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34
Geografia - Pré-Vestibular
A NOVA ORDEM MUNDIAL:
MULTIPOLARIZAÇÂO OU GLOBALIZAÇÃO
1. Conceituação
Neste final de século o mapa - mundi conheceu
profundas transformações, principalmente a partir de
1989; com redefinições das fronteiras e do papel dos
Estados-nações. Também assiste-se a uma nova onda de
nacionalismos que vem ocorrendo e, ao mesmo tempo,
vivemos um momento de inegável internacionalização e
ampliação da interdependência entre os países.
Para alguns autores, nada de realmente novo,
diferente, está ocorrendo que não possa, ainda ser
explicado peta “velha ordem Bipolar”, mas muitos,
acreditam que essas mudanças realmente existam e
sugerem a existência de uma nova ordem mundial.
Isso quer dizer que a partir de então, existem vários
pólos ou centros de poder no plano mundial.
Normalmente consideram-se 3 grandes potências ou
centros mundiais de poderio econômico, tecnológico e
político-diplomático: Estados Unidos, Japão e UE.
No mundo globalizado tem-se uma ordem pluralista,
onde a realidade é considerada complexa com múltiplas
oposições ou tensões de diversas naturezas: disparidade
entre países ricos e pobres; cristãos, hinduístas e
islâmicos; interesses mercantis que degradam o meio
ambiente e a consciência de que devemos preservar a
natureza.
A partir deste panorama pode-se então conceituar a
GLOBALIZAÇÃO como sendo “a tendência crescente
da unificação de todos os povos e países da Terra,
tornando-os cada vez mais interdependentes, tanto
em termos econômicos quanto sócio-culturais”.
2. As Origens
A globalização não apareceu de repente, como se
alguém a tivesse inventado. Ela é fruto de um processo
histórico, isto é, ela veio se formando através dos tempos.
Pode-se dizer que a globalização se iniciou a partir
do instante em que algum grupe primitivo tomou a
iniciativa de entrar em contato com outro grupo vizinho
e como é característico da espécie humana, esses
encontros são marcados por conflitos, guerras,
negociações, adaptações e acertos; e o resultado tem sido,
inegavelmente,o progresso.Porém foi a partir da 2a
Guerra Mundial que todo esse processo se intensificou.
Com o fim da Guerra (1945), os Estados Unidos foram
os grandes beneficiados, constituindo-se no principal
fornecedor de mercadorias e capital para os países
envolvidos na Guerra. A União Soviética foi a outra grande
vencedora: recuperou os territórios da Estónia, Letônia
e Lituânia, parte do território da Polônia e da Romênia e
estendeu a sua influência a todo o Leste Europeu e parte
oriental da Alemanha.
Com o enfraquecimento das potências européias
(Inglaterra, França e Alemanha) o mundo começou a se
estruturar a partir de 2 pólos: EUA (capitalista) e URSS
(socialista) que começaram a disputar a hegemonia
mundial; esta busca chamou-se GUERRA FRIA e a este
novo arranjo mundial chamou-se Ordem Bipolar.
Em verdade, a Guerra Fria consistiu na disputa
geopolítica e militar entre as duas superpotências, EUA
e URSS, que procuravam recrutar o maior número de
aliados. A principal característica desta guerra é que ela
nunca foi uma disputa direta e armada, sendo na verdade
uma disputa econômica, política e psicológica. Durante
este período, as duas superpotências destinavam grandes
investimentos para a pesquisa e a produção de
armamentos, enquanto os demais países industrializados
voltavam-se para os setores mais produtivos, bem como
para a ampliação de seu mercado externo.
A Guerra Fria foi uma das causas do colapso da
economia da URSS, pois desviava recursos de áreas
fundamentais, como a agricultura e bens de consumo
para a fabricação de armamentos, o que passou a gerar
grande insatisfação popular e despertou a população para
as mudanças. Também, esse fato reacendeu as
manifestações de autonomia por parte de diversas
repúblicas que a compunham. A partir de 1985, o então
presidente da URSS, Gorbachov, começou a desenvolver
políticas anti-guerra fria (desarmamento) e medidas
políticas e econômicas que contribuíram para o fim do
socialismo
Seguiram-se a essas medidas, outras tomadas em conjunto
com os EUA, que visavam a eliminação de armas nucleares,
comércio e inspeção de testes nucleares, que teve como
conseqüência o surgimento, a partir de 1989, de uma Nova
Ordem Mundial: a Multipolarização ou Globalização.
