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relatorio_Cinzento_dez_2015

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COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS 
DIRETORIA DE GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS 
DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO PARCIAL DE ATIVIDADES 
 
CONTROLES ESTRUTURAIS DAS MINERALIZAÇÕES DE COBRE-OURO DO LINEAMENTO 
CINZENTO, PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS 
 
 
 
 
 
Felipe Mattos Tavares 
DIGECO 
 
Iago Souza Lima Costa 
DISEGE 
 
Junny Kyley Mastop Oliveira 
GEREMI-SUREG-BE 
 
 
 
 
 
 
Dezembro de 2015 
1 
 
SUMÁRIO EXECUTIVO 
 
1) A Província Mineral de Carajás abriga expressiva concentração de depósitos de Cu-Au de 
alta tonelagem, especialmente do tipo IOCG (Iron Oxide – Copper – Gold), 
estruturalmente controlados e majoritariamente agrupados em dois corredores 
estruturais principais, conhecidos como cinturões Norte e Sul do Cobre; 
2) Os depósitos do Cinturão Norte do Cobre se distribuem ao longo do Lineamento Cinzento, 
um sistema deformacional complexo de evolução tectônica polifásica, que registrou 
diversos eventos alternados de extensão e contração ocorridos entre o Neoarqueano e o 
Paleoproterozoico; 
3) Os litotipos que hospedam as zonas mineralizadas no Lineamento Cinzento são 
neoarqueanos, tratando-se de fragmentos de sequências metavulcanossedimentares da 
associação de topo do Supergrupo Itacaiúnas, imbricados tectonicamente com granitoides 
gnaissificados, pertencentes ao Metagranito Igarapé Gelado. Ocorrem também corpos 
graníticos paleoproterozoicos da Suíte Intrusiva Serra dos Carajás, que não hospedam 
mineralizações e que cortam a trama dúctil principal; 
4) Os três principais eventos mineralizantes para Cu-Au reconhecidos na região do 
Lineamento Cinzento são o de caráter singenético, síncrono à deposição das sequências 
do Supergrupo Itacaiúnas, em 2,76 a 2,73 Ga (p. ex. depósito Pojuca); o evento principal, 
do tipo IOCG, em 2,61 a 2,55 Ga (p. ex. Salobo, Grota Funda, Paulo Afonso, Furnas, GT-
46); e o relativo a remobilizações tardias, ao redor de 1,88 Ga, síncrono à colocação dos 
granitoides da Suíte Intrusiva Serra dos Carajás (p. ex. Gameleira); 
5) Todos os eventos hidrotermais que produziram e/ou remobilizaram mineralizações de Cu-
Au – singenético, IOCG e remobilizações tardias – são correlacionáveis a episódios de 
tectônica extensional, conforme caracterizado neste trabalho; 
6) A interpretação funcional de lineamentos magnéticos, consistidos com anomalias de 
relevo, se mostrou eficaz no mapeamento e hierarquização de estruturas (zonas de 
cisalhamento, feixes de falhas, fraturas) e zonas magnéticas; 
7) Os principais depósitos IOCG do Lineamento Cinzento (Salobo, Paulo Afonso e Furnas) 
estão em zonas de alta densidade de lineamentos magnéticos, exibindo valores muito 
altos de amplitude de sinal analítico (7 a 17 vezes superiores à média regional) e de urânio 
anômalo (50% a 120% superiores à média), embora os valores de potássio anômalo e de 
Fator F sejam algo divergentes, apresentando-se altos nos depósitos Salobo e Furnas e 
relativamente baixos no depósito Paulo Afonso; 
8) Todas as unidades litológicas do Neoarqueano, assim como as mineralizações singenética 
e do tipo IOCG, foram deformadas e metamorfisadas em fácies anfibolito, durante a 
Orogênese Transamazônica, entre 2,10 e 2,07 Ga, em regime tectônico compressivo a 
transpressivo, com transporte tectônico de topo para SW, sendo possível observar uma 
2 
 
forte correlação das zonas mineralizadas com as principais zonas de cisalhamento 
transamazônicas; 
9) Um segundo evento tectônico compressivo, pós-transamazônico, também afetou a área 
do Lineamento Cinzento, sendo responsável por pares de zonas de cisalhamento reversas-
oblíquas, com transporte tectônico de topo para NW; 
10) Os depósitos IOCG Salobo e Furnas são majoritariamente hospedados por formações 
ferríferas de fácies óxido a silicato. Os mesmos litotipos também ocorrem, em menor 
proporção, no depósito Paulo Afonso. As mineralizações são lentiformes e estão dispostas 
ao longo de zonas de cisalhamento transamazônicas, estiradas e onduladas, por vezes 
milonitizadas e localmente segmentadas por zonas de cisalhamento pós-transamazônicas; 
11) As estruturas dúcteis transamazônicas e pós-transamazônicas foram tardiamente 
reativadas ao redor de 1,88, em regime extensional, sendo reaproveitadas como condutos 
preferenciais para a percolação de fluidos meteóricos e magmáticos-hidrotermais e para a 
precipitação de minério remobilizado de fontes mais antigas, processo amplamente 
documentado em lâminas polidas do depósito Salobo; 
12) Os jazimentos mais importantes possuem características mistas de dois ou mais sistemas 
mineralizantes superpostos, de épocas metalogenéticas distintas, sugerindo que a 
recorrência tectônica ao longo do Lineamento Cinzento foi um dos fatores determinantes 
para a distribuição anômala de grandes depósitos de Cu-Au no Corredor Norte do Cobre; 
13) A partir da caracterização geológico-geofísica dos depósitos conhecidos, foi possível 
apontar dois tipos de alvos para follow up em campo: zonas potenciais para depósitos 
IOCG e áreas prospectáveis para depósitos gerados por remobilização tardia. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Província Mineral de Carajás abriga expressiva concentração de depósitos de Cu-Au 
de alta tonelagem, especialmente do tipo IOCG (Iron Oxide – Copper – Gold), estruturalmente 
controlados e majoritariamente agrupados em dois corredores estruturais principais, 
conhecidos como cinturões Norte e Sul do Cobre. Os depósitos do Cinturão Norte do Cobre se 
distribuem ao longo do Lineamento Cinzento, um sistema deformacional complexo que 
registrou diversos eventos tectônicos entre o Neoarqueano e o Paleoproterozoico (Fig. 1). 
Desde 2008, o Serviço Geológico do Brasil – CPRM – retomou o estudo sistemático da 
Província Mineral de Carajás, tendo disponibilizado até o momento três cartas geológicas na 
escala de 1:100.000 da sua porção nordeste (folhas Serra Pelada, Rio Verde e Serra dos 
Carajás). Em 2015, três novos produtos temáticos foram gerados: mapa de integração 
geológico-geofísica da porção norte da Província Carajás (Domínio Carajás), relatório de 
avaliação dos controles tectonoestratigráficos das mineralizações de manganês e o mapa 
geológico-estrutural da região do Lineamento Cinzento. 
Este relatório tem por objetivo divulgar os avanços técnicos alcançados pela CPRM ao 
longo de 2015 sobre o entendimento dos controles estruturais das mineralizações de Cu-Au 
contidas no Lineamento Cinzento. Trata-se de material suplementar ao mapa geológico-
estrutural ora divulgado. Cabe ressaltar, entretanto, que as observações aqui expostas ainda 
são parciais e cabíveis de alterações, pois a análise geológico-geofísica da região segue em 
andamento. 
 
