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Criação e manejo de Jacaré

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SILVIO CESAR KUMADA SILVA
CRIAÇÃO E MANEJO DE JACARÉ
Prof. Osmar Jose Petrolli
Xanxerê, 2021
SILVIO CESAR KUMADA SILVA
CRIAÇÃO E MANEJO DE JACARÉ
Trabalho aprestando para a disciplina da Evolução da Zootécnica.
Prof. Osmar Jose Petrolli
Xanxerê, 2021
Resumo: Criação de Jacaré está legalizada como animais Silvestres em cativeiro para fins comerciais ou econômicos, com Base Legal - A Portaria 132/88 de 5 de maio de 1988 previstos no Artigo 6º da Lei 5197/67, de 3 de janeiro de 1967, é regulamentada através de portarias publicadas pelo IBAMA. • IBAMA, Portaria # 126 de fevereiro de 1990, normatiza a extração de ovos de populações naturais e recria de jovens para fins comerciais • IBAMA, Portaria # 199-N de novembro de 1992, normatiza a comercialização de peles. 
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	CARACTERISTICAS GERAIS DO JACARÉ	5
3.	ESPECIES DE JACARES	6
3.1	Jacaré-paguá ou jacaré-anão (Paleosuchus palpebrosus)	6
3.2	Jacaré-açu (Melanosuchus niger),	6
3.3	Jacaretinga (Caiman crocodilus)	7
3.4	Jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus)	8
3.6	Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman atirostris)	9
4.	CRIAÇÃO DE JACARE EM CATIVEIRO	10
4.1	Sistema de criação.	10
4.2	Obtenção de Matrizes.	11
4.3	Acasalamento e Postura.	12
4.4	Incubação artificial	13
4.5	Sistema Digestório	13
4.6	Alimentação	15
4.7	Instalação	16
4.8	Manejo do Jacaré	17
4.9	Cadeia produtiva do Jacaré	18
5.	LISTA DE CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS	21
	
1. INTRODUÇÃO
Criação de Jacaré e enquadrado como animais Silvestres em cativeiro para fins comerciais ou econômicos, com Base Legal - A Portaria 132/88 de 5 de maio de 1988 previstos no Artigo 6º da Lei 5197/67, de 3 de janeiro de 1967, é regulamentada através de portarias publicadas pelo IBAMA. • IBAMA, Portaria # 126 de fevereiro de 1990, normatiza a extração de ovos de populações naturais e recria de jovens para fins comerciais • IBAMA, Portaria # 199-N de novembro de 1992, normatiza a comercialização de peles. 
Os reprodutores deveram ser preferencialmente de outros criadouros ou de apreensão de órgãos fiscalizadores. As fêmeas constroem cada uma o seu ninho com gravetos e restos de vegetais. O tamanho do ninho pode variar de 1 a 2 m de diâmetro e altura de 40 a 60 cm. A postura se inicia no começo de janeiro se estendendo até março e cada fêmea coloca cerca de 30 ovos.
As fêmeas têm o hábito de circular em torno do ninho para proteger e ajudar durante a eclosão. Se four utilizar a incubadora artificial podemos confeccionar em caixa de compensado naval, o material deve ser impermeável e forrado com placas de isopor
A temperatura deve girar entre 29 e 31 ºC, fora disso índice de eclosão cai muito (50%). Aplica-se a matéria orgânica retirada do ninho junto com os ovos, vermiculita também pode ser utilizada para evitar a perda de calor.
Na natura somente 5% dos jacarés atinge a idade adulta enquanto no cativeiro 90% atingem a idade adulta e o peso ideal de abate. A criação de jacaré pode ser lucrativa pois a carne e considerada exótica e tem restaurante especializado na comercialização, assim como o couro que utilizada na fabricação e 100% legalizado e utilizado na fabricação de bolças, calçados e roupas de alto luxo.
2. CARACTERISTICAS GERAIS DO JACARÉ 
Os jacarés são répteis da família Alligatoridae que habitam água doce, são animais ectotérmicos (regulam sua temperatura corporal conforme o ambiente externo) e uma das principais diferenças físicas entre jacarés e crocodilos é o focinho curto e largo, nos jacarés.
Os Jacarés apresentam uma pele seca, sem a presença de glândulas, recoberta por escamas córneas. Os adultos apresentam placas dérmicas, por baixo das escamas dorsais, seguindo do pescoço até a cauda. São ectotérmicos, ou seja, a temperatura do seu corpo varia de acordo com o ambiente, já que seu metabolismo não garante uma regulação térmica eficaz.
Apresentam focinho curto e largo com as duas narinas próximas da sua extremidade, e uma grande boca com dentes cônicos, sendo que mandíbula e maxila são fortes, o que os auxilia tanto na alimentação quanto na defesa. Na boca também se encontra uma língua não protátil. Apresentam na parte terminal do seu aparelho digestório, a cloaca, sendo ela comum também ao sistema excretor e reprodutor. Excretam, predominantemente, o ácido úrico, sendo considerados animais uricotélicos. Assim como os demais répteis, apresentam sexos separados, sendo a fecundação interna. 
Os Jacarés são animais predadores e alimentam-se de diversas espécies de animais, desde pequenos moluscos até grandes animais, porém raramente ataca seres humanos. Esses animais também costumam atacar animais fracos e doentes.
Seus olhos (um par) são localizados lateralmente e possuem, além das pálpebras superior e inferior, uma membrana transparente, denominada de nictitante, que se move para trás e por baixo das pálpebras, ajudando a protegê-los. Possuem quatro pares de patas curtas com dedos terminando em garras e apresentando membranas natatórias entre eles. 
