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34 Geografia - Pré-Vestibular A NOVA ORDEM MUNDIAL: MULTIPOLARIZAÇÂO OU GLOBALIZAÇÃO 1. Conceituação Neste final de século o mapa - mundi conheceu profundas transformações, principalmente a partir de 1989; com redefinições das fronteiras e do papel dos Estados-nações. Também assiste-se a uma nova onda de nacionalismos que vem ocorrendo e, ao mesmo tempo, vivemos um momento de inegável internacionalização e ampliação da interdependência entre os países. Para alguns autores, nada de realmente novo, diferente, está ocorrendo que não possa, ainda ser explicado peta “velha ordem Bipolar”, mas muitos, acreditam que essas mudanças realmente existam e sugerem a existência de uma nova ordem mundial. Isso quer dizer que a partir de então, existem vários pólos ou centros de poder no plano mundial. Normalmente consideram-se 3 grandes potências ou centros mundiais de poderio econômico, tecnológico e político-diplomático: Estados Unidos, Japão e UE. No mundo globalizado tem-se uma ordem pluralista, onde a realidade é considerada complexa com múltiplas oposições ou tensões de diversas naturezas: disparidade entre países ricos e pobres; cristãos, hinduístas e islâmicos; interesses mercantis que degradam o meio ambiente e a consciência de que devemos preservar a natureza. A partir deste panorama pode-se então conceituar a GLOBALIZAÇÃO como sendo “a tendência crescente da unificação de todos os povos e países da Terra, tornando-os cada vez mais interdependentes, tanto em termos econômicos quanto sócio-culturais”. 2. As Origens A globalização não apareceu de repente, como se alguém a tivesse inventado. Ela é fruto de um processo histórico, isto é, ela veio se formando através dos tempos. Pode-se dizer que a globalização se iniciou a partir do instante em que algum grupe primitivo tomou a iniciativa de entrar em contato com outro grupo vizinho e como é característico da espécie humana, esses encontros são marcados por conflitos, guerras, negociações, adaptações e acertos; e o resultado tem sido, inegavelmente,o progresso.Porém foi a partir da 2a Guerra Mundial que todo esse processo se intensificou. Com o fim da Guerra (1945), os Estados Unidos foram os grandes beneficiados, constituindo-se no principal fornecedor de mercadorias e capital para os países envolvidos na Guerra. A União Soviética foi a outra grande vencedora: recuperou os territórios da Estónia, Letônia e Lituânia, parte do território da Polônia e da Romênia e estendeu a sua influência a todo o Leste Europeu e parte oriental da Alemanha. Com o enfraquecimento das potências européias (Inglaterra, França e Alemanha) o mundo começou a se estruturar a partir de 2 pólos: EUA (capitalista) e URSS (socialista) que começaram a disputar a hegemonia mundial; esta busca chamou-se GUERRA FRIA e a este novo arranjo mundial chamou-se Ordem Bipolar. Em verdade, a Guerra Fria consistiu na disputa geopolítica e militar entre as duas superpotências, EUA e URSS, que procuravam recrutar o maior número de aliados. A principal característica desta guerra é que ela nunca foi uma disputa direta e armada, sendo na verdade uma disputa econômica, política e psicológica. Durante este período, as duas superpotências destinavam grandes investimentos para a pesquisa e a produção de armamentos, enquanto os demais países industrializados voltavam-se para os setores mais produtivos, bem como para a ampliação de seu mercado externo. A Guerra Fria foi uma das causas do colapso da economia da URSS, pois desviava recursos de áreas fundamentais, como a agricultura e bens de consumo para a fabricação de armamentos, o que passou a gerar grande insatisfação popular e despertou a população para as mudanças. Também, esse fato reacendeu as manifestações de autonomia por parte de diversas repúblicas que a compunham. A partir de 1985, o então presidente da URSS, Gorbachov, começou a desenvolver políticas anti-guerra fria (desarmamento) e medidas políticas e econômicas que contribuíram para o fim do socialismo Seguiram-se a essas medidas, outras tomadas em conjunto com os EUA, que visavam a eliminação de armas nucleares, comércio e inspeção de testes nucleares, que teve como conseqüência o surgimento, a partir de 1989, de uma Nova Ordem Mundial: a Multipolarização ou Globalização. 