Unidades litoestratigráficas afetadas pelo Lineamento Cinzento 
Os litotipos que hospedam as zonas mineralizadas no Lineamento Cinzento são 
neoarqueanos, tratando-se de fragmentos de sequências metavulcanossedimentares do 
Supergrupo Itacaiúnas (DOCEGEO, 1988), em especial litotipos metassedimentares clasto-
químicos (quartzitos, quartzo-xistos, metacherts, formações ferríferas de fácies óxido e 
silicato, xistos aluminosos, grafita-xistos) e em menor proporção anfibolitos e metavulcânicas 
ácidas, imbricados tectonicamente com granitoides gnaissificados, subalcalinos, semelhantes 
aos do tipo A, pertencentes ao Metagranito Igarapé Gelado (Barbosa, 2004). 
Ocorrem também corpos graníticos paleoproterozoicos da Suíte Intrusiva Serra dos 
Carajás (Dall’Agnol et al, 2005), como os granitos Cigano, Pojuca e Young Salobo, que não 
hospedam mineralizações e que cortam a trama dúctil principal. 
4 
 
 
Figura 1: Mapa de associações tectonoestratigráficas do nordeste da Província Carajás e entorno. Minas 
e garimpos ativos/inativos estão indicados junto com a principal substância extraída: (1) Buritirama, (2) 
Salobo, (3) Igarapé Bahia, (4) Azul, (5) Águas Claras, (6) N4, (7) N5,(8) Serra Pelada, (9) S11D, (10) 
Sossego. Modificado de Tavares (2015). A área de estudo está marcada pelo polígono branco. 
 
5 
 
Depósitos de Cu-Au do Cinturão Norte do Cobre 
Há três principais eventos mineralizantes para Cu-Au reconhecidos na região do 
Lineamento Cinzento, conforme descrito na literatura. O mais antigo é o de caráter 
singenético, síncrono à deposição das sequências do Supergrupo Itacaiúnas, em 2,76 a 2,73 
Ga, bem representado pelo depósito Pojuca (DOCEGEO, 1988). 
O evento de mineralização principal, do tipo IOCG, ocorreu em 2,61 a 2,55 Ga e gerou 
diversos depósitos, como Salobo, de classe mundial (1112 Mt @ 0,69 wt% Cu, 0,43 g/t Au, 55 
g/t Ag; VALE, 2012), GT-46 (Silva et al., 2005), Grota Funda, Paulo Afonso e Furnas. 
 O evento mais novo é correlacionado a remobilizações tardias, ao redor de 1,88 Ga, 
síncrono à colocação dos granitoides da Suíte Intrusiva Serra dos Carajás. O exemplo de 
mineralização mais bem documentado desta geração é depósito Gameleira (Lindenmayer et 
al., 2001). 
Cabe ressaltar que diversos depósitos possuem características mistas de duas ou mais 
épocas metalogenéticas, como o depósito Pojuca, onde Schwartz e Frantz (2011) 
reconheceram mineralizações tanto do tipo VMS (volcanic massive sulfide), singenética, como 
brechas hidrotermais do tipo IOCG. Na mesma região, contíguo ao depósito Pojuca, ocorre 
ainda o depósito Gameleira. 
 
Trabalhos anteriores de Geologia Estrutural 
Costa e Siqueira (1990) definiram o Lineamento Cinzento como um feixe de zonas de 
cisalhamento sinistrais, associadas a duplexes compressivos e distensivos (Cururu e Salobo, 
respectivamente) e a uma terminação em rabo de cavalo compressivo (rabo de cavalo Serra 
Pelada), desenvolvidos no final do Neoarqueano. Aqueles autores correlacionaram a evolução 
do Lineamento Cinzento ao Cinturão Itacaiúnas, de Araújo et al. (1988), compreendido como 
um conjunto de grandes transcorrências e empurrões oblíquos relacionados a um hipotético 
orógeno colisional que se estenderia para norte, sobre o Domínio Bacajá. Interpretação 
semelhante foi adotada por Pinheiro e Holdsworth (2000), que identificaram ainda reativações 
tardias no Paleoproterozoico. 
Tavares (2015), ao estudar a evolução tectônica do limite entre as províncias Carajás e 
Transamazonas, propôs alternativamente que a estruturação principal do Lineamento 
Cinzento foi compressiva e associada ao Evento Transamazônico (2,10 a 2,07 Ga), a partir de 
datações pelo método Ar-Ar de minerais metamórficos que marcam a foliação dúctil regional. 
O mesmo autor identificou ainda uma segunda fase dúctil, pós-transamazônica e anterior à 
granitogênese de 1,88 Ga, denominada como Evento Tectono-termal Sereno. 
 
 
6 
 
GEOFÍSICA 
 
Neste trabalho, foram utilizados dados aeromagnetométricos e 
aerogamaespectrométricos de alta resolução obtidos pela CPRM. A área do projeto é 
abrangida pelos projetos aerogeofísicos Oeste de Carajás, Rio Maria e Tucuruí. Todos estes 
projetos possuem 500 metros de espaçamento entre as linhas de voo, 10 km entre as linhas de 
controle e altura de voo de 100 metros. Inicialmente foram efetuados pré-processamentos 
para cada projeto separadamente utilizando o software Oasis Montaj. O pré-processamento 
tem como base a análise de ruídos, interpolação e aplicação de filtros para micronivelamento 
dos dados. 
 
