Buscar

Ação Popular

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

4
Ação Popular. 
	Inicialmente, cumpre destacar que a ação popular é uma ferramenta constitucional, disposta no artigo 5º, inciso LXXIII da Constituição/88, que tem como objetivo, ser ajuizada por ocorrência das hipóteses de lesão ou perigo de lesão ao patrimônio público, seja ele material ou imaterial.
	Relativamente a propositura da ação popular, podemos verificar que todo e qualquer cidadão brasileiro, maior, e em poder de suas faculdades mentais, pode vir a propor a presente, contudo, a comprovação de regularidade de sua situação eleitoral é ponto indispensável para que este esteja apto para figurar no polo ativo.
	A ação popular simboliza um remédio constitucional, que é utilizado como ferramenta de fiscalização do uso dos recursos públicos, sendo seu principal objetivo o de promover a reparação diante de ato lesivo, ou até mesmo, como meio para impedir a prática destes. Nela é possível realizar pedido liminar, a fim de impedir a concretização de ilícito que possa ensejar em prejuízos ao Estado.
	Acerca disso, Lenza (2021, p. 76) destaca o seguinte:
“A ação popular é instrumento de proteção dos interesses difusos. O autor ressalta ainda que o objeto da ação popular foi muito ampliado, tendo o texto da CF/88 incluído a proteção à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, enquanto as Constituições anteriores se limitaram a autorizar que a ação popular fosse ajuizada diante de atos lesivos ao patrimônio estatal.”
Em relação da necessidade de se proteger o patrimônio material, nossa Constituição/88, disciplina, de modo amplos, a amplitude do que pode vir a ser discutido em sede de ação popular. Nesta seara, o já mencionado autor, estabelece que as “entidades de que o Estado participe”, relacionadas no texto constitucional atingem a todas as entidades da administração, seja ela direta ou indireta, podendo serem incluídas as empresas públicas e as sociedades de economia mista, uma vez que, o objeto que se trata a presente ação, é a proteção do patrimônio material e imaterial de quaisquer pessoa jurídica, as quais tenham recebido recursos públicos.
Acerca dos atos que podem vir a ser discutidos na ação popular, Theodoro Jr. (2020, p. 79) destaca o seguinte:
“Podem ser discutidos na ação popular os atos nulos ou anuláveis, de acordo com a lei que disciplina o tema – Artigos 2º e 3º da Lei nº 4.717/65, sendo que o rol descrito na lei não é taxativo, cabendo analisar no caso concreto se o ato ilegítimo e lesivo estaria abrangido nas hipóteses de discussão por meio da ação popular.”
Assim sendo, segue o rol descrito pelo autor:
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
Nesta linha, Meirelles, Mendes e Wald (2019, p. 109) explicam que:
“A ação popular é instrumento voltado à anulação de contratos administrativos, atos administrativos ou qualquer espécie de ato que a ambos possa ser considerado equivalente. O procedimento da ação popular é o comum, com algumas alterações pontuais.”
O que os autores citados se referem é acerca da ilicitude ainda na origem do ato impugnado, como não sendo requisito para a sua discussão em sede de ação popular, sendo portanto, imprescindível, a verificação da ilegalidade na formação do ato discutido ou em seu objeto. 
Relevante destacar que, existe uma ligação muito evidente entre a ação popular e a moralidade administrativa, que vai muito além da possibilidade de utilizar o remédio constitucional como forma de impedir o cometimento de qualquer ato que possa afrontar o princípio da moralidade, princípio este que norteia todo o ordenamento jurídico, como também, se encontra estabelecido de forma expressa no caput do artigo 37 da Constituição/88.
Assim, é possível observar que a ação popular se presta a impedir, ou até mesmo anular, atos que se mostrem comissivos por parte da Administração Pública, contudo, está também poderá ser proposta quando verificada a omissão do Poder Público, desde que se possa visualizar lesão ao patrimônio.
Entretanto, alguns doutrinadores entendem que não há impedimento para o ajuizamento de ação popular, quando verificada a necessidade de se desconstituir leis que venham a ter o efeito concreto, sempre ressaltando que as espécies normativas, necessariamente, devem regulamentar matérias de modo bem parecido, com a que é feita por meio de atos administrativos.
Ou seja, o proposito constitucional, na prevalência da ação popular, é conceder aos cidadãos, o direito subjetivo a um governo honesto.
Portanto, resta ao cidadão, quando da propositura da ação popular, indicar ao polo passivo os agentes que tiverem cometido ato lesivo a administração pública, bem como, o ente que sofrera o prejuízo e o agente que tenha se beneficiado de tal ato, tudo na forma do artigo 6º da Lei nº 4.717/65.
Neste diapasão, Theodoro Jr. (2020, p. 341) afirma que:
“O litisconsórcio passivo previsto pela lei que disciplina a matéria é do tipo necessário, não sendo facultado ao autor da ação popular deixar de apontar como réus todos os mencionados sujeitos. Ressalte ainda que, não se trata de litisconsórcio unitário, sendo possível que o julgador determine soluções diferentes para cada um daqueles que compõem o polo passivo da contenda.”
