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SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 1 de 445 Responsável Técnico: Eduardo Jorge Miana CREA: 1934-D Assinatura: Coordenador: Manoel Ferreira de Oliveira CREA: 1184- D/PI Assinatura: Elaborado por: CREA: Assinatura: Revisado por: CREA: Assinatura: Aprovado por: CREA: Assinatura: Doc. Referência: Termo de Referência para elaboração de Estudo Prévio de Impacto Ambiental referente às obras e serviços do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus – PROSAMIM na microbacia do igarapé São Raimundo; Relatório de Avaliação Ambiental – RAA da microbacia do igarapé São Raimundo, trecho entre a Avenida Kako Caminha e a foz no rio Negro. Notas/Obs.: Rev. Data Descrição 0 Emissão Inicial 1 Revisão Título: ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus – PROSAMIM Folha: 01/1 Revisão: R0 Data Emissão: /2011 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 2 de 445 SUMÁRIO 1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO PROSAMIM ............................................................................... 19 1.1 JUSTIFICATIVAS PARA A EXECUÇÃO DO PROGRAMA ................................................................. 19 1.1.1 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DAS SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS DE MANAUS ................................ 19 (Um pouco da História) .............................................................................................................. 19 1.2 JUSTIFICATIVA PARA CONTINUIDADE DO PROSAMIM ............................................................... 23 1.3 OBJETIVOS DO PROSAMIM .................................................................................................. 24 1.3.1 GERAL .................................................................................................................................. 24 1.3.2 ESPECÍFICOS ......................................................................................................................... 24 1.3.3 REQUISITOS PARA ALCANCE DOS OBJETIVOS DO PROSAMIM .................................................25 1.4 RESULTADOS ALCANÇADOS PELO PROSAMIM .......................................................................26 1.5 COMPATIBILIDADE COM OUTROS PROGRAMAS DE SUSTENTABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL EXECUTADOS EM MANAUS ............................................................................................................26 1.5.1 O PROSAMIM CACHOEIRA GRANDE ....................................................................................27 1.5.1.1 Introdução ................................................................................................................27 1.5.1.2 Objetivos ...................................................................................................................27 1.5.1.3 Breve caracterização da área de interesse ..........................................................28 1.5.1.3.1 Tipologia habitacional ..........................................................................................28 1.5.1.3.2 Sistema viário local ...............................................................................................28 1.5.1.3.3 Drenagem ..............................................................................................................28 1.5.1.3.4 Abastecimento de água ......................................................................................28 1.5.1.3.5 Esgotamento sanitário ..........................................................................................29 1.5.1.3.6 Energia elétrica .....................................................................................................29 1.5.1.3.7 Coleta de lixo ........................................................................................................29 1.5.1.3.8 Equipamentos urbanos .........................................................................................29 1.5.2 PRINCIPAIS PROJETOS CONTEMPLADOS ................................................................................29 1.5.2.1 Esgotamento sanitário .............................................................................................30 1.5.2.1.1 Abastecimento de água ......................................................................................30 1.5.2.1.2 Sistema de drenagem ..........................................................................................30 1.5.2.1.3 Energia/Iluminação Pública ................................................................................30 1.5.2.2 Sistema viário ............................................................................................................30 1.5.2.2.1 Equipamentos Urbanos ........................................................................................31 1.5.3 PRINCIPAIS AÇÕES CONTEMPLADAS ....................................................................................31 1.5.4 QUANTITATIVOS DOS PRINCIPAIS ITENS DE SERVIÇOS DAS INTERVENÇÕES ..................................31 1.5.5 O PROURBIS ...................................................................................................................32 1.5.5.1 Componentes do Programa ....................................................................................33 1.5.5.1.1 Urbanização Integrada ........................................................................................33 1.5.5.1.2 Mobilidade Urbana ...............................................................................................33 1.5.5.1.3 Fortalecimento Institucional .................................................................................34 1.5.5.2 Arranjo Institucional .................................................................................................34 1.5.6 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL E REQUALIFICAÇÃO SOCIAL E URBANÍSTICA DO IGARAPÉ DO MINDU .....................................................................................................................35 1.5.6.1 Objetivos ...................................................................................................................35 1.5.6.2 Avanços do Programa .............................................................................................36 1.6 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROSAMIM III .............................37 1.7 LEGISLAÇÃO E ASPECTOS INSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO PROGRAMA ....................................40 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 3 de 445 2 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..........................................................................................55 2.1 DESCRIÇÃO DAS INTERVENÇÕES PREVISTAS ...........................................................................55 2.1.1 URBANIZAÇÃO DA ORLA ....................................................................................................55 2.1.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................................................................................................56 2.1.3 SISTEMA DE DRENAGEM ......................................................................................................56 2.1.4 SISTEMA VIÁRIO ................................................................................................................56 2.1.5 PARQUES URBANOS E PRAÇAS ............................................................................................57 2.1.5.1 Parque da Cultura Amazônica................................................................................58 2.1.5.2 Parque Linear Igarapé Castelhana (Fase 1) 2.1.5.3 Parque Linear Afluente do Igarapé Castelhana ....................................................59 2.1.5.4 Parque Linear Igarapé Belchior 2.1.6 REASSENTAMENTO E HABITAÇÃO .........................................................................................60 2.1.6.1 Quadras-Bairro .........................................................................................................602.1.6.2 Tipologia Habitacional .............................................................................................62 2.1.7 RECUPERAÇÃO AMBIENTAL - REFLORESTAMENTO ...................................................................62 2.1.8 ENERGIA / ILUMINAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................63 2.2 LOCALIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS NA ÁREA DE INTERVENÇÃO ........................................63 2.3 ÁREAS DE APOIO ..............................................................................................................64 2.3.1 ÁREA PARA EMPRÉSTIMO ....................................................................................................64 2.3.2 CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL ARGILOSO .........................................................................65 2.3.3 ÁREA PARA BOTA-FORA ....................................................................................................65 2.4 IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS .............................................................................65 2.5 ESTIMATIVA DE CUSTOS E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .......................................................66 2.5.1 MÃO-DE-OBRA A SER EMPREGADA ......................................................................................67 2.6 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO D’ÁGUA ................................................................................69 2.6.1 ASPECTOS AMBIENTAIS E ANTRÓPICOS QUE INFLUÊNCIAM NA QUALIDADE DA ÁGUa ................69 2.6.2 CONDIÇÃO DE QUALIDADE DO CORPO HÍDRICO EM ACORDO A RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005 ..................................................................................................................................75 2.6.2.1 Caracterização Físico-Químico-Bacteriológica da microbacia do São Raimundo e principais tributários ..........................................................................76 4 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROSAMIM ................................................... 