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PLANEJAMENTO-ESTRATÉGICO-EM-SEGURANÇA-PRIVADA

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE SEGURANÇA .......................... 4 
2.1 O Conceito De Segurança Atual ................................................................ 6 
3 SEGURANÇA PRIVADA .................................................................................. 8 
3.1 As atividades de um profissional de segurança privada ........................... 10 
3.2 Segurança Pública E Da Segurança Privada ........................................... 11 
3.3 O Sistema Legal De Segurança Privada Brasileiro .................................. 13 
4 A SEGURANÇA PRIVADA E A PRIVATIZAÇÃO DAS FUNÇÕES 
POLICIAIS........ ..................................................................................................... 16 
4.1 Polícia e segurança privada ..................................................................... 17 
5 CARACTERÍSTICAS DA SEGURANÇA PATRIMONIAL ............................... 23 
5.1 Classificação dos bens patrimoniais ........................................................ 25 
5.2 Tipos de planejamentos da segurança patrimonial .................................. 26 
5.3 Modelo de Planejamento da Segurança Patrimonial ............................... 27 
6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SEGURANÇA PRIVADA .................. 30 
7 GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA........................................................... 33 
8 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 36 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor 
e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos 
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, 
as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE SEGURANÇA 
 
Fonte: https://grupogeforce.com.br/ 
Alves (1994) refere que em 1700 a.C. existia já o Código de Hamurabi, que 
na altura continha já vários preceitos de segurança. Um livro chinês, o livro de Chou 
Li, do ano de 1122 AC, faz já referência a patrulhamentos do tipo policial e descreve 
algumas atividades de investigação. Entre os anos 1000 a.C. e 500 a.C. foram feitos 
registos alusivos à instituição de forças de polícia nas cidades da Grécia antiga. 
Assim, já vem de longe a preocupação do homem na segurança e mais 
tarde no século XIII, Aquino (1994) define a segurança como sendo “um mal a evitar” 
e portanto, por analogia, poder-se-ia dizer que o sentimento de segurança se traduz 
na ausência de perigo, na ausência de risco e na previsibilidade do futuro de cada 
um, ou seja, toda e qualquer alteração do rumo da vida do ser humano seria 
livremente consentida por ele. 
 
5 
 
Gradualmente ao longo dos tempos o conceito de segurança foi alterado e 
foi-se tornando cada vez mais abrangente passando a abarcar domínios tão vastos 
como domínio político, militar, económico, social e ambiental. (AQUINO 1994) 
Já nos anos 80 e 90 do século XX, a segurança passou a ser abordada não 
só a partir do indivíduo como também a partir da sociedade e do Estado o que faz 
com que existam diferentes perspectivas de abordagem ao conceito de segurança. 
(AQUINO 1994) 
Numa abordagem tradicional, é de todo importante realçar a escola realista 
que defende que o sistema internacional vive num contexto anárquico puro. A 
segurança assenta na obtenção de poder pelos estados com vista a garantirem a 
sua sobrevivência contra ameaças externas concretas (FERNANDES APUD 
ROCHA, 2009, P.13). 
Por sua vez, a escola liberal, já assume uma visão sobre a segurança mais 
alargada e considera a existência de uma sociedade internacional com interesses 
convergentes sendo a soberania uma limitação ao progresso. Considera também, 
que o fato de existirem interesses convergentes potência um clima de cooperação 
entre os vários estados, potenciando também assim a segurança (FERNANDES 
APUD ROCHA, 2009, P.13). 
Numa perspectiva ainda mais recente a segurança passou a ser entendida 
como um dos fins do Estado, ou seja, a organização política Estado passou a ser 
responsável pelo garante da segurança quer interna, quer externa. (AQUINO 1994) 
Nos Estados modernos, a segurança acabou por ser obtida através da 
progressiva e consequente limitação dos direitos de cada um, por forma a minimizar 
a probabilidade de choques entre as trajetórias dos inúmeros indivíduos de uma 
determinada sociedade ou coletividade. (AQUINO 1994) 
 
 
 
6 
 
2.1 O Conceito De Segurança Atual 
 
A origem etimológica da palavra segurança deriva da expressão do latim 
“securus” que significa um estado ou uma situação livre de perigo, ou seja, a 
ausência de perigo. (ALVES, 2003, P. 32). 
Numa primeira análise, pode dizer-se que a segurança pode ser definida 
como sendo “o estado ou condição que se estabelece num determinado ambiente, 
através da utilização de medidas adequadas, com vista à sua preservação e à 
conduta de atividades, no seu interior ou em seu proveito, sem rupturas” (ALVES, 
2003, P. 32). 
Num outro prisma, pode-se dizer que a segurança se revela como “uma 
necessidade da pessoa e dos grupos humanos e um direito inalienável do homem 
e das nações e permite ter uma noção de proteção ou de tranquilidade em face de 
ameaças ou ações adversas à própria pessoa, às instituições ou a bens essenciais 
existentes ou pretendidos” (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 1981). 
Como já foi dito, o homem e consequentemente os grupos humanos sentem 
uma necessidade natural de segurança, e em bom rigor só se pode ter uma 
sociedade verdadeiramente estável, evoluída e sustentável se cada um de nós se 
sentir seguro. O indivíduo ao entrar para um grupo social acaba por abdicar de parte 
dos seus direitos em prol de uma busca pela segurança tanto a nível individual como 
coletivo. (ALVES, 2003, P. 32). 
Se se entender esse grupo social no qual o indivíduo está inserido como 
sendo uma organização política, o Estado, a segurança individual vai entrar em 
conflito direto com a liberdade de cada um. Assim, quanto mais liberdade tiver um 
indivíduo maior será a dificuldade por parte da organização política em garantir a 
segurança dos seus membros e a consequente estabilidade necessária à sua 
continuidade. Como tal, deve então existir um necessário equilíbrio entre a liberdade 
de cada um, e a segurança de todos dentro de uma organização seja ela de que 
natureza for. (ALVES, 2003, P. 32). 
 