Ressalta que, quando da citação dos réus, na ação popular, estes podem vir a encampar o pedido do autor, ocasião em que se verifica a confissão expressa em relação à prática das ilegalidades retratadas na peça inicial, o que vem a facilitar a compensação do patrimônio que suportou o dano em questão.
Outro ponto importante em relação aos detalhes pormenores da ação popular, é a possibilidade da presença de terceiros interessados no processo, seja atuando como litisconsortes do autor ou dos réus, seja intervindo como assistentes, desde que estejam preenchidos os requisitos legais para o efetivo ingresso, sendo tal situação conhecida como intervenção de terceiros.
Relativamente a competência para a ação popular, Lenza (2021, p.88) leciona que:
“Se a entidade lesada integrar a Administração Pública federal, será necessário que a ação popular seja processada diante da Justiça Federal, conforme o Artigo 109, I da CF/88. Intentada a ação perante a Justiça Federal é obrigatório se estiver presente interesse da União, ainda que esse concorra com interesse de um dos Estados da federação ou de município. A propositura da ação popular é reservada aos cidadãos, isto é, aos brasileiros que gozem de direitos políticos. É indispensável que se apresente o título de eleitor para o ajuizamento dessa ação!”
Relevante destacar que, em relação a legitimidade ativa da pessoas jurídicas para a propositura de ação popular, o Supremo Tribunal Federal, editou a súmula de nº 365, vedado esta possibilidade. 
Outro ponto importante a se ressaltaré, a necessidade que, o cidadão menor de 18 anos, que vier a se interessar pela propositura de ação popular, deverá constar com representante legal, para o fim, uma vez que, o ajuizamento é cabível por menor de 18 anos devido à possibilidade daqueles que, completados 16 anos, exerçam seu direito ao voto como disposto no Artigo 14, §1º, II, “c” da Constituição/88.
Isso porque, a ação popular se mostra como sendo um exercício da cidadania, voltada para a garantia da integridade do patrimônio público, sempre em sentindo amplo, e por isso, o Poder Constituinte, concedeu a dispensa do pagamento de custas judiciais aos autores, bem como, honorários de sucumbência, posto que, tais dispensas tendem a incentivar a fiscalização da administração pública por parte dos cidadãos. Ressalta que, caso se verifique no decorrer do processo, a má-fé do autor, este terá a dispensa desconsiderada, sendo a ele imputado custas processuais e honorários de sucumbência.
Frise-se que, na ação popular, a presença do Ministério Público é fator fundamental, sob pena de serem considerados nulos os atos praticados sem sua anuência. Isso por que esse tem o papel de fiscal da lei, e se, caso o autor vier a abandonar a ação, este pode vir a substitui-lo, passando a integrar ao polo ativo.
Outro ponto importante na participação de Ministério Público é a possibilidade deste em ser executor da sentença que resolver a ação popular, sendo esta disciplinada através do artigo 16 da lei nº 4.717/65.
Neste ponto, Meirelles, Mendes e Wald apontam que:
“Não é facultado ao Ministério Público assumir a defesa do ato supostamente ilegal e lesivo ao patrimônio público, bem como, resolver a sentença que vier de ação popular, contudo, este poderá se posicionar pelo acolhimento do pleito da parte autora ou pela improcedência da referida ação.”
Por fim, cabe esclarecer que, para que seja admitida a ação popular, não há necessidade de comprovar o prejuízo concreto ocasionado ao patrimônio público, uma vez que, a demonstração da lesão material não figura como requisito essencial para a propositura da referida ação. Isso por que, em entendimento advindo ao Supremo Tribunal Federal, a ação popular pode ser proposta contra decisão judicial em que se entenda ser lesiva ao patrimônio público, ocasião em que se verifica a necessidade proteção, que pode vir por meio de ação popular.
Desta maneira, Theodoro Jr. (2020, p. 83), entende que a ação popular faz coisa julgada material e formal, e que, “não sendo acolhido o pleito autoral, não se forma a coisa julgada se a fundamentação da decisão de improcedência estiver embasada na insuficiência de provas da lesividade do ato questionado”.
Por último, cabe esclarecer dois pontos acerca da ação popular. O primeiro seria o estabelecimento de que a ação popular é título executivo judicial, podendo ser o seu cumprimento requerido pela parte autora, ou caso haja, seus sucessores. O segundo seria acerca do prazo prescricional, que segundo o artigo 5º da Lei nº 4.717/65, é de cinco anos. Sendo que, segundo Theodoro Jr. (2020), doutrina e jurisprudência apontam para contagem desse prazo a partir da publicação do ato impugnado.
Em síntese, a ação popular, é o remédio constitucional, de acesso a todos os cidadãos brasileiros, desde que estejam devidamente inscritos e em situação regular junto a Justiça Eleitoral, para fiscalizar e coibir, qualquer ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
 