127 4.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA ............................................................................................ 127 4.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA .......................................................................................... 127 5 DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL ........................................................................................ 129 6 CARACTERIZAÇÃO DOS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E ANTRÓPICO ................................................. 133 6.1 O MEIO FÍSICO ............................................................................................................... 133 6.1.1 ASPECTOS CLIMÁTICOS .................................................................................................... 133 6.1.2 ASPECTOS GEOLÓGICOS ................................................................................................. 134 6.1.2.1 Geologia Local ....................................................................................................... 134 6.1.2.1.1 Características dos grupos geológicos ............................................................ 135 6.1.2.2 Características Pedológicas da área de intervenção ........................................ 144 6.1.3 ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS ....................................................................................... 149 6.1.3.1 Suscetibilidade à Erosão e Estabilidade de Taludes ........................................... 151 6.1.4 ASPECTOS HIDROLÓGICOS ............................................................................................... 162 6.1.4.1 O Sistema Negro/Solimões .................................................................................... 162 6.1.4.2 A interface Negro/bacias hidrográficas de Manaus .......................................... 164 6.1.5 A SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO SÃO RAIMUNDO ............................................................. 170 6.1.5.1 Considerações Iniciais ........................................................................................... 170 6.1.5.2 Contextualização ................................................................................................... 171 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 4 de 445 6.2 MEIO BIÓTICO ................................................................................................................ 174 6.2.1 FLORA ............................................................................................................................ 174 6.2.1.1 As florestas de terra firme ...................................................................................... 175 6.2.1.2 As florestas de igapó.............................................................................................. 175 6.2.1.3 Cobertura vegetal na Sub-bacia .......................................................................... 176 6.2.2 FAUNA ........................................................................................................................... 182 6.2.3 INTRODUÇÃO A AVIFAUNA .............................................................................................. 183 6.2.3.1 Área de Estudo ....................................................................................................... 184 6.2.3.2 Método de Amostragem ....................................................................................... 184 6.2.3.3 Análise dos Dados .................................................................................................. 185 6.2.3.4 Resultados ............................................................................................................... 187 6.2.3.5 Lista das espécies identificadas ........................................................................... 189 6.2.3.6 Conclusões................. 6.2.4 INTRODUÇÃO A MASTOFAUNA ......................................................................................... 196 6.2.4.1 Material e métodos ................................................................................................ 197 6.2.4.1.1 Área de Estudo .................................................................................................... 197 6.2.4.1.2 Método de Amostragem .................................................................................... 198 6.2.4.1.3 Análise dos dados .............................................................................................. 200 6.2.4.2 Resultados ............................................................................................................... 200 6.2.4.3 Lista das espécies identificadas ........................................................................... 205 6.2.4.4 Conclusões ............................................................................................................. 207 6.2.5 INTRODUÇÃO A ICTIOFAUNA ............................................................................................. 208 6.2.5.1 Material e métodos ................................................................................................ 209 6.2.5.1.1 Área de estudo ................................................................................................... 209 6.2.5.1.2 Amostragem ........................................................................................................ 209 6.2.5.2 Resultados ............................................................................................................... 212 6.2.5.3 Identificação e descrição das espécies de peixes ............................................ 214 6.2.5.3.1 Lista das espécies identificadas ........................................................................ 216 6.2.5.4 Caracterização das Estações de Coleta ............................................................. 216 6.2.5.5 Conclusões .............................................................................................................216 6.2.6 INTRODUÇÃO A HERPETOFAUNA ........................................................................................ 217 6.2.6.1 Material e métodos ................................................................................................ 218 6.2.6.1.1 Área de Estudo .................................................................................................... 218 6.2.6.1.2 Amostragem ........................................................................................................ 218 6.2.6.2 Resultados ............................................................................................................... 219 6.2.6.3 Situação Geral da Fauna Nativa e da Ação Antrópica sobre ela exercida. ... 221 6.2.6.4 Identificação e descrição das espécies de anfíbios e répteis .......................... 222 6.2.6.4.1 Anfíbios ................................................................................................................ 222 6.2.6.4.2 Répteis ................................................................................................................. 225 6.2.6.5 Lista das espécies identificadas ........................................................................... 226 6.2.6.6 Conclusões ............................................................................................................. 226 6.2.7 INSETOS E VETORES DE INTERESSE BIOMÉDICO. ..................................................................... 230 6.2.7.1 Métodos de amostragem ...................................................................................... 230 6.2.7.1.1 Caracterização das estações de amostragem ............................................... 230 6.2.7.1.2 Amostragens e análise dos dados .................................................................... 232 6.2.7.2 Resultados e discussão .......................................................................................... 233 6.2.7.3 Conclusão ............................................................................................................... 236 6.3 MEIO ANTRÓPICO ........................................................................................................... 237 6.3.1 DINÂMICA DE OCUPAÇÃO ............................................................................................... 237 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 5 de 445 6.3.1.1 Bairro Aparecida .................................................................................................... 238 6.3.1.2 Bairro São Raimundo .............................................................................................. 239 6.3.1.3 Bairro da Glória....................................................................................................... 241 6.3.1.4 Bairro Presidente Vargas (Matinha) ...................................................................... 242 6.3.1.5 Bairro Centro (do Céu) .......................................................................................... 243 6.3.2 COBERTURA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ........................................................................ 243 6.3.2.1 Educação ................................................................................................................ 