7 
 
Numa perspectiva mais atual e organizacional, pode-se dizer que “a 
segurança pode ser vista como sendo uma atividade profissional bem demarcada 
nas sociedades mais desenvolvidas, cujo exercício qualificado exige formação 
adequada e da qual não cessa de aumentar a importância nas sociedades 
modernas” (ALVES, 1994, P. 4 E 5). 
Para Nuno Severiano Teixeira, Nélson Lourenço e Nuno Piçarra (2006), no 
seu estudo sobre a reforma da segurança interna, a segurança deixou de ser algo 
que tem apenas a ver com o Estado, passando também a englobar as pessoas. Diz 
também que“os instrumentos da segurança não se limitam ao uso da força, mas 
passam a distribuir-se ao longo de um continum que varia entre o soft power e o 
hard power. “Um continum que varia entre, por exemplo, prestar socorro às vítimas 
de uma catástrofe natural ou regular conflitos pela via da negociação e, no extremo 
oposto, o uso direto de coação com a utilização da força física ou das armas de 
fogo” (TEIXEIRA, LOURENÇO E PIÇARRA 2006, P.34). 
É de fato a perspectiva da segurança, numa organização de cariz político, 
que nos interessa para o desenrolar deste estudo, sendo essa entidade política, o 
Estado. Tentar-se-á perceber se o estado consegue ou não por si só garantir a 
prossecução do interesse público na vertente da segurança. (ALVES, 1994, P. 4 E 
5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
3 SEGURANÇA PRIVADA 
 
Fonte: https://www.consultoriaresco.com.br/ 
A Segurança Privada, por sua vez, pode ser definida numa primeira análise, 
segundo Buchin (1989), como sendo uma atividade que comporta “os trabalhadores 
independentes, as empresas ou organizações com financiamento privado que 
fornecem serviços reportados à proteção, seja a um cliente específico com 
remuneração, seja a um indivíduo ou entidade que os emprega, seja a si mesmo, 
com o fim de salvaguardar a uma pessoa, os seus bens privados ou os seus 
interesses contra diferentes riscos”. 
A primeira abordagem à atividade da Segurança Privada no ordenamento 
jurídico português remonta ao ano de 1986 com a criação do Decreto-Lei 282 de 
1986, que no seu preâmbulo refere que “outras entidades, o mais das vezes 
revestindo de forma societária e prosseguindo fins lucrativos, desenvolvem 
atividades privadas de segurança, atuando com carácter subsidiário relativamente 
às autoridades públicas.” (BUCHIN 1989) 
 
9 
 
No entanto as sociedades mudam, os desafios vão sendo cada vez maiores 
e é latente a necessidade do poder político em manter atual o suporte legislativo 
que regula a atividade da Segurança Privada. Face a isto, e na sequência do grande 
desafio que se opôs ao Estado português, a organização do campeonato europeu 
de futebol de 2004, foi aprovado o Decreto-Lei 35 de 2004 de 21 de Fevereiro que 
é atualmente o diploma pelo qual se rege a Segurança Privada em Portugal. 
(BUCHIN 1989) 
Com a aprovação deste novo diploma legal, foi dada uma nova definição do 
que é para o poder político a atividade de Segurança Privada e nas alíneas a) e b) 
do n.º3 do art.º 1º da supracitada lei pode-se depreender que se considera como 
sendo “a prestação de serviços a terceiros por entidades privadas com vista à 
proteção de pessoas e bens, bem como à prevenção da prática de crimes. A 
organização, por quaisquer entidades e em proveito próprio, de serviços de 
autoproteção, com vista à proteção de pessoas e bens, bem como à prevenção da 
prática de crimes”. (BUCHIN 1989) 
Segundo Afonso (2007), um estudo efetuado pela universidade Lusíada de 
Lisboa a Segurança Privada mostra então ser uma área de proteção de pessoas, 
bens e valores complementar e supletiva das funções do Estado. É uma atividade 
estável e em franco crescimento. Segundo diversas análises o crescimento global 
desta atividade oscilará entre 6% e 8%. 
A Lei n. 7.102, de 20 de junho de 1983, dispõe sobre a segurança 
privada para estabelecimentos financeiros e estabelece normas para a constituição 
e o funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância 
e de transporte de valores. 
Essa lei sofreu várias modificações e, a partir de 1994, o texto passou a 
definir como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de 
serviços, com a finalidade de: 
 
10 
 
• Fazer a vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros 
estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; 
• Realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer 
outro tipo de carga. 
 
3.1 As atividades de um profissional de segurança privada 
Segundo Beato, 2008 as atividades mais rotineiras do profissional de 
segurança privada, podemos citar: 
 
Manutenção da segurança privada 
Atua em setores e áreas relacionados à segurança patrimonial para 
empresas públicas e privadas. 
 
Segurança pessoal 
É composto por equipes que garantem a segurança e escolta de 
celebridades, políticos e figuras públicas. 
 
Monitoramento de segurança 
Com base na análise do ambiente, define políticas de segurança e planos 
de ação. Além disso, gerencia a segurança em ambientes eletrônicos, envolvendo 
procedimentos, definição de equipamentos e implementação de programas. 
 
Investigação e perícia judicial 
Quando solicitado, ele auxilia nessas atividades que representam a 
empresa de segurança. 
 
 
 
 
11 
 
Eventos 
Opera em processos de segurança coletiva ou individual, em eventos 
públicos e corporativos. 
 