Aerogamaespectrometria 
A emissão de raios gamas proveniente dos radioelementos K, Th e U sofre variações 
devido a fatores ambientais como: sobrecargas não radioativas; temperatura e pressão 
atmosférica; precipitação e umidade do solo (Minty, 1997). Estes fatores variam de acordo 
com a época do ano, assim, quando se utiliza dados aerogamaespectrométricos de diferentes 
projetos é necessária uma compensação dos mesmos. Para a compensação, foi determinada 
uma relação linear entre os dados de uma área de intersecção entre os projetos, que foi 
aplicada para o restante dos dados. Esta correção permite a união com eficácia dos dados 
gamaespectrométricos utilizando o algoritmo Grid Knitting (Oasis Montaj). 
Após a união dos projetos foram gerados os produtos de concentração de K, eTh, eU; 
as razões eU/eTh, eU/K, eTh/K e a composição ternária RGB (K, eTh, eU) para constituir a base 
da interpretação geofísico-geológica (Fig. 2). A partir da interpretação a área foi classificada 
em unidades geofísico-geológicas, para as quais foram gerados mapas de Potássio e Urânio 
anômalos e Parâmetro F. É importante ressaltar que estes produtos sejam gerados 
individualmente para cada unidade interpretada, evitando um mascaramento de anomalias 
gerado por diferença de composição e outros fatores específicos de cada litologia. 
 
Figura 2: Composição ternária RGB de Potássio(K), Tório (eTh) e Urânio (eU) para a região do 
Lineamento Cinzento, com os principais depósitos em destaque. 
7 
 
Potássio e Urânio Anômalos 
De acordo com Saunders et al (1993), assume-se que os fatores ambientais que 
influenciam na concentração de tório (Th), influenciam de maneira previsível no potássio (K) e 
no urânio (U). A partir destas observações Saunders et al (1993) testou várias funções 
(logarítmica, polinomial de ordem N, etc.) que indicassem essa relação e conclui que a melhor 
função para definir a relação entre K , U e Th é uma equação linear que passa pela origem. 
Estas equações lineares podem ser escritas na forma de: 
𝐾𝑖 =
(𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝐾𝑠)
(𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑇ℎ)
× (𝑇ℎ) 
𝑈𝑖 =
(𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑈)
(𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑇ℎ)
× (𝑇ℎ) 
onde 𝐾𝑖 e 𝑈𝑖 são valores ideais definidos a partir do tório (𝐾𝑠, 𝑈𝑠 e 𝑇ℎ são os valores 
adquiridos no levantamento). Assim, presume-se que todos os valores anômalos não estão 
correlacionados a litologia ou fatores ambientais. Para o cálculo dos desvios reais dos valores 
ideais, são utilizadas as seguintes equações: 
𝐾𝐷 =
(𝐾 − 𝐾𝑖)
(𝐾𝑖)
 
𝑈𝐷 =
(𝑈 − 𝑈𝑖)
(𝑈𝑖)
 
onde 𝐾𝐷 e 𝑈𝐷 (Fig. 3) são os desvios em porcentagem decimal entre os valores reais e os 
ideais. 
 
Parâmetro F 
Como já descrito por Gnojek e Prichystal (1985) as razões Th/U e U/K não são muito 
usuais em estudos de regiões com enriquecimento de potássio, pois não diferem 
suficientemente os limites dos mesmos. As informações mais importantes são inferidas a partir 
do mapa de Th/K devido ao antagonismo no comportamento destes elementos descrito por 
Ostrovsky (1973). 
O enriquecimento de urânio em relação à razão Th/K e o enriquecimento de potássio 
em relação à razão Th/U pode ser analisado no Parâmetro F (Fig. 3) descrito por Effimov 
(1978; ver Gnojek e Prischystal, 1985). O Parâmetro F pode ser expresso pela relação: 
𝐹 =
𝐾 × 𝑈
𝑇ℎ
=
𝐾
𝑇ℎ/𝑈
=
𝑈
𝑇ℎ/𝐾
 
 
 
 
8 
 
 
Figura 3: Produtos gamaespectrométricos para análise de concentração anômala de potássio e urânio 
com os principais depósitos e minas. a) mapa de potássio anômalo; b) urânio anômalo; c) Parâmetro F. 
 
 
9 
 
Aeromagnetometria 
Os principais produtos foram gerados do Campo Magnético Anômalo reduzido do IGRF 
(CMA), destacando-se 1ª e 2ª derivada vertical, Amplitude do Sinal Analítico (ASA) (Fig. 4) e a 
Inclinação do Sinal Analítico (ISA). Estes produtos em conjunto com os 
aerogamaespectrométricos formaram a base da interpretação geofísico-geológica. 
 
Figura 4: Mapa de Amplitude do Sinal Analítico (ASA) sobre o SRTM para a região do Lineamento 
Cinzento, com os principais depósitos em destaque. 
 
Interpretação de lineamentos magnéticos 
 Neste trabalho foi utilizada uma interpretação estrutural de lineamentos magnéticos 
denominada “Interpretação magnética funcional”. Esta interpretação tem como base 
classificar os lineamentos magnéticos baseado em respostas geológicas conhecidas, no intuito 
de melhorar a relação geofísico-geológica. Assim, os lineamentos magnéticos são divididos em: 
 Rupturas magnéticas: São estruturas lineares ou curvilíneas, em geral possuem alta 
frequênciae rompem feições magnéticas (e.g. falhas ou fraturas). Dependendo do 
processo geológico que afetou as propriedades físicas durante e após a formação da 
falha, as rupturas podem ser preenchidas ou não por magnetita (Clark et al.,1997; 
Sánchez et al., 2014). 
 Diques e zonas de deformação: São extraídas as zonas de deformação e determinada 
onde a resposta magnetométrica indica o preenchimento dos mesmos por diques. 
 Lineamentos magnéticos: Os lineamentos magnéticos são caracterizados pelos dipolos 
magnéticos lineares. O eixo de extração do lineamento no dipolo é estudado 
previamente caso não seja possível realizar uma redução ao polo. 
 Limites de domínios magnéticos: É um produto baseado na interpretação do CMA, 
onde é determinado um limite entre as distintas susceptibilidades magnéticas, que 
podem estar associadas a limites litológicos. 
 Relevo magnético: Em alguns casos específicos observam-se padrões direcionais em 
zonas de susceptibilidade magnética. Estes padrões não estão necessariamente 
relacionados a dipolos magnéticos lineares. Quando não é possível correlacionar este 
padrão direcional com dipolos, é utilizado o relevo magnético como forma de 
mensurar uma possível direção preferencial de minerais magnéticos. 
10 
 