244 6.3.2.2 Saúde ...................................................................................................................... 244 6.3.2.3 Entidades Religiosas ............................................................................................... 245 6.3.2.4 Assistência Social ................................................................................................... 245 6.3.3 CARACTERIZAÇÃO URBANÍSTICA GERAL ............................................................................. 245 6.3.3.1 Condições gerais de habitação ........................................................................... 245 6.3.3.2 Sistema Viário Local ............................................................................................... 246 6.3.3.3 Mobilidade .............................................................................................................. 247 6.3.3.4 Drenagem ............................................................................................................... 247 6.3.3.5 Abastecimento de Água ....................................................................................... 247 6.3.3.6 Esgotamento Sanitário ........................................................................................... 248 6.3.3.7 Energia Elétrica ....................................................................................................... 248 6.3.3.8 Coleta de Lixo ......................................................................................................... 248 6.3.3.9 Equipamentos Públicos Urbanos ........................................................................... 248 6.3.4 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIÁRIA DO PROSAMIM ...................................... 250 6.3.4.1 Famílias Residentes e Imóveis Cadastrados ........................................................ 250 6.3.4.1.1 Uso do Imóvel e Situação de ocupação do imóvel........................................ 250 6.3.4.1.2 Domicílios x Número Residentes no Domicílio ................................................. 251 6.3.4.1.3 Forma de Ocupação do Imóvel ....................................................................... 251 6.3.4.1.4 Tempo de Moradia no Domicílio ....................................................................... 251 6.3.4.1.5 Caracterização do Grupo Familiar ................................................................... 252 6.3.4.1.6 Idade do chefe de família ................................................................................. 252 6.3.5 PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DAS FAMÍLIAS ......................................................................... 253 6.3.6 CONDIÇÕES GERAIS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA ................................................. 273 6.3.7 SITUAÇÃO GERAL DA RENDA FAMILIAR .............................................................................. 274 7 PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARQUEOLÓGICO ............................................ 276 7.1 CENÁRIO ARQUEOLÓGICO E ETNO-HISTÓRICO NO AMAZONAS: UMA SÍNTESE ... 276 7.1.1 Síntese dos Sítios Arqueológicos conhecidos/ registrados no Estado do Amazonas ............................................................................................................................. 276 7.1.2 Manaus e os seus Sítios Arqueológicos ................................................................... 278 7.1.3 A Etno-História Local .................................................................................................. 279 8 INFRAESTRUTURA ................................................................................................................. 282 8.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .............................................................................. 282 8.1.1 ESTAÇÃO DE CAPTAÇÃO E TRATAMENTO DA PONTA DO ISMAEL ............................................ 283 8.1.1.1 ETA 1 ........................................................................................................................ 283 8.1.1.2 ETA 2 ........................................................................................................................ 283 8.1.2 ADUTORAS ..................................................................................................................... 283 8.1.3 RESERVATÓRIOS .............................................................................................................. 283 8.1.4 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS ................................................................................................... 283 8.1.5 REDE DE DISTRIBUIÇÃO .....................................................................................................283 8.1.6 LIGAÇÕES E CONSUMOS MÉDIOS ...................................................................................... 284 8.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................................... 288 8.2.1 SISTEMAS ISOLADOS – BACIA DO SÃO RAIMUNDO ............................................................... 289 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 6 de 445 8.2.1.1 ETE Timbiras ............................................................................................................. 289 8.2.1.2 ETE Deborah ............................................................................................................ 290 8.2.1.3 ETE Jornalista ........................................................................................................... 291 8.2.1.4 ETE Eldorado ............................................................................................................ 292 8.2.1.5 ETE João Bosco ....................................................................................................... 293 8.2.1.6 ETE São Judas Tadeu .............................................................................................. 294 8.2.1.7 ETE Parque dos Rios II ............................................................................................. 295 8.2.1.8 ETE Vila Nova .......................................................................................................... 296 8.2.1.9 ETE Vila Rica ............................................................................................................ 297 8.2.1.10 ETE Ayapuiá ......................................................................................................... 298 8.2.1.11 ETE Tocantins ........................................................................................................ 299 8.2.1.12 ETE Barra Bela ...................................................................................................... 300 8.2.1.13 ETE Kíssia .............................................................................................................. 301 8.2.1.14 ETE Ouro Verde .................................................................................................... 302 8.2.1.15 Sistemas Não Encontrados ................................................................................. 303 8.3 SISTEMA DE LIMPEZA PÚBLICA ............................................................................................ 303 8.3.1 ESTRUTURA OPERACIONAL ................................................................................................ 303 8.3.1.1 Serviços e Custos .................................................................................................... 303 8.3.2 COLETA DOMICILIAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................ 304 8.3.3 COLETA HOSPITALAR........................................................................................................ 310 8.3.4 COLETA SELETIVA ............................................................................................................ 311 8.3.5 VARRIÇÃO ..................................................................................................................... 311 8.3.6 MUTIRÕES DE LIMPEZA ...................................................................................................... 314 8.3.7 LIMPEZA DE IGARAPÉS ...................................................................................................... 314 8.3.8 Pontos Críticos de Acúmulo de Lixo ......................................................................... 317 8.3.9 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 318 8.4 SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL........................................................................................ 318 8.5 SISTEMA VIÁRIO .............................................................................................................. 319 9 ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................................... 319 9.1 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ..................................................................... 320 9.1.1 MEIO BIÓTICO ................................................................................................................ 320 9.1.2 MEIO FÍSICO ................................................................................................................... 320 9.1.3 MEIO ANTRÓPICO ........................................................................................................... 321 9.1.4 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL ................................................................................. 321 10 MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL .................................................................................. 326 10.1 PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL AS OBRAS E SERVIÇOS - PCAO ........................................ 