Gerenciamento de equipe 
Garante a execução de procedimentos de segurança, orientando equipes 
de segurança privadas, coordenando o trabalho e distribuindo tarefas. Assim, o 
profissional de segurança privada pode trabalhar em qualquer instituição ou órgão 
público que precise de equipes de segurança. Exemplos são: shopping centers, 
bancos, supermercados, hotéis, aeroportos, entre outros. Além disso, ele pode 
trabalhar em empresas especializadas em segurança nas atividades de escolta 
armada, transporte de objetos de valor e segurança pessoal. 
 
3.2 Segurança Pública E Da Segurança Privada 
Em vários países, o número de profissionais que atuam na segurança 
privada se sobrepõe ao número de funcionários que trabalham na esfera da 
segurança pública (BEATO, 2008). Esse cenário tem contribuído para aumentar os 
estudos que diferenciam as funções do policiamento público do policiamento 
privado e das próprias interações existentes na gestão desses serviços. 
Para Bayley (2001) fenômenos como o aumento da riqueza, a 
industrialização e a urbanização contribuíram para sobrecarregar o sistema público 
de polícia, o que ampliou o papel do policiamento privado no preenchimento das 
lacunas deixadas por atividades não exercidas pela segurança pública. Outro fator, 
que justifica a ampliação dos serviços de segurança privada, advém do próprio 
crescimento das taxas de criminalidade. 
Assim, o incremento do contingente funcional necessário à preservação da 
paz acarretou em especializações nas atividades de segurança e em mudanças e 
adaptações legais necessárias à regulamentação dos serviços privados. Ao tratar 
 
12 
 
da denominada polícia especializada, Bayley (2001) define o termo especialização, 
no contexto do policiamento, como sendo a exclusividade de desenvolver uma 
atividade específica ou tarefa de natureza técnica. De acordo com o autor: 
O policiamento moderno é dominado por instituições que se tornaram, 
cada vez mais, especializado, nos últimos dois séculos. Nos Estados 
modernos, o uso da força para a manutenção da ordem pública tem sido 
confiado a organizações especializadas não militares, aliás, isso implica 
numa diversidade de funções desempenhada pela polícia nos dias de hoje 
e não só no simples uso da força, como resultado de sua própria adaptação 
aos novos requisitos de manutenção da ordem (BAYLEY, 2001, p. 25). 
 
Quando trata das causas da especialização, Bayley (2001) afirma ser difícil 
construir uma explicação convincente para a especialização da polícia. As 
justificativas podem estar no aumento da complexidade social, que acaba 
estratificando e diferenciando os papéis exercidos na proteção da ordem social, ou 
mesmo nas próprias opções de regimes políticos e governamentais adotados nas 
várias partes do mundo. A quem caberia, então, fiscalizar e exercer as atividades 
de policiamento? 
A história mostra que, por mais que a capacidade de assegurar a paz nas 
comunidades locais estivesse postada tanto na esfera das entidades públicas como 
na esfera das entidades privadas,coube ao Estado nacional, o fiador insuperável 
da ordem social (GIDDENS, 1991), obter a supremacia sobre ambas as esferas e 
assumir a hegemonia da defesa e manutenção da ordem em seus territórios. 
Excluindo os regimes totalitários, o reconhecimento da esfera privada refletirá de 
maneira diferenciada nos mecanismos legais e restritivos dos públicos privados, que 
operam na segurança de bens e pessoas (BAYLEY, 2006). 
Na busca em definir os limites das entidades privadas, os Estados se 
deparam com as distinções e limitações legais a serem feitas no exercício da 
segurança privada. O papel dos atores privados, aqui definidos como as entidades 
corporativas e os indivíduos autônomos, é delimitado de maneira a não incorporar 
funções exclusivas de responsabilidade das instituições de segurança pública. 
 
13 
 
Shearing (1992), utilizando uma perspectiva histórica, argumenta que as 
corporações e não os indivíduos, na maioria das vezes, sobressaem-se nas ações 
de preservação da paz; o que explica o fato das pesquisas sobre segurança privada, 
majoritariamente, tratarem o assunto no âmbito corporativo. Em termos 
organizacionais, as funções de segurança podem ser exercidas tanto por empresas 
especializadas ou desempenhadas pela própria corporação (atividades orgânicas). 
Neste estudo, tem-se como pressuposto que a análise do modelo de segurança em 
um país ou região perpassa pela racionalidade contextual dos sistemas legais e 
sociais dominantes. 
3.3 O Sistema Legal De Segurança Privada Brasileiro 
A legislação atual sobre segurança privada no Brasil, remonta aos idos da 
década de 1980, Lei 7.102/83 e Decreto 89.056/83, alterados, posteriormente, pelas 
Leis 8.863, de 29/03/94 e 9.017, de 30/03/95. O instrumento legal prevê que os 
serviços de vigilância e transporte de valores podem ser realizadas tanto por 
empresas especializadas como orgânicas, sendo vedado o exercício das atividades 
por pessoas físicas (BRASIL, 1995). 
A Lei 7.102, de 1983, foi criada, originalmente, para regulamentar a 
segurança em estabelecimentos financeiros e normatizar a constituição e 
funcionamento de empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de 
transporte de valores (BRASIL, 1983). Pelos dispositivos legais, é possível perceber 
que os artigos são concebidos, tendo, como referência, a segurança do ambiente 
das organizações financeiras. O conteúdo da lei privilegia a regulamentação dos 
sistemas internos de controle de vigilância dessas instituições, delibera sobre os 
requisitos operacionais para o transporte de numerários e reitera as sanções aos 
estabelecimentos financeiros que não cumprirem as determinações indicadas. 
Ainda focado na preservação das corporações do sistema financeiro 
nacional, estão previstos outros mecanismos de segurança, a saber: 
 