3. Principais Características A Globalização está associada a aceleração do tempo. Tudo muda mais rapidamente hoje em dia. Houve um enorme desenvolvimento dos meios de transportes e comunicação, nas viagens e no turismo internacionais, nas trocas comerciais entre países. Com isso os deslocamentos se tornaram muito mais rápidos e iniciou- se uma tendência a uniformização de hábitos (jeans, refrigerantes, fast-food, filmes...). O crescimento do comércio mundial vem aumentando enormemente a cada ano. As economias internacionais são bem mais abertas para o exterior. Hoje, pode-se adquirir qualquer produto, desde que se tenha dinheiro para tal, um mesmo produto em qualquer cidade do planeta. Assim, pode-se dizer que na concepção capitalista vivemos num mundo global. As economias nacionais estão se desnacionalizando em ritmo acelerado, dois norte-americanos possuem ações ou títulos de propriedades no Japão, América Latina e Europa. Dessa forma percebe-se que está também ocorrendo um enfraquecimento do Estado-Nação e um fortalecimento de outros atores ou agentes internacionais - ONU (1°lugar), empresas multinacionais e organizações mundiais governamentais ou não governamentais (ONG’S) que podem atuar em áreas ambientais, econômicas, cultural, técnica, religiosa, etc. Isto quer dizer na prática, que muitas fronteiras estão perdendo a sua razão de ser. Hoje em dia o “poder não é mais exercido” pelo Estado, e sim pelo capital e pela tecnologia, representado pelas empresas multinacionais e, principalmente, pelas transnacionais (filiais que não seguem as diretrizes ás matriz, pois seguem interesses próprios) espalhadas pelo planeta. Neste sentido tem-se que o fluxo de dinheiro é internacional, isto é, circula o mundo inteiro podendo ser aplicado em qualquer Bolsa de Valores do mundo garantido pelo fuso horário. Dessa forma esse novo capital não gera produtos, gera lucro. Dentro deste mesmo processo tem-se que as etapas percorridas ao longo desses anos e o desenvolvimento dos meios técnicos -científicos levaram a se estabelecer uma nova divisão internacional do trabalho onde destaca-se uma participação mais ativa no comércio mundial dos países ex- socialistas e um aumento das exportações de produtos industrializados pelo Terceiro Mundo e também o aumento do volume de comércio entre os países periféricos. 4. Teorias da Globalização 4.1. O “Tripé” formado pela Globalização X Fragmentação X Exclusão GLOBALIZAÇÃO: a livre circulação de pessoas, idéias e mercadorias num espaço único e mundial, uma vez que as relações políticas-estratégicas ganharam uma dimensão planetária com a afirmação do modelo neo- liberal e do capital financeiro. FRAGMENTAÇÃO: valorização de culturas locais, a divisão e a emancipação de alguns países , o aumento da distância entre ricos e pobres e os blocos econômicos. EXCLUSÃO: de países que não se incorporaram a principal proposta da globalização (Cuba e Albânia). 35 Globalização Essa teoria consiste em dizer que deve-se pensar e raciocinar os aspectos da globalização dentro do enfoque Globalização X fragmentação X exclusão, isto quer dizer que ao mesmo tempo que vive-se um processo de união, unificação vive-se também processos que levam a fragmentação, divisão e a exclusão; mas que “teoricamente” devem ser entendidos como sendo uma fase da globalização. 4.2. A formação dos blocos econômicos: É a criação de mercados comuns entre grupos de nações. Esses imensos mercados internacionais ou blocos comerciais constituem na realidade uma das etapas da globalização, da interdependência crescente de todos os povos e países mundo. Inicialmente, pensou-se que eles iriam limitar-se a trocas somente entre os países-membros e diminuir as relações comerciais com o restante do mundo. Posteriormente,percebeu-se que eles ampliam as trocas comerciais entre os países-membros e também com outras partes do mundo. A integração pioneira é a dos países europeus (UE), pois ela além de ser a primeira, Já percorreu várias etapas que agora servem de exemplo de integração. Veja a seguir cada etapa do processo. 