados disponíveis variava consideravelmente. 
Os autores relatam que há um declínio do edentulismo coma diminuição da incidência da 
perda dos dentes nas últimas décadas, mas que há grande diferença na prevalência do 
edentulismo entre países, entre regiões geográficas do mesmo país e entre as diversas origens 
27 
 
 
dos grupos. Grande número de variáveis estão associadas à perda do dente, a população idosa 
apresenta maior número médio de dentes perdidos. A meta da organização mundial de saúde 
para a manutenção de pelo menos 20 dentes na idade de 80 anos ainda não foi atingida, 
embora esteja próxima em alguns países. 
Harwood (2008) enfatizou que o envelhecimento da população gera, 
consequentemente, o aumento do número de pacientes edêntulos total e parcial. Para o autor a 
multiplicidade de possibilidades reabilitadoras torna a escolha pelo melhor tratamento um 
desafio. A prótese dentária que será confeccionada deve apoiar em evidências fornecidas 
pelos ensaios clínicos randomizados, nas revisões sistemáticas e nos estudos observacionais. 
Barbato et al. (2008) estimaram a prevalência de perdas dentárias em adultos de 
35 a 44 anos de idade e testaram associações entre as perdas dentárias, as condições 
demográficas e socioeconômicas com a utilização dos serviços odontológicos. Foram 
analisados os dados de 13.431 participantes do estudo epidemiológico nacional de saúde bucal 
realizado em 2002-2003. O número de perdas dentárias (≤ 12 e > 12) foi o desfecho 
investigado. As variáveis independentes incluíram localização geográfica, gênero, cor da pele, 
idade, renda per capita, escolaridade, tempo decorrido desde a última consulta odontológica e 
tipo de serviço utilizado. Foram estimadas as razões de prevalência bruta ajustada por meio de 
regressão de Poisson. O edentulismo atingiu 9% da amostra; a mediana de dentes perdidos foi 
igual a 11. As perdas dentárias foram fortemente associadas com indivíduos residentes em 
zona rural, com as mulheres, com os mais pobres, com os de menor escolaridade e com 
aqueles de idade mais avançada. Usuários do serviço público e aqueles que consultaram 
dentista há mais tempo também apresentaram maior prevalência do agravo mesmo após o 
ajuste por variáveis socioeconômicas e demográficas. Este estudo demonstra a necessidade de 
uma reorientação do serviço público odontológico, visando à prevenção de novas perdas 
dentárias na população adulta por meio das políticas públicas de saúde e da prevenção 
voltadas especificamente para esta população. Existe a real necessidade de reabilitar os danos 
já instalados da maneira mais equânime possível com a implementação de serviços de 
próteses. Também se tornam imperativas políticas de inclusão social, visto que os brasileiros 
têm na boca um retrato claro das desigualdades existentes no conjunto da sociedade brasileira. 
Österberg et al. (2008) investigaram se o número de dentes aos 70 anos é um 
preditor independente de mortalidade. O delineamento foi um estudo populacional com quatro 
coortes realizado em Goteborg, Suécia. Os quatro coortes foram a data de nascimento com os 
nascidos em 1901/1902, 1906/1907, 1911/1912 e 1922 examinados de forma transversal aos 
70 anos de idade 1971/1972 (l), 1976/1977 (ll),1981/1982 (lll) e 1992/1993 (V). O número 
28 
 
 
total de participantes foi de 1803. Os dados de mortalidade foram coletados a partir dos 
registos nacionais de saúde da Suécia. Os modelos de regressão de Cox foram usados para 
medir a associação entre a mortalidade e o número de dentes com ajuste para covariáveis, 
como fatores de saúde, fatores socioeconômicos e de estilo de vida. A prevalência do 
edentulismo mostrou uma mudança significativa de 51% no primeiro coorte para 16% no 
último grupo. A taxa de mortalidade de 7 anos foi de 14% em mulheres e 28% nos homens, 
sendo maior em homens edêntulos nos dois últimos coortes (42% e 47%, respectivamente). O 
número de dentes foi um preditor significativo estatisticamente independente de mortalidade 
de 7 anos em ambos os sexos e de mortalidade de 18 anos nos homens. Os resultados 
mostraram que cada dente remanescente na idade 70 diminuiu o risco de mortalidade de 7 
anos em 4%. A diferença entre os indivíduos dentados com 20 ou mais dentes e os indivíduos 
edêntulos em relação à mortalidade de 7 anos era significativamente maior no último em 
relação ao primeiro grupo. O número de dentes foi um preditor significativo da mortalidade 
independente de fatores de saúde, status socioeconômico e estilo de vida. 
