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O que são Precatórios e como funcionam

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DEFINIÇÃO 
Os precatórios são ações transitadas em julgado, com sentença condenatória, movida contra entidades públicas oriundas de rescisões trabalhistas, contratos de fornecimentos descumpridos, desapropriações não paga, reparação de dano e etc. Diferente das demais ações, cita-se uma entidade pública por meio de ofícios encaminhados aos respectivos devedores cobrando os valores da sentença condenatória. Todas as entidades públicas possuem uma lista de ordem cronológica onde se organiza a ordem dos pagamentos, de acordo com a disponibilidade do dinheiro. Os pagamentos são realizados a depender da natureza da dívida. Sim, existe uma classificação de acordo com a natureza da dívida que define o quão rápido você irá receber o seu dinheiro. 
Terão prioridade os pagamentos das dívidas de natureza alimentar, custeio das despesas com a família, aluguel, luz, vestimentas e etc. Estas despesas são consideradas verbas alimentícias de acordo com o Artigo 100, §1º da Constituição Federal. 
Ou seja, é um processo que programa os pagamentos por parte da União, empresas públicas e Governo, contra qualquer pessoa que foi lesada pelo Estado e tem direito a receber esses valores. 
A dificuldade dos credores de receber os pagamentos devidos pela Fazenda Pública em virtude de sentença judiciária foi um dos motivos que levou à constitucionalização do precatório (VAZ, 2005, p. 80)
Assim que é prolatada a sentença condenatória, o juiz da execução encaminha a requisição ao Presidente do Tribunal de Justiça, este por sua vez expedirá um oficio e o enviará para cobrar a Fazenda competente, que ao receber incluirá na fila de acordo com prioridade que a natureza da dívida exige. 
Quanto aos pagamentos, todas as requisições recebidas pelo Tribunal até o dia 1º de julho deverão obrigatoriamente ser incluídas no orçamento do exercício seguinte, e então pagas até o dia 31 de dezembro do ano vigente. Durante esse período todos os valores serão atualizados monetariamente. 
De acordo com o Artigo 100, § 6º, caso o Presidente do Tribunal de Justiça tente retardar ou tentar frustrar a liquidação regular do precatório, por meio de atos comissivos ou omissivos, incorrerá e responderá por crime de responsabilidade.
Teoricamente, todas as requisições apresentadas até dia 1º de julho deveriam ter verbas compatíveis aos seus pagamentos. Mas na pratica, nem sempre há dinheiros e por isso o ato de postergar ano após ano tende a ser recorrente. 
Existem dois tipos de precatórios, os de natureza alimentar e os de natureza comum. O ponto mais importante a destacar entre eles é com relação a ordem dos pagamentos. Os precatórios alimentares passam na frente dos demais na ordem cronológica, entretanto mantendo a ordem entre eles da mesma natureza. 
PRECATÓRIOS ALIMENTARES 
Precatórios alimentares são aqueles oriundos de rescisões trabalhistas, vencimentos, proventos, pensões ou indenizações por morte. Na ordem cronológica da Fazenda devedora que define quando serão pagos, estes precatórios possuem preferência, pois trata-se de verbas alimentícias. 
Neste mesmo sentido, são reconhecidas as decisões decorrentes de acidentes, bem como os honorários advocatícios. 
A Carta Magna prevê em seu Artigo 100, § 1º, a definição de precatórios alimentares:
“§1º-A Os débitos de natureza alimentícias compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado.”
Podemos encontrar na Constituição Federal também um crivo especifico dentro da regra de preferência que prevê mais algumas categorias. 
· Pessoas com mais de 60 anos de idade ou mais
· Portadores de doenças graves
· Pessoas com deficiência
Esses são os chamados “super presenciais” por ter prioridade absoluta em relação aos demais. Apesar da “super preferência” existe ainda um delimitador, um valor limite para pagamento antecipado: no máximo o triplo do valor estabelecido para RPV (requisição de pequeno valor), a depender do Ente público devedor. 
As dívidas das Fazendas atingem um valor absurdo e não tendem a ser liquidadas. A Fazenda Federal dentre todas, é a única que costuma honrar com os pagamentos, posterga enquanto pode, mas no final paga. 
A Fazenda Estadual, principalmente, a de São Paulo, não tem um bom histórico no que se refere a honrar com seus compromissos. Os pagamentos não acontecem nunca, o que levam os credores a procurarem por outra alternativa para receber o dinheiro devido. 
PRECATÓRIOS DE NATUREZA COMUM
A prioridade entre os precatórios acontece apenas quando se trata de títulos do mesmo ano. 
