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009 16 - Dengue

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REDES DE DESENVOLVIMENTO DA MARÉ PROJETO REDE DE SABERES 
DISCIPLINA: Produção textual /Redação PROFESSOR: Thiago Carvalhal 
NOME: ______________________________________ DATA: / / 
 
Redes de Desenvolvimento da Maré Página 1 
 
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, sendo atualmente uma doença frequente que atinge a população de todos os 
Estados, independente da classe social. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas são infecta-
das anualmente em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. No Brasil, as condições socioambientais favoráveis à expansão 
do mosquito Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde sua reintrodução no país, em 1976. Desde então, o mosquito transmissor da 
dengue mostrou altíssima capacidade de adaptação ao ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos da população. 
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Dengue, uma luta de todos, apresentando proposta de conscientização social 
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de 
vista. 
 
Texto 1 
 
 
Texto 2 
O país convive com a dengue há décadas. Sucessivas campanhas decer-
to já fixaram na população as noções básicas para evitar a proliferação 
de larvas do Aedes aegypti: manter lixeiras fechadas, não acumular lixo 
ao relento, encher com areia pratos debaixo de vasos de plantas, lim-
par calhas e tampar caixas d'água e tonéis. 
Com o passar do tempo, contudo, essas providências tendem a ser 
relaxadas. Aí reside o perigo. De 1990 a 2009, o número anual de casos 
oscilava ao redor de poucas centenas de milhares (com exceção de 
2002 e 2008, quando ultrapassou 600 mil), mas, a partir de 2010, gal-
gou novo patamar, entre 600 mil e 1,5 milhão. 
Desde 1990, pelo menos 3.929 pessoas morreram com a dengue no 
país, 2.139 das quais (54%) de 2010 a 2013. 
[Adaptado de Folha de S. Paulo, 17/03/2015: disponível em 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/03/1598878-editorial-a-dengue-no-
quintal.shtml] 
 
Texto 3 
Recursos significativos têm sido investidos nos programas de combate 
ao mosquito transmissor da dengue, mas os resultados não são pro-
missores. 
As dificuldades de controle da doença estão relacionadas à extraordi-
nária capacidade de adaptação do Aedes aegypti ao ambiente habitado 
pelo homem e à inexistência de uma vacina segura e eficaz. A despeito 
das iniciativas adotadas para o aprimoramento técnico e aumento de 
cobertura da intervenção contra o mosquito, o problema vem se agra-
vando. 
A dengue, atualmente, é um dos principais problemas de saúde pública 
do mundo, devido à sua grande expansão geográfica (afeta quatro 
continentes), às complexas características clínico-epidemiológicas e, 
principalmente, às dificuldades enfrentadas para seu controle. Embora 
a maioria dos indivíduos acometidos desenvolva a dengue clássica, 
alguns apresentam formas graves, particularmente a febre hemorrági-
ca da dengue e a síndrome de choque da dengue (SCD), quando passa a 
existir risco de óbito, caso não haja tratamento rápido e adequado. 
O Brasil, desde a década de 1980, vem apresentando sucessivas epi-
demias de dengue de expressiva magnitude. Na maior delas, em 2002, 
foram contabilizados mais de 700 mil casos. Os grandes centros urba-
nos do país têm sido os mais afetados em função da elevada densidade 
populacional e condições deficientes de saneamento ambiental. 
Inicialmente, foram observados dois picos epidêmicos de magnitude 
semelhante, um entre 1986 e 1987 e outro entre 1990 e 1991. No 
primeiro episódio foi isolado o sorotipo DEN1, e no segundo tanto 
DEN1 quanto DEN2, quando surgiram os primeiros casos da febre 
hemorrágica da dengue. 
A partir de 1994, observou-se um crescimento exponencial na incidên-
cia da doença que, em 1998, atingiu o pico máximo da década (326,6 
casos por 100 mil habitantes, correspondendo a mais de 500 mil regis-
tros). Entre 1994 e 2000, houve uma crescente expansão territorial da 
circulação simultânea de DEN1 e DEN2 que atingiu inúmeras cidades 
em diferentes regiões do país. Em dezembro daquele último ano iso-
lou-se pela primeira vez o sorotipo DEN3, no Rio de Janeiro. Eclodiram 
a seguir duas novas alças epidêmicas em anos consecutivos (248,4 
casos por 100 mil habitantes em 2001, e 454,7 em 2002), quando ocor-
reu uma mudança na expressão clínica da doença, favorecida pela 
introdução do DEN3. Nesses dois anos, 2.707 casos da dengue hemor-
rágica foram diagnosticados, 1.728 dos quais procedentes do Rio de 
Janeiro. 
À semelhança do padrão anterior, um novo decréscimo de incidência 
foi registrado em 2003 e 2004. Todavia, a incidência cresceu em 2005, 
pois, até agosto, cerca de 159 mil casos de dengue clássica e 247 da 
variante hemorrágica, com 25 mortes, já haviam sido registrados no 
país. O incremento é de mais de 95% de casos de dengue clássica, 
quando comparado a 2004. 
A atual situação do Brasil é grave tanto pela circulação hiperendêmica 
dos três sorotipos circulantes, como pelo risco de introdução do soroti-
po DEN4, quando novas epidemias poderiam sobrevir. Desse modo, 
enquanto não se dispuser de vacina efetiva, é imperativa a condução 
de ações estratégicas que considerem a organização social do espaço 
habitado e as especificidades das intervenções nos espaços públicos e 
privados, para que ocorram mudanças ambientais capazes de dificultar 
a reprodução do vetor. Ademais, investimentos significativos no desen-
volvimento de novos métodos de eliminação do Aedes aegypti são 
indispensáveis. 
Educação e comunicação em saúde são fundamentais quando se pre-
tende reduzir a população desses mosquitos nas cidades, o que signifi-
ca ir muito além do estrito uso de substâncias químicas. Entende-se 
que pesquisas interdisciplinares, envolvendo epidemiologia, antropolo-
gia, entomologia, virologia, dentre outros campos do saber, são neces-
sárias para avançar no conhecimento e produzir inovações tecnológicas 
capazes de aperfeiçoar e/ou ampliar os instrumentos de prevenção. 
[Adaptado de Scientific American Brasil 
http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/a_dengue_mais_uma_vez_.html]

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