Mesmo com essas classificações definidas, é importante ressaltar que a utilização das 
mesmas necessita de um caráter crítico dependente do objetivo, ou seja, é necessário 
observar quais dessas classificações serão funcionais. Neste trabalho, visando os controles 
estruturais das mineralizações de Cu-Au, foram utilizadas as classificações de ruptura, diques, 
e lineamentos magnéticos (Fig. 5a). Após a interpretação aerogeofísica, os traços estruturais 
foram consistidos com anomalias de relevo, extraídas de imagens de radar (SRTM), 
sombreadas por iluminação a 315o e a 45o. 
Para estudar a distribuição espacial dos lineamentos magnéticos consistidos com o 
relevo, foi aplicada a técnica de análise de densidade espacial utilizando o ArcMap 10.2 (Fig. 
5b). A análise de densidade espacial é útil para agrupar lineamentos magnéticos com rupturas 
e analisar corredores estruturais. Na Figura 5b é possível observar a forte correlação entre as 
zonas de alta densidade de lineamentos com as ocorrências minerais. 
 
 
Figura 5: a) Interpretação magnética funcional para o Lineamento Cinzento com os respectivos 
diagramas de roseta, b) densidade de lineamentos magnéticos interpretados. Foram inseridas as 
ocorrências minerais em ambos os mapas para estudar sua correlação. 
 
11 
 
Caracterização geofísica dos principais depósitos 
A partir dos produtos gamaespectrométricos e magnetométricos, foram gerados perfis 
sobre três depósitos IOCG conhecidos da região do Lineamento Cinzento, no intuito de 
caracterizar a assinatura geofísica dos mesmos. Foram estudados os depósitos Salobo, Paulo 
Afonso e Furnas. As porcentagens de enriquecimento dos radioelementos são baseadas nos 
valores de potássio e urânio anômalos. 
 
Salobo 
A partir das assinaturas, foi observado que o depósito do Salobo possui um 
enriquecimento de até 120% de urânio e de até 250% de potássio, além de um alto valor no 
Parâmetro F. Foram obtidos valores de amplitude do sinal analítico (ASA) de até 66 vezes a 
média na região da mina (0.3 nT/m), porém parte deste valor está relacionado às influências 
antrópicas da própria mina. A partir da análise dos dados, verificou-se que 75% da anomalia 
corresponde a influências antrópicas, resultando num valor médio de 5 nT/m para o depósito 
em si, 17 vezes a média (Fig. 6a). 
Observou-se que a falta de cobertura e o processo de extração na cava principal 
aumentou em até 450% a captação de potássio pelo sensor gamaespectrométrico. Assim, 
chegou-se a conclusão que o depósito possui um valor médio de enriquecimento de potássio 
de 50% a 200%. Valores semelhantes se estendem para noroeste da área da mina, sugerindo a 
continuação do depósito (Fig. 6b). 
 
Figura 6: Caracterização da assinatura geofísica da mina do Salobo. Em a) foram gerados perfis 
geofísicos perpendiculares à mina, na direção S-N. Em b) é possível observar a correlação do 
enriquecimento de potássio na região da mina e sua possível continuação. 
12 
 
Paulo Afonso 
O depósito Paulo Afonso possui um caráter magnético bem expressivo. A amplitude do 
sinal analítico apresenta um valor de até 2 nT/m (7 vezes a média da região). O depósito possui 
uma leve correlação com um enriquecimento de urânio de até 50%. Não possui uma relação 
direta com enriquecimento potássico, porém ao sul do depósito, existe uma anomalia de mais 
de 250% que possui um caráter magnético também elevado (Fig. 7), que pode representar 
parte do halo de alteração do depósito. As anomalias de parâmetro F acompanham o potássio 
anômalo. 
 
 
Figura 7: Caracterização da assinatura geofísica do depósito Paulo Afonso. Em a) foram gerados perfis 
geofísicos perpendiculares ao depósito, na direção S-N. Em b) é possível observar a aparente não 
correlação entre o enriquecimento de potássio e urânio com o depósito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Furnas 
O depósito Furnas possui um valor de amplitude do sinal analítico de 3.5 nT/m , o que 
corresponde a 11 vezes a média da região. É possível observar uma alta correlação entre o 
depósito com enriquecimento de urânio, que pode chegar a até 150% (Fig. 8). A localização do 
depósito aparentemente não possui correlação direta com enriquecimento de potássio, porém 
as anomalias de potássio anômalo e parâmetro F tendem a acompanhar a borda do depósito, 
especialmente na porção sul, podendo representar partes do seu halo de alteração 
hidrotermal. 
 
Figura 8: Caracterização da assinatura geofísica do depósito Furnas. Em a) foram gerados perfis 
geofísicos perpendiculares ao depósito, na direção S-N. Em b) é possível observara correlação entre as 
anomalias de urânio anômalo e o depósito. 
 
14 
 
ANÁLISE ESTRUTURAL DA REGIÃO DO LINEAMENTO CINZENTO 
 
O arranjo estrutural regional ao longo do Lineamento Cinzento é complexo e 
polifásico. Foi possível distinguir quatro famílias de estruturas principais afetando as unidades 
neoarqueanas, diferente do proposto por Costa e Siqueira (1990) e concordante com a 
proposta de Tavares (2015). Todas possuem influência na distribuição das zonas mineralizadas, 
conforme será discutido nesta seção. Uma quinta família de estruturas rúpteis também ocorre, 
correlata à colocação de diques N-S, porém de maneira pouco expressiva e tardiamente, sem 
correlação com o controle das mineralizações e que não será analisado neste relatório. 
 
