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Patrícia Miranda- MEDICINA Fígado ANATOMIA O fígado é a maior glândula do corpo e, depois da pele, o maior órgão. Pesa cerca de 1.500g e representa aproximadamente 2,5% do peso corporal do adulto. No feto maduro – no qual também atua como órgão hematopoiético – é proporcionalmente duas vezes maior (5% do peso corporal). Com exceção da gordura, todos os nutrientes absorvidos pelo sistema digestório são levados primeiro ao fígado pelo sistema nervoso porta. Além de suas muitas atividades metabólicas, o fígado armazena glicogênio e secreta bile, um liquido amarelo-acastanhado ou verde que ajuda na emulsificação das gorduras. A bile sai do fígado pelos ductos biliares- ductos hepáticos direito e esquerdo- que se unem para formar o ducto hepático comum, que se une ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. A produção hepática de bile é contínua; no entanto, entre as refeições ela se acumula e é armazenada na vesícula biliar, que também concentra a bile por meio da absorção de água e sais. Quando o alimento chega ao duodeno, a vesícula biliar envia a bile concentrada pelas vias biliares até o duodeno. ANATOMIA DE SUPERFÍCIE - O fígado está situado principalmente no quadrante superior direito do abdome, onde é protegido pela caixa torácica e pelo Diafragma. - O fígado normal situa-se profundamente às costelas VII a XI no lado direito e cruza a linha mediana em direção à papila mamária esquerda - O fígado normal situa-se profundamente às costelas VII a XI no lado direito e cruza a linha mediana em direção à papila mamária esquerda - O fígado ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e do epigástrio superior e estendesse até o hipocôndrio esquerdo. - O fígado move-se com as excursões do diafragma e na postura ereta sua posição é mais baixa devido à gravidade. Essa mobilidade facilita a palpação. - O fígado tem uma face diafragmática convexa (anterior, superior e algo posterior). Essa face é lisa e tem forma de cúpula, onde se relaciona com a concavidade da face inferior do diafragma, que a separa das pleuras, pulmões, pericárdio e coração. A face diafragmática do fígado é coberta por peritônio visceral, exceto posteriormente na área nua do fígado onde está em contato direto com o diafragma - E uma face visceral relativamente plana, ou mesmo côncava (posteroinferior. A face visceral do fígado também é coberta por peritônio exceto na fossa da vesícula biliar e na porta do fígado — uma fissura transversal por onde entram e saem os vasos (veia porta, artéria hepática e vasos linfáticos), o plexo nervoso hepático e os ductos hepáticos que suprem e drenam o fígado. Ao contrário da face diafragmática lisa, a face visceral tem muitas fissuras e impressões resultantes do contato com outros órgãos. FÍGADO, PÂNCREAS E VIAS BILIARES Anatomia e histologia Patrícia Miranda- MEDICINA - Duas fissuras sagitais, unidas centralmente pela porta do fígado transversal, formam a letra H na face visceral. A fissura sagital direita é o sulco contínuo formado anteriormente pela fossa da vesícula biliar e posteriormente pelo sulco da veia cava. A fissura umbilical (sagital esquerda) é o sulco contínuo formado anteriormente pela fissura do ligamento redondo e posteriormente pela fissura do ligamento venoso. O ligamento redondo do fígado é o remanescente fibroso da veia umbilical, que levava o sangue oxigenado e rico em nutrientes da placenta para o feto. - Além das fissuras, as impressões na face visceral refletem a relação do fígado com:Lado direito da face anterior do estômago (áreas gástrica e pilórica) ; Parte superior do duodeno (área duodenal); Omento menor (estende-se até a fissura do ligamento venoso); Vesícula biliar (fossa da vesícula biliar); Flexura direita do colo e colo transverso direito (área cólica); Rim e glândula suprarrenal direitos (áreas renal e suprarrenal). - Externamente, o fígado é dividido em dois lobos anatômicos e dois lobos acessórios pelas reflexões do peritônio a partir de sua superfície, as fissuras formadas em relação a essas reflexões e os vasos que servem ao fígado e à vesícula biliar. - Esses “lobos” superficiais não são lobos verdadeiros como o termo geralmente é usado em relação às glândulas e têm apenas relação secundária com