326 10.1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 326 10.1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 327 10.1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................. 328 10.1.4 METODOLOGIA DE EXECUÇÃO E RESPONSABILIDADES ....................................................... 328 10.1.5 Impactos Socioambientais Associados ............................................................... 328 10.1.5.1 Instalação do Canteiro de Obras/Abertura de Caminhos de Serviço .......... 328 10.1.5.2 Retirada da População ...................................................................................... 329 10.1.5.3 Reassentamento da População ........................................................................ 329 10.1.5.4 Demolições ......................................................................................................... 329 10.1.5.5 Retirada e transporte de entulhos/Material sedimentar ................................. 329 10.1.5.6 Macro e Microdrenagem/ Sistemas de Saneamento Básico ......................... 329 10.1.5.7 Aterramentos/ Recomposição de taludes ....................................................... 330 10.1.5.8 Ampliação do Sistema Viário/ Pavimentação ................................................ 330 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 7 de 445 10.1.5.9 Implantação de Projeto Urbanístico/ Eletrificação ......................................... 330 10.1.5.10 Extração de material de empréstimo ............................................................... 331 10.1.5.11 Disposição de Rejeitos/ Operação de bota-fora ............................................ 331 10.1.5.12 Desmobilização do Canteiro de Obras ............................................................ 331 10.1.6 MEDIDAS PREVENTIVAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................... 331 10.1.6.1 Instalação do Canteiro de Obras: ..................................................................... 332 10.1.6.2 Abertura de Caminhos de Serviço .................................................................... 334 10.1.6.3 Sinalização de Vias Públicas e Desvios de Tráfego ......................................... 334 10.1.6.4 Limpeza de terrenos e destocamentos ............................................................ 336 10.1.6.5 Retirada da população ...................................................................................... 337 10.1.6.6 Instalação e operação de jazidas de solos ..................................................... 337 10.1.6.7 Instalação e operação de jazidas de agregados .......................................... 339 10.1.6.8 Instalação e operação de usinasde concreto e/ou asfalto .......................... 341 10.1.6.9 Instalação e operação de áreas de bota-fora ............................................... 343 10.1.6.10 Instalação de dispositivos de drenagem e obras de arte .............................. 344 10.1.6.11 Serviços de terraplanagem ............................................................................... 345 10.1.6.12 Operação de máquinas e equipamentos ....................................................... 346 10.1.6.13 Tratamento e destinação de efluentes e resíduos sólidos .............................. 347 10.1.6.14 Operação de transporte de materiais, limpeza e remoção de entulhos...... 347 10.1.6.15 Desmobilização do Canteiro de Obras ............................................................ 347 10.1.6.16 Saúde e Segurança do Trabalhador ................................................................. 348 10.1.6.17 Prevenção de Riscos Ambientais ...................................................................... 351 10.1.6.18 Controle Médico de Saúde Ocupacional ........................................................ 352 10.1.7 GERENCIAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS ............................................................ 353 10.1.7.1 Contingência para sinistros envolvendo os meios físico/ biótico .................. 353 10.1.7.2 Escorregamento de taludes ............................................................................... 354 10.1.7.3 Erosões de grandes proporções ........................................................................ 354 10.1.7.4 Derramamento de materiais poluentes e/ou de cargas perigosas ............... 355 10.1.7.5 Contingência para situações de sinistros envolvendo o meio antrópico ..... 357 As especificações do Projeto deverão ser revistas e ajustadas a nova situação. ........ 357 10.1.8 PROCEDIMENTOS DE PROTEÇÃO À FAUNA SILVESTRE ......................................................... 361 10.1.9 MONITORAMENTO DAS OBRAS E SERVIÇOS ..................................................................... 361 11 PROGRAMAS DE MONITORAMENTO AMBIENTAL ................................................................... 363 11.1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL INTEGRADA DO PROSAMIM – PGAS .................. 363 11.1.1 O Sistema de Gestão Ambiental e Social Integrada do PROSAMIM (SGA) ...... 363 11.1.2 ESTRUTURAÇÃO E COMPETÊNCIAS DA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DO PROSAMIM ......... 364 11.1.3 COMPETÊNCIAS DAS SUBCOORDENADORIAS SETORIAIS INTEGRANTES DO SGA .................... 367 11.1.3.1 Subcoordenadoria Setorial de Engenharia ...................................................... 367 11.1.3.2 Subcoordenadoria Setorial de Projetos Sociais ............................................... 368 11.1.3.3 Subcoordenadoria Setorial de Projetos Ambientais ........................................ 368 11.1.3.4 Subcoordenadoria Setorial de Relacionamento Institucional ........................ 370 11.1.3.5 Subcoordenadoria Setorial Jurídica .................................................................. 371 11.1.4 COMPETÊNCIAS DOS ORGANISMOS PARCEIROS .............................................................. 371 11.1.4.1 Integrantes da Esfera Estadual de Governo ..................................................... 371 11.1.4.2 Integrantes da Esfera Municipal de Governo................................................... 373 11.1.4.3 Integrantes da Esfera Federal de Governo....................................................... 374 11.1.4.4 Empresas Concessionárias de Serviços Públicos............................................. 375 11.1.4.5 Associações Civis e de Representação Social ................................................ 376 11.1.4.6 Integrantes da estrutura administrativa do PROSAMIM ................................... 376 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 8 de 445 11.1.4.7 Consultorias de Apoio à Execução do PROSAMIM ......................................... 377 11.1.5 PRESSUPOSTOS AO GERENCIAMENTO INTEGRADO DO PROSAMIM....................................... 379 11.1.5.1 Articulação Intersetorial ..................................................................................... 379 11.1.5.1.1 Interface Meio Ambiente e Engenharia ........................................................... 379 11.1.5.1.2 Interfaces Meio Ambiente e Aspectos Sociais ................................................. 380 11.1.5.1.3 Interfaces Engenharia e Aspectos Sociais ....................................................... 381 11.1.5.1.4 Interfaces Aspectos Sociais, Ambientais, de Relacionamento Institucional e Jurídicos 382 11.1.5.2 Nivelamento de Informações ............................................................................ 382 11.1.6 MECANISMOS DE EXECUÇÃO DA GESTÃO SOCIOAMBIENTAL INTEGRADA ........................... 383 11.1.6.1 Monitoramento da Linha de Base do PROSAMIM ............................................ 383 11.1.6.2 Planos e Programas de Monitoramento e Controle Ambiental ...................... 383 11.1.6.3 Planos e Programas Relacionados aos Aspectos Socias do Prosamim ........ 383 11.1.6.4 Inspeção Ambiental ........................................................................................... 383 11.1.6.5 Controle de Reclamações e Pesquisa de Satisfação ..................................... 384 11.1.6.5.1 Reclamações ...................................................................................................... 384 11.1.6.5.2 Pesquisa de Satisfação ...................................................................................... 385 11.1.7 FERRAMENTAS DE APOIO À COORDENAÇÃO GERAL DO PROGRAMA ................................. 386 11.1.7.1 Sistema Informatizado de Monitoramento e Controle .................................... 386 11.1.7.1.1 Sistema de Planejamento e Gerenciamento do Programa Social e Ambiental de Manaus - SPGP ................................................................................................................ 386 11.1.7.1.2 Sistema de Monitoramento e Avaliação Socioambiental (SMAP) ................. 389 11.1.8 MONITORAMENTO DO PROGRAMA PELO PRESTATÁRIO ...................................................... 390 11.2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS ...................................... 391 11.3 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PGRS .......................................... 391 11.3.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 391 11.3.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 392 11.3.3 ESCOPO GERAL DO PLANO ........................................................................................... 392 11.3.4 METODOLOGIA DE EXECUÇÃO ...................................................................................... 393 11.3.5 RESPONSABILIDADES ..................................................................................................... 394 11.4 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ...................................................... 395 11.4.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 395 11.4.2 OBJETIVO ................................................................................................................... 