1ª) zona de livre comércio: as mercadorias podem circular livremente, onde as tarifas alfandegárias são eliminadas e há flexibilidade nos padrões de produção, controle sanitário e de fronteiras. 2ª) união aduaneira: além da zona de livre comércio envolve a negociação de tarifas alfandegárias comuns para o comércio realizado com outros países. 3ª) mercado comum: além das duas fases anteriores acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços e capitais. 4ª) união monetária: pressupõe o pleno funcionamento do mercado comum e consiste na coordenação das políticas econômicas dos países membros e na criação de um único banco central para emitir a moeda que será utilizada por todos eles. 5ª) união política: engloba todas as anteriores e envolve também a unificação das políticas de relações internacionais, defesa, segurança interna e externa. Os principais blocos econômicos são: UNIÃO EUROPEIA (UE): Nascida nos anos 50 como MCE (Mercado Comum Europeu) essa associação foi a pioneira e forneceu o exemplo a ser seguido pelo resto do mundo. Esta associação veio a se tornar um imenso mercado internacional, no qual as mercadorias passariam a circular livremente pela comunidade (países - membros), melhorando as relações comerciais. Com isso, cada país melhorou o seu faturamento com base em produtos específicos. Em 1993, seus 12 membros assinaram um tratado na cidade de Maastricht, visando à integração européia, ou seja, iniciaram a organização de um Estado- Nação único com cerca de 360 milhões de habitantes. Uma conseqüência imediata dessa associação foi a modernização dos países e a criação de um mercado consumidor de alto poder aquisitivo. A DE encontra-se na 4a etapa do processo (a implantação da moeda única euro) e atualmente são 15 os países- membros (Alemanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Portugal, Grécia, Dinamarca, Reino Unido, Irlanda, Áustria, Finlândia e Suécia. ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO DA AMÉRICA DO NORTE (NAFTA): Nasceu em 1993 de um acordo assinado pêlos Estados Unidos, Canadá e México e que tem como característica geral a criação de uma área de livre comércio que prevê a livre circulação de mercadorias e serviços, bem como a liberação dos investimentos. Além disso, faz parte do objetivo que o bloco ultrapasse o estágio circulação de pessoas e serviços(evitar a imigração mexicana), nos Estados Unidos. MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL): Foi criado a partir da assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A integração do cone sul segue o modelo da UE. Inicialmente, estabeleceu-se uma zona de livre comércio, em seguida constituiu-se uma união aduaneira, em que são negociadas tarifas comuns para o comércio realizado com outros países. É nesse estágio que está o Mercosul A próxima etapa será a formação de um mercado comum, que engloba a fase anterior e acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços e capitais e que já está agendada. Em 1996 o Chile ingressou como membro associado e, 1997, a Bolívia: não são membros plenos, mas participantes da zona de livre comércio. Para 1998, estava previsto o ingresso da Venezuela, lambem como país associado. BLOCO ASIÁTICO: Japão e os “tigres”: Em termos de alianças regionais, a denominação bloco asiático é imprecisa, pois não corresponde a uma aliança econômica, sustentado por acordos e regras estabelecidos. O que a expressão “bloco asiático” designa é uma região na qual se destacam a influência econômica e os investimentos do Japão. ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS (ALÇA): Seguindo a tendência atual, os EUA propõem a formação de uma grande associação comercial, reunindo os países do Nafta, Mercosul e outros do continente americano, sob sua influência, à exceção de Cuba, totalizando 34 países em um grande acordo mercantil. Em 1997, os EUA tentaram antecipar a data prevista para a instituição de tal aliança. No entanto, sob firme liderança do Brasil, os países do Mercosul derrubaram a pretensão norte-americana. Com isso, a formalização da ALÇA ficou acertada somente para o ano de 2001. 