a arquitetura interna do fígado. Patrícia Miranda- MEDICINA -O plano essencialmente mediano definido pela fixação do ligamento falciforme e a fissura sagital esquerda separa um lobo hepático direito grande de um lobo hepático esquerdo muito menor. - Na face visceral inclinada, as fissuras sagitais direita e esquerda passam de cada lado dos — e a porta do fígado transversal separa — dois lobos acessórios (partes do lobo hepático direito anatômico): o lobo quadrado anterior e inferiormente, e o lobo caudado posterior e superiormente • Suprimento sanguíneo O fígado, como os pulmões, tem irrigação dupla (vasos aferentes): uma venosa dominante e uma arterial menor. - A veia porta, curta e larga, é formada pela união das veias mesentérica superior e esplênica, posteriormente ao colo do pâncreas. Ascende anteriormente à VCI como parte da tríade portal no ligamento hepatoduodenal. A artéria hepática, um ramo do tronco celíaco, pode ser dividida em artéria hepática comum, do tronco celíaco até a origem da artéria gastroduodenal, e artéria hepática própria, da origem da artéria gastroduodenal até a bifurcação da artéria hepática. Na porta do fígado, ou perto dela, a artéria hepática e a veia porta terminam dividindo-se em ramos direito e esquerdo; esses ramos primários suprem as partes direita e esquerda do fígado, respectivamente. Nas partes direita e esquerda do fígado, as ramificações secundárias simultâneas da veia porta e da artéria hepática suprem as divisões medial e lateral das partes direita e esquerda do fígado, com três dos quatro ramos secundários sofrendo ramificações adicionais (terciárias) para suprirem independentemente sete dos oito segmentos hepáticos. Histologia O componente estrutural básico do fígado é a célula hepática, ou hepatócito. Essas células epiteliais estão agrupadas em placas interconeetadas. Em cortes histológicos, unidades estruturais denominadas lóbulos hepáticos podem ser observadas. O lóbulo hepático é formado por uma massa poligonal de tecido cujo tamanho oscila em tomo de 0,7 x 2 mm (Figuras 16.9 e 16.10). - Em humanos os lobos estão em contato ao longo de grande parte de seu comprimento, Patrícia Miranda- MEDICINA tornando difícil o estabelecimento de limites exatos entre o lóbulos diferentes. - Em algumas regiões da periferia dos lóbulos existe tecido conjuntivo contendo duetos biliares, vasos linfáticos, nervos e vasos sanguíneos. Essas regiões, os espaços porta, são encontradas nos cantos dos lóbulos. - O fígado humano contém de 3 a 6 espaços porta por lóbulo, cada um contendo um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática, um dueto (parte do sistema de duetos biliares) e vasos linfáticos. A veia porta contém sangue proveniente do trato digestivo, pâncreas e baço. A artéria hepática contém sangue proveniente do tronco celíaco da aorta abdominal. O dueto, revestido por epitélio cúbico, transporta bile sintetizada pelos hepatócitos, a qual desemboca no dueto hepático. Um ou mais linfáticos transportam linfa, a qual eventualmente entra na circulação sanguínea. Todas essas estruturas estão envolvidas em uma bainha de tecido conjuntivo - Os hepatócitos estão radialmente dispostos no lóbulo hepático, arranjados como os tijolos de uma parede. Essas placas celulares estão direcionadas da periferia do lóbulo para o seu centro e anastomosam-se livremente, formando um labirinto semelhante a uma esponja. Os espaços entre essas placascontêm capilares, os sinusoides hepáticos. - As células endoteliais são separadas dos hepatócitos adjacentes por uma lâmina basal descontínua (dependendo da espécie) e um espaço subendotelial conhecido como espaço de Disse, que contém microvilos dos hepatócitos - Além das células endoteliais, os sinusoides contêm macrófagos conhecidos como células de Kupffer (suas principais funções são: metabolizar hemácias velhas, digerir hemoglobina, secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos e destruir bactérias que eventualmente penetrem o sangue portal a partir do intestino grosso). Hepatócitos - Hepatócitos são células poliédricas, com seis ou mais superfícies, com diâmetro de 20 a 30 mm. A superfície de cada hepatócito está em contato com a parede do capilar sinusoide, através do espaço de Disse, e com a superfície de outros hepatócitos. Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular entre si conhecido como canalículo biliar. Os canalículos, que constituem a primeira porção do sistema de duetos biliares, são espaços tubulares com cerca de 1 a 2 μm de diâmetro. Eles são delimitados apenas pela membrana plasmática de dois hepatócitos e contêm poucos microvilos em seu interior Estrutura de um hepatócito Patrícia Miranda- MEDICINA Os canalículos biliares formam uma rede complexa que se anastomosa progressivamente ao longo das placas do lóbulo hepático, terminando na região do espaço porta - Sendo assim, a bile flui progressivamente na direção contrária do sangue, do centro do lóbulo para a sua periferia. Na periferia, a bile adentra os dúctulos biliares (canais de Hering) constituídos por células cuboidais. Após uma curta distância, esses canais terminam nos duetos biliares localizados no espaço porta. - Duetos biliares são formados por epitélio cuboide ou colunar e contêm uma bainha distinta de tecido conjuntivo. Esses duetos gradualmente aumentam e se fundem, formando o dueto hepático, que subsequentemente deixa o figado. - O hepatócito é, provavelmente, a célula mais versátil do organismo. Uma célula com funções endócrinas e exócrinas, que também acumula, detoxifica e transporta diversas substâncias. Além de sintetizar proteínas para a sua própria manutenção, o hepatócito produz várias proteínas plasmáticas para exportação - dentre elas albumina, protrombina, fibrinogênio e lipoproteínas. - A secreção de bile é uma função exócrina, já que os hepatócitos captam do sangue, transformam e excretam vários componentes para o interior dos canalículos biliares. Além de água e eletrólitos, a bile tem diversos outros componentes essenciais: ácidos biliares, fosfolipídios, colesterol e bilirrubina. Patrícia Miranda- MEDICINA Pâncreas Anatomia - O pâncreas é uma glândula acessória da digestão, alongada, retroperitoneal, situada sobrejacente e transversalmente aos corpos das vértebras L I e L II (o nível do plano transpilórico) na parede posterior do abdome. - Situa-se atrás do estômago, entre o duodeno à direita e o baço à esquerda. O mesocolo transverso está fixado à sua margem anterior. - O pâncreas produz: Secreção exócrina (suco pancreático produzido pelas células acinares) que é liberada no duodeno através dos ductos pancreáticos principal e acessório Secreções endócrinas (glucagon e insulina, produzidos pelas ilhotas pancreáticas [de Langerhans]) que passam para o Sangue - Ele é dividido em quatro partes: cabeça, colo, corpo e cauda. - A cabeça do pâncreas é a parte expandida da glândula que é circundada pela curvatura em forma de C do duodeno à direita dos vasos mesentéricos superiores logo abaixo do plano transpilórico. Está firmemente fixada à face medial das partes descendente e horizontal do duodeno. O processo uncinado, uma projeção da parte inferior da cabeça do pâncreas, estendesse medialmente para a esquerda, posteriormente à MAS. cabeça do pâncreas está apoiada posteriormente na VCI, artéria e veia renais direitas, e veia renal esquerda. Em seu trajeto para se abrir na parte descendente do duodeno, o ducto colédoco situa-se em um sulco na face posterossuperior da cabeça ou está inserido em sua substância - O colo do pâncreas é curto (1,5 a 2 cm) e está situado sobre os vasos mesentéricos superiores, que deixam um sulco em sua face posterior. A face anterior do colo, coberta por peritônio, está situada adjacente ao piloro do estômago. A VMS une-se à veia esplênica posterior ao colo para formar a veia porta - O corpo do pâncreas é o prosseguimento do colo e situa-se à esquerda dos vasos mesentéricos superiores, passando sobre a aorta e a vértebra L II, logo acima do plano transpilórico e posteriormente à bolsa omental. A face anterior do corpo do pâncreas é coberta por peritônio, está situada no assoalho da bolsa omental e forma parte do leito do estômago. A face posterior do corpo do pâncreas não tem peritônio e está em contato com a aorta, AMS, glândula suprarrenal esquerda, rim esquerdo e vasos renais esquerdos. - A cauda do pâncreas situa-se anteriormente ao rim esquerdo, onde está intimamente relacionada ao hilo esplênico e à flexura esquerda do colo. A cauda é relativamente móvel e passa entre as camadas do ligamento