3. Principais Características
A Globalização está associada a aceleração do tempo.
Tudo muda mais rapidamente hoje em dia. Houve um
enorme desenvolvimento dos meios de transportes e
comunicação, nas viagens e no turismo internacionais,
nas trocas comerciais entre países. Com isso os
deslocamentos se tornaram muito mais rápidos e iniciou-
se uma tendência a uniformização de hábitos (jeans,
refrigerantes, fast-food, filmes...).
O crescimento do comércio mundial vem aumentando
enormemente a cada ano. As economias internacionais
são bem mais abertas para o exterior. Hoje, pode-se
adquirir qualquer produto, desde que se tenha dinheiro
para tal, um mesmo produto em qualquer cidade do
planeta. Assim, pode-se dizer que na concepção capitalista
vivemos num mundo global.
As economias nacionais estão se desnacionalizando
em ritmo acelerado, dois norte-americanos possuem ações
ou títulos de propriedades no Japão, América Latina e
Europa. Dessa forma percebe-se que está também
ocorrendo um enfraquecimento do Estado-Nação e um
fortalecimento de outros atores ou agentes internacionais
- ONU (1°lugar), empresas multinacionais e
organizações mundiais governamentais ou não
governamentais (ONG’S) que podem atuar em áreas
ambientais, econômicas, cultural, técnica, religiosa, etc.
Isto quer dizer na prática, que muitas fronteiras estão
perdendo a sua razão de ser.
Hoje em dia o “poder não é mais exercido” pelo Estado,
e sim pelo capital e pela tecnologia, representado pelas
empresas multinacionais e, principalmente, pelas
transnacionais (filiais que não seguem as diretrizes
ás matriz, pois seguem interesses próprios)
espalhadas pelo planeta. Neste sentido tem-se que o fluxo
de dinheiro é internacional, isto é, circula o mundo
inteiro podendo ser aplicado em qualquer Bolsa de
Valores do mundo garantido pelo fuso horário. Dessa
forma esse novo capital não gera produtos, gera lucro.
Dentro deste mesmo processo tem-se que as etapas
percorridas ao longo desses anos e o desenvolvimento
dos meios técnicos -científicos levaram a se estabelecer
uma nova divisão internacional do trabalho onde
destaca-se uma participação mais ativa no comércio
mundial dos países ex- socialistas e um aumento das
exportações de produtos industrializados pelo
Terceiro Mundo e também o aumento do volume de
comércio entre os países periféricos.
4. Teorias da Globalização
4.1. O “Tripé” formado pela Globalização X
Fragmentação X Exclusão
GLOBALIZAÇÃO: a livre circulação de pessoas, idéias e
mercadorias num espaço único e mundial, uma vez que
as relações políticas-estratégicas ganharam uma
dimensão planetária com a afirmação do modelo neo-
liberal e do capital financeiro.
FRAGMENTAÇÃO: valorização de culturas locais, a
divisão e a emancipação de alguns países , o aumento
da distância entre ricos e pobres e os blocos econômicos.
EXCLUSÃO: de países que não se incorporaram a
principal proposta da globalização (Cuba e Albânia).
35
Globalização
Essa teoria consiste em dizer que deve-se pensar e
raciocinar os aspectos da globalização dentro do enfoque
Globalização X fragmentação X exclusão, isto quer dizer
que ao mesmo tempo que vive-se um processo de união,
unificação vive-se também processos que levam a
fragmentação, divisão e a exclusão; mas que
“teoricamente” devem ser entendidos como sendo uma
fase da globalização.
4.2. A formação dos blocos econômicos: É a criação
de mercados comuns entre grupos de nações.
Esses imensos mercados internacionais ou blocos
comerciais constituem na realidade uma das etapas da
globalização, da interdependência crescente de todos os
povos e países mundo. Inicialmente, pensou-se que eles
iriam limitar-se a trocas somente entre os países-membros
e diminuir as relações comerciais com o restante do
mundo. Posteriormente,percebeu-se que eles ampliam
as trocas comerciais entre os países-membros e também
com outras partes do mundo. A integração pioneira é a
dos países europeus (UE), pois ela além de ser a primeira,
Já percorreu várias etapas que agora servem de exemplo
de integração.
