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CIRROSE E INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA! R E L E M B R A N D O Sistema PortaHepático ————————— cerca de 75% do suprimento sanguíneo que perfunde o fígado origina-se da veia porta, que drena o sistema gastrointestinal; restante do aporte sanguíneo(oxigenado) entra pela artéria hepática; sangue venoso dos capilares do trato intestinal drena na veia porta, levando-o ao fígado, isso permite que este orgão receba nutrientes que foram extraídos dos alimentos pelo intestino ,fazendo a filtração do sangue e posteriormente é drenado pela veia hepática, veia cava inferior e coração direito; Funções Hepáticas —————————— C I R R O S E cirrose hepática é o estágio terminal de todas as doenças hepatocelulares; Fisiopatologia ————————————— após a morte celular e a deposição de tecido fibroso no parênquima hepático, há perda de sua arquitetura lobular e vascular normal e formação de nódulos de regeneração —> geralmente, há diminuição do tamanho e aumento da consistência do fígado, além de suas bordas se tornarem rombas e sua superfície ter aspecto irregular; todas as funções do órgão são diminuídas; assim, advêm complicações como perda de massa proteica, desnutrição, ginecomastia, ascite, hipertensão portal, tendência a hemorragia, encefalopatia hepática, síndrome hepatorrenal, icterícia etc; Epidemiologia ————————————— cirrose hepática está presente em 3,5 a 5% dos indivíduos – 15% dos alcoolistas desenvolvem cirrose, a 8ª causa de morte nos Estados Unidos; Etiologia ——————————————— Quadro Clinico ———————————— cirrose hepática pode se manifestar de várias maneiras, desde sintomas inespecíficos, como fadiga crônica, até quadros emergenciais, como as hemorragias digestivas (tudo depende da etiologia, da presença de complicações e da gravidade da doença); alterações nas provas de função hepática ou citopenias em exames de rotina feitos em assintomáticos podem ser as manifestações iniciais; sintomas relacionados à perda da função hepatocitária incluem perda de peso, cansaço, déficits neurológicos de concentração e memória e alterações do ciclo menstrual e da libido; ginecomastia, icterícia, ascite, esplenomegalia, telangiectasias, spiders/aranhas vasculares e eritema palmar são sinais que devem ser pesquisados, assim como adejo (asterix ou flapping) e hálito hepático; manifestações clínicas das complicações, como hipertensão portal com hemorragia digestiva, retenção de líquidos com edema, ascite ou insuficiência renal, ou a encefalopatia hepática em suas formas mais graves, também podem abrir o quadro clínico; Classificação ————————————— Morfológica morfologicamente, a cirrose pode ser classificada como micronodular, macronodular, mista ou septal incompleta; Cirrose micronodular: é aquela com nódulos de regeneração pequenos, de 0,1 a 0,3 cm de diâmetro, ocorre classicamente na fase inicial da cirrose alcoólica e, posteriormente, transforma-se em macronodular; Cirrose macronodular: é aquela com nódulos de regeneração maiores, de até 0,5 cm, chamada de pós- necrótica, irregular e pós-colapso; Cirrose mista: talvez seja a forma mais comum, em áreas com micronódulos e macronódulos; Cirrose septal incompleta: nódulos são maiores, atingindo até 1 cm de diâmetro, e a fibrose portal é proeminente; Funcional classificação funcional envolve 2 classificações importantes e muito utilizadas e, com base em critérios clínicos e laboratoriais, visa determinar a gravidade de cada caso; —> MELD é outro sistema de avaliação da doença hepática crônica, em que são utilizados valores de bilirrubina sérica, creatinina e INR; Diagnóstico —————————————— diagnóstico deve basear-se nos 3 aspectos utilizados para classificar a doença: aspectos clínicos, como sintomas, sinais e alterações laboratoriais; etiologia da doença; padrão histológico, determinado por exame anatomopatológico de fragmento de biópsia hepática; nos casos avançados em que as complicações da cirrose já se impõem, paralelamente ao seu tratamento, deve-se pesquisar a etiologia da cirrose e classificá-la morfologicamente; C O M P L I C A Ç Õ E S D A C I R R O S E Hipertensão Portal ——————————— é definida como um aumento anormal da pressão sanguínea na veia porta (a veia de grande calibre que transporta o sangue do intestino ao fígado) e suas ramificações; — > veia porta recebe o sangue proveniente de todo o intestino, do baço, do pâncreas e da vesícula biliar e transporta-o para o fígado, depois de entrar no fígado, a veia divide-se em ramo direito e ramo esquerdo e em pequenos canais que percorrem o fígado, quando o sangue sai do fígado, volta para a circulação geral pela veia hepática; hipertensão portal leva ao desenvolvimento de novas veias (denominadas vasos colaterais) que desviam do fígado, essas veias conectam diretamente os vasos sanguíneos portais às veias que levam o sangue do fígado para a circulação geral; devido a esse desvio, as substâncias (como toxinas) que, em condições normais são removidas do sangue