5. Alguns Aspectos da Globalização DESEMPREGO: O desemprego é o maior fantasma social do final do século XX. De fato, nenhum outro fenômeno foi mais responsabilizado pelo desemprego do que a globalização. Pois ela altera de modo contundente, as relações da sociedade com os meios de produto e alguns fatores são responsáveis por essa alteração, sendo o maior deles o avanço tecnológico. Também pode-se agregar a esta situação a terceirização e o subemprego. ASPECTOS POSITIVOS: A globalização está aí; é um processo que não tem volta. E, como tudo no mundo, tem o seu lado bom e o seu lado desfavorável. Como efeitos positivos da globalização no Brasil, tem-se: a oferta de produtos a preços cada vez mais baixos, a aplicação mais racional do capital das empresas, o aumento de investimento na modernização, as empresas investem mais na capacitação profissional, controle dos gastos públicos,...etc. É importante ressaltar que esses aspectos tem um certo caráter premonitório, porque estamos sentindo apenas os primeiros efeitos da globalização. Nada impede que no decorrer do século XXI, tudo seja diferente. 6. CONCLUSÃO “Na década de 70, o canadense Marshall McLuhan, teórico da comunicação, afirmou que o mundo estava se transformando numa aldeia global. Talvez tenha sido a partir dali que começou a se firmar o conceito de globalização, ainda que acanhadamente. Na época, o verbete de McLuhan foi alardeado com grande euforia. O que se verifica, porém, é que enquanto o mundo se interliga, dia após dia, pelas tomadas elétricas, cada vez mais as pessoas estão se isolando umas das outras, fisicamente. Paralelamente à globalização cultural e profissional, ocorre a desglobalização pessoal, porque, em vez de melhorarem as relações humanas, mandam- se beijos de celular, cartas por fax e lembranças pela 36 Geografia - Pré-Vestibular Internet. Tudo fica muito impessoal e, atrás dessa parafernália eletrônica, esconde-se a manifestação dos nossos mais puros e belos sentimentos........ A Alvorada de uma nova era está cada vez mais presente em nossas vidas. Essa nova era chega como um desafio, provocando burocracias falidas, enfraquecendo a soberania dos Estados-Nações e exigindo governos cada vez mais simples e democráticos. É preciso que ocorra a globalização do mundo, mas sem a desglobalização do homem, que é a suprema criação de Deus.(Strazzacappa e Montanari: 1998) (coletânea adaptada pela Prof. Márcia Brum) 7. Exercícios 1) (Puccamp 2000) O Mercosul “é uma plataforma de inserção competitiva numa economia mundial que simultaneamente se globaliza e se regionaliza em blocos”. (Celso Lafer, ex-chanceler brasileiro) Sobre os integrantes desse bloco pode-se afirmar que, a) o Paraguai tem taxas de mortalidade e analfabetismo semelhantes às da Argentina. b) a Argentina e o Uruguai têm os melhores indicadores sociais. c) o Brasil tem a maior esperança de vida e o menor crescimento vegetativo. d) o Paraguai e o Uruguai têm os mais baixos percentuais de população urbana. e) o Brasil e a Argentina apresentam volumes de dívida externa semelhantes. 2) (Ufscar 2001) Em 1993, os quinze países da União Européia reuniram-se em Maastricht para deliberar sobre a criação da moeda européia única - O EURO - que foi a) prontamente adotado por todos os integrantes do Bloco, que consideram a moeda a solução dos problemas econômicos. b) adotado por vários países do Bloco, mas encontrou sérias reservas por parte de países como o Reino Unido e a Dinamarca. c) rechaçado por quase todos os países do Bloco que exigem liberdade monetária, como é o caso da França e da Alemanha. d) considerado um estopim paradivergências internas, pois os países menos ricos, como Portugal, Irlanda e Espanha, se sentiram prejudicados. e) rejeitado após sua implantação, pois representou uma queda acentuada na participação do Bloco no comércio mundial. 