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Módulo CIT - Seminário 5

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Módulo: Controle de Incidência Tributária
Aluno: Paulo Victor Reis Cordeiro
Seminário 5 – Tributação Internacional.
1 – Construa a RMIT dos Impostos de Importação e de Exportação. Qual o conceito de produto para fins de incidência destes tributos?
A Regra Matriz de Incidência Tributária do Imposto de Importação é composta da seguinte forma:
Critério Material: é formado pelo verbo “importar” e seu complemento “produtos estrangeiros” (também são abarcados nesse conceito os produtos desnacionalizados), devendo ser incluído, ainda, a destinação para uso e consumo;
Critério Temporal: deve ser considerado ocorrido o fato gerador no átimo da entrada da mercadoria em território nacional;
Critério Espacial: o espaço em que deve ser considerado como ocorrido o fato gerador é a transposição da mercadoria no território aduaneiro brasileiro;
Critério Quantitativo: a base de cálculo será o valor aduaneiro e a alíquota irá depender da mercadoria importada;
Critério Pessoal: sujeito passivo é o importador da mercadoria e o sujeito ativo é a União.
A Regra Matriz de Incidência Tributária do Imposto de Exportação é composta da seguinte forma:
Critério Material: é formado pelo verbo “exportar” e seu complemento “produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior”, devendo ser incluído, ainda, a destinação para uso e consumo;
Critério Temporal: deve ser considerado ocorrido o fato gerador no momento da saída da mercadoria do território nacional;
Critério Espacial: o espaço em que se deve considerar ocorrido o fato gerador é transposição do território nacional com destino a outro país;
Critério Quantitativo: a base de cálculo será o valor normal que o produto poderia alcançar em uma venda de livre concorrência e sua alíquota é de 30%;
Critério Pessoal: sujeito passivo será o exportador da mercadoria e o sujeito ativo a União.
Devemos entender produto como um bem que foi alvo de transformação pelo homem, ou seja, um elemento da natureza que foi alvo de extração e posteriormente de transformação atingindo níveis mais elevados (matérias-primas, produtos intermediários, produtos elaborados). O legislador optou por utilizar produto em sua acepção estrita, de modo com que a tributação do Imposto de Importação e Imposto de Exportação incida apenas sobre bens móveis e corpóreos, passíveis de avaliação econômica.
Produtos estrangeiros devem ser entendidos, também, como aqueles que outrora foram nacionais, mas que perderam essa característica pelo fato da exportação.
2. A empresa “X” firmou contrato de fornecimento, formalizando a aquisição de bem do exterior, datado de 10/05/2017. Os produtos transpuseram a fronteira brasileira, por via marítima em 15/06/2017, chegaram ao porto de Santos em 18/06/2017, em 25/06/2017 a empresa registrou a operação junto ao SISCOMEX e os produtos foram desembaraçados em 02/07/2017. No momento da realização do contrato a alíquota do referido imposto era de 10%. No entanto, em 01/06/2017 o Governo Federal publicou decreto que aumentou a alíquota aplicável à importação do referido bem para 20%, em 16/06/2017 houve outro aumento de alíquota para 30%, em 22/06/2017 para 35% e em 01/07/2017 para 38%. Pergunta-se: qual é a alíquota aplicável à operação de importação em análise? Fundamente. (Vide anexo I e II)
Para concluirmos qual alíquota aplicável a esta operação, devemos distinguir dois momentos que ocorrem na operação, são eles: o momento do fato e o momento no fato.
O momento do fato é aquele em que o fato gerador será vertido em linguagem competente, ou seja, será constituído por norma individual e concreta. Já o momento no fato é aquele descrito na RMIT como suficiente para que ocorra a tributação. Esta diferenciação é necessária para concluirmos qual será a legislação aplicada no momento.
A RMIT do Imposto de Importação, em seu critério temporal, define como ocorrido o fato gerador no momento da entrada da mercadoria no território nacional. Sendo assim, a legislação aplicável na tributação do Imposto de Importação é aquela em vigor no momento da entrada da mercadoria no território aduaneiro nacional. Portanto, a alíquota aplicável no caso em tela será a de 20%.
3. A reimportação de mercadoria exportada em caráter definitivo se equipara à importação, ou seja, a mercadoria exportada perde a condição de nacional, devendo se submeter ao Imposto de Importação ao ser reimportada? (Vide anexo III)
No momento da exportação, quando uma mercadoria é desembaraçada para deixar o território nacional, ocorre o fenômeno da desnacionalização, onde neste momento a mercadoria passa a ser estrangeira.
Sendo assim, no caso de a mercadoria ser importada, após ser exportada em caráter definitivo, a operação será tributada pelo Imposto de Importação. Pois, como aludido acima, ela deixou de ter a característica de nacional, no momento que foi desembaraçada para exportação.
Esta tributação não ocorre se a mercadoria nacional for levada ao exterior em regime de exportação temporária (onde não ocorre a transferência definitiva da mercadoria), como por exemplo nos casos de remessa para exposição.