Ou seja, precatórios alimentares de 2016 são prioritários em relação aos precatórios comum de 2016. Já precatórios comum de 2015 são prioritários aos precatórios alimentares de 2016. 
Os precatórios comuns são aqueles que não dizem respeito diretamente a renda ou subsistência do credor e sua família. Por exemplo desapropriações, repetição de tributos, indenizações por dano moral, dentre outros. Este tipo de precatório não possui preferência na ordem de pagamentos. 
Conforme previsão do Artigo 78, caput, § 1º, § 2º, § 3º do ADCT, em contrapartida os precatórios de natureza comum foram contemplados com a opção de parcelamento. 
“Art. Ressalvados os créditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os de que trata o art.33 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e suas complementações e os que já tiverem os seus respectivos recursos liberados ou depositados em juízo, os precatórios pendentes na data de promulgação desta Emenda e os que decorrem de ações iniciais ajuizadas até 31 de Dezembro de 1999 serão liquidados pelo valor real, em prestação anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão dos créditos.”
Devido ao recorrente atraso que ultrapassa os 10 anos no pagamento dos precatórios do Estado de São Paulo, o caput acima prevê a possibilidade de intermediários que por meio de operações financeiras pagam o valor ao credor com deságio na venda do precatório.
Essa operação acontece, quando empresas entram em contato com o credor e oferecem a compra do crédito do precatório com deságio aproximadamente de 40%. 
Posteriormente essa mesma empresa entra em contato com outras organizações devedoras de ICMS e oferecem o precatório para que enfim estas possam usar o título para compensação de sua dívida junto ao Ente devedor. 
PRECATÓRIOS COMPLEMENTARES E SUPLEMENTARES
Nem sempre o precatório é pago, como já foi explicado anteriormente, quando o pagamento acontece, pode não ser integralmente satisfeita a dívida fazendária, ou seja, existe o pagamento parcial da dívida e para esses casos o Juiz da execução expede um oficio requisitório denominado precatório complementar.
Nos casos em que o pagamento acontece em sua totalidade, também pode haver atrasos, incorrendo em juros e correções monetárias devidos pela Fazenda devedora. Neste caso, temos os chamados precatórios suplementares. 
Tais complementações ou suplementações dos precatórios deverão ser acordados antes que haja o pagamento de qualquer valor referente ao débito ao credor. Isso é estabelecido pelo Artigo 100, § 4º da Constituição Federal, para que não fiquem valores em aberto indefinidamente após a liquidação da dívida. 
“§ 4º São vedadas a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante a expedição de precatório.”
Ou seja, o parágrafo citado acima, veda a expedição de precatórios sejam eles, complementares ou suplementares de valores que já tenham sido pagos ao credor. 
PRECATÓRIOS FEDERAIS 
As dívidas na União são rigorosamente pagas, e não acontece diferente quando falamos dos precatórios federais. Independentemente do tipo de precatório,seja de natureza alimentar ou comum, todos que foram inscritos no orçamento do ano de 2019 já foram liquidados no ano de 2020. 
Em alguns casos a União poderá interpor ação rescisória de decisão proferida pelo STF, em até dois anos após o trânsito em julgado, com a intenção de reforma-la e finalmente interromper as emissões de precatórios. Mesmos nestes casos, onde a ação rescisória é julgada procedente, ocorre o cancelamento do oficio. 
A origem deste tipo precatório é a mesma dos demais, entretanto, quando falamos de precatórios federais, estamos tratando de competência da União. Esta é devedora da ação já transitada em julgado. Após a inclusão do precatório no orçamento público a mesma deverá depositar o valor correspondente ao credor, que na maioria dos casos são: agentes públicos, pensionistas, aposentados pela União, dentre outros.
PRECATÓRIOS ESTADUAIS
Diferente da União que acata e cumpre as decisões judiciais, quando dos pagamentos dos precatórios de competência do Estado, estamos falando de dividas que nunca serão pagas. 
Já se tornou recorrente o “calote” das dívidas dos Estados para com os credores. Dentre todos os Estados, podemos destacar principalmente o Estado de São Paulo que já possui dívidas com atraso superior a 10 anos nos pagamentos dos precatórios. 
O governo paulista ainda não pagou os precatórios expedidos das últimas décadas, nem mesmo as RPV (Requisições de pequeno valor).