Estruturas anteriores à deformação dúctil principal (pré-Dn) 
A família de estruturas mais antiga (pré-Dn) se correlaciona diretamente ao episódio 
de hidrotermalismo que originou depósitos tipo IOCG. Trata-se de fraturas preenchidas por 
veios de quartzo ± feldspato ± anfibólio (hornblenda) ± sulfeto (calcopirita, bornita) ± 
magnetita (Fig. 9). Veios desta geração podem apresentar extensos halos de alteração 
hidrotermal sódico-cálcica, com crescimento disseminado de anfibólio e albita nas 
hospedeiras, além de pequenas quantidades de magnetita, apatita e allanita, indicando tratar-
se de feições geradas em ambiente controlado por alta pressão de fluidos. 
Os veios pré-Dn afetaram todos os litotipos neoarqueanos. No entanto, a maioria das 
principais mineralizações (Salobo, Grota Funda, Furnas e parte do depósito Paulo Afonso) está 
hospedada em fragmentos de sequências metavulcanossedimentares do Supergrupo 
Itacaiúnas, especialmente em horizontes ricos em formações ferríferas bandadas de fácies 
óxido e silicato, onde veios de magnetitito e de anfibólio + sulfetos são comuns, geralmente 
concordantes com o bandamento primário (Fig. 10). 
Observou-se que as venulações pré-Dn tendem a seguir o trend estrutural de fases 
dúcteis subsequentes (Dn, Dn+1), subparalelos à foliação principal da área, queos atravessa 
ou deflete ao seu redor. Localmente, são dobradas e/ou cisalhadas (Fig. 11), eventualmente 
assumindo formas lenticulares, com texturas primárias transpostas ou amplamente 
obliteradas por eventos tectônicos posteriores. Entretanto, foi possível reconhecer textura de 
crescimento mineral sintaxial bem preservada a reliquiar em diversos afloramentos, 
testemunhos de sondagem e lâminas, mostrando que sua colocação ocorreu em ambiente 
extensional (Fig. 12). 
Datações de sulfetos pelos métodos Re-Os e Pb-Pb e monazita por U-Pb, reportados 
por Réquia et al. (2003), Marcschik, et al. (2005) e Tallarico et al. (2005), indicam idades de 
2,61 a 2,57 Ga para o evento de mineralização tipo IOCG no Cinturão Norte do Cobre. Autores 
como Tallarico et al. (2005), Grainger et al. (2008) e Grooves et al. (2010) apontam correlação 
temporal e genética das mineralizações com a granitogênese de baixa intensidade 
representada pelo Granito Velho Salobo (2.573 ± 2 Ma, U-Pb em zircão, Machado et al., 1991). 
Tais autores, no entanto, correlacionam as mineralizações IOCG à deformação dúctil principal, 
o que necessita ser revisto diante das observações expostas no presente relatório. 
15 
 
 
Figura 9: Veio de anfibólio (hornblenda) e sulfeto (bornita), concordante à foliação dúctil principal, em 
afloramento da cava da mina do Salobo. 
 
Figura 10: veio de anfibólio (hornblenda), quartzo e sulfeto (bornita), concordante com a foliação dúctil 
principal (Sn), hospedado em ortognaisse. Observa-se disseminação de anfibólio ao redor do veio. 
Testemunho de sondagem do depósito Salobo (furo FD-310, profundidade 214,55 a 214,75 m). 
16 
 
 
Figura 11: Veio de quartzo e anfibólio pré-Dn, dobrado, localmente sendo atravessado na charneira pela foliação 
dúctil principal (Sn). Testemunho de sondagem do depósito Furnas (furo DH-091, profundidade 76,00-76,15 m) 
 
Figura 12: textura sintaxial semi-preservada em veio de quartzo e feldspato pré-Dn, subparalelo à 
foliação dúctil principal (Sn). Nota-se que a porção central do veio foi cisalhada posteriormente à sua 
cristalização. Afloramento próximo ao depósito Furnas. 
17 
 
Estruturas da trama dúctil principal (Dn) 
A trama estrutural principal da área de trabalho (Dn) é dúctil e orientada em média na 
posição WNW-ESE. É representada por foliações e lineações minerais e/ou de estiramento, 
dobras apertadas e zonas de cisalhamento reversas-sinistrais, associadas a petrotramas 
metamórficas de fácies anfibolito. Observa-se forte correlação das estruturas dúcteis medidas 
em campo com a orientação preferencial de anomalias dipolares e descontinuidades 
tangenciais à trama magnética, em imagens de aeromagnetometria. 
A foliação Sn é contínua, variando desde uma fina xistosidade em litotipos 
metapelíticos até uma xistosidade grossa, eventualmente convertida em bandamento 
gnáissico, em metagranitoides (Fig. 13). Nos quartzitos e quartzo-xistos, é marcada por fitas de 
quartzo recristalizado e por micas (muscovita, biotita) orientadas. Em metapelitos, além de 
quartzo, muscovita e biotita, podem ainda ocorrer leitos de sillimanita (localmente fibrolita) e 
granada, além de raras ocorrências de porfiroblastos pré- a sin-tectônicos de andaluzita, 
parcialmente substituídos por sillimanita. Formações ferríferas apresentam intercrescimento 
estável de grunerita orientada e porfiroblastos de granada com inclusões frequentes de 
magnetita, quartzo e grunerita (Figs. 14, 15). Também ocorrem leitos interdigitados de 
magnetita e bandas ricas em quartzo recristalizado. A foliação Sn deflete ao redor dos 
porfiroblastos de granada, indicando caráter sin a tardi-tectônico para seu crescimento, em 
relação a Dn. Em granitoides gnaissificados, Sn é marcada pelo crescimento/recristalização de 
biotita e hornblenda, orientadas, bem como por fitas de quartzo. Feldspatos (microclima, 
plagioclásio) ocorrem parcialmente recristalizados, com formação de subgrãos e de novos 
grãos, ocorrendo localmente fitados, ao longo de zonas de cisalhamento sin-Dn. Foi possível 
medir 141 planos de foliação Sn. Em estereograma, observa-se que a média de medidas 
mergulha moderada a íngreme para NNE, de maneira consistente, havendo também um 
conjunto menor de medidas com mergulho íngreme para SSW (Fig. 16a). 
A lineação mineral e/ou de estiramento Ln é down dip a oblíqua em relação a Sn , 
sendo mais visível ao longo ou próximo das zonas de cisalhamento sin-Dn, onde os litotipos 
podem assumir feição de L-tectonitos. Em estereograma, as 57 medidas de Ln mostram, em 
média, caimento suave a moderado para ENE, com relevante espalhamento horário das 
medidas, resultante de retrabalhamento durante Dn+1 (Fig. 16b). 
Relações tipo S/C observadas em campo e em lâmina delgada, bem como assimetrias 
em sombras de pressão de porfiroblastos de granada e tramas oblíquas em fitas de quartzo e 
feldspato, indicam cinemática up-dip para Dn. O ângulo entre a média do mergulho de Sn com 
o caimento de Ln, em torno de 35o, associado ao componente up dip de indicadores 
cinemáticos, mostra componente transpresivo sinistral, porém com domínio do vetor 
compressivo. 
O conjunto de dados apresentados indica que Dn ocorreu sob regime tectônico 
compressivo a transpressivo, com vetor de encurtamento 1 na direção média NW-SE e 
transporte tectônico de topo para SW. Regionalmente, observa-se que Dn se propaga para 
norte, estando também registrado em rochas do Domínio Bacajá, podendo ser correlacionada 
à deformação transamazônica relativa ao evento colisional entre os blocos Carajás e Bacajá, 
entre 2,10 e 2,07 Ga, descrita por Tavares (2015) para a região. 
18 
 
 
Figura 13: Xistosidade grossa (Sn) marcada por planos contínuos a levemente anastomosados de biotita 
e por cristais amendoados de feldspato. Afloramento próximo ao depósito Furnas. 
 