Felton (2009) realizou uma revisão de literatura para determinar as comorbidades 
existentes entre os pacientes totalmente edêntulos. O edentulismo completo é o resultado final 
de um processo multifatorial, envolvendo fatores biológicos e fatores relacionados com o 
paciente, representando uma tremenda demanda mundial para as políticas de saúde. Para a sua 
pesquisa o autor utilizou combinações do termo edentulismo em comorbidade com: 
incidência, saúde, nutrição, cancro, saúde cardiovascular, diabetes, osteoporose, tabagismo, 
asma, demência, e artrite reumatoide. Os autores relatam que o edentulismo é uma 
preocupação global, existindo uma estimativa para uma crescente demanda por próteses totais 
no futuro e que o paciente totalmente edêntulo parece estar em risco para várias doenças 
sistêmicas. Na cavidade oral a reabsorção crônica do rebordo residual continua a ser a 
principal complicação do edentulismo. Próteses confeccionadas corretamente juntamente com 
o estabelecimento das consultas de manutenção minimizam a reabsorção dos rebordos 
residuais. 
Carlsson (2009) acredita que a prótese total convencional como muitos outros 
procedimentos clínicos carecem de maiores evidências científicas, a falta de evidência torna o 
efeito do tratamento desconhecido. Por meio de uma revisão de literatura o autor selecionou 
artigos com as melhores evidências disponíveis. Para o autor existem muitas "velhas 
verdades" sobre os tratamentos com as próteses totais que se tornaram verdadeiros dogmas, 
sendo opiniões baseadas somente na crença e não na evidência científica. Como exemplo cita 
a falta de evidência para apoiar a indicação do arco facial e as teorias relacionadas a oclusão 
29 
 
 
em próteses totais removíveis. Conclui o trabalho afirmando que na era da odontologia 
baseada em evidência, as intervenções ineficazes deveriam ser eliminadas e as decisões 
tomadas baseadas nas melhores evidências disponíveis. 
Cooper (2009) chama a atenção do clínico sobre as limitações potenciais na 
abordagem do edentulismo. A qualidade das próteses, a morbidade relacionada e as 
alternativas relacionadas como os implantes dentários permitem planejamentos diferentes para 
o tratamento da população edêntula. Isto pode ser conseguido mediante a adoção de uma 
estratégia terapêutica mais ampla e não unicamente concentrando nos aspectos técnicos de 
uma prótese total. Uma ampla gama de características clínicas do paciente edêntulo devem ser 
abordadas. Uma estratégia contemporânea deve incluir preocupações com a prevenção da 
perda dos dentes, a avaliação da reabsorção do rebordo alveolar residual, análise das questões 
relacionadas com a função da prótese, avaliação contínua da saúde da mucosa bucal, 
acompanhamento periódico dos pacientes não-adaptados, justificativas reais para a 
necessidade de substituição das próteses e a consideração da possibilidade reabilitadora por 
meio dos implantes dentários. Para o autor a importância da qualidade técnica do tratamento 
instituído deve ser ressaltada, mas não superar as preocupações mais amplas para assegurar a 
saúde geral e o bem-estar da população edêntula. 
Carlsson e Omar (2010) fizeram uma avaliação sobre as tendências atuais das 
reabilitações protéticas descrevendo o possível futuro das próteses totais convencionais que 
têm sido por muito tempo a única opção de tratamento para muitos pacientes edêntulos totais. 