395 11.4.3 ESCOPO GERAL DO PLANO ........................................................................................... 395 11.4.3.1 Saibro: .................................................................................................................. 395 11.4.3.2 Areia: .................................................................................................................... 396 11.4.4 METODOLOGIA DE EXECUÇÃO ...................................................................................... 39611.4.4.1 Áreas de descarte .............................................................................................. 396 11.4.4.2 Áreas de empréstimo ......................................................................................... 399 11.4.5 RESPONSABILIDADES ..................................................................................................... 400 11.5 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL .............................. 401 11.5.1 PARÂMETROS A SEREM MONITORADOS .......................................................................... 402 11.5.2 DIRETRIZES GERAIS PARA O MONITORAMENTO ................................................................. 402 11.6 PLANO DE RESGATE DA FAUNA SILVESTRE ............................................................................ 402 11.6.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 402 11.6.2 OBJETIVO ................................................................................................................... 403 11.6.3 METODOLOGIA DE EXECUÇÃO ...................................................................................... 403 11.6.4 RESPONSABILIDADES ..................................................................................................... 404 11.6.5 CUSTOS ASSOCIADOS .................................................................................................. 405 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 9 de 445 11.7 PLANO DE PROSPECÇÃO E RESGATE ARQUEOLÓGICO .......................................................... 405 11.7.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 405 11.7.2 OBJETIVO ................................................................................................................... 407 11.7.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................................. 407 11.7.4 PROGRAMAS DE MEDIDAS MITIGADORAS ....................................................................... 412 11.7.4.1 Programa de Prospecção Arqueológica Prévia .............................................. 412 11.7.4.1.1 Objetivo ............................................................................................................... 412 11.7.4.1.2 Justificativa .......................................................................................................... 412 11.7.4.1.3 Procedimentos Metodológicos ......................................................................... 412 11.7.5 PROGRAMA DE INVENTÁRIO DO PATRIMÔNIO CULTURAL NAS ADA E AID ........................... 413 11.7.5.1 Objetivo ............................................................................................................... 413 11.7.5.2 Justificativa .......................................................................................................... 413 11.7.5.3 Procedimentos Metodológicos ......................................................................... 413 11.7.6 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO .............. 413 11.7.6.1 Objetivo ............................................................................................................... 413 11.7.6.2 Justificativa .......................................................................................................... 413 11.7.6.3 Procedimentos Metodológicos ......................................................................... 413 11.7.7 PROGRAMA DE PROSPECÇÃO E RESGATE ........................................................................ 414 11.7.7.1 Objetivo ............................................................................................................... 414 11.7.7.2 Justificativa .......................................................................................................... 414 11.7.7.3 Procedimentos Metodológicos ......................................................................... 414 11.7.8 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................... 414 11.7.8.1 Objetivo ............................................................................................................... 415 11.7.8.2 Justificativa .......................................................................................................... 415 11.7.8.3 Procedimentos Metodológicos ......................................................................... 415 11.7.8.4 Medidas Compensatórias Sugeridas ................................................................ 416 11.8 PLANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL .................................................................................. 416 11.8.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 416 11.8.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 417 11.8.2.1 Geral .................................................................................................................... 417 11.8.2.2 Específicos ........................................................................................................... 417 11.8.3 METODOLOGIA DE EXECUÇÃO ...................................................................................... 418 11.8.3.1 Comunicação Institucional ................................................................................ 418 11.8.3.2 Comunicação Dirigida ....................................................................................... 418 11.8.3.3 Responsabilidades .............................................................................................. 419 11.8.3.4 Custos Associados .............................................................................................. 419 11.9 PLANO ESPECÍFICO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO DE POPULAÇÃO D ATIVIDADES ECONÔMICAS – SÃO RAIMUNDO / PER ........................................................................................ 419 11.9.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 419 11.9.2 METODOLOGIA DE EXECUÇÃO ...................................................................................... 420 11.9.3 SOLUÇÕES PARA REPOSIÇÃO DE MORADIAS .................................................................... 420 11.9.3.1 Das Avaliações dos Imóveis Afetados.............................................................. 421 11.9.4 SOLUÇÕES APLICÁVEIS PARA REPOSIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS .......................... 422 11.9.5 SOLUÇÕES APLICÁVEIS PARA REPOSIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS .................. 423 11.9.6 ATENDIMENTO À POPULAÇÃO VULNERÁVEL ..................................................................... 423 11.9.7 RESPONSABILIDADES ..................................................................................................... 424 11.9.8 CUSTOS ASSOCIADOS .................................................................................................. 425 11.10 PLANO DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL .............................................................. 426 11.10.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 426 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 10 de 445 11.10.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 427 11.10.2.1 Geral .................................................................................................................... 427 11.10.2.2 Específicos ........................................................................................................... 427 11.10.3 METODOLOGIADE EXECUÇÃO ...................................................................................... 428 11.10.4 ESTRUTURA DE COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO DO TRABALHO (RESPONSABILIDADES) ............. 428 11.10.5 CUSTOS ASSOCIADOS .................................................................................................. 429 11.11 PROGRAMA DE CONTROLE DE ANIMAIS PEÇONHENTOS, PRAGAS URBANAS E OUTROS VETORES DE DOENÇAS ............................................................................................................................. 429 11.11.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 429 11.11.2 OBJETIVO ................................................................................................................... 429 11.11.3 ESCOPO GERAL DO PROGRAMA .................................................................................... 430 11.11.4 METODOLOGIA DE EXECUÇÃO E RESPONSABILIDADES ...................................................... 430 12 EQUIPE TÉCNICA ......................................................................................................... 432 13 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 432 SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 11 de 445 LISTA DE ILUSTRAÇÕES TABELAS 01 População dos municípios das capitais e percentuais da população dos municípios das capitais em relação aos das unidades da federação nos Censos Demográficos 02 Quantidade dos principais itens de obras previstos para o 1º. Ano 03 Parâmetros limnológicos obtidos em 2010, para igarapés da sub-bacia hidrográfica São Raimundo 04 Parâmetros limnológicos obtidos em 2011, para a microbacia hidrográfica São Raimundo. 