14 
 
a) equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que possibilitem a 
identificação de assaltantes; 
b) artefatos que retardem a ação dos criminosos; 
c) cabina blindada utilizada para o controle de vigilância durante o 
expediente das instituições financeiras; e 
d) veículos especiais para o transporte de grande montante de numerário 
(BRASIL, 1995). 
O texto legal legitima, também, a figura do vigilante, “pessoas 
adequadamente preparadas” para o exercício da função. Entre outras exigências, 
para ser vigilante o pretendente precisa ser de nacionalidade brasileira, maior de 21 
anos, ter completado o 1º Grau e não possuir antecedentes criminais. No caso dos 
estabelecimentos financeiros, que utilizam recursos humanos próprios na 
segurança de suas instalações e numerários, o funcionário que exerce tal função 
deve ser aprovado em curso de formação de vigilante, devidamente autorizado 
(NUNES, 1996). 
No Brasil, a competência autorizativa e fiscalizadora das atividades de 
segurança privada estão a cargo do Ministério da Justiça. É de responsabilidade do 
seu órgão específico singular, o Departamento da Polícia Federal, conceder 
autorização de funcionamento para as empresas especializadas, autorizar cursos e 
currículos de formação de vigilantes e controlar a aquisição e posse de armas e 
munições. Cabe, também, à Polícia Federal, fiscalizar essas empresas e cursos, 
fixar o número de vigilantes das empresas especializadas em cada Unidade da 
Federação e estabelecer a natureza e quantidade de armas de propriedade das 
empresas autorizadas a utilizá-las (BRASIL, 1995). 
O aparato legal vigente, além de exigir do vigilante em serviço, o uniforme 
com a plaqueta de identificação, define as condições para o porte da arma de fogo 
no local de trabalho. Para a utilização de armas e munições, a empresa autorizada 
deve indicar a localidade do armazenamento dos artefatos de sua propriedade e 
responsabilidade. A disponibilização desses armamentos se restringe à utilização 
 
15 
 
no posto de trabalho designado ao vigilante e aos serviços que envolvem transporte 
de valores e escolta (BRASIL, 1995). 
Mesmo com a explícita atribuição contida na lei das atribuições e 
competências no sistema de segurança privada, a legislação brasileira demanda de 
regulamentações que disciplinem os segmentos de segurança eletrônica, alarmes, 
cercas elétricas, blindagem de veículos de passeio, proteção de edifícios, circuitos 
fechados de televisão e segurança desarmada (NUNES, 1996). 
A ausência de dispositivos legais, para esses mecanismos de segurança de 
patrimônios e pessoas, abre espaço para que corporações e autônomos, 
indistintamente, passem a explorar os serviços. Assim, o monitoramento eletrônico 
e a instalação de alarmes acabam sendo empreendidos por qualquer tipo de 
empresa. O mesmo acontece com as atividades de investigações particulares. A 
ausência de regulamentação acaba levando empresas e especialistas em 
segurança privada a aproveitarem a omissão legal para exercerem serviços 
investigativos (FEDERAÇÃO NACIONAL DE EMPRESAS DE SEGURANÇA - 
FENAVIST, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
4 A SEGURANÇA PRIVADA E A PRIVATIZAÇÃO DAS FUNÇÕES POLICIAIS. 
Fonte: https://mcseguranca.com.br/ 
A privatização da segurança, é uma tendência a que estão sujeitos os 
Estados modernos e como diz Alves (2010) “passou-se das grandes teorizações 
contra o “fantasma securitário” para a privatização da segurança, que se vai 
impondo cada vez mais, como libelo acusatório à ineficácia do Estado”. 
No decorrer do trabalho já se definiu o que se entende por funções policiais, 
e como já foi dito, estas não são mais do que os mecanismos que o Estado tem ao 
seu dispor para manter a tranquilidade e a ordem públicas. Mas são várias as 
funções policiais que se podem extrair dos diplomas legais que vigoram no nosso 
enquadramento legal, e derivam desde logo da CRP, da LSI e também das leis 
orgânicas das várias FSS. (GONÇALVES APUD AFONSO, 2006, P.53). 
 
17 
 
Para Alves (2010) “a Segurança Privada deveria substituir a proteção social 
coletiva garantida pelo estado”. 
É obvio que “o Estado não pode, de forma arbitrária ou sem razão aparente, 
recorrer à privatização de uma tarefa ou função pública, ou à delegação ou 
devolução de poderes públicos sem se basear numa especial justificação” 
(GONÇALVES APUD AFONSO, 2006, P.53). 
Em complemento o Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de Abril, preconiza no seu 
preâmbulo que “a eficácia, eficiência e qualidade da Administração Pública e o 
resultado global da economia e do desenvolvimento social dependem, em grande 
parte, da interligação, complementaridade e cooperação entre os sectores público, 
privado e social. 
Ainda numa perspectiva legalista o art.º 3º da Lei n.º 4/2004, de 15 de 
Janeiro, estabelece que “tendo em vista o acréscimo da eficiência (…) e a melhoria 
(…) do serviço prestado ao cidadão, pode (…) ser objeto de delegação ou 
concessão a entidades privadas (…) a prossecução de algumas funções de serviços 
da administração direta do Estado”. 
Segundo a perspectiva legalabordada, pode-se dizer que a administração 
pública pode ser privatizada desde que preencha o disposto no art.º 3º da Lei n.º 
11/90 e que obedeça aos princípios e normas definidas para a ação da 
Administração Pública. 
4.1 Polícia e segurança privada 
Além de diferenciar e delimitar o setor da segurança privada do setor das 
polícias, é importante observarmos a dificuldade existente em se estabelecer de 
forma precisa esta delimitação, que não se relaciona apenas a suas distinções em 
termos de natureza (se pública ou privada), mas também em termos de status e das 
práticas que desenvolvem. A discussão já provém de algumas décadas: no cenário 
norte-americano, inicialmente a distinção entre as forças recaiu de fato sobre o 
aspecto de a força ser pública ou privada, tal qual fora estabelecido pelo Private 
 