Embora haja uma tendênciada queda do edentulismo em vários países, na maioria das 
sociedades, devido ao envelhecimento da população, a necessidade de próteses totais não irá 
reduzir em futuro próximo. Enquanto um grande número de edêntulos relatam satisfação com 
o uso das próteses, um número menor é incapaz de se adaptar com as mesmas. Para esses 
pacientes, a sofisticação das técnicas ou mesmo a presença de uma qualidade favorável dos 
seus tecidos de suporte parecem ter pouca influência sobre a satisfação. Para os pacientes que 
não se adaptam com as próteses convencionais, a partir dos anos 1980, os implantes dentários 
osseointegrados melhoraram as possibilidades terapêuticas. Uma sobredentadura retida por 
dois ou mesmo um implante é cada vez mais considerada como o tratamento mínimo que 
deve ser ofertado para os pacientes em muitos países desenvolvidos. Os pacientes que têm 
condições de submeter ao tratamento com os implantes podem esperar por melhorias 
significativas das suas funções orais e consequentemente na sua qualidade de vida. Entretanto, 
a indicação desse tratamento como rotina para a maioria não é realista, sendo que para muitos 
até mesmo as próteses totais convencionais são uma realidade distante. Os autores ressaltam 
30 
 
 
que é necessário melhorar a qualidade de vida dos pacientes edêntulos e para isso é 
importante que os pesquisadores, os educadores e os clínicos do mundo desenvolvido estejam 
atentos para as necessidades das populações com menos recursos. 
Critchlow e Ellis (2010) revisaram a literatura sobre os indicadores de 
prognósticos para o tratamento com PTs. Foram selecionados os artigos que estudaram 
medidas de desfechos e a satisfação dos pacientes usuários de PTs. Os autores relataram haver 
poucas evidências sobre a forma tecnicamente correta para a confecção das próteses totais. 
Um rebordo bem preservado e o correto relacionamento maxilomandibular são indicadores 
positivos para o sucesso. A limitação psicológica ao uso da prótese e a presença de uma crista 
mandibular mal preservada são indicadores negativos para a PT. Nenhum outro indicador 
parece apresentar um valor de prognóstico significativo. Existe uma minoria de pacientes que 
nunca irão se adaptar a qualquer prótese total convencional, sendo este problema mais agudo 
na mandíbula que na maxila. 
Felton et al. (2011) estabeleceram um protocolo com 15 diretrizes baseadas em 
evidências para o cuidado com a prótese total e para a sua manutenção. A necessidade de 
estabelecer essas orientações se justifica no grande número de edêntulos na população 
mundial. Nos Estados Unidos, enquanto a incidência do edentulismo continua a diminuir, o 
crescimento rápido da população juntamente com as condições econômicas sugere que o 
edentulismo e a necessidade do uso das PTs se manterão como os números atuais ou mesmo 
crescerão. Infelizmente, as diretrizes baseadas em evidências para o cuidado e manutenção 
das próteses totais removíveis não existem. Em 2009 o “American College of 
Prosthodontists” (ACP) formaram uma força-tarefa para estabelecer diretrizes baseadas em 
evidências para o cuidado e manutenção de próteses totais. A força-tarefa foi composta pelos 
membros do ACP, da “Academy of General Dentistry”, da “American Dental Association” 
(ADA) e do “American Dental Association Council on Scientific Affairs”, da “American 
Dental Hygienists' Association”, da “National Association of Dental Laboratories” e da 
“Glaxo Smith Kline (Consumer Healthcare)”. O processo de revisão incluiu a avaliação de 
mais de 300 resumos e seleção de mais de 100 artigos que preencheram os critérios de 
inclusão. Foi formulado então o protocolo com 15 diretrizes baseadas em evidências para o 
cuidado com a prótese total e para a sua manutenção. Essas diretrizes foram revisadas por 
clínicos especialistas das organizações participantes e foram publicadas em fevereiro de 2011 
na edição do “The Journal of the American Dental Association” com ampla distribuição para 
a comunidade odontológica. As 15 recomendações foram: 1) remoção diária do biofilme 
bacteriano presente na cavidade oral e na prótese; 2) fazer a imersão da prótese e escovar fora 
31 
 
 
da boca com produto não-abrasivo; 3) fazer limpeza anual da prótese pelo profissional; 4) 
Nunca colocar a prótese em água fervente; 5) Não embeber a prótese em água sanitária ou em 
produtos que contenham hipoclorito de sódio por períodos superiores a 10 minutos; 6) 
armazenar a prótese imersa em água para evitar que deforme; 7) Os adesivos podem ser 
utilizados; 8) Os adesivos melhoram a percepção do usuário de prótese com relação a 
retenção, a estabilidade e a qualidade de vida; 9) Não há evidência sobre os efeitos dos 
adesivos por períodos superiores a 6 meses. Assim, o uso prolongado deve ser acompanhado 
pelo profissional; 10) Não usar adesivo contendo zinco, pois provocam efeitos sistémicos 
adversos; 11) O adesivo deve ser usado em quantidade mínima; 12) Os adesivos devem ser 
completamente removidos da prótese e da cavidade oral; 13) Se for necessária a utilização de 
quantidades crescentes de adesivo o paciente deve consultar um profissional para avaliar o 
ajuste e a estabilidade das próteses; 14) Não é recomendado o uso ininterrupto das próteses; 
15) Realizar avaliação profissional anual da cavidade oral. 
