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Manejo integrado de pragas e agroecologia

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AGROECOLOGIA E O MANEJO INTEGRADO
A partir da década de 70, a Revolução Verde ganhou grande força no mundo, inclusive no
Brasil. A partir disso, a utilização de químicos, sobretudo agrotóxicos, tornou-se uma prática
recorrente até os dias atuais para o combate de pragas. No entanto, existem uma série de
problemas que o uso desregrado pode trazer, sendo necessário, pois, a disseminação de
manejos integrados como soluções para a diminuição do uso dessas substâncias químicas.
A aplicação em excesso de agrotóxicos não traz somente prejuízos financeiros na compra
desses insumos, mas também um desequilíbrio ambiental, problemas na qualidade do solo e
da água. Isso ocorre pois além de exterminar as pragas, os seres benéficos para as culturas
também são erradicadas. Além disso, a natureza está em constante evolução e as pragas
podem se adaptar, tornando-se resistentes. Outro fato é que o uso exacerbado, e inadequado,
podem prejudicar a saúde tanto dos produtores quanto dos consumidores, levando a
problemas como o câncer.
Em vista dos fatos mencionados, o MIP surge como outra forma de controlar as pragas
visando a extrair o máximo potencial agrícola de uma produção. Em um primeiro momento, é
necessário a realização da amostragem para a avaliação da situação da propriedade, já que
muitas vezes um controle não precisa ser feito de acordo com as condições. Isso possibilita,
além da tomada de decisão para o prosseguimento do MIP, maior conhecimento sobre a área.
Dessa forma, integrando conhecimentos sobre as pragas existentes em uma área e seus
inimigos naturais, sobre a cultura e o estado da área (clima, umidade, estado do solo, água,
etc.) é possível traçar caminhos para um trabalho que seja sustentável.
Sendo assim, existem diversos métodos que podem ser colocados em prática para manter as
populações de pragas abaixo do dano econômico. Muitos deles são de caráter agroecológico e
de baixo custo, às vezes recursos até presentes nas propriedades, o que permite segurança ao
produtor e economia. Algumas dessas técnicas são a de escape, controles físicos e biológicos.
Em relação ao último mencionado, é muito recorrente a busca pelos inimigos naturais da
praga, como joaninhas. Na procura de uma manejo alternativo, é muito comum a fabricação
de caldas agroecológicas como uma maneira de se evitar agrotóxicos.
Por consequência, a utilização do manejo integrado incentiva o desenvolvimento de pesquisas
que auxiliam diversos produtores e melhoram as qualidades de trabalho e dos produtos. Outro
benefício é que, aliado com técnicas agroecológicas, há um desvio mínimo daquilo que é
natural do ambiente, mantendo o equilíbrio ecológico e colaborando para a perpetuação das
variedades de espécies sem que a produção seja interrompida. Pode-se concluir também que
além de serem técnicas muito importantes para as grandes plantações - que necessitam
urgentemente de mudarem sua forma de plantio para uma produção que respeite mais os
limites dos sistemas - o MIP também é muito importante para os médios e pequenos
produtores, pois assim eles terão mais conhecimentos não só sobre as pragas em potencial nas
áreas, mas também sobre a própria cultura, buscando formas alternativas de lidar com suas
propriedades e obterem mais lucros, o que é muito significativo já que eles abastecem a maior
parte do mercado interno brasileiro.
Portanto, é de extrema importância a divulgação do manejo integrado de pragas, não somente
aquilo que está relacionado com métodos como os culturais, mecânicos, físicos,
comportamentais, genéticos, regulatórios ou biológicos, mas o próprio método químico para
que ele seja usufruída de forma eficaz e segura, respeitando limites econômicos, sociais e
ecológicos.

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