05 Espécies vegetais presentes na área de influência direta do PROSAMIM III 06 Coordenadas Geográficas dos ambientes e pontos amostrados nos trabalhos de campo (avifauna). 07 Coordenadas Geográficas dos pontos amostrados (mastofauna). 08 Lista de espécies de mamíferos detectadas na Área de Influência Direta e Indireta do Igarapé São Raimundo. 09 Lista de espécies de herpetofauna detectadas na Área de Influência do Igarapé São Raimundo. 10 Número de exemplares capturados no Igarapé São Raimundo (Musca domestica). 11 Descrição e número de relatos de pragas urbanas e outros organismos presentes nas 05 estações da área do Igarapé São Raimundo. 12 Ligações oficiais microbacia do São Raimundo. 13 Média de consumo mensal por bacia hidrográfica em Manaus. 14 Lista de Serviços e Custos de Limpeza Urbana. 15 Dados da Estrutura Física da Área do Projeto. 16 Medições e Estimativas de Coleta de Lixo. 17 Estimativas de Geração Per Capita e de No. de Habitantes. 18 Avaliação do Padrão de Ocupação Urbana na Área Estudada. 19 Geradores de Resíduos de Saúde na Área de Estudo. 20 Roteiros de Varrição Diurna na Área de Contribuição. 21 Roteiros de Varrição Diurna na Área de Intervenção Direta. 22 Roteiros de Varrição Noturna na Área de Contribuição. 23 Roteiros de Varrição Noturna na Área de Intervenção Direta. QUADROS 01 Resumo Benefícios – Igarapé São Raimundo – Área de amostra 02 Demonstrativo de Custos das Obras Margem Esquerda da Primeira Fase – Obras do 1º. Ano 03 Resumo Benefícios – Igarapé São Raimundo – Área de amostra 04 Síntese para Análise de Risco – Todos os Projetos 05 Capacidade de Pagamento da População – Projeto de Esgotamento Sanitário 06 Rendimento Familiar para famílias de Baixa Renda SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 12 de 445 07 Impacto Distributivo sobre as Famílias de Baixa Renda 08 Mão-de-obra necessária à execução das obras/ Horas de trabalho para o 1º. Ano 09 Motivação da afetação 10 Moradias/ Tipologia de Uso 11 Número de Núcleos Familiares por Moradia 12 Tipologia da Demanda 13 Demonstrativo de Áreas Quadras – Bairro x Unidades Habitacionais 14 Critérios de Elegibilidade para Reposição de Moradias 15 Síntese Quantitativa das Soluções Ofertadas 16 Metas de Reposição de Moradias e de Reinstalação de Atividades Econômicas e Institucionais 17 Degradação Ambiental do Meio Físico 18 Degradação Ambiental do Meio Biótico 19 Degradação Ambiental do Meio Antrópico 20 Resumo dos Equipamentos Sociais identificados na Área de Projeto da Microbacia do São Raimundo 21 Registro de Casos de Doenças de Veiculação Hídrica na Área de Influência Direta da Microbacia do Igarapé São Raimundo 22 Situação Geral da Renda 23 Reservatórios Existentes em Manaus 24 Classificação dos Impactos associados às Obras e Serviços de Engenharia 25 Impactos Relativos à Ação Antrópica/ Obras e Serviços de Engenharia x Resultados Previstos após as Intervenções Sociais e de Engenharia 26 Matriz de Impactos ao Patrimônio Arqueológico 27 Impactos ao Patrimônio Arqueológico (Possíveis) FIGURAS 01 Arranjo Institucional do PROURBIS 02 Localização da Área de Intervenção do PROSAMIM III 03 Ligação viária Rua Wilkens de Matos x Ramos Ferreira 04 Parque da Cultura Amazônica 05 Parque Linear Igarapé Castelhana 06 Parque Linear Afluente 1 do Igarapé Castelhana 07 Parque Linear Belchior 08 Quadra Bairro 04 – Aparecida 09 Seção Esquemática de Plantio 10 Localização do Igarapé São Raimundo em relação à Sub-bacia de mesmo nome 11 Nascente na Rua Cubatão, isolada por moradores paara consumo próprio 12 Nascente na localidade denomionada Beco das Fontes, Conjunto Hiléia, cuja vazão é derivada para consumo pelos moradores locais 13 Lançamento de efluente sanitário bruto no corpo d’água do Beco das Fontes 14 Contraste de cor em águas do igarapé do Bombeamento 15 Igarapé do Franco, proximidades da Av. Brasil SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 13 de 445 16 Pluma de alcance dos despejos de efluentes (lodos residuais da Estação de Captação e Tratamento de Água Ponta do Ismael e de esgotamento sanitário ao longo dos tributários da sub-bacia do São Raimundo) 17 Delimitação da Área Prioritária do Projeto 18 Características geológicas da Formação Alter do Chão 19 Localização dos pontos de levantamento geológico 20 Distribuição dos tipos litológicos (sedimentos) encontrados na área de estudo 21 Mapa Geológico da Cidade de Manaus 22 Sedimentos Recentes depositados na Área de Estudo 23 Ocorrência de fraturamento connjugado em bloco de Arenito Manaus aflorante na orla fluvial do bairro São Raimundo 24 Ocorrência de fraturas ortogonais noArenito Manaus 25 Latossolo Amarelo desenvolvido sobre a Formação Alter do Chão, contendo horizontes lateríticos 26 Horizontes lateríticos em litótipos da Formação Alter do Chão 27 Neossolos quartzarênicos observados na área de estudo 28 Modelo 3-D SRTM da NASA 29 Processos erosivos e agradacionais na área da foz do Igarapé São Raimundo 30 Mapa de Declividade da Microbacia Hidrográfica do Igarapé São Raimundo 31 Comparação entre os modelos 3D para a topografia e a declividade da Microbacia Hidrográfcia do Igarapé São Raimundo 32 Mapa de Áreas de Risco e Locais Vulneráveis 33 Palafita ocupando área sob obra de arte 34 Palafitas erguidas em área de risco (erosão) 35 Palafita erguida em área sujeita a inundações 36 Fundação de edificação apoiada sob rip-rap 37 Ocupações distribuídas irregularmente em terreno de alta declividade 38 Contenção de talude com processo erosivo instalado 39 Vista da área inferior de palafita com rachaduras na fundação 40 Fundações da edificação sobre solo irregular, sem função estrutural de apoio 41 Palafitas em risco de desabamento 42 Desabamento de parte do talude, cortado a 90o 43 Erosão no solo em perfil laterítico 44 Erosão do solo embaixo das residências 45 Talude a 90o com despejos de esgoto diretamente no solo 46 Processo erosivo acentuado 47 Processo erosivo e presença de lixo próximo às edificações 48 Desmoronamento de área próxima à edificação 49 Visível problema estrutural causado por movimento demassa 50 Edificações precárias construídas próximas às margens do igarapé 51 Palafita erguida no leito do igarapé, em processo de risco estrutural 52 Exemplo da precariedade das estruturas de pavimentação e drenagem de águas pluviais 53 Processo erosivo das margens do igarapé, com desmoronamento de SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 14 de 445 algumas áreas 54 Vista de área com grande deposição de lixo embaixo da edificação 55 Erosão no solo, acompanhada pela presença de grande quantidade de lixo 56 Igarapé totalmente poluído 57 Trecho com nítida poluição hídrica, em risco de desabamento 58 Edificação com rsico de desmoronamento 59 Distribuição temporal dos picos de cheias (Negro/ Solimões) 60 Cotagrama de Cheia e Vazantes em Manaus 61 Nível máximo do Rio Negro em 2009 62 Nível máximo do Rio Negro em 2008 63 Efeito da cheia do Rio Negro em 2009 no bairro da Glória 64 Efeito da cheia do Rio Negro em 2009 no bairro São Raimundo 65 Alcance da lâmina d’água do Rio Negro em junho de 2009 66 Efeito do barramento hidráulico provocado pela cheia do Rio Negro em 2009 67 Evolução do desmatamento na cidade de Manaus de 1986 a 2004 68 Evolução da ocupação urbana em Manaus (2005-2007) 69 Evolução da ocupação urbana em Manaus (2009) 70 Margem do igarapé Cachoeira Grande, proximidades da confluência com o igarapé do Franco 71 Estratificação vegetal na microbacia hidrográfica do igarapé São Raimundo 72 Áreas 1 e 2 (fragmentos da cobertura vegetal do igarapé São Raimundo) 73 Área de Influência Direta e Área de Influência Indireta onde foram feitas as coletas de dados do Grupo Aves 74; 75 Pontos de Amostragem na Área de Influência Direta e pontos na Área de Influência Indireta 76; 77 Floresta alagada, fragmentos localizados às margens do igarapé 78; 79 Ambiente de capoeira, caracterizada por vegetação rasteira e baixa, localizada às margens do igarapé 80; 81 Fragmento do 1o BIS (Batalhão de Infantaria de Selva), ambiente de floresta seca ou de terra firme localizado em áreas livres de inundação 82; 83 Aves com dieta especializada em consumir caramujos 84 Gavião-do-Igapó 85 Pontos de amostragem e procura ativa da fauna de mamíferos 86; 87 Palafitas e seu entorno, ambientes onde convivem moradores, animais domésticos, ratos e urubus 88; 89 Ambientes que foram amostrados por procura ativa durante o dia e à noite, focando com lanterna a led 90; 91 Borda da mata do fragmento do 1º. BIS 92; 93 Campus da Universidade Federal do Amazonas 94 Igarapé São Raimundo no bairro de mesmo nome; as estações de 1 a 5 representam os pontos de coleta (ictiofauna) 95 Grande quantidade de lixo depositado no igarapé 96 Fotos das estações de coletas distribuídas nos 5 pontos de amostragem 97 Localização das três áreas amostradas nas margens do igarapé São Raimundo 98 Número de espécies por grupo taxonômico registrado durante as SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 15 de 445 atividades de campo nos três pontos amostrados no igarapé do São Raimundo 99 Número de espécies de anfíbios e répteis registrados por família nos três pontos amostrados no igarapé São Raimundo 100 Jacaré-tinga avistado durante censo, se deslocando entre o lixo no igarapé São Raimundo 101 Imagens de anfíbios encontrados na área em estudo 102 Imagens de répteis encontrados na área em estudo 103 Área denominada Estação 1 104 Área denominada Estação 2 105 Área denominada Estação 3 106 Área denominada Estação 4 107 Área denominada Estação 5 108 Larvas; espécime de inseto alóctone coletada naas Estações 1 e 3 109 Espécime de aranha alóctone coletada nas Estações 1 e 3 110 Espécime de verme alóctone coletada nas Estações 1 e 3 111 Espécime alóctone coletada nas Estações 1 e 3 112 Espécime alóctone coletada na Estação 3 113 Exemplar de Musca domestica identificada nas Estações 1 e 3 114 Representação esquemática dos impactos climáticos resultantes de ocupação irregular na área de intervenção 115 