Medeiros et al. (2012) juntaram os desfechos, edentulismo e uso da prótese, e 
associaram a necessidade de PTs aos dados sociodemográficos e ao acesso para adultos e 
idosos em um município no Nordeste do Brasil (Bayeux/PB). No Brasil, a população idosa 
cresce com o aumento da expectativa de vida constituindo uma responsabilidade aos gestores 
públicos para a construção de um planejamento efetivo de políticas públicas com uma oferta 
de tratamento adequada baseada no conhecimento epidemiológico. Para a saúde bucal o mais 
importante indicador dessa população é o edentulismo. O exame das condições bucais foi 
realizado por um examinador previamente calibrado em uma amostra probabilística de adultos 
(n=64) e idosos (n=22), de acordo com os critérios estabelecidos pela OMS. Os dados foram 
analisados mediante estatística descritiva e regressão logística (p-valor<0,10). Os fatores de 
risco identificados para necessidade de prótese foram: idade (OR = 1.07); necessidade de 
tratamento dentário autorreferido (OR = 32,02); ter procurado o dentista para extração 
dentária (OR = 5,58) e tratamento (OR = 14,69). Os autores concluíram que a prevalência do 
edentulismo em adultos e idosos no município foi alta, existindo necessidade expressiva de 
PT. A maior necessidade de prótese era dos idosos que solicitaram tratamento odontológico e 
cujo motivo da consulta era realização de exodontia ou tratamento. O envelhecimento 
populacional e suas implicações se configuram como um dos grandes desafios para a saúde 
pública contemporânea. Foi possível verificar que houve atraso com relação à priorização da 
atenção à saúde do idoso e à importância do impacto do envelhecimento populacional no 
sistema publico de saúde o que gera atualmente a necessidade de mudanças de caráter 
urgencial dos modelos assistenciais. 
32 
 
 
Cardoso et al. (2016) examinaram as taxas de edentulismo no Brasil e fizeram 
projeções para os próximos anos. Os dados foram coletados dos três censos nacionais de 
saúde bucal e o percentual de arcadas edêntulas foi calculado. Foram feitas projeções para 
2020, 2030 e 2040, assumindo que o edentulismo segue uma função logística, também foram 
realizadas projeções populacionais. A variação anual da proporção de arcadas edêntulas foi de 
-0,04% para jovens, -0,96% para adultos e 0,76% para idosos. Até 2040, o percentual de 
arcadas edêntulas será virtualmente zero entre jovens, 1,77% entre adultos e 85,96% entre 
idosos. O número de jovens vai diminuir levemente, o de adultos vai aumentar e depois 
diminuir e o de idosos vai continuaraumentando até 2040. Para jovens e adultos, o número de 
arcadas edêntulas vai diminuir, aproximando-se de 616.000 em 2040. Entretanto, para os 
idosos, este número vai aumentar alarmantemente, alcançando mais de 64 milhões em 2040 o 
que representa 85,96% de indivíduos com necessidade de próteses totais em uma ou ambas as 
arcadas. O edentulismo está diminuindo no Brasil entre jovens e adultos, mas está 
aumentando e continuará a aumentar nas próximas décadas entre os idosos. A necessidade de 
próteses totais entre os idosos também continuará aumentado. 