18 
 
Security Task Forces, conselho criado no âmbito do Ministério da Justiça 
especificamente para discutir e organizar a relação entre as forças (NATIONAL, 
1977). 
Dentro disso cabe destacar a distinção entre público e privado descrita por 
David Bayley para diferenciar os dois tipos de policiamento: o público e o privado 
seriam diferenciados especificamente pelo apoio (financeiro) dado ou não, pela 
comunidade, ao serviço que ela própria autoriza. Assim, a polícia é pública quando 
paga e dirigida pela comunidade (que a autoriza), e “[...] é privada se a comunidade 
que a autoriza não paga por ela nem a direciona” (BAYLEY, 2001, p.39). 
Nos termos de Button (2002, p.8), que se posiciona de forma similar em 
relação a esse ponto, o que define público e privado em relação ao policiamento é 
exatamente o setor ao qual as organizações pertencem: se são parte do governo e 
sustentadas através de impostos, são públicas; se providas por companhias por 
meio de pagamento direto, privadas. 
Posteriormente outros estabeleceram que a questão central seria se o 
organismo possui poder de polícia (poder de prender). Outro ponto é que muitos 
organismos públicos que não pertencem às agências policiais, em muitos países, 
exercem plenamente as funções policiais, como é o caso da segurança feita em 
prédios públicos, no transporte público, distritos escolares, em praças e parques, 
universidades, linhas ferroviárias e estações portuárias. Estes agentes usam o título 
de polícia e têm o poder de prender (poder que pode ser exercido localmente ou 
que pode abranger qualquer localidade, dependendo do contexto e do país em que 
a atividade é desenvolvida). (BAYLEY, 2001, p.39). 
Em realidade, apesar de não serem parte do corpo policial e não terem as 
mesmas responsabilidades, atribuições e treinamento que os policiais, esses 
profissionais são pagos pelo Estado e desenvolvem funções que por vezes muito 
se aproximam das desempenhadas pelos policiais e, por outro, são muito próximas 
também das atividades desempenhadas pelos agentes de segurança privada. 
(BAYLEY, 2001, p.39). 
 
19 
 
No caso dos demais oficiais governamentais que exercem policiamento, 
estes recebem algumas das funções destinadas à polícia pelo governo, 
dependendo de suas funções específicas, mas sem o mesmo grau de 
responsabilidade conferido às polícias públicas. No caso das forças de policiamento 
privado, como é comum encontrarmos na maior parte dos países, estas detém 
apenas os mesmos poderes conferidos a todos os cidadãos. A segurança privada 
atua de acordo com os interesses do contratante, sejam eles indivíduos ou 
empresas, não gozando a rigor de nenhuma característica especial tais quais as 
destinadas às polícias, sendo, portanto, significativamente limitada em relação aos 
poderes conferidos às forças públicas (MURRAY; MCKIM, 2000). 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Caracterização dos campos da segurança pública e segurança privada 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Ministério da Justiça, Departamento da Polícia Federal, Constituição da República 
Federativa do Brasil (1998) Art. 144; Código Brasileiro de Ocupações do Ministério do Trabalho – 
CBO/MT (2002), Musumeci (1998), Kakalik e Wildhorn (1977). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
5 CARACTERÍSTICAS DA SEGURANÇA PATRIMONIAL 
A unidade de segurança patrimonial tem características e peculiaridades 
que a deixam preparada para assumir as funções de guarda patrimonial e 
segurança em uma instituição hospitalar. Nesse sentido, as características da 
unidade devem ser observadas, levando em consideração o contato com o público 
e a necessidade de participar do processo de humanização institucional, assim 
como outros setores. (BARBOSA, 2017) 
As perdas e os danos referentes ao patrimônio das empresas justificam o 
cuidado e a segurança patrimonial como forma de manutenção e preservação dos 
patrimônios público e privado. Mas antes você precisa conhecer alguns conceitos e 
outras informações sobre o patrimônio e a segurança patrimonial. (BARBOSA 2017) 
Podemos compreender patrimônio como um bem físico, bens móveis e 
imóveis e espaços físicos que pertencem a uma pessoa física, jurídica ou ao poder 
público (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, [2017]). 
 É claro que existem diferentes classificações para o patrimônio e, por ter 
diferentes características, o serviço de mantê-lo seguro pode ter algumas 
peculiaridades, isto é, dependendo do tipo de patrimônio, despenderá de um serviço 
de segurança diferenciado, rotinas, tecnologias e recursos humanos. Dessa forma, 
cuidar da segurança de residências, fábricas, escolas, prédios públicos, hospitais, 
bancos, estacionamentos e museus envolve diferentes rotinas para evitar perda, 
dano ou depredações. (BARBOSA, 2017) 
Segundo Barbosa (2017) a segurança pública é responsabilidade da 
autoridade policial, que exerce a sua atividade em todo o território nacional, 
responsabilizando-se pela segurança da sociedade em geral, e não apenas de uma 
instituição específica. E algumas situações pontuais e descritas pela legislação à 
autoridade policial se farão presentes em órgãos públicos permanentemente. 
Difere, portanto, da segurança privada, que é contratada para prestar serviços em 
um estabelecimento ou domicílio: 
 
24 
 
Nos termos da Portaria 3.233/12 da Polícia Federal, as atividades de 
segurança privada são: vigilância patrimonial, transporte de valores, 
escolta armada e segurança pessoal privada. Todas essas atividades 
devem ser exercidas por profissionais devidamente credenciados pela 
Polícia Federal, através de cursos de formação e de extensão, em 
empresas especializadas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CURSOS 
DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE VIGILANTES, [2012], 
documento on-line). 
 