esplenorrenal junto com os vasos esplênicos. - O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e atravessa o parênquima da glândula até a cabeça do pâncreas: aí ele se volta inferiormente e tem íntima relação com o ducto colédoco. O ducto pancreático principal e o ducto colédoco geralmente se unem para formar a ampola hepatopancreática (de Vater) curta e dilatada, que se abre na parte descendente do duodeno, no cume da papila maior do duodeno - O músculo esfíncter do ducto pancreático (ao redor da parte terminal do ducto pancreático), o músculo esfíncter do ducto colédoco (ao redor da extremidade do ducto colédoco) e o músculo esfíncter da ampola hepatopancreática (de Oddi), ao redor da ampola hepatopancreática, são esfíncteres de músculo liso que controlam o fluxo de bile e de suco pancreático para a ampola e impedem o refluxo do conteúdo duodenal para a ampola hepatopancreática. - O ducto pancreático acessório abre-se no duodeno no cume da papila menor do duodeno Em geral, o ducto acessório comunica-se com o ducto pancreático principal. Em alguns casos, o ducto pancreático principal é menor do que o ducto pancreático acessório e pode não haver conexão entre os dois. Nesses casos, o ducto acessório conduz a maior parte do suco pancreático. - A irrigação arterial do pâncreas provém principalmente dos ramos da artéria esplênica, Patrícia Miranda- MEDICINA que é muito tortuosa. Várias artérias pancreáticas formam diversos arcos com ramos pancreáticos das artérias gastroduodenal e mesentérica superior. Até 10 ramos da artéria esplênica irrigam o corpo e a cauda do pâncreas. As artérias pancreaticoduodenais superiores anterior e posterior, ramos da artéria gastroduodenal, e as artérias pancreaticoduodenais inferiores anterior e posterior, ramos da AMS, formam arcos anteriores e posteriores que irrigam a cabeça do pâncreas. - Drenagem venosa do pâncreas é feita por meio das veias pancreáticas correspondentes, tributárias das partes esplênica e mesentérica superior da veia porta; a maioria delas drena para a veia esplênica Histologia O pâncreas é uma glândula mista exócrina e endócrina, que produz enzimas digestivas e hormônios. As enzimas são armazenadas e secretadas por células da porção exócrina, arranjadas em ácinos. - Os hormônios são sintetizados em grupamentos de células epiteliais endócrinas conhecidos como ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans). - A porção exócrina do pâncreas é uma glândula acinosa composta, similar à glândulaparótida em estrutura. Em cortes histológicos, a distinção entre essas duas glândulas pode ser feita com base na ausência de duetos estriados e na existência das ilhotas pancreáticas (de Langerhans) no pâncreas - Outro detalhe característico do pâncreas é a penetração das porções iniciais dos duetos intercalares no lúmen dos ácinos. Núcleos circundados por citoplasma claro pertencem às células centroacinosas, que constituem a porção intra-acinosa dos duetos intercalares - Essas células são encontradas apenas nos ácinos pancreáticos. Duetos intercalares são tributários de duetos interlobulares maiores revestidos por epitélio colunar. O ácino pancreático exócrino é constituído por várias células serosas que circundam um lúmen. - Essas células são polarizadas, com um núcleo esférico, sendo típicas células secretoras de proteínas. O número de grânulos de secreção (grânulos de zimogênio) existentes em cada célula varia de acordo com a fase digestiva, sendo máximo em animais em jejum. - Uma cápsula delgada de tecido conjuntivo reveste o pâncreas e envia septos para o seu Patrícia Miranda- MEDICINA interior, separando-o em lóbulos. Os ácinos são circundados por uma lâmina basal que é sustentada por uma bainha delicada de fibras reticulares. O pâncreas também tem uma rede capilar extensa, essencial para o processo de secreção. - Além de água e íons, o pâncreas exócrino humano secreta diversas proteinases (tripsinogênios 1, 2 e 3, quimiotripsinogênio, pré-elastases 1 e 2, proteinase E, calicreinogênio, pré-carboxipeptidases AI, A2, Bl e B2), amilase, lipases (lipase de trigliceridios, colipase e hidrolase carboxil-éster), fosfolipase A2 e nucleases (ribonuclease, desoxirribonudease). A maio ria das enzimas é armazenada na forma inativa (pré-enzimas) nos grânulos de