 
2.2 Satisfação do paciente x Qualidade de vida associada à saúde bucal 
 
Slade e Spencer (1994) desenvolveram o questionário Oral Health Impact Profile 
(OHIP) para mensurar o impacto das disfunções orais na qualidade de vida. O OHIP com 
quarenta e nove perguntas foi derivado de 535 declarações obtidas das entrevistas de 64 
pacientes sobre as consequências das condições patológicas bucais. As 49 questões abordadas 
no questionário foram distribuídas em sete domínios: limitação funcional; dor física; 
desconforto psicológico; incapacidade física; incapacidade psicológica; incapacidade social e 
limitações. Foi avaliada em 328 voluntários usando o método de comparações pareadas. O 
Oral Health Impact Profile foi um instrumento válido e confiável para a medição detalhada 
do impacto da saúde bucal na qualidade de vida dos indivíduos e tem benefícios potenciais 
para orientar a tomada de decisão clínica como também em pesquisa. 
Allison et al. (1999) compararam os resultados obtidos pelo questionário OHIP 
em uma amostra australiana com aqueles gerados por uma amostra de canadenses de língua 
inglesa e outra de canadenses de língua francesa. O OHIP é a medida da qualidade de vida 
relacionada com a saúde oral desenvolvido na Austrália, mas que está sendo usado cada vez 
mais em outras populações. Tendo em vista a natureza culturalmente específica das 
percepções da saúde das pessoas, se quisermos fazer comparações entre populações 
33 
 
 
relacionando a saúde oral com a qualidade de vida, a equivalência transcultural dos 
instrumentos precisa ser verificada. No estudo as comparações foram realizadas dentro dos 
grupos por idade. Os itens e domínios utilizados para as 2 amostras de população canadense 
eram idênticos aos desenvolvidos na Austrália, embora uma tradução formal francesa tenha 
sido usada para a abordagem na língua francesa. As comparações foram feitas por meio de 
“rankings” dos pesos intra domínios. As comparações das grandezas de pesos mostraram que 
mesmo quando os itens foram classificados de forma semelhante, as magnitudes podem ser 
bastante diferentes. Estes resultados sugerem um grau razoável de consistência transcultural 
fornecendo validade ao OHIP canadense. 
Yoshida et al. (2001) fizeram a correlação entre a qualidade de vida relacionada a 
saúde bucal (QVSB) e a satisfação com as próteses totais em usuários idosos. Um novo 
método para quantificar a QVSB foi desenvolvido e utilizado em 2.079 voluntários idosos 
(idade ≥ 65 anos). Foram realizadas avaliações em 13 domínios para a satisfação geral em 
relação a vida diária (comer, problemas de saúde, exercício diário, fadiga, qualidade do sono, 
facilidade de comunicação, conforto físico, envelhecimento, solidão, trabalho, passatempos, 
vida social e problemas econômicos). Em seguida, a correlação entre a QVSB e a satisfação 
com a prótese foi realizada para 84 usuários de próteses totais selecionados aleatoriamente da 
população do estudo. Os resultados demonstraram que idosos edêntulos satisfeitos com suas 
vidas diárias também estavam satisfeitos com as suas próteses totais. 