Figura 14: xistosidade fina a média em formação ferrífera bandada de fácies silicato do depósito Salobo. 
A foliação deflete ao redor dos porfiroblastos de granada. Testemunho de sondagem do depósito Salobo 
(Furo FD-310, profundidade de 340,03 a 340,10 m) 
19 
 
 
Figura 15: Foliação dúctil de fácies anfibolito, contínua (Sn), marcada pelo intercrescimento de grunerita 
e hornblenda, sendo cortada por banda de cisalhamento ultramilonítica Dn+1. Lâmina delgada de 
testemunho de sondagem do depósito Salobo. 
 
 
Figura 16: a) estereograma de polos de medidas da foliação Sn, mostrando mergulho médio moderado a 
íngreme para NNE; b) estereograma de medidas da lineação Ln, com caimento médio suave a moderado 
para ENE. 
 
 
Hbl 
Gru 
Sn 
Gru 
500 m 
20 
 
Estruturas dúcteis-rúpteis posteriores à deformação principal (Dn+1) 
Uma segunda trama de estruturas dúcteis a dúcteis-rúpteis (Dn+1) foi reconhecida na 
região do Lineamento Cinzento, desenvolvida sob condições metamórficas de fácies xisto 
verde baixo, consequentemente apresentando estilo tectônico distinto ao descrito para Dn. O 
registro de Dn+1 é uma clivagem de crenulação pouco penetrativa, desenvolvida 
preferencialmente em litotipos paraderivados de baixa competência, além de dobras 
assimétricas e feixes de bandas de cisalhamento e zonas de falhas oblíquas, transpressivas, em 
pares conjugados. 
A foliação Sn+1 é uma clivagem de crenulação pouco penetrativa, marcada em 
litotipos micáceos por microdobras assimétricas que retrabalham Sn, em geral com eixo sub-
horizontal, se repetindo até a escala de afloramento (Figs. 17, 18). Bandas de cisalhamento 
contemporâneas se instalam em posição plano-axial, eventualmente rompendo flancos de 
dobras Dn+1, localmente com desenvolvimento de ultramilonitos de baixa temperatura. 
Todas as feições planares correlacionáveis a Dn+1 estão orientadas nas direções 
principais ENE-WSW e WNW-ESE (a NW-SE). As feições orientadas na posição ENE-WSW 
apresentam mergulho suave a moderado, tanto para NNW quanto para SSE. Bandas de 
cisalhamento e falhas de empurrão possuemcinemática dominantemente reversa e 
minoritariamente sinistral (Fig. 19). Já as feições orientadas na posição WNW-ESE apresentam 
mergulhos moderados a íngremes para NNE e para SSW. Bandas de cisalhamento apresentam 
cinemática reversa-destral (Fig. 20), com maior domínio do vetor compressivo em zonas de 
orientação mais próxima à direção NW-SE e componente transcorrente mais significativo 
naquelas próximas à direção WNW-ESE. Em estereograma, as 32 medidas de foliações e 
bandas de cisalhamento Dn+1 mostram quatro concentrações preferenciais, de mergulho 
moderado a íngreme para NNW, NNE, SSW e SSE, com maior domínio das feições que 
mergulham para NNW e SSE (Fig. 21). 
Em imagens de aeromagnetometria, as feições Dn+1 são discretas descontinuidades 
na trama magnética principal, em X, oblíquas a ortogonais às feições dipolares correlatas a Dn. 
Observou-se que, eventualmente, foliações Sn ocorrem reorientadas para uma posição 
paralela às estruturas Dn+1, quando cortadas por descontinuidades desta geração. Ambos os 
conjuntos de feições Dn+1 parecem síncronos, pois não se observou relações de corte entre 
elas, mas sim de continuidade. 
A resultante do somatório dos vetores compressivos sugerem encurtamento (1) na 
direção NNW-SSE a NW-SE. Entende-se que feixes de zonas de cisalhamento desta geração 
seccionam em blocos toda a região, cada um com movimento cavalgante diferencial de topo 
para NW em relação aos vizinhos imediatos. 
Dn+1 possui a mesma relação temporal (pós-transamazônico e pré-granitogênese de 
1,88 Ga), o mesmo vetor 1 e direção de transporte tectônico que o Evento Tectono-termal 
Sereno, de Tavares (2015), datado por aquele autor entre 2,00 e 1,95 Ga, pelo método Ar-Ar, a 
partir da determinação de idade de minerais metamórficos. 
 
21 
 
 
Figura 17: clivagem de crenulação Sn+1 em formação ferrífera de fácies silicato do depósito Furnas. 
Testemunho de sondagem (furo DH-091, profundidade de 133,04 a 133,30 m) 
 
Figura 18: dobras recumbentes assimétricas sin-Dn+1, afetando pacote de quartzitos e xistos grafitosos. 
Corte na estrada do Garimpo das Pedras, Serra do Cururu. 
Sn 
Dn+1 
22 
 
 
Figura 19: zona de cisalhamento milonítica Dn+1, de cinemática aparente sinistral em planta (a 
resultante é reversa-sinistral). Afloramento de ortognaisse, próximo ao depósito Paulo Afonso. 
 
Figura 20: banda de cisalhamento reversa-destral Dn+1, cortando ortognaisse. Nota-se material 
ultramilonítico escuro ao longo da estrutura. Afloramento próximo ao depósito Furnas. 
23 
 
 
Figura 21: Estereograma dos polos das medidas de foliações Sn+1 e bandas de cisalhamento Dn+1, 
mostrando quatro pontos de concentração de medidas. 
 