secreção das células acinosas, sendo ativadas no lúmen do intestino delgado após a secreção. Este fato é muito importante para a proteção do pâncreas contra a atividade dessas enzimas. - A secreção pancreática exócrina é controlada principal mente por meio de dois hormônios - secretina e colecistoquinina - Que são produzidos por células enteroendócrinas da mucosa intestina l (duodeno e jejuno). O estímulo do nervo vago (parassimpático) também aumenta a secreção pancreática. Na verdade, hormônios e sistema nervoso agem conjuntamente no controle da secreção pancreática. - A existência de ácido (pH < 4,5) no lúmen intestinal é um forte estímulo para a secreção de secretina. Esse hormônio promove uma secreção fluida abundante, pobre em atividade enzimática e rica em bicarbonato. Esta secreção alcalina é produzida pelas células dos duetos intercalares e serve para neutralizar a acidez do quimo (alimento parcialmente digerido), para que as enzimas pancreáticas possam funcionar em sua faixa ótima de pH (neutro). A liberação de colecistoquinina é estimulada por ácidos graxos de cadeia longa, ácido gástrico e alguns aminoácidos essenciais no lúmen intestinal. A colecistoquinina promove uma secreção pouco abundante e rica em enzimas. -A ação integrada da secretina e colecistoquinina provê a secreção abundante de suco pancreático alcalino, rico em enzimas. Patrícia Miranda- MEDICINA Ductos Biliares e Vesícula Biliar Anatomia - Os ductos biliares conduzem bile do fígado para o duodeno. A bile é produzida continuamente pelo fígado, armazenada e concentrada na vesícula biliar, que a libera de modo intermitente quando a gordura entra no duodeno. A bile emulsifica a gordura para que possa ser absorvida na parte distal do intestino. - Os hepatócitos secretam bile para os canalículos biliares formados entre eles. Os canalículos drenam para os pequenos ductos biliares interlobulares e depois para os grandes ductos biliares coletores da tríade portal intra- hepática, que se fundem para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo. -Os ductos hepáticos direito e esquerdo drenam as partes direita e esquerda do fígado, respectivamente. Logo depois de deixar a porta do fígado, esses ductos hepáticos unem-se para formar o ducto hepático comum, que recebe no lado direito o ducto cístico para formar o ducto colédoco (parte da tríade portal extra-hepática do omento menor), que conduz a bile para o duodeno. DUCTO COLÉDOCO - O ducto colédoco (antes chamado de ducto biliar comum) forma-se na margem livre do omento menor pela união dos ductos cístico e hepático comum. O comprimento do ducto colédoco varia de 5 a 15 cm, dependendo do local onde o ducto cístico se une ao ducto hepático comum. - O ducto colédoco desce posteriormente à parte superior do duodeno e situa-se em um sulco na face posterior da cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco entra em contato com o ducto pancreático. Esses ductos seguem obliquamente através da parede dessa parte do duodeno, onde se unem para formar uma dilatação, a ampola hepatopancreática. - A extremidade distal da ampola abre-se no duodeno através da papila maior do Duodeno. O músculo circular ao redor da extremidade distal do ducto colédoco é mais espesso para formar o músculo esfíncter do ducto colédoco. - Quando o esfíncter contrai, a bile não consegue entrar na ampola e no duodeno; portanto, reflui e segue pelo ducto cístico até a vesícula biliar, onde é concentrada e armazenada. - A irrigação arterial do ducto colédoco provém de: Artéria cística: que irriga a parte proximal do ducto; Artéria hepática direita: que irriga a parte média do ducto; Artéria pancreaticoduodenal superior posterior e artéria gastroduodenal: que irrigam a parte retroduodenal do ducto. Não entendeu? Segue a aula https://www.youtube.com/watch?v=GX3HZ1EI Nbk VESÍCULA BILIAR - A vesícula biliar (7 a 10 cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. Essa fossa rasa está situada na junção das partes direita e esquerda do fígado - A relação entre vesícula biliar e duodeno é tão intima que a parte superior do duodeno no cadáver geralmente é tingida de Bile. Como o fígado e a vesícula biliar devem ser rebatidos para cima para expor a vesícula biliar em um acesso cirúrgico anterior (e os atlas costumam