Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Paisagismo para Interiores Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Ana Cristina Gentile Ferreira Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Estilos de Jardins • Introdução; • Antiguidade; • O Renascimento e seus Jardins; • Os Jardins Contemporâneos. • Abordar os principais estilos de jardins; • Conhecer referências e como são importantes para o desenvolvimento profi ssional. Ao longo da história, os jardins passaram por uma complexa evolução, até atingirem a concepção atual do espaço verde funcional. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Estilos de Jardins Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Estilos de Jardins Introdução Conhecer a história do Paisagismo é essencial para entender as influências dos jardins que encontramos atualmente, a origem dos traçados, dos elementos de composição, da influência social e da cultura; enfim, as principais características de cada estilo. [...] plantar jardins é o mais puro dos prazeres humanos, isto é, aquele que constitui maior repouso para o espírito do homem; sem jardins, edifícios e palácios não passam de construções grosseiras; e vemos sempre que à medida que os tempos desabrocham para a civilização e para a elegância, os homens se preocupam em construir edifícios grandiosos e a jardi- nar delicadamente, como se a jardinagem fosse o complemento máximo da perfeição. Francis Bacon apud Medeiros, 20161 Antiguidade Os jardins da Antiguidade eram basicamente jardins utilitários, com o plantio de- sordenado de diversas espécies comestíveis ou de plantas com finalidade medicinal e, mais tarde, incluíram funções cosméticas. Ainda hoje, muitas das funções medicinais e cosméticas continuam sendo exploradas. Os jardins da Antiguidade costumavam estar no interior ou no entorno dos palá- cios, e tinham como principal função o plantio de frutas, flores e legumes; além da função rural, também ficaram conhecidos pelas celebrações de rituais. O Jardim da Babilônia foi um dos principais jardins da Antiguidade, datado de 3500- 500 a.C., foi construído pelo rei Nabucodonosor em oferecimento à sua esposa Amitis. O Jardim da Babilônia foi considerado uma das Sete Maravilhas do mundo antigo. Uma obra de Engenharia bastante ousada para a época, composta por terra- ços irrigados que alcançavam até 100 metros, patamares ascendentes nas encostas, considerando a topografia do local. O jardim, bastante decorado, possuía árvores frutíferas, plantas ornamentais, cascatas, piscinas e esculturas, além de um Sistema de irrigação eficiente. Nas figuras a seguir, é possível observar a grandeza da obra e a quantidade de detalhes, a presença de diferentes espécies de vegetação, as cascatas, os detalhes construtivos, os animais e os acessos entre os patamares. 1 MEDEIROS, Pedro Paulo da Silva. Reflexões e Expressões Filosóficas. Roraima: Pégaso Consultorias, 2016, p. 187. 8 9 Figura 1 – Jardins da Babilônia Fonte: playkindle.org Ainda na Antiguidade, temos o registro dos Jardins persas, com conceitos de jardins paradisíacos; os Jardins do Egito, com suas áreas geométricas, utilizando os pontos cardeais como referência de desenho e solo fértil para plantações e o Jardins gregos, com importante papel na definição de espaços públicos, inserindo as praças como local de convivência de lazer e esportes, além de espaços de con- templação aos deuses. Figura 2 – Jardim Persa Fonte: Musee des Arts Decoratifs Paris France Giraudon Figura 3 – Jardim do Egito Fonte: nacionalisti.org 9 UNIDADE Estilos de Jardins Figura 4 – Jardim Grego Fonte: Wikimedia Commons Outro exemplo de Jardim Grego: http://bit.ly/2UjgEus Ex pl or Os Jardins Romanos Os primeiros jardins romanos foram caracterizados por pequenas hortas, cha- madas Hortus, e serviam para neles se cultivar alimentos, como frutas, legumes e ervas para condimentos. A arte da topiaria, bastante utilizada nos dias atuais, foi criada nos jardins roma- nos. Para a topiaria, as espécies