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63.040 MPa 64.081 MPa 63.065 MPa ARTIGO TÉCNICO Pré-carga de parafusos no Workbench Com a força Fi, a tensão de tração obtida no parafuso é , sendo Para o padrão ISO: Onde d é o diâmetro externo e p o passo em mm. Efetuando o cálculo analítico em um parafuso M16x2.0x60 e admitindo-se Fi=10000 N, obtém-se: rabalhar com pré-carga em parafusos pode ser algo bem trabalhoso, especialmente pela dificuldade em se obter a força de pré-carga, produzida pelo torque T de aperto. Existem vários métodos para se modelar esse fenômeno, incluindo análises térmicas para induzir tensões na estrutura ou mesmo criando elementos de viga conectados por elementos rígidos, submetidos a tensões compressivas. O recurso “Bolt Pretension” presente no ANSYS Workbench, permite ao engenheiro uma forma simples de se trabalhar, bastando somente especificar a força de aperto ou o ajuste de pré-carga. De fato, o uso do “Bolt Pretension” é bom exemplo da filosofia “user-friendly” presente no ambiente de simulação do ANSYS Workbench. Dentro do ambiente de simulação, a face selecionada é usada como guia para o comando PSMESH. Isto significa que basta selecionar uma superfície cilíndrica para definir a pré- carga. Primeiramente, o ANSYS Workbench Simulation utiliza a metade da face selecionada para fazer a divisão na malha e criar o elemento de pré-carga. A divisão da malha é feita através do comando PSMESH e o elemento de pré-carga PRETS179 se encarrega de criar equações de restrição entre os deslocamentos das partes. Como funciona? 2. Cálculo da tensão de tração no Workbench O procedimento para a validação do cálculo analítico no Uma forma não usual mas possível de se validar o cálculo analítico de pré-carga é através de uma análise termomecânica. Nesta metodologia, a temperatura é ajustada de tal forma que o campo térmico induza tensões similares à tensão mecânica obtida analiticamente. O parafuso é dividido em três componentes, onde o componente central terá temperatura negativa e os demais componentes deverão ter temperatura ambiente, para não gerar tensões residuais. Este método é de tentativa e erro, pois além da temperatura, a rigidez da junta é fundamental para o cálculo da tensão, podendo variar muito com o simples fato de mudar as condições de contorno no modelo. Workbench é bem simples, bastando modelar a geometria do parafuso e apli- car o BOLT. É importante salientar que, para obter a equivalência entre os mo- delos, é importante ajustar o diâmetro do parafuso, de acordo com a relação: Diâmetro Médio: 1.Cálculo analítico da tensão de tração Dado o torque de aperto T, obtém-se a força de tração axial Fi pela seguinte equação: O recurso “Bolt Pretension” é um bom exemplo da filosofia user-friendly presente no ambiente Workbench O resultado obtido é: Resultados obtidos na análise termomecânica: 63.995 MPa 63.714 MPa www.esss.com.br ARTIGO TÉCNICO Vamos imaginar agora uma situação onde temos o interesse de simular uma estrutura com muitos parafusos. Como é sabido, simular o problema com uma boa malha em todos os parafusos terá um custo computacional muito elevado. Nesses casos, é possível adotar outra metodologia, excluindo o parafuso em si e unindo as partes através de elementos de vigas, conectadas por elementos rígidos nas extremidades. Todo o desenvolvimento é feito através de uma macro, onde cada parte é interligada por um “chuveiro” de rígidos a elemento MPC184, especificamente na região central do furo. Entre os dois elementos rígidos, é colocado um elemento de viga, o LINK10. Em cada extremidade da viga é aplicada uma força F, com direções opostas. Essa força F deve ser encontrada na tentativa e erro para cada modelo. Uma segunda macro é adicionada na seção de post- processing, com a finalidade de obter a tensão axial de tração no elemento viga e exportar esse valor para um arquivo .txt, localizado dentro da pasta de resultados do Worbench. 63.912 MPa Resultados: ESEL,S,TYPE,,101 ! Seleciona o elemento 101 etable,SAXL,LS,1 ! Obtém a tensão axial no elemento e salva em uma TALBE SSUM *get,ten_axial,ssum,0,item,SAXL ! Cria uma variável TEN_AXIAL com o valor de tensão parsav,scalar,Tensao_Axial,txt ! Exporta o parâmetro TEN_AXIAL para um arquivo .txt ALLSEL,ALL /prep7 ET,100,MPC184 KEYOPT,100,1,1 ET,101,LINK10 KEYOPT,101,2,1 KEYOPT,101,3,1 R,101,156.68,1e-8 *get,maxnode,node,0,num,max ! Maior número de nó dentro do modelo mastnode=maxnode+1 csys,12 ! Seleciona o sistema de coordenadas 12 n,mastnode,0,0,0 ! Primeiro MASTER NODE csys,0 ! Volta para o sistema de coordenadas Global cmsel,s,Furo_1,node ! Seleciona os nós do Furo_1 nsel,a,node,,mastnode ! Seleciona também o mastnode type,100 ! Seleciona o tipo 100: MPC184 *get,maior,node,0,num,max ! Maior número de nó dentro da seleção atual *get,menor,node,0,num,min ! Menor número de nó dentro da seleção atual *do,info,menor,maior,1 *get,vivo,node,info,nsel ! Informa se o nó número (cont) está selecionado ou não *if,vivo,eq,1,and,mastnode,ne,info,then ! Não é possível ligar o rígido com o master node e,mastnode,info ! Cria o grupo de rígidos *endif *enddo allsel,all ! Volta a selecionar todo o modelo mastnode3=mastnode+1 ! Cria o segundo MASTER NODE csys,13 ! Seleciona o sistema de coordenadas 13 n,mastnode3,0,0,0 ! Segundo MASTER NODE csys,0 ! Volta para o sistema de coordenadas Global cmsel,s,Furo_3,node ! Seleciona os nós do Furo_3 nsel,a,node,,mastnode3 ! Seleciona também o mastnode3 type,100 ! Seleciona o tipo 100: MPC184 *get,maior,node,0,num,max ! Maior número de nó dentro da seleção atual *get,menor,node,0,num,min ! Menor número de nó dentro da seleção atual *do,info,menor,maior,1 *get,vivo,node,info,nsel ! Informa se o nó número (cont) está selecionado ou não *if,vivo,eq,1,and,mastnode3,ne,info,then ! Não é possível ligar o rígido com o master node e,mastnode3,info ! Cria o grupo de rígidos *endif *enddo allsel,all ! Volta a selecionar todo o modelo type,101 ! Seleciona o tipo 101: LINK10 real,101 ! Seleciona as constantes do elemento LINK10 e,mastnode,mastnode3 ! Cria um elemento entre os MASTER NODES F,mastnode,FZ,-19000 ! Aplica a Força1 F,mastnode3,FZ,19000 ! Aplica a Força2 FINISH /SOLU É importante lembrar que o elemento LINK10 não transmi- te momento e, caso deseja-se este efeito, pode-se substituí-lo por um elemento de viga, tal como o BEAM189. Neste presente artigo, apresentou-se algumas formas de modelagem de pré-carga em parafusos. Utilizando o Workbench, a facilidade de representar parafusos sem modelar a rosca é um grande atrativo. A combinação de detecção automática de contatos, gerador de malha otimizado e facilida- de no uso da ferramenta “Bolt Pretension”, faz da plataforma Workbench uma ferramenta muito intuitiva e produtiva. www.esss.com.br
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