4. Sobre os tratados, responda:
a) Defina o conceito de “tratado internacional”, descrevendo como se dá seu ingresso no ordenamento jurídico, seu momento de vigência no direito interno e sua posição hierárquica no sistema jurídico (vide §2ºdo art. 5ºda Constituição e o art. 98 do Código Tributário Nacional e o entendimento exposto pelo STF anexo IV).
Devemos entender tratado internacional como o ato de vontade estipulado por entes internacionais (Estados, Monarquias e Organizações Internacionais) que vinculam os seus signatários para consecução dos ditames ali dispostos. Tais tratados são regidos pela máxima “pacta sunt servanda”.
A corrente dualista, doutrina majoritária na matéria, defende que os sistemas interno e internacional não se confundem, de modo que tais ordenamentos são excludentes: ou pertencem ao ordenamento interno ou ao internacional. Sendo assim, deve ser respeitado as metanormas, que fazem parte do ordenamento interno, para ingresso de normas dispostas internacionalmente.
Os tratados internacionais ingressam no ordenamento brasileiro por duas formas, são elas: a insculpida no §2 do artigo 5º da Constituição e pela forma de decreto presidencial.
O §2º do artigo 5º da CF/88 dispõe que os direitos e garantias fundamentais dispostos na constituição não excluem outros decorrentes de regimes, princípios ou tratados por ela adotados. Do disposto neste parágrafo, devemos entendê-lo como a recepção automática de direitos e garantias fundamentais, bastando a ratificação para que entrem em vigor, ou seja, são de aplicação imediata, conforme disciplina o parágrafo 1º do mesmo artigo.
Outra forma de ingresso dos tratados no ordenamento brasileiro diz respeito quanto as normas que não se enquadram na característica acima (direitos e garantias fundamentais). Estas normas, para ingressarem no ordenamento brasileiro, dependem de decreto presidencial para as veicularem. Se o tratado causar certo gravame ao patrimônio nacional, após a elaboração do projeto do tratado, o Congresso Nacional deverá ser referendado e através de decreto legislativo exporá o seu entendimento ao presidente do país para ratificar ou não o tratado. Após ratificá-lo, o presidente publica decreto presidencial instituindo e promulgando as normas veiculadas no tratado ratificado.
A hierarquia entre as normas incorporadas ao ordenamento interno e as que fazem parte do ordenamento interno deve ser resolvida pela forma como a Teoria Geral do Direito trata sobre a matéria. Ou seja, deve ser seguida a seguinte ordem de preferência: lex superior; lex specialis; e, lex posterior.
Nessa senda, a normas de recepção automática são tidas como normas constitucionais, valendo-se dessa hierarquia e subordinada ao controle de constitucionalidade. 
As demais normas, incorporadas através de decreto presidencial, possuem a mesma hierarquia da Leis Complementares e Ordinárias, sendo queo conflito aqui será resolvido pela especialidade da norma sobre o tema.
b) Pode a União, visando a regular a política tarifária, versar sobre a isenção de tributo de competência estadual? 
Não pode inovar em tal matéria, pois conforme dispõe o §6º do artigo 150 c/c alínea “g”, inciso XII, §2º do art. 155 da CF/88, para concessão de benefício fiscal é necessária lei específica produzida pelo ente competente para instituir tal tributo. Além do mais, a possibilidade narrada na questão fere o princípio do pacto federativo.
No entanto, pode conceder a signatários de acordos ou tratados tratamento isonômico às suas mercadorias, de modo a equipará-las a produto nacional. O STF se manifestou nesse sentido e confeccionou a súmula de nº 575.
c) Os tratados podem revogar ou suspender a eficácia das normas tributárias inseridas no ordenamento jurídico brasileiro pelos Estados e Municípios? Haveria violação ao princípio federativo e ao princípio da autonomia dos Municípios consagrados na CF/88? (Vide anexos V e VI) 
O Código Tributário Nacional dispôs acerca do tema em seu artigo 98, in verbis:
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pelas que lhe sobrevenham.
Portanto, partindo da interpretação do artigo supracitado, podemos concluir que os tratados revogam normas tributárias internas que sejam contrárias ao que dispõem. 
Vale ressaltar que não é o tratado que revoga a norma interna, mas sim a norma que adveio do tratado e foi inserida no ordenamento interno através de um veículo introdutor ou de forma automática (art. 5º, §2º da CF)
d) No que consiste o “uso impróprio” dos tratados? É necessária previsão expressa de cláusulas antielisivas específicas? Um planejamento tributário internacional que está formal e substancialmente em conformidade com as legislações tributárias dos Estados envolvidos, mas que implique uma situação de (dupla) não tributação, pode ser juridicamente proibido? Fundamente, estabelecendo uma análise crítica entre os conceitos de “responsabilidade social corporativa”, “parcela justa de tributos” e “livre concorrência entre empresas multinacionais e nacionais” (vide artigo 31 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados e anexo VII)
5.A Lei Complementar nº 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo 43 do CTN, dispondo “que na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto...”. Indaga-se: o regime de tributação em bases universais abrangendo as controladas e coligadas no exterior nos moldes em que prescrito pela Lei 12.973/2014 está de acordo com o ordenamento jurídico? Considerar em sua resposta a manifestação do STF a respeito do tema. (Vide anexos VIII e IX)
A lei 12.973/2014 estabeleceu novo regramento para a tributação das empresas controlada e coligadas estabelecidas fora do país. 