REFERÊNCIAS. 
LENZA, P. Direito constitucional esquematizado: 25 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2021.
MEIRELLES, H. L.; MENDES, G. F.; WALD, A. Mandado de segurança e ações constitucionais: 38 ed. atual. e ampl. São Paulo: Malheiros Editores, 2019.
PAULO, V.; ALEXANDRINO, M. Direito constitucional descomplicado: 19 ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2020.
THEODORO JÚNIOR, H. Curso de direito processual civil – vol. II: 61 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
MARTINS, Argemiro Cardoso Moreira. O Direito Romano e seu ressurgimento no Final da Idade Média. In: WOLKMER, Antonio Carlos (org). Fundamentos de História do Direito. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.Graal.pro du zir, u ma vez que não é fá ci l reconhec er e li mi tar es s a atividade. D urkhei m, 
por tant o, começa s eu texto enfa tizando o qua nt o é neces sári o tratar os f a tos s ocia is 
como cois a s . 
Para C omte e Spence r, dois expoentes da s oc i ologia, os fa tos s oci a is s ã o fatos da 
nature za e a s oci ologia enquanto ci ênci a que tra ta dos fa tos s oci ai s deve fa zê - lo da 
mes ma forma que a s ciênci as nat urai s tra tam os fa tos da natureza. Ess e ra ciocí nio, 
entre tant o, l evou a s oc i ol ogia a tra tar de c onc ei tos e não de c oisas – como deveria . 
Para Durkhei m, a s oci olog ia exis te para es tudar a evoluçã o s ocia l . Mas todas as 
ideol ogi a s a que es tamos merg ulhados mui tas vezes nos l eva a ter uma vis ã o his tóri c a 
da s ociedade onde home ns s imples mente s e s ucedem i g norando, p oi s , a 
compl exi dade da evoluçã o s oci al : 
 
“Z ombamos hoje dos raci ocí nios ori ginais que os m é dic os da Idade Mé dia c onstruíam

Outros materiais