Segundo Barbosa (2011 apud SILVA JÚNIOR, 2017, documento on-line), a 
segurança privada pode ser definida como “um conjunto de mecanismos de 
segurança que têm como objetivo direcionar esforços no sentido de prevenir e 
reduzir perdas patrimoniais em um empreendimento com ou sem fins lucrativos”. 
Isso quer dizer que há valores e bens que devem ser resguardados para que as 
instituições e os estabelecimentos possam cumprir a sua função e desenvolver as 
suas atividades. 
Para Silva Júnior (2017), segurança patrimonial pode ser considerada como: 
O centro pensante, estratégico e distribuidor das tarefas de segurança. 
Sendo ela a integradora de todo o sistema de segurança privada, 
lembrando inclusive que a segurança privada não se restringe apenas à 
modalidade de segurança de um particular, pode também ser utilizada em 
ações de órgãos públicos. 
 
Ainda, o autor (2017) aponta que a segurança patrimonial tem como foco 
“zelar pelo patrimônio físico de pessoas e de instituições. Para um melhor 
entendimento da função da segurança patrimonial, torna-se importante observar o 
conceito que focaliza a sua extensão e o propósito na aplicabilidade aos interesses 
de proteção que dela possam prover”.No caso dos hospitais, é importante perceber a peculiaridade dos 
estabelecimentos de saúde e a necessidade de planejamento, organização e 
treinamento de recursos humanos. (SILVA JÚNIOR, 2011) 
Barbosa (2017) afirma que a segurança patrimonial hospitalar é um 
“conjunto de medidas para a preservação da integridade física e moral, bem como 
 
25 
 
a proteção dos bens e pessoas, tanto do público interno quanto do externo”, em 
estabelecimentos de saúde. Dessa forma, o serviço de segurança patrimonial 
hospitalar tem características específicas para cumprir a sua função de zelar pelo 
patrimônio hospitalar. 
 
5.1 Classificação dos bens patrimoniais 
 
Os bens patrimoniais têm várias classificações que levam em consideração 
o estado e a natureza do bem. No contexto da segurança patrimonial hospitalar, 
você vai identificar a classificação mais importante para a prática profissional dos 
seguintes bens: 
✓ Quanto ao domínio: bens próprios da instituição ou doados; ou bens 
que são cedidos à instituição, pertencendo a terceiros (LOPES; OLIVEIRA, 2011). 
✓ Quanto à natureza: bens tangíveis (isto é, são de natureza física) 
descritos como: 
• Bens móveis: são bens permanentes e de consumo. 
• Bens permanentes: são aqueles que, em razão de seu uso corrente, 
têm durabilidade e utilização superior a dois anos. 
• Bens de consumo: são aqueles que, em razão de seu uso corrente, 
perdem a sua identidade física em dois anos e/ou têm a sua utilização limitada a 
esse período. 
✓ “Bens intangíveis: são constituídos por patrimônio não mensurável 
fisicamente, como linhas telefônicas, marcas e patentes” (VIANA, 2016) 
 
 
 
 
 
26 
 
5.2 Tipos de planejamentos da segurança patrimonial 
 
O planejamento da segurança de recursos é dividido em planejamento 
tático e planejamento operacional, que deve estar alinhado com o planejamento 
estratégico da organização. Os planos de segurança tático e operacional devem 
ser projetados de forma a ajudar a organização a atingir seus objetivos de 
planejamento estratégico. (SILVA JÚNIOR, 2011) 
 
Planejamento Tático 
O planejamento tático em segurança patrimonial visa: 
• A organização da segurança e o estabelecimento de objetivos e 
metas para a segurança patrimonial, de acordo com as necessidades de 
segurança da organização. 
• Permitir que o plano estratégico da organização seja realizado por 
meio de atividades e atividades de segurança patrimonial. (SILVA JÚNIOR, 2011) 
 
Planejamento operacional 
O planejamento operacional define as atividades e os recursos 
necessários para atingir os objetivos e metas estabelecidos no plano tático de 
segurança patrimonial. (SILVA JÚNIOR, 2011) 
O plano operacional é focado nas equipes e indivíduos da organização e 
estabelece objetivos e metas para equipes e indivíduos de segurança patrimonial. 
(SILVA JÚNIOR, 2011) 
É o plano que tem a função de disciplinar e controlar as rotinas 
relacionadas à segurança patrimonial da organização. (SILVA JÚNIOR, 2011) 
 
 
 
27 
 
5.3 Modelo de Planejamento da Segurança Patrimonial 
 
O modelo de planejamento a ser usado deve levar em conta a cultura 
organizacional e as necessidades de segurança de cada organização. Irá ser 
apresentado um modelo de planejamento para segurança patrimonial, dividido em 
oito etapas sequenciais e complementares, que, respeitando a cultura e as 
necessidades de cada organização, atenderão às necessidades básicas de um 
bom plano de segurança patrimonial. (VIANA, 2016) 
 
1. Comunicação e Consulta 
Comunicação e consulta são processos contínuos e interativos que o 
gerente de segurança patrimonial conduz para obter, fornece e compartilhar as 
informações necessárias com as partes envolvidas no planejamento da segurança 
patrimonial. (VIANA, 2016) 
 
2. Estabelecimento de Contexto 
O estabelecimento do contexto é uma inter-relação de circunstâncias e 
fatores que podem interferir e influenciar os requisitos e atividades do 
planejamento e visa definir os parâmetros básicos para a realização do 
planejamento da segurança patrimonial. (VIANA, 2016) 
 
3. Diagnóstico Situacional da Segurança Patrimonial 
Ele tem como objetivo definir o status atual da segurança patrimonial da 
organização, ou seja, analisar como a segurança patrimonial é realizada antes do 
início do planejamento. Ele procura identificar os pontos fortes, oportunidades, 
pontos fracos e ameaças em relação à segurança patrimonial da organização, que 
devem ser considerados no processo de planejamento. (VIANA, 2016) 
 