Situação intermediária da configuração bioclimática 116 Fluxograma de distribuição de água nas elevatórias do Subsistema Alvorada 117 Fluxograma de disatribuição de água nas elevatórias do Subsistema Mocó 118 ETE Timbiras – Vista geral 119 ETE Deborah – Vista geral 120 ETE Jornalista – Vista do Tanque de Aeração 121 Tanque de Aeração – ETE Eldorado 122 ETE João Bosco – Filtros 123 Vista geral da ETE São Judas Tadeu 124 Vista geral da ETE Parque dos Rio II 125 Vista geral da ETE Vila Nova 126 Vista do ponto de despejo do efluente. ETE Vila Rica 127 Vista geral da ETE Ayapuá 128 Vista do local onde se localiza a ETE abandonada – Conjunto Tocantins 129 Vista do Tanque. ETE Barra Bela 130 ETE Kíssia. Vista geral dos Valos 131 ETE Ouro Verde vista de cima 132 Localização do Projeto PROSAMIM III em relação ao Aterro Municipal e aos aeroportos 133 Operação de aterramento dos resíduos 134 Vista geral da frente de aterramento 135 Modelo de caminhão coletor utlizado na área do Projeto 136 Operação de caminhão coletor em rua de difícil acesso 137 Beco sem acesso para caminhão coletro 138 Operação de varrição em ruas de Manaus 139 Aspectos das operações de limpeza de igarapés em Manaus 140 Balsa para o recolhimento do lixo coletado na água SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 16 de 445 141 Aspectos das operações de limpeza de igarapés em Manaus 142 Recolhimento do lixo acumulado nas margens do igarapé 143 Organograma da UGPI/ PROSAMIM 144 Esquema de funcionamento dos Módulos do SPGP ANEXOS PRODUTOS CARTOGRÁFICOS Planta Lay-out de Implantação do Projeto de Recuperação Ambiental e Requalificação Urbanística do Igarapé São Raimundo; Planta da área de intervenção/Influência Direta e Indireta; Carta de Litofácies do Aquifero Alter do Chão; Mapa Planialtimétrico da Área; Mapa de Áreas de Risco e Locais Vulneráveis; Mapa de Unidades de Conservação; Planta de Rede de Distribuição de Águas (JNS). DOCUMENTOS Estudo de Priorização de Bacias; Estudo de Viabilidade Econômica das Obras de Requalificação Urbana na Bacia do Igarapé São Raimundo; Relatório de Monitoramento do Progresso (Progress Monitoring Report – PMR); Resultados dos Ensaios Mecânicos do Material Sedimentar da Área de Empréstimo; Plano de Sustentabilidade Socioambiental do PROSAMIM – PSSA; Plano Específico de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas/ São Raimundo – PER; Relatório das Reuniões Comunitárias – ANEXO IV do PER; Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos do PROSAMIM. SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 17 de 445 APRESENTAÇÃO Este Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EIA, foi elaborado em acordo a Termo de Referência assinado entre o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM e a Unidade de Gerenciamento do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus – UGPI/ PROSAMIM, para atendimento às exigências legais inerentes ao licenciamento ambiental das obras e serviços do Projeto de Recuperação Ambiental e Requalificação Urbanística do igarapé São Raimundo, no trecho entre a Avenida Kako Caminha e a foz no rio Negro - PROSAMIM III. O objetivo deste Estudo, estruturado em 11 (onze) Capítulos, é consolidar informações sobre o Projeto (obras e serviços de engenharia) e as condições socioambientais da área de intervenção proposta, tanto quanto submeter à análise dos especialistas do IPAAM e demais instituições de interesse, as medidas de controle ambiental que o Governo do Estado representado pela UGPI pretende adotar para minimizar e ou controlar os impactos adversos resultantes da implantação do Programa e potencializar os impactos positivos. O diagnóstico das condições ambientais do local evidencia elevados níveis de degradação dos solos, de áreas de preservação permanente (encostas e margens do igarapé), das águas superficiais e de elementos da biota, causados pela ocupação irregular do local, compondo cenário incompatívelcom a beleza cênica deste “estuário” de águas doces. Quanto aos aspectos sociais, a constatação da presença de mais de 4.000 famílias sobrevivendo em condições subumanas, desafiando o iminente risco de desabamento das encostas ocupadas, convivendo com a ausência de saneamento básico, dificuldades de acesso ao local de moradia, à mercê de mazelas sociais como a violência urbana, a exposição a drogas ilícitas, em total e visível exclusão social, acentua ainda mais as contradições de uma Cidade – Metrópole, situada em um Estado que detém um dos maiores PIB do País. Com referência aos aspectos construtivos, são descritas as intervenções pretendidas em acordo aos diferentes componentes das obras (estabilização de taludes, macro e microdrenagem, melhorias no sistema viário, ampliação do sistema de saneamento básico, reurbanização de áreas públicas, implantação de unidades habitacionais e equipamentos públicos comunitários, etc.), fundamentais para que os objetivos do PROSAMIM sejam alcançados nessa porção de Manaus, proporcionando sua integração às demais áreas requalificadas/ em requalificação na Capital. Em seus capítulos finais, apresenta os planos e programas de controle ambiental e social a serem desenvolvidos para que as metas do PROSAMIM sejam alcançadas dentro dos pressupostos de qualidade esperados pela sociedade e nos padrões determinados por normas legais. SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 18 de 445 O Estudo Prévio de Impacto Ambiental integra o Grupo IV dos Estudos (Ambiental) elaborados pela Concremat Engenharia e Tecnologia S/A para o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus III – Bacia Hidrográfica do São Raimundo. SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 19 de 445 1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO PROSAMIM 1.1 JUSTIFICATIVAS PARA A EXECUÇÃO DO PROGRAMA 1.1.1 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DAS SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS DE MANAUS (Um pouco da História) Manaus é uma cidade caracterizada por extensa rede hidrográfica com padrão predominantemente dendrítico, agrupadas em 04 (quatro) microbacias: Tarumã, com nascentes ao norte e oeste; São Raimundo, a de maior porte, que se estende pelas zonas nordeste, centro e centro-sul da Cidade; Educandos-Quarenta, ocupando as zonas leste e sul - estas três drenando para o rio Negro; e Puraquequara, no limite leste, situada imediatamente à jusante do encontro das águas dos rios Negro e Solimões. Cada uma das sub-bacias apresenta características fisiográficas particulares e foi alvo de uma forma de ocupação diferenciada, resultando em problemas ambientais distintos, embora todos associados a desmatamentos e poluição hídrica. As primeiras a ser objeto de degradação por ocupação humana foram as microbacias do igarapé São Raimundo e do igarapé dos Educandos - Quarenta, situadas no centro da Manaus da Belle Époque, nas quais foram erguidos os mais importantes edifícios públicos à época e os primeiros bairros de Manaus. A transformação destas duas áreas sempre esteve associada à dinâmica sócio- econômica que caracteriza os centros urbanos desenvolvidos. Indicadores históricos (Tabela 01) demonstram crescimento demográfico em Manaus superior a 100% (acima da média da maioria das cidades brasileiras) nos períodos de 1900 - 1940 e 1970 – 1980, coincidentes com os booms da Economia local. Entretanto, não obstante os números do êxodo rural no Amazonas e de outras áreas do País para Manaus (principalmente do Nordeste), os investimentos governamentais nas áreas de promoção social, saneamento básico e urbanismo foram insuficientes para dotar a capital do Estado dos instrumentos e equipamentos necessários ao controle da qualidade ambiental urbana que os episódios exigiam. A despeito dos atrativos da Paris dos Trópicos, no início do século XX, quase ao final do I Ciclo da Borracha na Amazônia, alguns migrantes dão preferência à ocupação de uma região localizada nas proximidades da confluência entre o rio Negro e Solimões (Encontro das Águas), onde passam a residir sobrevivendo do extrativismo (pesca e produção de carvão) e dando origem à Vila do Puraquequara. Em função das características ambientais do lugar (várzea), a pecuária se desenvolveu em fazendas que existiam no local. Com o colapso do comércio da borracha, muitos trabalhadores (soldados da borracha) transferiram residência para aquele lugarejo, que atualmente integra Manaus na condição de bairro da zona leste. Desde meados do século XX o Puraquequara vem enfrentando crises sócio-políticas de variadas naturezas, como a insuficiência da infraestrutura aportada ao bairro para atendimento às demandas de seus 5.856 moradores (IBGE, Censo 2010), que ainda baseiam sua economia no extrativismo, pecuária e em segmento turístico pouco desenvolvido e o conflito SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 20 de 445 resultante da relação de convivência dos moradores com as margens dos cursos d’água e a necessidade de preservá-los. Extinto o Ciclo da Borracha, a pressão pela ocupação de Manaus experimentou declínio, alterado ao final dos anos 1960 com o advento da Zona Franca e posteriormente com a implantação do Distrito Industrial a leste (hoje Pólo Industrial de Manaus), nas margens de um dos mais emblemáticos igarapés da Cidade – o do Quarenta. Naturalmente intensifica-se a ocupação humana nesta direção por migrantes do Interior do Estado e de várias regiões brasileiras, que vinham em busca de emprego e/ou para participar da implantação/gestão dos grupos industriais. O desenvolvimento econômico forçou a demanda por investimentos na construção civil e a pressão para obtenção de minerais in natura necessários ao atendimento das indústrias e do setor da habitação, resultou em exploração indiscriminada de jazimentos na área da microbacia do Tarumã. Extensos lajedões de rocha foram dinamitados para abastecer o comércio local, descaracterizando o ecossistema e deixando inúmeros