Veja a seguir cada etapa do processo.
1ª) zona de livre comércio: as mercadorias podem
circular livremente, onde as tarifas alfandegárias são
eliminadas e há flexibilidade nos padrões de produção,
controle sanitário e de fronteiras.
2ª) união aduaneira: além da zona de livre comércio
envolve a negociação de
tarifas alfandegárias comuns para o comércio realizado
com outros países.
3ª) mercado comum: além das duas fases anteriores
acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços e
capitais.
4ª) união monetária: pressupõe o pleno funcionamento
do mercado comum e consiste na coordenação das
políticas econômicas dos países membros e na criação
de um único banco central para emitir a moeda que será
utilizada por todos eles.
5ª) união política: engloba todas as anteriores e envolve
também a unificação
das políticas de relações internacionais, defesa,
segurança interna e externa.
Os principais blocos econômicos são:
UNIÃO EUROPEIA (UE): Nascida nos anos 50 como
MCE (Mercado Comum Europeu) essa associação foi a
pioneira e forneceu o exemplo a ser seguido pelo resto
do mundo. Esta associação veio a se tornar um imenso
mercado internacional, no qual as mercadorias passariam
a circular livremente pela comunidade (países -
membros), melhorando as relações comerciais. Com isso,
cada país melhorou o seu faturamento com base em
produtos específicos. Em 1993, seus 12 membros
assinaram um tratado na cidade de Maastricht, visando
à integração européia, ou seja, iniciaram a organização
de um Estado- Nação único com cerca de 360 milhões
de habitantes. Uma conseqüência imediata dessa
associação foi a modernização dos países e a criação de
um mercado consumidor de alto poder aquisitivo. A DE
encontra-se na 4a etapa do processo (a implantação da
moeda única euro) e atualmente são 15 os países-
membros (Alemanha, França, Espanha, Itália, Bélgica,
Países Baixos, Luxemburgo, Portugal, Grécia, Dinamarca,
Reino Unido, Irlanda, Áustria, Finlândia e Suécia.
ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO DA AMÉRICA DO
NORTE (NAFTA): Nasceu em 1993 de um acordo
assinado pêlos Estados Unidos, Canadá e México e que
tem como característica geral a criação de uma área de
livre comércio que prevê a livre circulação de mercadorias
e serviços, bem como a liberação dos investimentos. Além
disso, faz parte do objetivo que o bloco ultrapasse o estágio
circulação de pessoas e serviços(evitar a imigração
mexicana), nos Estados Unidos.
MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL): Foi
criado a partir da assinatura do Tratado de Assunção,
em 26 de março de 1991, entre Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai. A integração do cone sul segue o
modelo da UE. Inicialmente, estabeleceu-se uma zona
de livre comércio, em seguida constituiu-se uma união
aduaneira, em que são negociadas tarifas comuns para o
comércio realizado com outros países. É nesse estágio
que está o Mercosul A próxima etapa será a formação de
um mercado comum, que engloba a fase anterior e
acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços e
capitais e que já está agendada. Em 1996 o Chile
ingressou como membro associado e, 1997, a Bolívia:
não são membros plenos, mas participantes da zona de
livre comércio. Para 1998, estava previsto o ingresso da
Venezuela, lambem como país associado.
BLOCO ASIÁTICO: Japão e os “tigres”: Em termos
de alianças regionais, a denominação bloco asiático é
imprecisa, pois não corresponde a uma aliança
econômica, sustentado por acordos e regras
estabelecidos. O que a expressão “bloco asiático” designa
é uma região na qual se destacam a influência econômica
e os investimentos do Japão.
ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS
(ALÇA): Seguindo a tendência atual, os EUA propõem a
formação de uma grande associação comercial, reunindo
os países do Nafta, Mercosul e outros do continente
americano, sob sua influência, à exceção de Cuba,
totalizando 34 países em um grande acordo mercantil.
Em 1997, os EUA tentaram antecipar a data prevista
para a instituição de tal aliança. No entanto, sob firme
liderança do Brasil, os países do Mercosul derrubaram a
pretensão norte-americana. Com isso, a formalização da
ALÇA ficou acertada somente para o ano de 2001.