 
 
28 
 
 
4. Processo de identificação, análise e avaliação de riscos 
A identificação, análise e avaliação de riscos em segurança patrimonial 
são processos de gerenciamento de riscos com o objetivo de identificar e analisar 
ameaças e vulnerabilidades, com o objetivo de estimar as possibilidades de causar 
danos ou perdas à organização e, assim, confirmar a existência ou não do risco à 
segurança patrimonial da organização e mede seu impacto. (VIANA, 2016) 
 
5. Definição de Tratamento para Riscos 
O tratamento de riscos envolve a seleção de uma ou mais medidas de 
segurança para eliminar, controlar ou evitar o risco identificado. (VIANA, 2016) 
 
6. Planejamento tático de segurança de ativos 
O planejamento tático da segurança patrimonial visa estabelecer objetivos 
e metas para a segurança patrimonial e a organização da segurança patrimonial 
para atingir os objetivos e metas definidos. (VIANA, 2016) 
Envolve a definição de estrutura, métodos, tecnologias, arranjo físico, 
distribuição de pessoal e equipamentos necessários à segurança para atingir seus 
objetivos e metas. Também envolve as funções relacionadas à gestão de recursos 
humanos: recrutamento, seleção, treinamento, especializações, definição de 
cargos e formação de equipes. (VIANA, 2016) 
 
7. Planejamento de segurança operacional 
O planejamento operacional define as atividades e os recursos 
necessários para atingir os objetivos e metas estabelecidos no plano tático de 
segurança patrimonial. O plano operacional é focado nas equipes e indivíduos da 
organização e estabelece objetivos e metas para as equipes e indivíduos de 
segurança patrimonial. É o plano que tem a função de disciplinar e controlar as 
rotinas de segurança patrimonial. O planejamento operacional se concentra nas 
 
29 
 
atividades diárias, permite a exceção dos planos estratégicos da organização e 
das táticas de segurança patrimonial. (VIANA, 2016) 
 
8. Planejamento de monitoramento e análise crítica 
O monitoramento é a verificação, supervisão e observação contínuas dos 
indicadores de desempenho estabelecidos para monitorar a evolução do 
planejamento da segurança patrimonial ao longo do tempo. Indicadores de 
desempenho são dados que fornecem evidências de que tudo está OK ou que 
algo está saindo do plano de segurança estabelecido. O objetivo do 
monitoramento é analisar se o trabalho que está sendo desenvolvido está de 
acordo com o programa. (VIANA, 2016) 
Análise crítica é a atividade executada para avaliar se o planejamento 
ainda está alinhado com as atuais necessidades de segurança da organização. 
(VIANA, 2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SEGURANÇA PRIVADA 
O planejamento estratégico das empresas não pode ignorar ou moderar 
as atividades do Departamento de Segurança, deve ser incluído em grande parte 
das decisões e estratégias de negócios, diagnosticando possíveis riscos e 
ameaças aos projetos e planos da empresa, estabelecendo diretrizes para manter 
a integridade física dos recursos humanos e proteger ativos tangíveis e intangíveis 
da empresa, incluindo Proteção de Propriedade, Segurança da Informação, 
Proteção contra Incêndio e Proteção Pessoal, que fazem parte do Plano de 
Proteção de Ativos. Pode-se considerar que a segurança corporativa se aplica a 
todos os departamentos da empresa. (BARBOSA,2017) 
Existem muitos fatores de risco em um cenário de negócios, 
especialmente aqueles relacionados a crimes, espionagem, sabotagem, ataques 
a executivos e muitas outras formas de ataques aos quais as empresas estão 
expostas em suas operações. (BARBOSA, 2017) 
O planejamento de segurança privada é um processo que consiste em um 
conjunto de ações deliberadas, integradas, coordenadas e direcionadas para 
atingir o nível de segurança privada necessário para que uma organização alcance 
seus objetivos. (BARBOSA, 2017) 
O planejamento da proteção de ativos é uma atividade que consiste em 
interpretar as necessidades de uma organização para a proteção da propriedade 
e, nessa base, determinar os recursos e atividades necessárias para garantir a 
segurança física das pessoas e a integridade da propriedade. Além de definir 
metas e objetivos, o planejamento deve conduzir a atividade estratégica de 
distribuir recursos com eficiência, para que metas e objetivos possam ser 
alcançados adequadamente. (BARBOSA, 2017) 
 
 
 
 
31 
 
O Plano de Proteção de Ativos é um documento que registra o resultado 
do planejamento, formaliza o registro das decisões tomadas no planejamento. Um 
plano de segurança privada é o resultado do planejamento de segurança de 
propriedades e deve conter três elementos básicos essenciais. (BARBOSA, 2017) 
 
• Objetivos e tarefas; 
• Meios necessários para a implementação (humana, financeira, 
material, informação e tecnológica); 
• Controles e indicadores de desempenho que permitem o 
monitoramento durante a implementação do plano para evitar desvios do plano. 
 