mais utilizadas eram os ciprestes, os buxinhos e os álamos. Os jardins romanos sofreram grandes influenciais do jardins gregos, principal- mente, pelas artes de monumentos e estátuas, pérgolas, presença de água, vasos e floreiras. Os jardins tinham a função de realização de festas e espaços de convivências que compunham os jardins internos das residências. Figura 5 – Ruínas do Peristylium (jardim) Fonte: The Archeology/Divulgação Figura 6 – Jardim Romano Fonte: The Archeology/Divulgação 10 11 Jardim Medieval Com a queda do Império Romano, surge o jardim medieval. Construídos na Idade Média, os jardins da época eram cultivados em Castelos e Mosteiros. Assim como nos jardins romanos, tinham como objetivo principal o cultivo de alimentos, além de espécies para fins medicinais. As flores também tiveram destaque nesse estilo de jardim, principalmente, em pátios internos. Os jardins medievais utilizavam arbustos e trepadeiras para compor cercas vivas e desenhar seus contornos. A influência cristã estava presente nos ângulos retos, principalmente, nos Mosteiros, que tinham na natureza uma forte relação com a religiosidade. Figuras 7 e 8 – Jardins Medievais Fonte: Art de L’enluminure, 2012 & Mohamed Adel/Divulgação O Renascimento e seus Jardins Ainda nesse período, a Arquitetura, a Música, a Ciência, a Arte e o Paisagismo, entre outras áreas, despontam como movimento de renovação e mudança. A partir do século XV, acontece o Renascimento, movimento artístico e filosófico iniciado na Itália. Período de grande importância, pois marca a passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Veremos a seguir três estilos de jardins produzidos no período: italiano, francês e inglês. Jardim Italiano Com influência dos jardins romanos, os jardins italianos tinham desenhos orde- nados, com desenho geométrico e formas definidas. 11 UNIDADE Estilos de Jardins Havia presença de água, cultivo de frutas e flores, além da utilização de elemen- tos como estátuas, colunas, pergolados e vasos. As folhagens mais verdes e a topiaria também tinham destaque nos Projetos. Os jardins funcionavam como local de encontro e estavam em locais privilegiados em relação ao terrenos e acesso às casas; uniam a casapor meio de galerias ex- ternas e eram considerados retiro para intelectuais e artistas; um local apropriado para o trabalho mais próximo à natureza e longe da vida nas cidades: Os jardins italianos dessa época eram inspirados nos jardins da Roma Antiga, que possuíam muitas estátuas e fontes monumentais. Nesse pe- ríodo também os italianos começaram a migrar para o campo em busca de locais mais frescos e com vistas mais agradáveis. E com isso deu-se a intervenção dos arquitetos nos jardins para uma ordenação da área, criando escadarias e terraços para aproveitar as irregularidades do terre- no e acompanhar as corredeiras de água. Esses jardins eram unidos às casas por meio de galerias externas e outras prolongações arquitetônicas. Eram constituídos por vários espaços como: parterres (canteiros com ve- getação rasteira), giardino secreto (local de silêncio e tranquilidade), sala de jantar e bosques entre outros.2 Resumindo, os jardins italianos uniam os jardins às casas com seus desenhos simétricos e ordenados e, apesar de utilizar a vegetação de forma organizada, ela era algo secundário, vez que seu objetivo maior era funcionar como espaço de en- contro e passeio. Nas figuras a seguir, é possível observar as principais características citadas. Modelos de jardins italianos: http://bit.ly/2UECu0M e http://bit.ly/2Dqtimb Ex pl or Figuras 9 e 10 – Jardins Italianos Fonte: Wikimedia Commons & foundationforlandscapestudies.org 2 Disponível em: <https://bit.ly/2Xbue5c>. 