Estruturas rúpteis tardias (pós-Dn+1) 
Falhas e fraturas de natureza extensional a transtracional, rúpteis e posteriores a Dn+1 
ocorrem em pares conjugados por toda a região do Lineamento Cinzento. Em parte, 
acompanham as tramas dúcteis pretéritas (Dn, Dn+1), eventualmente rompendo-as. 
Em estereograma, 33 medidas de falhas e fraturas mostram as duas direções principais 
de pares conjugados subverticais, NNW-SSE e ENE-SSW (Fig. 22). Fraturas pós-Dn+1 de 
natureza extensional exibem texturas bem preservadas de crescimento mineral sintaxial, 
inclusive com cavidades abertas (Fig. 23). Falhas tendem a ser transcorrentes, de cinemática 
destral a normal-destral, com formação de texturas brechoides e localmente pseudotaquilitos. 
É comum o preenchimento de fraturas pós-Dn+1 por quartzo, clorita, epidoto, albita e 
especularita. Podem ocorrer com menos frequência calcopirita, bornita e/ou malaquita (Fig. 
24). Próximo ou junto às zonas sulfetdas, ainda ocorre escapolita, biotita, estilplomelana, 
carbonato, sericita, apatita, allanita e fluorita (Fig. 25). Halos de alteração podem conter 
sericita, estilplomelana e clorita, ocorrendo disseminados e/ou pseudomorfizando cristais 
metamórficos de fases anteriores, além de silicificação. 
A estruturação rúptil é contemporânea à colocação dos granitoides tipo-A da Suíte 
Intrusiva Serra dos Carajás, de 1,88 Ga. 
 
Figura 22: Estereograma das medidas de falhas e fraturas pós-Dn+1, mostrando par conjugado nas 
direções NNW-SSE e ENE-WSW. 
24 
 
 
Figura 23: veios de quartzo pós-Dn+1, subverticais, sintaxiais, em afloramento de quartzito do depósito 
Furnas. 
 
Figura 24: Fotomicrografia em luz refletida de fratura pós-Dn+1, cortando granada e preenchida por 
sulfetos (intercrescimento gráfico de calcocita e bornita). Lâmina polida do depósito Salobo. 
Grt 
Grt 
Bor 
Cct 
50 m 
25 
 
DISCUSSÃO 
 
A análise geológico-estrutural e geofísica apresentada neste relatório permitiu 
reconhecer algumas características comuns entre as principais zonas mineralizadas do 
Lineamento Cinzento. Os depósitos IOCG selecionados para estudo de caso (Salobo, Paulo 
Afonso e Furnas) estão em zonas de alta densidade de lineamentos magnéticos, exibindo 
valores muito altos de amplitude de sinal analítico (7 a 17 vezes superiores à média regional) e 
de urânio anômalo (50% a 120% superiores à média). Os valores de potássio anômalo e de 
Fator F, no entanto, são divergentes, apresentando-se altos nos depósitos Salobo e Furnas e 
relativamente baixos no depósito Paulo Afonso, o que pode refletir diferenças na distribuição 
das zonas de alteração potássica e/ou na intensidade de retrabalhamento durante a fase rúptil 
tardia (pós-Dn+1). Características semelhantes também podem ser observadas em outros 
depósitos e ocorrências de Cu-Au que não foram sistematicamente estudados, como GT-46 e 
Grota Funda. 
Os depósitos Salobo e Furnas são majoritariamente hospedados por formações 
ferríferas de fácies óxido a silicato (grunerita-granada-magnetita-xistos), tectonizadas e 
metamorfisadas em fácies anfibolito. Os mesmos litotipos também ocorrem, em menor 
proporção, no depósito Paulo Afonso, tectonicamente imbricados com metagranitoides 
hidrotermalizados. No depósito Furnas, ainda foi possível reconhecer extensas zonas de 
alteração hidrotermal de fundo oceânico, representadas por cordierita-cummingtonita-
antofilita-xistos (dalmatanitos), interdigitados com grunerita-granada-magnetita-xistos e com 
xistos aluminosos, de maneira semelhante à descrita por Schwartz e Frantz (2011) para o 
depósito Pojuca. Trata-se de zonas de alteração clorítica metamorfisadas em fácies anfibolito, 
conforme amplamente descrito na literatura (p. ex. Spear, 1980; Diener et al., 2008). Essas 
associações litológicas são cortadas por veios e zonas de alteração do evento IOCG e 
aparentemente pertencem à assembleia de rochas hospedeiras da mineralização principal. 
Foi possível reconhecer que as mineralizações IOCG são pré-tectônicas em relação à 
deformação dúctil principal, tendo sido metamorfisadas em conjunto com suas hospedeiras, o 
que se reflete em substituições parciais da paragênese hidrotermal por minerais metamórficos 
(hornblenda com bordas de grunerita, por exemplo). As zonas mineralizadas são lentiformes, 
venuladas (veios pré-Dn, ricos em hornblenda verde-azulada, magnetita e calcopirita/bornita) 
e estão dispostas ao longo de zonas de cisalhamento transamazônicas, estiradas e por vezes 
milonitizadas, localmente segmentadas e onduladas por bandas de cisalhamento pós-
transamazônicas. Este conjunto é tardiamente cortado por quantidades variáveis de fraturas 
extensionais a transtracionais e por veios subparalelos a ortogonais à trama dúctil principal 
(veios pós-Dn+1, ricos em albita, quartzo, carbonato, calcopirita/bornita e, no depósito Salobo, 
ainda ocorrendo calcocita e covelita), associados a amplas zonas de alteração hidrotermal de 
baixa temperatura, ricas em escapolita, biotita verde, epidoto, clorita e estilplomelana. 
Conforme apresentado neste trabalho, os eventos hidrotermais que produziram e/ou 
remobilizaram mineralizações de Cu-Au são correlacionáveis a episódios de tectônica 
dominantemente extensional: o evento singenéticoinicial é associado a alterações de fundo 
oceânico e coevo à abertura do Rift Carajás; o evento principal, tipo IOCG, é associado a 
26 
 