Essa dificuldade dos credores de receber o dinheiro devido pelo Estado, os levam a procurar outras alternativas que lhes tragam “menos prejuízos”. Hoje o meio mais frequente é a venda destes precatórios para intermediários que compram e posteriormente vendem para outras empresas devedoras de ICMS para que seja feita a compensação. Essa operação financeira costuma custar para o credor um deságio em torno de 40% que no final recebe apenas 60% do valor devido. Há quem figa que essa é uma pratica abusiva, porém, imaginando que o credor não receberia nada do Estado, no meu ponto de vista, não parece ser assim tão abusiva. 
PRECATÓRIOS MUNICIPAIS
Os municípios costumam ser tão omissos quanto os Estados com relação aos pagamentos dos precatórios de sua competência. Mesmo sendo a dívida municipal muito menor que a Estadual e Federal, devido ao pequeno número de servidores. 
Para os municípios, o que costuma dar origem aos precatórios são o grande número de desapropriações feitas para realização de obras públicas, ou seja, em sua grande maioria os precatórios municipais tendem a ser de natureza comum. 
Mesmo que a maioria dos precatórios seja de natureza comum, não quer dizer que não existam precatórios alimentares. Existe um volume grande inclusive, entretanto os servidores são lesados em não recebem o que é devido.
REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR 
Para classificar uma dívida pública como RPV (requisição de pequeno valor) é importante observar alguns pontos:
· Se o devedor é um Ente púbico da esfera federal, o valor limite para que uma condenação seja paga através de RPV é de 60 (sessenta) salários mínimos;
· Se o Ente público devedor for Municípios ou Estados, a Constituição Federal estabelece um limite genérico de 40 (quarenta) salários mínimos para os Estados e 30 (trinta) salários mínimos para os Municípios. Genérico, por que, cada ente sendo município e estado, tem autonomia para fixar o teto, desde que respeite a regra constitucional de que esse limite não seja inferior ao teto da previdência social. 
É elaborado um oficio expedido pelo Presidente do Tribunal competente, determinando que o devedor pague a dívida em no máximo 60 (sessenta) dias contados da intimação. 
O pagamento é feito por meio de depósito judicial, ficando os valores à disposição do Presidente do Tribunal. 
Em casos onde a RPV não é paga, o juiz da execução pode determinar o sequestro de verbas públicas com o objetivo de garantir o pagamento ao credor. 
Caso os valores da dívida ultrapassem os tetos estabelecidos por cada Fazenda, o eventual crédito não será feito nesta modalidade, mas por meio de precatórios, por possuírem um prazo maior para pagamento. O credor que observar que o valor da dívida ultrapassou o teto e não quiser passar pela burocracia dos precatórios, poderá renunciar parte do valor, afim de enquadrar o dívida em RPV e receber mais rapidamente. 
Após o pagamento o beneficiário poderá sacar a quantia devida a depender de alguns tramites legais. 
Se for expedida por juiz estadual ou se o pagamento estiver com algum bloqueio, os valores serão liberados ao juízo requisitante que deverá expedir um alvará de levantamento para então acontecer a liberação do dinheiro ao beneficiário.
Já nos casos onde a vara for o juízo federal e o pagamento estiver liberado, o saque será disponibilizado diretamente ao beneficiário, na instituição financeira correspondente, ou seja, dispensando a necessidade da expedição de alvará judicial.
O ATRASO DOS PAGAMENTOS DE PRECATÓRIOS 
Nos textos constitucionais encontramos previsões com intuito de aprimorar e efetuar pontualmente os pagamentos dos títulos de precatórios. Entretanto essa tentativa é frustrada pelas Fazendas que nem sempre querem honrar com a dívida pública. 
Podemos observar essa posição dos Entes devedores ao notar que a dívida fazendária vem crescendo de maneira assustadora ano, após ano. 
Podemos dizer inclusive que a inadimplência fazendária fere diretamente os princípios e garantias previstos na Constituição Federal, pois muitos credores morrem à espera dos pagamentos que muitas vezes pode resgatar a dignidade ou colaborar com a manutenção da saúde do credor e sua da família. 
A Emenda 30/2000, veio para afrouxar ainda mais o prazo previsto para os pagamentos. Antes o pagamento do precatório deveria ser feito de modo integral, e após a emenda o prazo foi estendido para dez anos, podendo inclusive ser parcelado em 10 vezes. 
Este mercado como qualquer outro que envolva interesse financeiro, possui empresas fraudulentas ou de má índole que aproveitam da urgência ou inocência do credor e induz o mesmo ao erro. Muitas vezes omitindo os valores reais a receber ou cobrando deságios abusivos dentre outras práticas que o Tribunal de Justiça vem recebendo de reclamações por parte dos credores que se sentiram lesados. 