12 13 Jardim Francês O Jardim de Versailles é o que melhor representa o Jardim francês, considerado também um jardim de estilo clássico. Influenciado pelo jardim italiano, o jardim fran- cês foi criando características próprias de estilo. A rigidez na forma do desenho trazia a geometria e o ordenamento que evidenciava o domínio do homem sobre a natureza. Observando as figuras a seguir, podemos ver caminhos largos e bem definidos, cercas vivas e arbustos compactos; a arte da topiaria aplicada com primor, além do uso de pedriscos ou piso nos passeios bastante delimitados pelos Projetos. Os jardins possuíam grandiosidade e cuidado com os detalhes, principalmente, nas topiarias e cercas vivas que utilizavam viburno, buxinho, murta e ciprestes para arte. Figura 11 – Planta do Palácio de Versalhes Fonte: Wikimedia Commons Palácio de Versalhes: http://bit.ly/2DhdkdI e http://bit.ly/2UUey93 Ex pl or A seguir, veremos as principais características nas principais espécies utilizadas para topiaria dos jardins franceses. 13 UNIDADE Estilos de Jardins • Buxinho: planta bem flexível, podendo ser criada em vasos dentro de casa; pode ser usada para bonzais. Em áreas externas, é usada para compor cercas vivas (Figura 12). • Viburno: planta arbustiva, perfeita para fazer o papel de cerca-viva; tem cres- cimento lento (Figura 13). • Murta: tem como principal característica formar arbustos densos; é muito uti- lizada para compor cercas vivas (são altas e densas) (Figura 14). • Cipreste: porte alto, esguio e cônico; forma paredes escuras (Figura 15). Figura 12 Fonte: Getty Images Figura 13 Fonte: Getty Images Figura 14 Fonte: Getty Images Figura 15 Fonte: Getty Images 14 15 Figura 16 – Topiaria no Jardim Botânico do Funchal, na Madeira Fonte: Wikimedia Commons Além disso, eram utilizadas flores selecionadas para compor os projetos. Tulipas e azaleias são algumas das flores usadas para colorir os jardins. As flores são usa- das para compor o jardim, respeitando o Projeto, e são vistas limitadas a canteiros, vasos ou jardineiras, permitindo manutenção mais rápida e eficaz. Figura 17 – The Château de Villandry Fonte: Wikimedia Commons 15 UNIDADE Estilos de Jardins Figura 18 – Palácio de Versalhes Fonte: Getty Images Jardim Inglês O jardim inglês teve influência do romantismo e rompeu com os padrões rígidos e simétricos dos estilos anteriores. A ausência de formas geométricas e a presença de ruínas, lagos e riachos davam a sensação de antigos bosques naturais, valorizan- do a paisagem natural. Apesar de sua característica informal, era bastante detalhado em relação às es- pécies e utilizava a topografia do terreno como um facilitador nos projetos. Espécies de herbáceas anuais e perenes arbustivas se misturavam com flores silvestres, forrações e bulbosas. Muitas vezes, um elemento de composição era o destaque do jardim, como uma ponte, uma estátua ou um lago. Foi um estilo de jardim bastante utilizado nas cidades, proporcionando áreas li- vres para passeio e contemplação, funcionando como ilhas verdes dentro da malha urbana e buscando a valorização da natureza. Figura 19 – Jardim Inglês - Lancelot Brown Fonte: Wikimedia Commons 16 17 Jardim Inglês: http://bit.ly/2PenxMT e http://bit.ly/2GmMpz3 Ex pl or Importante! A diferença entre o jardim francês e o jardim inglês pode ser observada na figura a se- guir. O desenho simétrico versus o desenho informal entre os estilos mostra-se marcante. Os caminhos do jardim francês são largos e geométricos, enquanto o jardim inglês, ape- sar de delimitações e caminhos organizados, possui desenho mais orgânico e mais infor- mal, convidativo para passeios mais românticos, enquanto os acessos ao jardim francês buscavam mais suntuosidade. Importante! Figura 20 – Comparativo dos projetos dos jardins franceses e ingleses Fonte: Wikimedia Commons Jardim Oriental: Chinês e japonês O jardim oriental tem como principal objetivo pacificar o espírito por meio da meditação e contato com a natureza. Seu desenho é rígido e simples e tem na sua composição elementos simbólicos e religiosos. Os elementos de composição utilizados nos jardins orientais são as pedras, a água, as plantas e os acessórios como luminárias. • Lanternas de pedra: símbolos da concentração, servem para iluminar a men- te e clarear os caminhos; as