Wong et al. (2002) traduziram a versão original em Inglês do Oral Health Impact 
Profile (OHIP) para a versão chinesa. Um total de 586 idosos com idade entre 60-80 anos 
foram entrevistados e examinados clinicamente por dois dentistas calibrados. Informações 
demográficas e das condições de saúde bucal dos voluntários foram recolhidas. O alfa de 
Cronbach variou 0,69-,84 e o coeficiente de correlação teste-reteste variou 0,72-0,92. A 
validade da obtenção da versão chinesa traduzida foi apoiada pela constatação de que os 
OHIP-49 e seus domínios tiveram aumento da pontuação quando o estado de saúde bucal do 
voluntário mudou de saudável para insalubre. Além disso, aqueles que tinham uma 
necessidade de tratamento odontológico tiveram uma maior média nos domínios do OHIP-49 
e do OHIP chinês em comparação com aqueles que não tinham. A versão chinesa traduzida 
do OHIP demonstrou boa validade e confiabilidade. Ela está disponível para o uso por 
pesquisadores em saúde relacionados com QVSB em populações idosas chinesas. 
Allen e Locker (2002) desenvolveram uma versão abreviada do Oral Health 
Impact Profile (OHIP) para ser usada em pacientes edêntulos. Os dados foram coletados a 
partir do estudo em idosos no Canadá e em um ensaio clínico longitudinal sobre próteses 
34 
 
 
retidas por implantes realizado no “dental hospital Newcastle” do Reino Unido. Todos os 
indivíduos canadenses preencheram o OHIP no início do estudo, os voluntários do Reino 
Unido também preencheram o OHIP após a conclusão do tratamento. Usando o método de 
redução de impacto, uma versão encurtada do OHIP (chamada OHIP-EDENT 14) foi 
derivada dos conjuntos de dados obtidos de ambos os grupos. Discriminantes de validade da 
versão modificada OHIP-14 foram comparados com os da versão OHIP-49. Usando um 
método de impacto para redução dos 49 itens do OHIP, foram formados subconjuntos muito 
semelhantes para ambas as populações canadenses e britânicas. As propriedades 
discriminantes de validade do OHIP-EDENT foram semelhantes no OHIP-14 e no OHIP-49. 
Usando o efeito dos tamanhos para a avaliação da sensibilidade à mudança, o OHIP-14 
pareceu mensurar as alterações na qualidade de vida de forma tão eficaz quanto o OHIP-49. 
John et al. (2002) relataram o desenvolvimento da versão alemã do Oral Health 
Impact Profile (OHIP). Os 49 itens originais foram traduzidos. A princípio associações 
hipotéticas entre a soma dos pontos do OHIP e os auto relatos da saúde bucal de cinco 
distúrbios orais foram confirmados em uma amostra aleatória da população geral (n=163, 
idade 20-60 anos). Estas associações foram interpretadas como suporte para a validade da 
construção. A capacidade de resposta do instrumento, como indicado por uma mudança do 
resumo da pontuação média (45,0-28,3) do OHIP foi criada em 67 pacientes consecutivos 
tratados para a DTM desordem temporomandibular (idade 19-85 anos; 72% mulheres). A 
confiabilidade teste-reteste foi demonstrada por coeficientes de correlação que variaram de 
0,63-0,92. A consistência interna foi alta (alfa de Cronbach>0,74). As propriedades 
psicométricas do OHIP-G o tornam um instrumento adequado para a avaliação da QVSB em 
estudos transversais bem como nos estudos longitudinais. 