3) (Unirio 2000) “O BRASIL É O ELEITOR - Corrupção e guerra econômica contra o principal parceiro do Mercosul viram tema central da campanha eleitoral para a sucessão de Menem.” (“Revista Época”, 16/08/99.) Recentemente, a estabilidade do MERCOSUL tem sido ameaçada pela guerra comercial entre Brasil e Argentina. Sobre esta crise, é correto afirmar que: a) a Argentina vive hoje sua melhor situação socioeconômica, pois a dolarização de sua economia conseguiu melhorar a distribuição de renda, determinando, assim, uma acentuada preferência pelos produtos norte-americanos. b) a desvalorização do real tornou os produtos brasileiros para exportação mais baratos, provocando uma reação protecionista, por parte da Argentina, que atingiu setores brasileiros como o calçadista e o têxtil. c) a dolarização da economia da Argentina e a valorização do real tornaram os produtos argentinos mais baratos e facilitaram suas exportações, desencadeando sucessivas queixas de empresários brasileiros. d) o foco de desentendimento entre estes países está centrado na auto-suficiência brasileira na produção de trigo, cujos excedentes conseguem atingir o mercado argentino com preços mais competitivos. e) os resultados da balança comercial entre os dois parceiros, desfavoráveis para a Argentina, desde meados da década de 90, desencadearam uma reação protecionista do governo argentino. 4) (Uerj 2001) Existem dois conjuntos sociais para os quais a questão da terra constitui um fator de importância fundamental. Um deles é formado por aqueles que utilizam a posse ou a propriedade como instrumento de diversas formas de exploração e especulação. O outro grupo social é formado pelos trabalhadores sem terra, pequenos produtores deslocados pelo latifúndio para áreas marginais ou pressionados pelo capital comercial e financeiro, e os migrantes frustrados, que sobrevivem nas periferias urbanas. A estes podem vir a agregar-se, em futuro não muito remoto, outras vítimas do processo de ajuste neoliberal, ex-funcionários públicos, ex- bancários e todos os outros “ex” de menor nível de qualificação. (Adaptado de TAVARES, Maria da Conceição. “Destruição não criadora”. Rio de Janeiro: Record, 1999.) Segundo a visão da autora, problemas sociais no campo e cidade estão intimamente relacionados. No caso brasileiro, esta relação se estabelece porque em ambos os espaços ocorrem, dentre outras, as seguintes situ_ções: a) estagnação da economia e fuga de capitais b) estatização das empresas e expansão do setor financeiro c) atenuação das desigualdades e periferização do povoamento d) redução do emprego e concentração do poder econômico. 5) (Unirio 2000) Em janeiro de 99, a política de juros altos colocava o Brasil na lista dos países cujas taxas eram a mais altas do mundo. A adoção desta medida tem como finalidades incentivar a entrada de dólares, tornando o mercado financeiro brasileiro atraente aos investidores estrangeiros, e conter a alta do dólar, já que a entrada da moeda alivia a pressão sobre as taxas de câmbio. Entretanto, a adoção dessa política pode levar à(ao): a) dolarização da economia, ou seja, entregar a política econômica no banco central norte-americano. b) redução do ritmo de crescimento interno, uma vez que os juros altos não incentivam os investimentos produtivos. c) redução da inflação com o equilíbrio de superávit e do déficit públicos. d) queda da taxa de desemprego, em conseqüência do aumento dos investimentos produtivos. e) aquecimento da economia provocado pelo processo de deflação da balança comercial. 37 Globalização 6) (Ufpe 2000) “Consiste basicamente numa ruptura das rochas que compõem a crosta terrestre e o conseqüente deslocamento de um bloco contra o outro. Essa ruptura é produzida em decorrência de um determinado esforço que ultrapassa o limite de plasticidade das rochas”. (JATOBA, L. & LINS R. C. “Introdução à Geomorfologia”. Ed. Bagaço, 1998.) No texto, os autores estão definindo: a) um fenômeno denominado dobramento de rochas plásticas. b) a interação entre fatores endógenos e exógenos do relevo. c) uma falha geológica. d) a meteorização das rochas que atingiram o limite de plasticidade. e) a formação de montanhas de dobramento. 