luminárias ou Toro são originais dos templos budistas da China, possuem o formato de casinha, segmentadas em 5 partes, representando os 5 elementos da cosmologia budista. A base deve tocar o chão simbolizando a terra; o meio simboliza a água; a luz simboliza o fogo, e o teto, com uma bolinha, representa respectivamente o ar e o espírito; • Lagos e carpas: a água representa a vida, a paz e a pureza, e as carpas a fertilidade e a prosperidade; 17 UNIDADE Estilos de Jardins • Ponte ou Taiko Bashi: as pontes representam evolução e autoconhecimento; quando feitas de bambu, simbolizam a capacidade de adaptação; • Pedras das cascatas: as pedras das cascatas verticais representam o pai, e as pedras horizontais a mãe, de onde brota a água; já as pedras espalhadas podem representar os descendentes ou, no caso do Jardim Zen, montanhas e a eternidade; • Bambus: em alguns jardins, o bambu é amarrado para que fique curvado em direção ao lago, como um sinal de reverência a quem aprecia o jardim. Nesses bambus, são colocados os sinos do vento e os macacos de cerâmica, que re- presentam os sons da natureza e a felicidade; • Arbustos e árvores perenes: os arbustos e as árvores perenes representam o silêncio e a eternidade; • Flores perfumadas: apesar de as flores não serem evidenciadas nos jardins japoneses, espécies como a Magnólia e o Pitospóros podem ser utilizadas para recepcionar os visitantes e afastar os maus espíritos. Na entrada, também são plantados o pinheiro, representando o pai, as azaléias, simbolizando a mãe, e touceiras de bambu para os filhos; • Sakura ou Cerejeira-japonesa-rosa: tradicional, essa é a árvore da felicidade; os japoneses têm até uma festa especial para a época do seu florescimento; no início de março e abril, o Hanami, o florescer da cerejeira, representa um início de ciclo de vida; • Momiji ou Acer: o Acer é uma árvore que representa a passagem do tempo. No outono, suas folhas vermelhas caem cobrindo o chão; a beleza melancó- lica representa um ciclo que se fecha em oposição à cerejeira, mas com a mesma importância.3 Figura 21 – Jardim japonês em Singapura Fonte: Wikimedia Commons 3Definições retiradas do site Arquidicas: <https://bit.ly/2KI45tc> 18 19 Figura 22 – Lagos e carpas Fonte: Getty Images Figura 23 – Ponte ou Taiko Bashi Fonte: Wikimedia Commons Figura 24 – Pedras e cascatas Fonte: Getty Images Figura 25 – Bambus Fonte: Wikimedia Commons Figura 26 – Arbustos e árvores perenes Fonte: Wikimedia Commons Figura 27 – Flores perfumadas Fonte: Wikimedia Commons 19 UNIDADE Estilos de Jardins Figura 28 – Sakura ou Cerejeira-japonesa-rosa Fonte: Getty Images Figura 29 – Momiji ou Acer Fonte: Getty Images Além dos elementos citados anteriormente, as luminárias também têm papel im- portante nos jardins orientais; sua simbologia significa luz do conhecimento e serve para iluminar os caminhos e o conhecimento. As luminárias mais utilizadas são as Lanternas de Casa ou Pedras de Luz (figura a seguir). A lanterna de pedra consiste em cinco partes que representam os cinco elemen- tos da cosmologia budista. A parte inferior, que toca o chão, representa a terra; a próxima seção, representa a água; a luz representa o fogo e a parte superior da lanterna, que lembra um chapéu e a bolinha voltada para o céu, representam o ar e o espírito (alma).4 Figura 30 – Lanterna de Luz Fonte: Getty Images Elementos da Lanterna de Luz: http://bit.ly/2GrInEA Ex pl or 4 Conteúdo disponível em: <https://bit.ly/2Gi7GZD> 20 21 Os Jardins Contemporâneos O jardim moderno, do pensamento de integrar o Paisagismo à arquitetura, por- tanto, deveria conversar com as características da casa moderna. Por esse motivo, os jardins contemporâneos são classificas como jardins ecléticos. Os jardins contemporâneos surgiram no século XIX, e perduram até os dias atuais; foram influenciados pelos estilos dos jardins anteriores. “O Jardim é uma criação artificial com uma finalidade específica; é um ambiente da casa no exterior. Como obra do homem, deve levar o selo