5. Alguns Aspectos da Globalização
DESEMPREGO: O desemprego é o maior fantasma
social do final do século XX. De fato, nenhum outro
fenômeno foi mais responsabilizado pelo desemprego do
que a globalização. Pois ela altera de modo contundente,
as relações da sociedade com os meios de produto e alguns
fatores são responsáveis por essa alteração, sendo o maior
deles o avanço tecnológico. Também pode-se agregar a
esta situação a terceirização e o subemprego.
ASPECTOS POSITIVOS: A globalização está aí; é um
processo que não tem volta. E, como tudo no mundo,
tem o seu lado bom e o seu lado desfavorável. Como efeitos
positivos da globalização no Brasil, tem-se: a oferta de
produtos a preços cada vez mais baixos, a aplicação mais
racional do capital das empresas, o aumento de
investimento na modernização, as empresas investem
mais na capacitação profissional, controle dos gastos
públicos,...etc. É importante ressaltar que esses aspectos
tem um certo caráter premonitório, porque estamos
sentindo apenas os primeiros efeitos da globalização.
Nada impede que no decorrer do século XXI, tudo seja
diferente.
6. CONCLUSÃO
“Na década de 70, o canadense Marshall McLuhan,
teórico da comunicação, afirmou que o mundo estava se
transformando numa aldeia global. Talvez tenha sido a
partir dali que começou a se firmar o conceito de
globalização, ainda que acanhadamente. Na época, o
verbete de McLuhan foi alardeado com grande euforia.
O que se verifica, porém, é que enquanto o mundo se
interliga, dia após dia, pelas tomadas elétricas, cada vez
mais as pessoas estão se isolando umas das outras,
fisicamente. Paralelamente à globalização cultural e
profissional, ocorre a desglobalização pessoal, porque,
em vez de melhorarem as relações humanas, mandam-
se beijos de celular, cartas por fax e lembranças pela
36
Geografia - Pré-Vestibular
Internet. Tudo fica muito impessoal e, atrás dessa
parafernália eletrônica, esconde-se a manifestação dos
nossos mais puros e belos sentimentos........
A Alvorada de uma nova era está cada vez mais
presente em nossas vidas. Essa nova era chega como
um desafio, provocando burocracias falidas,
enfraquecendo a soberania dos Estados-Nações e exigindo
governos cada vez mais simples e democráticos.
É preciso que ocorra a globalização do mundo, mas
sem a desglobalização do homem, que é a suprema criação
de Deus.(Strazzacappa e Montanari: 1998)
(coletânea adaptada pela Prof. Márcia Brum)
7. Exercícios
1) (Puccamp 2000) O Mercosul “é uma plataforma de
inserção competitiva numa economia mundial que
simultaneamente se globaliza e se regionaliza em
blocos”. (Celso Lafer, ex-chanceler brasileiro)
Sobre os integrantes desse bloco pode-se afirmar que,
a) o Paraguai tem taxas de mortalidade e analfabetismo
semelhantes às da Argentina.
b) a Argentina e o Uruguai têm os melhores
indicadores sociais.
c) o Brasil tem a maior esperança de vida e o menor
crescimento vegetativo.
d) o Paraguai e o Uruguai têm os mais baixos
percentuais de população urbana.
e) o Brasil e a Argentina apresentam volumes de
dívida externa semelhantes.
2) (Ufscar 2001) Em 1993, os quinze países da União
Européia reuniram-se em Maastricht para deliberar
sobre a criação da moeda européia única - O EURO -
que foi
a) prontamente adotado por todos os integrantes do
Bloco, que consideram a moeda a solução dos
problemas econômicos.
b) adotado por vários países do Bloco, mas encontrou
sérias reservas por parte de países como o Reino
Unido e a Dinamarca.
c) rechaçado por quase todos os países do Bloco que
exigem liberdade monetária, como é o caso da
França e da Alemanha.
d) considerado um estopim paradivergências
internas, pois os países menos ricos, como
Portugal, Irlanda e Espanha, se sentiram
prejudicados.
e) rejeitado após sua implantação, pois representou
uma queda acentuada na participação do Bloco no
comércio mundial.
3) (Unirio 2000) “O BRASIL É O ELEITOR - Corrupção e
guerra econômica contra o principal parceiro do
Mercosul viram tema central da campanha eleitoral
para a sucessão de Menem.”