7) (Uff 2001) No mundo contemporâneo, marcado pela globalização, a expressão “Fábrica Global” busca sintetizar os novos processos de ordenamento do território fabril, cuja característica principal é: a) a concentração da produção de bens em grandes unidades fabris para administrar melhor as relações de trabalho e integrar todas as tarefas técnico-produtivas; b) a segmentação do processo produtivo de bens em diferentes lugares, tendo como suporte de realização as redes técnicas de informação, financiamento e comercialização; c) a centralização do processo produtivo em um único ponto do território, para evitar a divisão técnica do trabalho e impedir o desperdício de energia; d) a integração estratégica de vários ramos e setores em uma única região, com o objetivo de monopolizar os mercados mundiais de consumo; e) a produção especializada de bens e serviços em megaempresas, com o objetivo de fortalecer o domínio do mercado interno e a competitividade em seus países de origem. 8) (Ufrj 2000) A globalização é, muitas vezes, identificada com a multiplicação de redes que atravessam fronteiras e que aparentemente tornam obsoletos os limites internacionais entre os países. Entretanto, os territórios nacionais e seus limites são uma realidade e os Estados Nacionais ainda existem como unidades organizadas e de grande importância dentro da ordem política global. Apresente duas razão que explicam a relevância dos Estados Nacionais na era da globalização. 9) (Unirio 2000) “NA VIRADA DO SÉCULO, AS CORPORAÇÕES SE JUNTAM, ROMPEM FRONTEIRAS E REVOLUCIONAM A ECONOMIA.” (Revista “Veja” 07/07/99.) Os dados a respeito das fusões e aquisições no mundo informam que, só no ano de 98, elas movimentaram 2,4 trilhões de dólares. Admite-se que só nos EUA foram gastos um trilhão de dólares neste mesmo período. Apresente duas razões que justifiquem este processo. 10) (Uerj 2000) Tornou-se quase lugar comum explicar toda a complexidade do mundo contemporâneo pelo binômio globalização-fragmentação. (HAESBAERT, Rogério (org.). “Globalização e Fragmentação no Mundo Contemporâneo”, Niterói: EdUFF, 1998.) A fragmentação pode ser integradora, quando está conjugada à globalização, reforçando-a, ou excludente, quando, embora produto da globalização, ocorre paralelamente a esta, parecendo contradizê-la. Um indicador da fragmentação integradora, que vem revelando a flexibilização da produção, é: a) trabalho temporário b) organização sindical c) industrialização tardia d) urbanização descontínua 11) (Uerj 2000) Para muitos cientistas sociais, o agravamento da situação denunciada na charge tem estreita relação com a crise econômica mundial devido, principalmente, ao seguinte motivo: a) desigualdade nas trocas comerciais entre as potências capitalistas b) imunidade dos estados nacionais frente às flutuações econômicas c) predominância da produção de bens de consumo nos países periféricos d) conexão entre a escala nacional e os processos econômicos internacionais 12) (Uff 2001) (*) Total de capital colocado no país Fonte: Sobeet O gráfico assinala uma onda de investimentos internacionais no Brasil, sobretudo os de origem européia, até então considerados pouco expressivos no país. Tal destaque pode ser constatado, ao se considerar, no período em questão: a) a crise das bolsas asiáticas que obrigou as empresas européias a reduzirem seus investimentos no Pacífico e elegerem a América Latina como principal foco de transações comerciais e financeiras; b) a forte presença de investimentos de origem espanhola, francesa e portuguesa marcada pela aquisição de empresasestatais de comunicação e eletricidade; c) a procura de novos espaços de realização de atividades financeiras e comerciais, em função do fracasso das políticas de integração européia; d) a desvalorização sucessiva do euro no mercado internacional o que obrigou empresas européias a migrarem para países de moeda estável; e) a construção de um bloco comercial e financeiro supranacional, envolvendo a União Européia e os países do Mercosul. 