indelével de sua arte e destreza” Edwin Lutyens (ALVARES, 2007, p. 33). Com o passar do tempo, os novos jardins foram se consolidando e criando ca- racterísticas próprias e estilos marcantes. Podemos classificar os jardins contemporâneos como: • Jardim rural: os jardins foram sendo adaptados ao ambiente rural de fazen- das ou sítios, utilizando cercas de madeiras, peças rústicas combinadas com a vegetação, elementos de composição como vasos, carrinhos de mão antigos, cestas, enfim, peças e outros elementos decorativos foram sendo usados para compor os projetos; • Jardim formal ou clássico: tem suas características baseadas nos jardins do Renascimento, principalmente nos franceses e nos ingleses. Utiliza elementos como fontes, estátuas e escadarias, além de vegetações que remetem ao perí- odo renascentista; • Jardim mediterrâneo: tem forte referências do clima e da localização. Nor- malmente, são localizados em praias; utilizam elementos como rochas, con- chas e cerâmica. O uso de água (fontes) e pequenos pátios é bastante comum; • Jardim rochoso ou jardim de pedras: encontrado em locais de clima árido, utiliza diversas espécies de suculentas, além de cascalhos, pedras seixos e va- sos. A presença de gramados verdes não acontece; são jardins que reproduzem uma paisagem desértica e árida; • Jardim tropical: sua composição é informal e trabalha com diversas espécies, priorizando a vegetação local. O grande percursor do estilo foi Roberto Burle Marx; seus projetos valorizavam a diversidade e a regionalidade de plantas e folhagens, permitindo o uso de textura e cores; • Jardim contemporâneo: por fim, o jardim contemporâneo é o mais utilizado atualmente. Possui formas geométricas definidas, simetria e organização na separação dos espaços. A topiaria utilizada em vasos também aparece com fre- quência. Elementos de composição como piscinas e jacuzzi, áreas de descanso e leitura (redário, por exemplo), quadras de esportes, e outros, completam os projetos atuais. 21 UNIDADE Estilos de Jardins Figura 31 – Jardim Rural Fonte: Getty Images Figura 32 – Jardim Clássico Fonte: Wikimedia Commons Figuras 33 e 34 – Jardim Mediterrâneo Fonte: Getty Images Figuras 35 e 36 – Jardim Rochoso Fonte: Getty Images 22 23 Figuras 37 e 38 – Jardim Tropical Fonte: Getty Images Figuras 39 e 40 – Jardim Contemporâneo Fonte: Getty Images Nesta Unidade, pudemos ver as diferenças entre vários estilos, a riqueza de deta- lhes em uns, a preocupação com a regionalidade e o costume em outros, a utiliza- ção dos elementos de composição de forma ordenada, a diversidade de vegetação e os materiais utilizados, enfim, várias questões que fazem com que o Paisagismo tenha uma enorme relevância no cotidiano e sua relação direta com a Arquitetura e Urbanismo. Na próxima unidade, veremos com maior detalhamento quais são os elementos de composição paisagística. 23 UNIDADE Estilos de Jardins Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Os Jardins da Babilônia – Montagem 3D https://youtu.be/_EPc6Gn9-zs Resumo da História do Paisagismo https://youtu.be/0vFLXvDlIfo Leitura AuE Paisagismo – Revista Digital https://bit.ly/2ICcN9W Renascimento https://bit.ly/2Mm6Mx1 Estilos de Jardins https://bit.ly/2IybCs2 24 25 Referências ARQUIDICAS. Disponível em: <https://www.arquidicas.com.br/jardim-japones/> Acesso em: 16 jul. 2018. BELLÉ, Soeni. Apostila de Paisagismo. Bento Gonçalves: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS, 2013. BERGAMINI, Claudio Estevão. Paisagismo Contemporâneo: Estratégias para o projeto de Praças. 2009. Dissertação (Mostrado em Dinâmicas do Espaço habita- do) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2009. JAPÃO em Foco. Disponível em: <https://www.japaoemfoco.com/os-cinco-prin- cipais-elementos-de-um-jardim-japones/>. Acesso em: 16 jul. 2018. MEDEIROS, Pedro Paulo da Silva. Reflexões e Expressões Filosóficas. Roraima: Pégaso Consultorias, 2016. SEGAWA, Hugo. Ao amor do público: jardins no Brasil. Studio Nobel, 1996. 25
Compartilhar