Esta lei determina que a empresa controladora brasileira mantenha registro do resultado contábil positivo, o qual corresponde à variação dos lucros auferidos pela controlada, em subcontas da conta de investimento da controlada direta ou indireta.
Sendo assim, ocorrerá a tributação desta variação dos lucros e não o lucro que efetivamente foi auferido, ofendendo o conceito constitucional de renda, devendo, portanto, ser considerada inconstitucional.
6. Que significa a expressão “preços de transferência” e qual sua função? O que é o princípio “arm’s lenght” aplicado pelo fisco no Brasil? Foi positivado no Brasil pela Lei n. 9.430/96 e alterações posteriores? Comente sobre a possibilidade de aplicação coercitiva deste conceito. (Vide anexo X).
Preços de transferência devem ser entendidos como as regras criadas, pela Lei 9.430/96, que buscam coibir a evasão fiscal através de criação artificial dos preços praticados entre empresas relacionadas nas operações de vendas de bens, serviços e bens intangíveis.
À nível mundial, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento econômico), através do seu Comitê de Estudos Fiscais, estipulou regras que vinculam seus países participantes na busca de evitar que empresas relacionadas apliquem valores divergentes àqueles praticados pelas empresas em livre concorrência. Foram criados métodos que buscam tratar empresas vinculadas a multinacional de forma independente. Para tanto, a OCDE utilizou como parâmetro um princípio denominado como arm’s lenght, o qual tem como tradução “à distância de um braço ou “tamanho do braço”.
Além do mais, insta salientar que tanto os preços de transferência quanto o princípio do arm’s lenght são decorrentes do princípio da isonomia, aceito pela OCDE e insculpido no artigo 5º da CF/88.
7. Sobre troca de informações fiscais, baseada em tratados internacionais, pergunta-se: 
a) Que meios estão legalmente disponíveis para a obtenção de informações fiscais? Quais proteções aos contribuintes estabelecidas pelo art. 26 da convenção-modelo da OCDE1? É possível haver a transferência de informações recebidas por um determinado país para um terceiro país, com quem o Estado receptor da informação tenha celebrado acordo de troca automática de informações para fins fiscais?
A OCDE, em 2005, estipulou o Modelo de Acordo de Troca de Informações em matéria fiscal. Para a concessão das informações, o requisitante deve demonstrar que a informação requerida preenche os seguintes requisitos: 
(a) a identidade da pessoa sob exame ou investigação; 
(b) uma declaração das informações solicitadas, incluindo a sua natureza e a forma em que o requerente deseja receber a informação da Parte requerida; 
(c) a finalidade fiscal para a qual a informação é solicitada; 
(d) motivos para acreditar que a informação solicitada é realizada na Parte requerida ou está na posse ou controle de uma pessoa dentro da jurisdição da Parte requerida; 
(e) na medida em que seja conhecido, o nome e o endereço de qualquer pessoa que acredite estar na posse das informações solicitadas;
 (f) uma declaração de que o pedido está em conformidade com a lei e as práticas administrativas da Parte requerente, que, se a informação solicitada fosse da jurisdição da Parte requerente, a autoridade competente da Parte requerente poderia obter a informação nos termos da legislação da Parte requerente ou no curso normal da prática administrativa e que está em conformidade com este Acordo e;
(g) uma declaração de que a Parte requerente prosseguiu todos os meios disponíveis no seu próprio território para obter a informação, exceto aqueles que dariam dificuldades desproporcionadas.
A transferência de informações a terceiros somente é permitida se for expressamente autorizada pelo Estado que concedeu, conforme dispõe o item 4 do artigo 23 da convenção-modelo da OCDE.
b) Caso o Brasil receba um pedido de troca de informações de um Estado com quem tenha celebrado tratado para evitar a dupla tributação, cuja redação do art. 26 seja idêntica àquela da convenção-modelo da OCDE, ele pode se recusar a fornecer a informação, em virtude de aquela informação ser sigilosa? (vide art. 5º, inc. X e XII da CF/88, e anexo XI)
Sim, rejeitar o pedido de assistência é uma garantia conferida aos signatários da convenção-modelo da OCDE. 
Esta garantia está insculpida no item 2 do artigo 20 da referida convecção e dispõe da seguinte forma:
2. Se o pedido for rejeitado, o Estado requerido informará o Estado requerente, logo que possível, indicando os motivos da rejeição.

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