Quando houver essa percepção de que existe algum vicio na relação, a parte interessada, deverá ingressar com ação anulatória de contrato, para que então possa reaver os seus direitos. 
DA CESSÃO DE DIREITOS CREDITÓRIOS
Por conta da morosidade no pagamento dos precatórios, surgiu o denominado mercado dos precatórios. Nada mais é do que um mercado composto por empresas que compram o titulo do credor e revendem para outras empresas devedoras de impostos que posteriormente poderão usar para compensação tributária ou outros tipos de operações financeiras.
Para os credores que tem urgência em receber o dinheiro ou até mesmo não querem aguardar pela fila dos pagamentos dos precatórios, essas operações são o meio mais ágil e fácil de tornar tangível o direito a receber. 
A Cessão de Crédito encontra-se devidamente regulamentada pela legislação brasileira, através do artigo 286 do Código Civil, o qual, de forma expressa, estabelece que o “credor pode ceder o seu crédito(...)”, devendo, mencionada transferência, dar-se por meio de Instrumento Público, conforme preceitua o artigo 288, do mesmo ordenamento jurídico. 
 Art.286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento a obrigação. 
Da mesma forma, o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), através do artigo 78, incluindo com o advento da Emenda Constitucional nº 30/2000, também prevê a possibilidade de cessão de crédito, conforme se depreende do texto abaixo transcrito:
“ Art. 78 Ressalvados os créditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os de que trata o Art. 33 desde Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias e suas complementações e os que já tiverem os seus respectivos recursos liberados ou depositados em juízo, os precatórios pendentes na data de promulgação desta Emenda e os que decorram de ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999 serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescidos de juros, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, PERMITIDA A CESSÃO DOS CRÉDITOS.”
Observa-se, assim, da leitura do dispositivo acima transcrito, que não há qualquer distinção quanto a natureza do crédito que pode ser cedido. 
Não há, também, a possibilidade de o devedor opor-se à cessão de crédito realizada, sendo certo que, para que a mesma produza efeitos com relação à Fazenda Pública, deverá, esta última, apenas ser notificada. 
Neste sentido, simples petição apresentada no próprio processo judicial originário do crédito, informando a ocorrência da cessão e demonstrando por meio de documentos, é tida como notificação.
Além disso, para que seja considerada válida a Cessão de Crédito, faz-se necessário que o crédito, objeto do mencionado negócio jurídico, seja proveniente de decisão condenatória devidamente TRANSITADA EM JULGADO, constituindo, por conseguinte, título executivo passível de transferência, conforme preceitua o artigo 586, do Código de Processo Civil, o qual abaixo transcrevo:
“Art. 586. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, liquida e exigível. (Redação dada pela Lei 11,382, de 06.12.2006)”
Assim, nos casos dos processos judiciais originários dos créditos objeto de cessão, em razão dos mesmos encontrarem-se em fase de execução de sentença, é possível observar a presença dos requisitos estabelecidos no dispositivo legal acima transcrito. 
I)certeza, demonstrada com a análise do mérito e julgamento de procedência da ação de conhecimento; II) liquidez, esses dois últimos a serem apurados, oportunamente, na fase de liquidação de sentença. 
Ademais, o Novo Código de Processo Civil, elenca, em seu artigo 515, os chamados títulos executivos judiciais, estando, dentre eles, em seu inciso I, a sentença condenatória. 
“Art. 515. São Títulos Executivos Judiciais:
I – As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou entregar coisa; “
Têm-se, assim, os requisitos imprescindíveis para realização da Cessão de Direitos Creditórios: Ser realizada por meio de Instrumento Público; ser realizada na fase executória da Ação Ordinária; não ter sido expedido o precatório.
Portanto, estando presentes os requisitos legais exigidos pelo ordenamento jurídico vigente, não pode, a União Federal ou qualquer outra Fazenda, enquanto devedora, opor-se às cessões de crédito realizada nos processos judiciais em que é parte executada. 
INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso busca abordar um tema que vem se agravando com os passar nos anos.
Como todo e qualquer problema social, fere a dignidade, a saúde e bem estar dos grupos interessados, causando ainda, grande insegurança jurídica para sociedade. 
O ordenamento jurídico também veio acompanhando essa problemática e enxergou algumas alternativas para amenizar os prejuízos e malefícios causados pelo não pagamento dos Precatórios por parte das Fazendas. 