representá-la nessa posição), é fácil esquecer que em sua posição natural o corpo da vesícula biliar situa-se anterior à parte superior do duodeno, e seu colo e o ducto cístico situam-se imediatamente superiores ao duodeno - A vesícula biliar piriforme consegue armazenar até 50 ml de bile. O peritônio circunda completamente o fundo da vesícula biliar e une seu corpo e colo ao fígado. A face hepática da vesícula biliar fixa-se ao fígado por tecido conjuntivo da cápsula fibrosa do fígado. - A vesícula biliar tem três partes: Fundo: extremidade larga e arredondada do órgão que geralmente se projeta a partir da Patrícia Miranda- MEDICINA margem inferior do fígado na extremidade da 9a cartilagem costal direita na LMC Corpo: parte principal, que toca a face visceral do fígado, o colo transverso e a parte superior do duodeno Colo: extremidade estreita e afilada, oposta ao fundo e voltada para a porta do fígado; normalmente faz uma curva em forma de S e se une ao ducto cístico - A drenagem venosa do colo da vesícula biliar e do ducto cístico flui pelas veias císticas. Essas veias pequenas, em geral múltiplas, entram diretamente no fígado ou drenam através da veia porta para o fígado, depois de se unirem às veias que drenam os ductos hepáticos e a parte proximal do ducto colédoco. - As veias do fundo e do corpo da vesícula biliar seguem diretamente até a face visceral do fígado e drenam para os sinusoides hepáticos. Como essa drenagem se faz de um leito capilar (sinusoidal) para outro, constitui um sistema porta adicional (paralelo). Histologia A bile produzidapelos hepatócitos flui através dos canaIículos biliares, dúctulos biliares (canais de Hering) e duetos biliares. Essas estruturas se fundem gradualmente, formando uma rede que converge para formar os duetos hepáticos direito e esquerdo, os quais se fundem para formar o dueto hepático que, após receber o dueto cístico proveniente da vesícular biliar, continua até o duodeno como dueto colédoco ou dueto biliar comum - Os duetos hepático, cístico e biliar comum são revestidos por uma camada mucosa com epitélio colunar simples. A lâmina própria é delgada e circundada por uma camada de músculo liso discreta. Esta camada muscular torna-se mais espessa próximo ao duodeno, e finalmente, na porção intramural, forma um esfíncter que regula o fluxo de bile (esfíncter de Oddi). Vesícula biliar. - A vesícula biliar é um órgão oco, com formato de pera, aderido à superfície inferior do fígado. Pode armazenar de 30 a 50 m.€ de bile. A parede da vesícula consiste em uma camada mucosa composta de epitélio colunar simples e lâmina própria, uma camada de músculo liso, uma camada de tecido conjuntivo perimuscular e uma membrana serosa - A camada mucosa contém pregas abundantes que são particularmente evidentes quando a vesícula está vazia. As células epiteliais são ricas em mitocôndrias e têm núcleo localizado no terço basal. Todas essas células são capazes de secretar pequenas quantidades de muco. Glândulas mucosas tubuloacinosas situam-se próximo ao dueto cístico, sendo responsáveis pela secreção da maior parte do muco existente na bile. - A principal função da vesícula biliar é armazenar bile, concentrá-la por meio da absorção de água e secretá-la no trato digestivo quando necessário. Este processo depende de um mecanismo de transporte ativo de sódio no epitélio de revestimento da vesícula. A contração da musculatura lisa da vesícula é induzida pela colecistoquinina, hormônio produzido por células enteroendócrinas do intestino delgado (células I). A secreção de colecistoquinina, por sua vez, é estimulada por nutrientes no intestino delgado, particularmente por ácidos graxos da dieta. Patrícia Miranda- MEDICINA Aqui podemos observar um corte de vesícula biliar com seu epitélio cilíndrico e reentrâncias epiteliais repousando sobre tecido conjuntivo. Este epitélio tem um sistema transportador de cloreto de sódio na direção do tecido conjuntivo, que cria uma diferença osmótica, responsável pela concentração da bile Referência JUNQUEIRA.L.C. et al. Histologia Básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013 MOORE.K.L.et al. Anatomia Orientada para clínica. 7ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2014
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