O planejamento da proteção de propriedades visa: 
 
• Identifique a necessidade de segurança da organização; 
• Identifique e estabeleça objetivos e tarefas de segurança; 
• Organização e estrutura de segurança da organização; 
• Identificar e quantificar as medidas necessárias para alcançar com 
segurança seus objetivos; 
• Permitir o uso eficiente de recursos (economia); 
• Definir responsabilidades e incentivar o comprometimento dos 
envolvidos; 
• Definir tarefas e prazos, permitindo controle e ajustes, se necessário; 
• Implementar mecanismos de medição de desempenho em processos 
de proteção de propriedades; 
• Forneça suporte para obter credibilidade e suporte financeiro, 
material e humano. (BARBOSA, 2017) 
 
Para desenvolver um planejamento eficaz de gerenciamento de segurança 
privada para sua empresa, é necessário primeiro identificar e descrever as etapas 
 
32 
 
de segurança graficamente para facilitar o entendimento. Os detalhes gráficos 
permitem visualizar os principais processos, destacar os pontos críticos que 
merecem atenção e ajudar você, gerente, a tomar as decisões corretas durante o 
planejamento. A padronização dos processos de segurança é o próximo passo 
após o mapeamento gráfico. Então a solução ideal é distinguir, promover e 
disseminar internamente novas práticas e metodologias relacionadas à segurança 
patrimonial. Logo em seguida, o monitoramento e a avaliação do desempenho de 
novas medidas tomadas são essenciais para detectar pontos que precisam ser 
corrigidos para gerenciar efetivamente a segurança privada da empresa. 
(BARBOSA, 2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
7 GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA 
O gerenciamento de segurança privada pode ser entendido como a 
avaliação, o planejamento, o monitoramento e a revisão dos processos de 
segurança da empresa com a finalidade de melhoria contínua, além dos objetivos 
e tarefas estabelecidos. Em suma, este sistema visa melhorar os processos de 
segurança comercial. Um plano de segurança privado pode incluir o uso de 
dispositivos eletrônicos, guardas de segurança especializados, veículos, cães 
treinados e outros procedimentos que protegem e garantem a integridade dos 
ativos corporativos. Para que uma empresa tenha um ambiente seguro para as 
atividades diárias, os profissionais que protegerão seus ativos devem ser 
treinados por uma empresa qualificada. Isso significa que, para prestar serviços 
na área de segurança, esses especialistas devem estar afiliados a uma empresa 
que cumpra as regras estabelecidas pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia 
Federal (PF). (SEGURIDADE, 2018) 
A tecnologia pode ser um bom aliado no gerenciamento da segurança 
privada da sua empresa. Isso se deve ao surgimento de novos sistemas e 
ferramentas cada vez mais capazes de oferecer soluções adequadas para vários 
obstáculos contemporâneos. (SEGURIDADE, 2018) 
 
Prevenção de riscos 
Essa tecnologia já é amplamente utilizada pelas empresas para evitar 
situações de risco e incidentes, pois permite o reconhecimento automático de 
irregularidades ambientais. O uso de sensores e análise de vídeo inteligente são 
dois exemplos de equipamentos tecnológicos para esse fim. No entanto, o uso 
mais comum em empresas para impedir atividades criminosas são câmeras e 
ferramentas de controle de acesso. (SEGURIDADE, 2018) 
 
 
 
34 
 
Eficiência operacional 
Graças aos investimentos em serviços de segurança tecnológica e 
inteligente, as empresas poderão concentrar melhor seus esforços em áreas 
estratégicas, pois a demanda por especialistas especializados nesse setor 
diminuirá. Os modernos sistemas e equipamentos de segurança têm autonomia 
para lidar com possíveis falhas e acionar alarmes em situações incomuns. Ao usar 
essas ferramentas tecnológicas, a probabilidade de erro e o risco de falha humana 
são reduzidos, garantindo a integridade física da empresa. (SEGURIDADE, 2018) 
 
Monitoramento remoto 
Atualmente, existem diversas soluções tecnológicas no mercado que 
garantem a segurança da empresa, permitindo um monitoramento remoto e eficaz. 
Por exemplo, com um computador ou dispositivo pré-configurado, você pode 
espionar as imagens fornecidas por este sistema. Além disso, graças ao uso da 
tecnologia, a equipe de terceirização é capaz de seguir a rotina da empresa e, em 
seguida, detectar e intervir no caso de incidentes de risco e pontos de segurança 
que exigem ajustes. (SEGURIDADE, 2018) 
 
A importância de pessoal treinado 
Apesar das facilidades oferecidas pelas soluções tecnológicas, para que 
a proteção privada da sua empresa seja eficaz, é necessária uma equipe de 
serviço treinada. No passado, o serviço de segurança era visto apenas como uma 
imagem de um guarda de segurança em uma empresa, mas à medida que o crime 
aumenta no país, torna-se evidente a importância de ter profissionais 
genuinamente preparados para lidar com eventos de risco. Para que sua empresa 
empregue especialistas verdadeiramente experientes e especializados na área de 
proteção e gerenciamento de dispositivos e instalações, a melhor solução é 
terceirizar esse serviço. (SEGURIDADE, 2018) 
Graças à terceirização, além de uma redução significativa nos custos 
administrativos e de mão-de-obra, o projeto terá uma equipe que terá acesso ao 
 
35 
 
treinamento apropriado para sua função e atende aos regulamentos do MP e do 
FP. Outro aspecto interessante e benéfico da segurança da terceirização é que os 
funcionários permanentes do contratado terão mais tempo para se preocupar com 
o que é realmente importante para a lucratividade dos negócios. Em outras 
palavras, a terceirização de segurança permite que você se concentre no seu 
negócio principal. (SEGURIDADE, 2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
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comparativa. São Paulo: Edusp, 2001.(Polícia e Sociedade, 1) 
 
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cidadania em São Paulo. São Paulo: Ed. 34 / Edusp. 2000 
 
 
37 
 
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Paulo, São Paulo, 2002. 
 
GIDDENS, A. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Unesp,1991. 
 
Padrões de policiamento: uma análise comparativa internacional. 2. ed. São 
Paulo: Editora USP, 2006. 
 
ZANETIC, André. A questão da segurança privada: estudo do marco 
regulatório dos serviços particulares de segurança. Dissertação de Mestrado do 
Departamento em Ciência Política da USP. São Paulo: USP, 2006. 
 
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