Allen e McMillan (2003) realizaram um ensaio clínico longitudinal envolvendo 
103 voluntários para avaliação do impacto do tratamento com implante oral sobre o bem-estar 
psicossocial de indivíduos com problemas com as próteses totais convencionais. Foram quatro 
grupos: (1) queria implante / com implante: voluntários eram edêntulos mandibular, 
solicitaram implantes e receberam implantes para reter a prótese; (2) queria implante / sem 
implante: voluntários edêntulos mandibular solicitando implante, mas que receberam próteses 
convencionais; (3) queria substituição: solicitando a substituição de suas próteses por meios 
convencionais; (4) indivíduos dentados que solicitaram tratamentos de rotina e que foram 
incluídos no estudo como controle. Os dados do estado de saúde foram coletados em cada 
grupo antes e após o tratamento utilizando os instrumentos OHIP-EDENT e o SF36. O SF36 é 
um instrumento de medida do estado de saúde desenvolvido nos Estados Unidos, a versão 
35 
 
 
britânica dessamedida foi utilizada nesse estudo. O SF36 é composto por 35 declarações 
divididas em oito domínios: capacidade física, capacidade social, importância da limitação 
física, importância da limitação emocional, saúde mental, vitalidade, dor e percepção da saúde 
em geral. Houve também uma solicitação para que os voluntários fizessem uma comparação 
de seu estado de saúde atual com o de um ano atrás. Os voluntários do grupo 1, 2 e 3 também 
preencheram uma escala de satisfação (EVA) para as próteses. Tanto os voluntários do grupo 
1 quanto os do grupo 2 apresentaram após a perda dos dentes dificuldades em adaptar com as 
próteses. Esses dois grupos (1 e 2) apresentaram um valor para o OHIP-EDENT muito maior 
provocando um impacto na qualidade de vida maior que o dos voluntários que procuraram 
pelo tratamento com as próteses totais convencionais (grupo 3). Os indivíduos dentados 
(grupo 4) tiveram QVSB muito melhor em comparação com todos os indivíduos de PTs 
(grupos: 1, 2 e 3). Após o tratamento, os indivíduos que receberam próteses 
implantossuportadas (grupo 1) relataram uma melhora significativa na satisfação e na QVSB, 
assim como indivíduos que solicitaram e receberam próteses convencionais (grupo 3). Os 
indivíduos que solicitaram implantes, mas receberam próteses convencionais (grupo 2), 
apresentaram pouca melhora da satisfação com a nova prótese e apenas uma modesta 
melhoria em sua QVSB. Nenhum dos indivíduos que usava prótese (grupos 1, 2 e 3) 
apresentou QVSB tão boa quanto a dos indivíduos dentados. 
Awad et al. (2003) compararam a satisfação e a QVSB de pacientes tratados com 
sobredentaduras com a satisfação dos pacientes tratados com PTs. Sessenta voluntários 
edêntulos, com idade entre 65 e 75 anos foram divididos aleatoriamente em dois grupos: 1- 
reabilitados com próteses convencionais superiores e com prótese convencional mandibular (n 
= 30); 2- reabilitados com prótese convencional superior e uma sobredentadura suportada por 
dois implantes com retentores de esferas na mandíbula (n = 30). Os indivíduos classificaram a 
sua satisfação geral, bem como outras características de suas próteses (conforto, estabilidade, 
capacidade de mastigar, fala, estética e capacidade de limpeza) na fase inicial do tratamento e 
2 meses após a entrega da prótese. Mudanças nas avaliações sobre o Oral Health Impact 
Profile original (OHIP) e sua forma curta (OHIP-EDENT) também foram utilizadas como 
indicadores da QVSB. No desfecho primário deste estudo, as classificações de satisfação 
geral realizada dois meses após a entrega foi significativamente melhor no grupo tratado com 
sobredentadura com dois implantes mandibulares (P<0,001). O grupo de implante apresentou 
classificações significativamente mais elevadas para o conforto, a estabilidade e a capacidade 
de mastigar. Além disso, os indivíduos que receberam sobredentaduras sobre dois implantes 
mandibulares tiveram um número significativamente menor para o OHIP-EDENT do que o 
36 
 
 
grupo convencional. Os resultados de curto prazo sugerem que as sobredentaduras sobre dois 
implantes mandibulares combinadas com próteses convencionais maxilares proporcionam 
uma melhor função e uma maior QVSB do que as próteses convencionais. 
Larsson et al. (2004) traduziram o Oral Health Impact Profile (OHIP) para o 
sueco e avaliaram a confiabilidade e a validade da versão sueca (OHIP-S). O OHIP é um 
questionário autoaplicável com 49 perguntas, divididas em 7 domínios diferentes. Um total de 
145 indivíduos participaram e responderam ao questionário. Estes voluntários foram divididos 
em cinco grupos separados clinicamente por: com disfunção temporomandibular (DTM) (n = 
30), com Síndrome de Sjögren (SS) (n = 30), com sensação de ardor e dor na mucosa oral 
(OMP) (n = 28), com má oclusão esquelética (má oclusão) (n = 27) e pacientes com padrão 
dentário normal (controles) (n = 30). O grupo da DTM e o grupo controle participaram de um 
procedimento de teste-reteste. A confiabilidade interna de cada sub escala foi considerada alta 
com α de Cronbach variando de 0.83-0.91. A estabilidade teste-reteste do instrumento variou 
0,87-0,98. A confiabilidade e a validade do OHIP-S foram excelentes. O resultado da 
aplicação do teste mostrou que o instrumento conseguiu diferenciar grupos de pacientes com 
tipos de limitações funcionais distintas, como também os indivíduos saudáveis. O OHIP-S 
pode ser recomendado para avaliar o impacto da saúde bucal na capacidade mastigatória e na 
função psicossocial. 