A questão da inadimplência fazendária, despertou interesse não apenas dos credores, mas também de empresas que no meio desse problema, enxergaram oportunidade para agilizar o recebimento por parte do credor, bem como obter lucro com a intermediação do negócio. 
Com o passar dos anos, a intermediação passou a ser vista com bons olhos pelo nosso ordenamento jurídico, por isso foram inclusas previsões legais regulamentando a prática.
O objetivo deste trabalho é esclarecer quais as variações de precatórios, classificação de credor e devedor e como são realizados os seus pagamentos. 
Destaco também a previsão legal para cessão de crédito que atualmente vem sendo a maneira mais ágil e eficaz de usar o titulo do precatório sem que haja a burocracia ou fila de acordo com a sua natureza. 
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois, sem ele eu não conseguiria dar conta dessa jornada. Dedico também a toda a minha família, em especial ao meu marido Alexandro, minha filha Alice, minha mãe, a minha irmã Alana e meu cunhado Lucas, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida. Sem vocês com certeza eu não conseguiria realizar o meu sonho de concluir o curso de Direito que tanto sonhei e me empenhei a fazer. Dedico ainda ao meu orientador Professor Saul Simões que durante o curso me deixou muito desconfortável e foi esse desconforto que me fez buscar informação para ser melhor, aprendendo a o admirar e almejar ser 5% do que ele é na área de Direito Empresarial. 
“Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que triste os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas!” 
Mario Quintana
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste trabalho, destacamos principalmente as peculiaridades de cada tipo de precatórios bem como a incidência dos seus pagamentos. 
Falamos ainda sobre a inadimplência fazendária e o surgimento do novo mercado dos precatórios. 
Importante resgatarmos o problema da falta de regulação para esse novo mercado, deixando lacunas a respeito do tema, facilitando praticas adversas ao que rege o princípio da boa-fé. 
Poucas previsões legais sobre a cessão de crédito ou qualquer outra operação financeira usando o titulo do precatório, dificulta muito para que todos enxerguem um caminho padrão para dirimir os conflitos oriundos dessas relações. 
O não pagamento dos precatórios é um problema muito grave, principalmente quando se trata dos precatórios alimentares. A inadimplência atinge diretamente a vidas e a saúde desses credores, já que se trata de precatórios de origem rescisória, salário, acidente grave e etc. 
Esse tema vem se tornando mais frequente nas pautas do judiciário o que exige mais atenção, e com o olhar mais atento podem enxergar mecanismos para auxiliar na evolução e resolução deste problema, revisado e criado remédios constitucionais para tanto. 
Concluo este trabalho reafirmando que neste momento a cessão de crédito é sim o meio mais eficaz e ágil para que o problema da inadimplência por parte dos Entes devedores seja resolvido. Mesmo com deságio, o credor ainda assim poderá receber parte do valor devido ao contrario do que aconteceria se aguardasse a ordem de pagamento da Fazenda correspondente. 
Ficou claro que qualquer ação contra o poder publico mesmo que procedente e transitada em julgado, pode não ser tão eficaz como se espera. Diferente do que as Fazendas alegam de que se trata de falta de verbas, notamos que para campanhas politicas sem há verba para justificar os gastos assombrosos. 
O surgimento de empresas que enxergam utilidade nesses títulos que mais se parecem com “esqueletos no armário” é de grande valia, pois geram empregos, viabilizam o recebimento do dinheiro para o credor e resolvem o problema da inadimplência fazendária que por sua vez poderá se tornar um titulo compensatório para empresas devedoras de ICMS ou outro qualquer outro tributo. 
Bibliografia 
Vaz, Orlando. Precatório: problemas e soluções. 1. ed. Belo Horizonte: Del Rey; Centro Jurídico Brasileiro. 2005.
Pessoa, Robertônio Santos. Curso de Direito Administrativo Moderno. 2ª ed. Rio de Janeiro. Forense. 2003.
Cunha, Manoel da. Precatórios: do escândalo nacional ao calote nos credores. 1. ed. São Paulo: LTr, 2000.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
Sites consultados 
https://certjud.com.br/blog/entenda-a-diferenca-entre-precatorio-alimentar-e-precatorio-comum/
https://blog.precatoriosbrasil.com/tipos-de-precatorios/
https://blog.meuprecatorio.com.br/o-que-e-precatorio-comum/
https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2020/10/precatorios-sao-paulo-doria-calote/https://precatoriosja.com.br/o-que-e-rpv-entenda-de-uma-vez-por-todas/ 
https://www.sandovalfilho.com.br/stf-define-criterios-para-pagamento-de-precatorios-alimentares-e-nao-alimentares/
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