(“Revista Época”, 16/08/99.)
Recentemente, a estabilidade do MERCOSUL tem sido
ameaçada pela guerra comercial entre Brasil e
Argentina. Sobre esta crise, é correto afirmar que:
a) a Argentina vive hoje sua melhor situação
socioeconômica, pois a dolarização de sua economia
conseguiu melhorar a distribuição de renda,
determinando, assim, uma acentuada preferência
pelos produtos norte-americanos.
b) a desvalorização do real tornou os produtos
brasileiros para exportação mais baratos,
provocando uma reação protecionista, por parte da
Argentina, que atingiu setores brasileiros como o
calçadista e o têxtil.
c) a dolarização da economia da Argentina e a
valorização do real tornaram os produtos argentinos
mais baratos e facilitaram suas exportações,
desencadeando sucessivas queixas de empresários
brasileiros.
d) o foco de desentendimento entre estes países está
centrado na auto-suficiência brasileira na produção
de trigo, cujos excedentes conseguem atingir o
mercado argentino com preços mais competitivos.
e) os resultados da balança comercial entre os dois
parceiros, desfavoráveis para a Argentina, desde
meados da década de 90, desencadearam uma
reação protecionista do governo argentino.
4) (Uerj 2001) Existem dois conjuntos sociais para os quais
a questão da terra constitui um fator de importância
fundamental. Um deles é formado por aqueles que
utilizam a posse ou a propriedade como instrumento de
diversas formas de exploração e especulação. O outro
grupo social é formado pelos trabalhadores sem terra,
pequenos produtores deslocados pelo latifúndio para
áreas marginais ou pressionados pelo capital comercial
e financeiro, e os migrantes frustrados, que sobrevivem
nas periferias urbanas. A estes podem vir a agregar-se,
em futuro não muito remoto, outras vítimas do processo
de ajuste neoliberal, ex-funcionários públicos, ex-
bancários e todos os outros “ex” de menor nível de
qualificação.
(Adaptado de TAVARES, Maria da Conceição. “Destruição
não criadora”. Rio de Janeiro: Record, 1999.)
Segundo a visão da autora, problemas sociais no campo
e cidade estão intimamente relacionados.
No caso brasileiro, esta relação se estabelece porque
em ambos os espaços ocorrem, dentre outras, as
seguintes situ_ções:
a) estagnação da economia e fuga de capitais
b) estatização das empresas e expansão do setor
financeiro
c) atenuação das desigualdades e periferização do
povoamento
d) redução do emprego e concentração do poder
econômico.
5) (Unirio 2000) Em janeiro de 99, a política de juros
altos colocava o Brasil na lista dos países cujas taxas
eram a mais altas do mundo.
A adoção desta medida tem como finalidades incentivar
a entrada de dólares, tornando o mercado financeiro
brasileiro atraente aos investidores estrangeiros, e
conter a alta do dólar, já que a entrada da moeda alivia
a pressão sobre as taxas de câmbio.
Entretanto, a adoção dessa política pode levar à(ao):
a) dolarização da economia, ou seja, entregar a política
econômica no banco central norte-americano.
b) redução do ritmo de crescimento interno, uma vez
que os juros altos não incentivam os investimentos
produtivos.
c) redução da inflação com o equilíbrio de superávit e
do déficit públicos.
d) queda da taxa de desemprego, em conseqüência
do aumento dos investimentos produtivos.
e) aquecimento da economia provocado pelo processo
de deflação da balança comercial.
37
Globalização
6) (Ufpe 2000) “Consiste basicamente numa ruptura das
rochas que compõem a crosta terrestre e o conseqüente
deslocamento de um bloco contra o outro. Essa ruptura
é produzida em decorrência de um determinado esforço
que ultrapassa o limite de plasticidade das rochas”.
(JATOBA, L. & LINS R. C. “Introdução à Geomorfologia”.
Ed. Bagaço, 1998.)
No texto, os autores estão definindo:
a) um fenômeno denominado dobramento de rochas
plásticas.
b) a interação entre fatores endógenos e exógenos do
relevo.
c) uma falha geológica.
d) a meteorização das rochas que atingiram o limite
de plasticidade.
e) a formação de montanhas de dobramento.