fraturas e veios com crescimento mineral sintaxial; e o evento rúptil tardio é associado à 
reativação extensional a transtracional de tramas dúcteis paleoproterozoicas, coevo a 
hidrotermalismo e a remobilização de sulfetos durante a granitogênese de 1,88 Ga. É notável a 
distribuição preferencial das zonas de alteração hidrotermal e mineralzações de Cu-Au das três 
gerações ao longo das mesmas zonas de cisalhamento. Essa relação espacial indica que tais 
estruturas possuem história evolutiva complexa, de recorrência tectônica, tratando-se de 
descontinuidades antigas, neoarqueanas, reativadas como zonas de cisalhamento reversas-
sinistrais durante a inversão da porção norte da bacia e tardiamente hospedando feixes de 
fraturas extensionais a transtracionais. 
Lindenmayer (2003) classificou os litotipos aflorantes no depósito Salobo como 
produtos de alteração hidrotermal, inclusive as formações ferríferas, interpretadas por aquela 
autora como termos extremos de alteração de rochas vulcânicas. De acordo com aquela 
proposta, não haveria registro de metamorfismo regional sobre as zonas mineralizadas, mas 
sim de metassomatismo dinâmico, síncrono à deformação cisalhante que afeta o depósito, 
supostamente ocorrida em ambiente profundo, confinado e quente, o que explicaria a 
existência de paragêneses “hidrotermais” de alto grau, ricas em granada, grunerita e mesmo 
olivina, que teriam sido geradas por intensa interação fluido-rocha, durante a gênese da 
mineralização IOCG. Tal proposta considera que todas as gerações de veios mineralizados 
(descritas no presente relatório como pré-Dn e pós-Dn+1) pertenceriam a um mesmo processo 
hidrotermal, do tipo IOCG, gerado em profundidade e gradualmente afetado por fases de 
ambiente mais raso e frio. Interpretação semelhante foi seguida por Réquia et al. (2003) e, 
mais recentemente, por Melo (2014). 
O presente relatório apresenta uma visão claramente divergente daquela proposta por 
Lindenmayer (2003), por dois motivos principais: 
 As associações litológicas metavulcanossedimentares hospedeiras das 
mineralizações possuem significativa continuidade lateral ao longo do Lineamento 
Cinzento e também para norte, além da área de estudo aqui abordada, não se 
restringindo às zonas mineralizadas. Mesmo ao longo do Lineamento Cinzento, 
litotipos mineralizados e não mineralizados apresentam paragêneses metamórficas 
semelhantes, sendo eventualmente cortados e/ou obliterados por fases 
hidrotermais nas regiões dos depósitos. Todas as exposições a norte da Serra dos 
Carajás exibem consistentemente paragêneses metamórficas de fácies anfibolito, 
desde a região do depósito Pojuca, com incremento do grau metamórfico para NE 
até fácies granulito, observado já em rochas paleoproterozoicas do Domínio Bacajá, 
como relatado por Tavares e Silva (2013) e Tavares (2015); 
 A interpretação de que as mineralizações IOCG são sintectônicas à deformação 
dúctil principal é incompatível com as feições de caráter extensional reconhecidas 
nas zonas mineralizadas, assim como as relações de corte e superposição aqui 
descritas e o empilhamento tectônico ora proposto, que evidenciam a evolução 
tectono-termal polifásica ressaltada neste relatório. Ademais, a interferência 
transamazônica no depósito Salobo já foi demonstrada através de datação de 
magnetita da zona mineralizada, que forneceu idade Pb-Pb de 2.112 ± 12 Ma 
(Tassinari et al., 2003). 
27 
 
CONSIDERAÇÔES FINAIS 
 
Os estudos realizados ao longo de 2015 pela CPRM permitiram um considerável 
avanço no entendimento dos controles estruturais das mineralizações de Cu-Au do 
Lineamento Cinzento, além de contribuir para o conhecimento geral da evolução tectônica da 
porção norte da Província Mineral de Carajás. 
Foi possível estabelecer um empilhamento relativo das relações de corte e 
superposição de estruturas, balizados por dados geocronológicos disponíveis na literatura, que 
levaram à identificação de três episódios tectônicos de extensão e dois de contração ao longo 
do Neoarqueano e do Paleoproterozoico. Os depósitos de Cu-Au mais importantes do Cinturão 
Norte do Cobre possuem características mistas de dois ou mais sistemas mineralizantes 
superpostos, de épocas metalogenéticas distintas, sugerindo que a recorrência tectônica ao 
longo do Lineamento Cinzento foi um dos fatores determinantes para a distribuição anômala 
de grandes depósitos naquela região. Entretanto, estudos geocronológicos de minerais 
gerados nas diferentes etapas evolutivas se fazem extremamente necessários para o 
estabelecimento de relações temporais absolutas. Da mesma maneira, a diferenciação entre 
paragêneses metamórficas e hidrotermais, aqui proposta a partir de descrições de campo e 
petrografia, deve ser confirmada por estudos de geologia isotópica e de química mineral. 
O novo mapa geológico-estrutural do Lineamento Cinzento que acompanha este 
relatório, na escala de 1:100.000, levou em consideração o uso transversal de diversas 
ferramentas e metodologias (compilação de trabalhos anteriores, interpretação estrutural 
funcional de imagens de aeromagnetometria e de sensores remotos, geração de produtos 
derivados de imagens de gamaespectrometria próprios para o estudo de zonas de alteração 
hidrotermal, campanhas de campo, análise estrutural multiescala), o que permitiu superar a 
escassez de afloramentos e gerar uma base geológica consistente e realista. A descrição de 
testemunhos de sondagem cedidos pela Vale S.A. também foi de grande relevância para a 
correlação dos dados de campo com as estruturas que afetam as zonas mineralizadas dos 
principais depósitos. É necessário, contudo, avançar no estudo dos testemunhos de sondagem 
para depósitos ainda não amostrados, como Pojuca, Grota Funda e Paulo Afonso. 
Conforme apresentado neste relatório, foi possível elencar diversos elementos 
estruturais e assinaturas geofísicas comuns às principais mineralizações. A partir da 
caracterização geológico-geofísica dos depósitos conhecidos, foi possível gerar dois tipos de 
alvos para follow up em campo: zonas potenciais para depósitos IOCG, apresentando 
anomalias muito altas da amplitude do sinal analítico, urânio e potássio; e áreas prospectáveis 
para depósitos gerados por remobilização tardia, apresentando valores de Fator F, urânio e 
potássio muito altos, porém sem anomalias magnéticas significativas. 
Apesar do avanço na caracterização dos controles estruturais das mineralizações, o 
entendimento da geometria das zonas mineralizadas ainda é incipiente, sendo necessários 
estudos mais aprofundados de geofísica, principalmente de inversão 3D de anomalias da 
amplitude do sinal analítico. 
28 
 
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