38 Geografia - Pré-Vestibular 13) (Unirio 99) Em dezembro de 1994, na Conferência de Miami, os EUA destacam as discussões em torno da formação da ALCA (Associação de Livre Comércio das Américas) no contexto das relações interamericanas. Em março de 1997, no Foro das Américas, o Brasil dá o primeiro golpe contra a aceleração da concretização dessa sociedade, discordando da posição norte- americana. a) Qual o único país da América que não fará parte do acordo? b) Justifique a posição brasileira que pretende prolongar a data para implementação da ALCA. 14) (Uerj 99) “É evidente que a Rússia se aproxima de seu segundo colapso, desta vez sob os auspícios da economia de mercado. Sob as atuais circunstâncias, a fuga de capital monetário internacional é irreversível. Assim, os “mercados emergentes” se transformam definitivamente em “mercados de emergência”, pois a declaração da insolvência russa se irradia sobre as demais regiões em crise. Agora não se trata mais de casos regionais, porém de um processo de escalada global.” (Adaptado de KURZ, Robert. FOLHA DE SÃO PAULO, 06/09/98). a) Explique, tendo em vista o processo de globalização, a razão pela qual uma crise em determinado país pode afetar áreas relativamente distantes. b) Caracterize dois aspectos da crise russa neste momento de transição rumo ao capitalismo. Gabarito 1) B 2) B 3) B 4) D 5) B 6) C 7) B 8) O Estado-nação mantém sua relevância pois ainda controla: a gestão da moeda; a regulação dos mercados nacionais; a regulação do capital e do trabalho; a orientação dos investimentos privados, através de estímulos definidos e pela taxação alfandegária; a política tributária; a política imigratória; os acordos internacionais. 9) As razões do aumento do número de fusões giram em torno da busca por: maior competitividade na economia globalizada; ampliação de mercado; barateamento dos custos de produção; complementaridade tecnológica; saneamento das finanças. 10) A 11) D 12) B 13) a) Cuba. b) Dentre os pontos a serem abordados, destacam-se: - receio brasileiro dos impactos negativos sobre sua economia, em decorrência de uma aliança com uma economia do porte da norte-americana; - a estratégia da diplomacia brasileira que busca ganhar tempo e fortalecer o Mercosul, tornando-o mais competitivo no âmbito da ALCA; - a repercussão que a formação da ALCA poderá ter sobre a posição de liderança econômica do Brasil no Cone Sul. 14) a) As economias nacionais tornam-se interdependentes, e as fronteiras são muito menos efetivas porque os fluxos já não são apenas de mercadorias físicas, mas cada vez mais de capitais que se deslocam pelas redes de comunicações. Assim, nenhum país deixa de ser afetado por crises em centros financeiros de grandes dimensões. b) Dois dentre os seguintes aspectos: - a ausência do antigo estado forte e centralizador, com a sobrevivência de rivalidades entre etnias e nacionalidades da ex-União Soviética, provocando conflitos que agravam os problemas sociais - a instabilidade política que não favorece os investimentos de capital, atemorizando os investidores estrangeiros e levando à fuga de capitais - o fim das antigas garantias sociais e o crescimento da inflação, levando ao desemprego e ao agravamento da pobreza - o crescimento da contestação ao regime de Yeltsin, por parte de organizações de trabalhadores que reclamam a volta de direitos sociais do período socialista - a ausência de controle estatal, que leva ao aumento da economia informal, a problemas de abastecimento e à proliferação do crime organizado, aumentando a insegurança da população - o controle precário do arsenal nuclear, constituindo uma ameaça geopolítica 8. Bibliografia MAGNOLI, Demétrio e SCALZARETTO, Reinaldo (1998). “Coleção Geografia: Espaço cultura e cidadania”. Editora Moderna, São Paulo. MOREIRA, Igor (1998). “O espaço Geográfico”. Ed. Ática, São Paulo. OLIVA, Jaime e GIANSANTI, Roberto.(1995). “Espaço e Modernidade: Temas da Geografia Mundial”. Atual Editora, São Paulo. STRAZZACAPPA, Cristina e MONTANARI, Valdir (1998). “Globalização: O que é isso afinal?”. Editora Moderna,São Paulo. VESENTINI, J. William (1997). “A Nova Ordem Mundial”. Editora Ática, São Paulo. (1997). “Sociedade e Espaço”. Editora Ática, São Paulo.
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