7) (Uff 2001) No mundo contemporâneo, marcado pela
globalização, a expressão “Fábrica Global” busca
sintetizar os novos processos de ordenamento do
território fabril, cuja característica principal é:
a) a concentração da produção de bens em grandes
unidades fabris para administrar melhor as
relações de trabalho e integrar todas as tarefas
técnico-produtivas;
b) a segmentação do processo produtivo de bens em
diferentes lugares, tendo como suporte de realização
as redes técnicas de informação, financiamento e
comercialização;
c) a centralização do processo produtivo em um único
ponto do território, para evitar a divisão técnica do
trabalho e impedir o desperdício de energia;
d) a integração estratégica de vários ramos e setores
em uma única região, com o objetivo de monopolizar
os mercados mundiais de consumo;
e) a produção especializada de bens e serviços em
megaempresas, com o objetivo de fortalecer o
domínio do mercado interno e a competitividade
em seus países de origem.
8) (Ufrj 2000) A globalização é, muitas vezes, identificada
com a multiplicação de redes que atravessam fronteiras
e que aparentemente tornam obsoletos os limites
internacionais entre os países. Entretanto, os
territórios nacionais e seus limites são uma realidade
e os Estados Nacionais ainda existem como unidades
organizadas e de grande importância dentro da ordem
política global.
Apresente duas razão que explicam a relevância dos
Estados Nacionais na era da globalização.
9) (Unirio 2000) “NA VIRADA DO SÉCULO, AS
CORPORAÇÕES SE JUNTAM, ROMPEM
FRONTEIRAS E REVOLUCIONAM A ECONOMIA.”
(Revista “Veja” 07/07/99.)
Os dados a respeito das fusões e aquisições no mundo
informam que, só no ano de 98, elas movimentaram
2,4 trilhões de dólares. Admite-se que só nos EUA
foram gastos um trilhão de dólares neste mesmo
período.
Apresente duas razões que justifiquem este processo.
10) (Uerj 2000) Tornou-se quase lugar comum explicar toda
a complexidade do mundo contemporâneo pelo
binômio globalização-fragmentação.
(HAESBAERT, Rogério (org.). “Globalização e
Fragmentação no Mundo Contemporâneo”, Niterói:
EdUFF, 1998.)
A fragmentação pode ser integradora, quando está
conjugada à globalização, reforçando-a, ou excludente,
quando, embora produto da globalização, ocorre
paralelamente a esta, parecendo contradizê-la.
Um indicador da fragmentação integradora, que vem
revelando a flexibilização da produção, é:
a) trabalho temporário
b) organização sindical
c) industrialização tardia
d) urbanização descontínua
11) (Uerj 2000) Para muitos cientistas sociais, o
agravamento da situação denunciada na charge tem
estreita relação com a crise econômica mundial devido,
principalmente, ao seguinte motivo:
a) desigualdade nas trocas comerciais entre as
potências capitalistas
b) imunidade dos estados nacionais frente às
flutuações econômicas
c) predominância da produção de bens de consumo
nos países periféricos
d) conexão entre a escala nacional e os processos
econômicos internacionais
12) (Uff 2001)
(*) Total de capital colocado no país
Fonte: Sobeet
O gráfico assinala uma onda de investimentos
internacionais no Brasil, sobretudo os de origem
européia, até então considerados pouco expressivos
no país. Tal destaque pode ser constatado, ao se
considerar, no período em questão:
a) a crise das bolsas asiáticas que obrigou as empresas
européias a reduzirem seus investimentos no
Pacífico e elegerem a América Latina como principal
foco de transações comerciais e financeiras;
b) a forte presença de investimentos de origem
espanhola, francesa e portuguesa marcada pela
aquisição de empresasestatais de comunicação e
eletricidade;
c) a procura de novos espaços de realização de
atividades financeiras e comerciais, em função do
fracasso das políticas de integração européia;
d) a desvalorização sucessiva do euro no mercado
internacional o que obrigou empresas européias a
migrarem para países de moeda estável;
e) a construção de um bloco comercial e financeiro
supranacional, envolvendo a União Européia e os
países do Mercosul.
38
Geografia - Pré-Vestibular
13) (Unirio 99) Em dezembro de 1994, na Conferência de
Miami, os EUA destacam as discussões em torno da
formação da ALCA (Associação de Livre Comércio das
Américas) no contexto das relações interamericanas.