pelo fígado, entram na circulação sanguínea geral de forma direta, os vasos colaterais surgem em locais específicos; Os mais importantes estão localizados na extremidade inferior do esôfago e na parte superior do estômago, lá, os vasos se dilatam e apresentam muitas retorções e voltas – ou seja, eles se transformam em veias varicosas no esôfago (varizes esofágicas) ou no estômago (varizes gástricas), essas veias dilatadas são frágeis e propensas ao sangramento, às vezes sério, e, ocasionalmente, com resultados fatais; Insuficiência Hepática —————————— insuficiência hepática aguda (IHA) é um rápido declínio na função hepática que se caracteriza por icterícia, coagulopatia (INR >1.5), e encefalopatia hepática em pacientes sem evidência de doença hepática prévia; embora ocorra como consequência de muitas vias causais, a maioria dos casos é caracterizada por necrose maciça de hepatócitos, que pode acabar resultando em insuficiência do órgão, no nível celular, tanto a necrose quanto a apoptose dos hepatócitos podem coexistir no cenário da IHA; A insuficiência hepática é classificada como: • Hiperaguda se ocorrer em até 7 dias • Aguda se ocorrer entre 8 e 28 dias • Subaguda se ocorrer entre 29 dias e 12 semanas. etiologia da IHA é estabelecida primariamente por anamnese, ensaios sorológicos, exames laboratoriais e de imagem e é um fator essencial na avaliação do prognóstico; Ascite ———————————————— trata-se do acúmulo anormal de líquido seroso na cavidade peritoneal, de composição semelhante à do plasma ou diluído; representa a principal complicação de pacientes cirróticos (30%) e é sinal de mau prognóstico; —> no seu diagnóstico diferencial, devem-se incluir os clássicos 5 “Fs” e 1 “T”: Feto, Flatos, Fezes, Fat, Fluidos e Tumor; clinicamente, podem-se perceber, à percussão, os sinais de macicez móvel e o círculo de Skoda, além do sinal “do piparote”; tratamento adequado da ascite não aumenta a sobrevida do paciente cirrótico, mas melhora a sua qualidade de vida; Encefalopatia Hepática ————————— esta síndrome ocorre entre pacientes com insuficiência hepática ou shunt portossistêmico, nos quais ocorrem alterações neuropsíquicas, como déficits de memória e atenção, deterioração neuropsíquica, alteração da personalidade, alterações no nível de consciência, variando da sonolência ao coma, e alterações motoras; — noventa e sete por cento são cirróticos — adejo (asterix ou flapping) e o hálito hepático (50% dos casos) são as 2 manifestações clínicas mais específicas da síndrome; fatores desencadeadores mais comuns são depleção volêmica (uso de diuréticos e desidratação), HDA, - infecções, uso de benzodiazepínicos, constipação e todas as formas de descompensação do paciente cirrótico; tratamento,inicialmente, baseia-se na retirada do fator desencadeador; Sindrome Hepatorrenal ————————— é uma situação clínica em que ocorrem insuficiência renal e alterações da circulação arterial, com vasoconstrição renal em pacientes com cirrose avançada; denota grave disfunção orgânica, indicando mau prognóstico, com mortalidade em poucas semanas para a maioria; trata-se do desenvolvimento de insuficiência renal funcional em pacientes com insuficiência hepática aguda ou crônica que apresentam hipertensão portal e ascite; tratamento mais efetivo é o transplante de fígado; T R A N S P L A N T E H E P Á T I C O Indicações —————————————— • Cirrose, não colestática (72%) • Hepatites • Hepatite C (27%) • Alcoólica (18%) • Hepatite C mais alcoólica (5%) • Esteato-hepatite não alcoólica (9%) • Criptogênica (5%) • Autoimune (4%) • Hepatite B (3%) • Outras (1%) • Doença hepática colestática (9%) • Colangite esclerosante primária (5%) • Cirrose biliar primária (3%) • Outras (1%) • Neoplasias malignas (primariamente carcinoma hepatocelular( 7%) • Insuficiência hepática aguda (2%) • Doenças metabólicas (2%) • Atresia biliar (1%) • Outras (p. ex., síndrome de Budd-Chiari) ou desconhecida 8% Contraindicações ——————————— • Abuso ativo de substâncias e incapacidade de cumprir com a reabilitação. • Suporte social inadequado, disfunção psicossocial extrema, psicose ativa ou outra doença psicossocial subjacente que torna impossível ao paciente o cumprimento dos cuidados peritransplante e manejo pós- operatório. • Doença cardiopulmonar instável, ativa. • Doença coronariana isquêmica sintomática não passível de revascularização. • Hipertensão pulmonar grave (PAP média >45 mmHg apesar de intervenções farmacológicas). • Doença maligna extra-hepática ativa, incurável. • Doença maligna metastática não hepática. • Hepatoma com invasão macrovascular, metástases extra-hepáticas • Colangiocarcinoma com biópsia transperitoneal percutância (provavelmente semeada pela biópsia), diâmetro tumoral >3 cm, ou disseminação extra- hepática. • Sepse não tratável, ativa, descontrolada ou outra doença infecciosa grave. • Infecção por HIV ativa com doença definidora de AIDS. • Tromboses vasculares extensas antes do transplante hepático.
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