grotões como passivo ambiental de uma exploração perniciosa e na maioria clandestina. Por sua vez, a beleza cênica e o apelo turístico e recreativo que caracterizavam o local, com destaque para as Cachoeiras do igarapé Tarumã (Cachoeira Alta) e do Tarumãzinho, despertaram o interesse do setor imobiliário, que inovou ao apresentar à população a possibilidade de desfrutar do convívio com a natureza em ambientes privativos, que consistiam em condomínios de campo, implantados preferencialmente na área de influência direta destes cursos d’água. A urbanização que acompanhou o processo de ocupação facilitou o acesso aos recursos da biota local, que foi severamente depredada. O mesmo ocorreu com as margens de mananciais hídricos superficiais, resultado da multiplicação de marinas e estabelecimentos de lazer (bares, restaurantes, casas de espetáculos) às suas margens, acompanhados da instalação de estaleiros especializados na construção de embarcações de alto padrão e oficinas mecânicas náuticas. Como relatado, a ocupação das drenagens naturais se multiplicou em Manaus sem a devida preocupação/ intervenção pelos sucessivos governos, mesmo quando assumiu proporções insustentáveis. Multiplicaram-se lixões a céu aberto às margens e leitos dos córregos, potencializando a proliferação de vetores de doenças infectocontagiosas, obstruindo os canais de escoamento das águas superficiais e aumentando a ocorrência de alagamentos por ocasião de chuvas intensas. As matas ciliares, importantes elementos na regulação do microclima, do ciclo hidrológico, da manutenção da qualidade dos solos e da biota local, foram assustadoramente devastadas, restando escassos fragmentos florestais nas áreas urbanizadas de Manaus. Águas superficiais foram contaminadas por metais pesados (particularidade verificada na bacia dos Educandos-Quarenta) e organismos patogênicos, com consequente incremento nas taxas de DQO e DBO. Os solos tiveram sua qualidade comprometida, tanto sob aspecto edáfico (redução do teor de umidade; lixiviação de nutrientes;poluição por óleos, graxas e outros resíduos) quanto geotécnico (características geomecânicas e estruturais), interferindo diretamente nos graus de estabilidade e erodibilidade (suscetibilidade à erosão). Somada a este cenário, a dificuldade de acesso às moradias, resultante da inobservância de parâmetros construtivos e de ocupação causa sérios prejuízos aos SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 21 de 445 cofres públicos, vez que institui um círculo vicioso de atendimento às variadas conseqüências da situação (baixa qualidade da saúde, insegurança, risco iminente de perdas materiais e humanas, insuficiência e inadequação de redes de abastecimento público, etc.) e não à solução das suas causas, desequilibrando os investimentos em serviços básicos essenciais à boa qualidade de vida da população. Vale destacar que a despeito do legado sócio-ambiental conferido ao município de Manaus, esta nova fase econômica (industrial) é a responsável pela colocação do Amazonas na posição de 5º. PIB do País, restando aos Poderes Públicos o enfrentamento dos graves problemas decorrentes do modelo econômico que mantém equilibrada a balança comercial do Estado. Tabela 01 População dos municípios das capitais e percentual da população dos municípios das capitais em relação aos das unidades da federação nos Censos Demográficos Ano AMAZONAS PARÁ BAHIA SÃO PAULO POP. TOTAL % NA CAPITAL % NA CAPITAL % NA CAPITAL % NA CAPITAL 1872 57.631 50,9 22,5 9,4 3,7 1890 147.786 26,2 15,2 9,1 4,7 1900 250.249 20,1 21,7 9,7 10,5 1920 363.961 20,8 24,0 8,5 12,6 1940 437.856 24,3 21,8 7,4 18,5 1950 513.309 27,2 22,7 8,6 24,1 1960 721.576 24,3 25,9 10,9 29,5 1970 960.847 32,7 29,2 13,5 33,3 1980 1.450.320 44,3 27,1 16,0 33,8 1991 2.100.923 48,1 24,0 17,5 30,5 2000 2.813.218 49,9 20,7 18,7 28,1 2010 3.485.520 51,7 18,4 19,1 27,3 Fonte: Recenseamento do Brazil 1872-1920. Rio de Janeiro; Directoria Geral de Estatística, 1872-1930; e IBGE, Censo Demográfico 1940/2010. Até 1991, tabela extraída de: IBGE, Estatísticas do Século XX, Rio de Janeiro: IBGE, 2007 no Anuário Estat;istico do Brasil 1994. Vol. 54, 1994. Nota: (1) Os dados relativos referem-se ao % da pop. dos municípios das capitais em relação à pop. total da respectiva unidade da federação. 1.Para 1872 até a970: população presente. 2.Para 1980 até 2010: população residente. 3.Para 2010: Os dados são da Sinopse – dados definitivos. 1.1.2 PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL/ PARCERIA COM AGENTES FINANCEIROS Orçado inicialmente em US$ 600,000,000 (seiscentos milhões de dólares americanos), o PROSAMIM passou a integrar o Plano Plurianual do Governo a partir de 2006, ano em que o Estado, com aval do Governo Federal, contratou com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID o financiamento para o Programa. SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 22 de 445 As negociações iniciaram em janeiro de 2003, com a apresentação de proposta técnica – financeira ao Diretório do Banco, contemplando intervenções em duas sub- bacias hidrográficas de Manaus: Educandos-Quarenta e São Raimundo. Dentre os documentos exigidos para compor as análises de viabilidade à concessão de empréstimo, o BID solicitou a elaboração de diagnóstico que permitisse hierarquizar os problemas a serem solucionados e consequentemente ordenar a execução do Programa, facilitando a concessão dos recursos financeiros. (Estudo de Priorização de Bacias, anexo) O resultado apontou a sub-bacia dos Educandos - Quarenta como prioritária, em decorrência dos agravos ambientais e sócio-econômicos acumulados desde o início da ocupação da área (século XIX). Os igarapés Manaus, Bittencourt e Mestre Chico foram escolhidos para compor a amostra representativa do PROSAMIM. Anteriormente à assinatura do Contrato de Empréstimo, em 2005 o Governo do Estado iniciou as intervenções nas áreas abrangidas pelas microbacias dos igarapés da Cachoeirinha e do Quarenta (margem direita) com recursos do próprio Estado e da Caixa Econômica Federal (CEF), sob coordenação da Secretaria de Estado da Infraestrutura – SEINF. A intensa pluviosidade local, associada ao grave comprometimento geotécnico dos solos, ocasionou o deslizamento das margens em vários trechos do igarapé da Cachoeirinha, desabrigando e submetendo a risco físico aproximadamente 600 famílias. No ano subsequente foi assinado o primeiro contrato de empréstimo com o BID (Contrato 1692/OC-BR) no montante de 200 milhões de dólares americanos, destinados à amostra representativa do PROSAMIM I, correspondente às áreas de influência direta dos igarapés Manaus, Bittencourt e Mestre Chico. Ao Estado coube participar com 30% do montante dos recursos contratados. As obras executadas nos igarapés da Cachoeirinha e Quarenta foram reconhecidas pelo BID como contrapartida local. Em 2008 foi firmado o segundo contrato de empréstimo (Contrato 2006/OC-BR), no valor de 220 milhões de dólares americanos, para as intervenções planejadas para o igarapé do Quarenta, trecho compreendido entre a Rua Maués e Avenida Rodrigo Otávio. Um terceiro empréstimo com o Banco Interamericano, no valor de 110 milhões de dólares, em setembro de 2009 (2165/OC-BR), foi celebrado para complementar as ações do PROSAMIM I. A gestão dos recursos internacionais, tanto quanto das obras e serviços, cabe à Unidade de Gerenciamento do PROSAMIM – UGPI, instituída pelo Governo do Estado em atendimento à exigência contratual com o Banco. Pari passu, sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Infraestrutura - SEINF e com aporte adicional de recursos provenientes da Caixa Econômica Federal – CAIXA foram executadas intervenções estruturais em trechos estratégicos da sub-bacia do São Raimundo (igarapés do Bombeamento; do Franco; dos Franceses; da Alvorada – Sapolândia) que também apresentavam problemas sócio-ambientais significativos (risco geotécnico; assoreamento/alagamentos; poluição por despejo de resíduos SN-0006-RE-MA-ISR-0050-R1 Página 23 de 445 sólidos e esgotos sanitários; ocupação irregular de leitos e margens por submoradias, favorecendo o tráfico de drogas e a prostituição; elevados índices de doenças de veiculação hídrica; reduzido acesso aos serviços básicos essenciais; etc.) e na sub- bacia do igarapé 13 de Maio (que drena para o rio Negro), considerada de alta vulnerabilidade social em Manaus. 1.2 JUSTIFICATIVA PARA CONTINUIDADE DO PROSAMIM As análises efetuadas diagnosticaram a sub-bacia hidrográfica do São Raimundo como a segunda mais importante em ordem de grandeza dos problemas identificados nas bacias urbanas de Manaus. A conjunção dos aspectos naturais e de ocupação desta sub-bacia desencadeou cenário urbanístico com impactos significativos na qualidade de sistemas públicos como o viário, de transporte, de saneamento básico, de comunicação e energia, de segurança, dentre outros. A área de intervenção planejada, localizada entre a Avenida Kako Caminha e a foz no rio Negro, encontra-se irregularmente ocupada por palafitas e ou construções em concreto, que ciclicamente são afetadas pelas cheias e vazantes do rio Negro, tanto quanto pelos alagamentos resultantes da barragem dos volumes escoados pelos sete tributários do canal principal (igarapé São Raimundo) agravados, quando não gerados, pelo acúmulo de dejetos lançados nos igarapés por moradores e transeuntes locais. Esta situação submete a população residente a eminentes riscos de desabamento, agravados pela condição geomorfológica local (altas declividades) que favorece escorregamento das encostas; expõe-na às múltiplas doenças de veiculação hídrica e/ou transmissíveis por pragas urbanas; ao ataque por animais peçonhentos; às dificuldades de acesso aos serviços públicos essenciais (de saúde, segurança e defesa, limpeza, abastecimento), além de ocasionar prejuízos ao transporte fluvial, bastante intenso
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