Em março de 1997, no Foro das Américas, o Brasil dá
o primeiro golpe contra a aceleração da concretização
dessa sociedade, discordando da posição norte-
americana.
a) Qual o único país da América que não fará parte do
acordo?
b) Justifique a posição brasileira que pretende
prolongar a data para implementação da ALCA.
14) (Uerj 99) “É evidente que a Rússia se aproxima de seu
segundo colapso, desta vez sob os auspícios da
economia de mercado. Sob as atuais circunstâncias, a
fuga de capital monetário internacional é irreversível.
Assim, os “mercados emergentes” se transformam
definitivamente em “mercados de emergência”, pois a
declaração da insolvência russa se irradia sobre as
demais regiões em crise. Agora não se trata mais de
casos regionais, porém de um processo de escalada
global.”
(Adaptado de KURZ, Robert. FOLHA DE SÃO PAULO,
06/09/98).
a) Explique, tendo em vista o processo de globalização,
a razão pela qual uma crise em determinado país
pode afetar áreas relativamente distantes.
b) Caracterize dois aspectos da crise russa neste
momento de transição rumo ao capitalismo.
Gabarito
1) B
2) B
3) B
4) D
5) B
6) C
7) B
8) O Estado-nação mantém sua relevância pois ainda
controla: a gestão da moeda; a regulação dos mercados
nacionais; a regulação do capital e do trabalho; a
orientação dos investimentos privados, através de
estímulos definidos e pela taxação alfandegária; a
política tributária; a política imigratória; os acordos
internacionais.
9) As razões do aumento do número de fusões giram em
torno da busca por: maior competitividade na economia
globalizada; ampliação de mercado; barateamento dos
custos de produção; complementaridade tecnológica;
saneamento das finanças.
10) A
11) D
12) B
13) a) Cuba.
b) Dentre os pontos a serem abordados, destacam-se:
- receio brasileiro dos impactos negativos sobre sua
economia, em decorrência de uma aliança com uma
economia do porte da norte-americana;
- a estratégia da diplomacia brasileira que busca
ganhar tempo e fortalecer o Mercosul, tornando-o
mais competitivo no âmbito da ALCA;
- a repercussão que a formação da ALCA poderá ter
sobre a posição de liderança econômica do Brasil
no Cone Sul.
14) a) As economias nacionais tornam-se
interdependentes, e as fronteiras são muito menos
efetivas porque os fluxos já não são apenas de
mercadorias físicas, mas cada vez mais de capitais
que se deslocam pelas redes de comunicações. Assim,
nenhum país deixa de ser afetado por crises em
centros financeiros de grandes dimensões.
b) Dois dentre os seguintes aspectos:
- a ausência do antigo estado forte e centralizador,
com a sobrevivência de rivalidades entre etnias e
nacionalidades da ex-União Soviética, provocando
conflitos que agravam os problemas sociais
- a instabilidade política que não favorece os
investimentos de capital, atemorizando os
investidores estrangeiros e levando à fuga de
capitais
- o fim das antigas garantias sociais e o crescimento
da inflação, levando ao desemprego e ao
agravamento da pobreza
- o crescimento da contestação ao regime de Yeltsin,
por parte de organizações de trabalhadores que
reclamam a volta de direitos sociais do período
socialista
- a ausência de controle estatal, que leva ao aumento
da economia informal, a problemas de
abastecimento e à proliferação do crime organizado,
aumentando a insegurança da população
- o controle precário do arsenal nuclear,
constituindo uma ameaça geopolítica
8. Bibliografia
MAGNOLI, Demétrio e SCALZARETTO, Reinaldo
(1998). “Coleção Geografia: Espaço cultura e cidadania”.
Editora Moderna, São Paulo.
MOREIRA, Igor (1998). “O espaço Geográfico”. Ed.
Ática, São Paulo. OLIVA, Jaime e GIANSANTI,
Roberto.(1995). “Espaço e Modernidade: Temas da
Geografia Mundial”. Atual Editora, São Paulo.
STRAZZACAPPA, Cristina e MONTANARI, Valdir
(1998). “Globalização: O que é isso afinal?”. Editora
Moderna,São Paulo.
VESENTINI, J. William (1997). “A Nova Ordem
Mundial”. Editora Ática, São Paulo. (1997). “Sociedade
e Espaço”. Editora Ática, São Paulo.

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