Ikebe et al. (2004) usaram o OHIP-14 para avaliar o impacto da doença oral sobre 
a qualidade de vida de um grupo de idosos em uma área urbana do Japão. O total de 1244 
voluntários residentes na comunidade participaram do estudo. A confiabilidade interna para 
os 14 itens gerais foi muito alta (alfa de Cronbach = 0,95). O relato da 'dor / doloroso' e do 
“desconfortável para comer” foram os dois itens mais altamente registados com a soma da 
pontuação média do OHIP-14. A análise de regressão logística múltipla indicou que a soma 
da pontuação OHIP-14 tinha associação significativa com a auto-avaliação da saúde geral e 
uma percepção da necessidade de tratamento odontológico. No entanto, a idade, o sexo, a 
insatisfação com a situação financeira ou o nível de escolaridade não foram 
significativamente associados com a soma do OHIP-14. Em comparação com a de outros 
países, os itens foram classificados de forma semelhante, ao passo que as magnitudes dos 
problemas percebidos foram bastante diferentes aos de outra população. O OHIP-14 japonês 
teve uma alta confiabilidade interna e foi significativamente associado com a condição 
dentária tendo a classificação dos itens comparável com estudos de outros países. 
Forgie et al. (2005) avaliaram o perfil do impacto na saúde oral (OHIP) sobre 
edêntulos que precisavam substituir suas próteses da Escócia e da Inglaterra e determinaram 
37 
 
 
se houve alguma mudança no impacto da QVSB quando da substituição das próteses antigas 
pelas próteses novas. O OHIP é um instrumento usado para medir a percepção das pessoas do 
impacto das disfunções orais em seu bem-estar. Um total de 58 indivíduos edêntulos foram 
voluntários que completaram os questionários OHIP-14 antes e após receberem novas 
próteses totais. Eles também avaliaram características específicas das próteses superiores e 
inferiores. As respostas foram registadas numa escala de Likert. Os resultados mostraram que 
para muitas perguntas as respostas do questionário anterior ao tratamento ficaram no extremo 
inferior da escala de Likert, indicando que não houve grandes impactos em parâmetros da 
vida relacionados com a qualidade de saúde oral. Após o tratamento houve melhorias 
significativas em quatro dos 14 parâmetros avaliados no OHIP. Com as novas próteses os 
pacientes expressaram maior satisfação, particularmente com a prótese inferior. Não houve 
grandes diferenças entre as respostas da população da Escócia e da Inglaterra. Embora haja 
necessidade de substituição de suas próteses após um período de desgaste, isto não significa 
necessariamente impactos sociais significativos. O fornecimento de novas próteses não 
resultou em grandes mudanças para o OHIP. 
Scott et al. (2006) avaliaram se o OHIP e a satisfação dos pacientes edêntulos que 
receberam próteses novas sinalizava mudanças da percepção do voluntário com as próteses 
que possam ter impactado na QVSB. Duas técnicas de confecção das próteses foram 
utilizadas no estudo: a técnica convencional e a técnica da cópia da prótese antiga. O OHIP é 
um instrumento usado para medir a percepção do impacto das disfunções orais no bem-estar 
das pessoas. Mudanças no OHIP podem ocorrer quando os indivíduos precisam ter suas 
próteses totais substituídas. Além disso, é possível que o método pelo qual as próteses foram 
construídas podem ter impacto sobre este. Um total de 65 indivíduos edêntulos participaram 
do estudo.

Continue navegando