Apresentam respiração pulmonar;
São os primeiros animais a apresentarem um coração completamente dividido em quatro cavidades
Os jacarés são ovíparos, e a postura dos ovos ocorre em locais, como se fossem “ninhos”, formados por vegetação em decomposição. 
Jacarés podem viver cerca de 50 anos.
3. ESPECIES DE JACARES
No Brasil existe seis espécies conhecidas de jacaré: 
3.1 Jacaré-paguá ou jacaré-anão (Paleosuchus palpebrosus)
O jacaré-anão, jacaré-paguá ou jacaré-mirim é um jacaré do norte da América do Sul. É encontrado na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Vive principalmente em águas correntes. 
Fotohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Jacar%C3%A9-an%C3%A3o#/media/Ficheiro:Brauen_Glattstirnkaiman_Paleosuchus_palpebrosus.jpg
3.2 Jacaré-açu (Melanosuchus niger), 
O jacaré-açu (Melanosuchus niger) é uma espécie de jacaré exclusiva da América do Sul. Também conhecido como jacaré-negro ou jacaré-preto, é um predador de topo de cadeia alimentar. É uma espécie que esteve à beira da extinção, devido ao valor comercial do seu couro de cor negra e da sua carne. Atualmente, encontra-se protegido e sua população encontra-se estável no Brasil. É a maior espécie de jacaré, podendo atingir até 4,5 metros de comprimento e mais de trezentos quilogramas. Porém já foram encontrados exemplares com mais de 5,5 metros de comprimento e possivelmente meia tonelada de peso.
Foto: https://ferdinandodesousa.com/2019/07/18/jacare-acu-o-gigante-ameacado-dos-rios-da-amazonia/
3.3 Jacaretinga (Caiman crocodilus)
O jacaretinga (nome científico: Caiman crocodilus), jacaré-tinga, jacaré-de-óculos, também conhecido em Portugal como caimão-de-lunetas, ou caimão-almiscarado, é um réptil carnívoro que habita diferentes tipos de rios e lagos de água doce ao sul do México, América Central e noroeste da América do Sul.
No Brasil, recebeu o nome de jacaretinga por causa de seu dorso branco (tinga significa "branco" em língua tupi. Os machos chegam a medir entre 1,8 e 2,5 metros de comprimento e as fêmeas, 1,4 metros. Alimentam-se de diferentes espécies de animais: crustáceos, peixes, anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos. 
Foto https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacaretinga
3.4 Jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus)
O jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus) é um jacaré da Amazônia, encontrado em pequenos riachos no interior da floresta. Tal espécie mede cerca de 1,5 m de comprimento, focinho comprido e estreito e cauda relativamente curta. Também é conhecido pelos nomes de curulana e jacaré-curuá.
Fonte: (CENTRO NACIONAL DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO DE RÉPTEIS E ANFÍBIOS, [200-?])
3.5 Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) 
O jacaré-do-pantanal ou jacaré-do-paraguai (nome científico: Caiman yacare) é um jacaré que habita a parte central da América do Sul, incluindo o norte da Argentina, sul da Bolívia e Centro-Oeste do Brasil, especialmente no Pantanal e rios do Paraguai. Em castelhano é chamado yacaré-negro.
Mede entre dois e trêsmetros de comprimento e seu padrão de coloração é bastante variado, sendo o dorso particularmente escuro, com faixas transversais amarelas, principalmente na região da cauda. Mesmo com a boca fechada deixa ver muitos dentes, pelo que é por vezes também chamado jacaré-piranha. A sua dieta é constituída por peixe, moluscos e crustáceos. As fezes desse jacaré servem de alimento para muitos peixes.
Foto https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacar%C3%A9-do-pantanal#/media/Ficheiro:Yacare_caiman_(Caiman_yacare)_2.jpg
3.6 Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman atirostris)
O jacaré-de-papo-amarelo  (nome científico: Caiman latirostris) é um réptil crocodiliano da família Alligatoridae e gênero Caiman. É encontrado pelo sudeste da América do Sul, ocorrendo em qualquer ecossistema associado à água nas bacias dos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e São Francisco, sendo comum desde o extremo leste do Brasil até o Uruguai. Também ocorre em ecossistemas costeiros, como mangues. É um animal carnívoro que vive aproximadamente cinquenta anos. São conhecidos por este nome pois, durante a fase do acasalamento, estes animais costumam ficar com a área do papo amarelada. Possuem o focinho mais largo de todos os crocodilianos. O nome científico latirostris (nariz largo) vem do latim lati (largo ou amplo) e rostris (nariz ou focinho)
4. CRIAÇÃO DE JACARE EM CATIVEIRO
Para a implantação de um criadouro de jacarés em cativeiro e necessário a presença de um profissional de formação superior em áreas como zootecnia, biologia, veterinária ou agronomia, para servir como responsável técnico pelo empreendimento perante o IBAMA. 
Para a obtenção do registro no órgão de fiscalização requer a prestação de informações detalhadas a respeito do tipo de criadouro a ser instalado, espécie a ser criada, quantidade de animais e uma estimativa de produção.
O registro é válido por dois anos e o criadouro deve encaminhar, uma vez ao ano, um relatório ao IBAMA, que servirá de base para a fiscalização por parte do órgão. 
4.1 Sistema de criação.
Conforme Fett (2005 apud AZEVEDO, 2007), os tipos de sistemas de criação de crocodilianos são os seguintes:
Ciclo fechado ou farming – todas as etapas do ciclo produtivo ocorrem em cativeiro, incluindo a cópula, postura, incubação, eclosão dos ovos e o desenvolvimento dos filhotes até o abate. Para se iniciar o sistema produtivo deve-se capturar os primeiros animais que servirão como reprodutores. Neste caso, para capturar as fêmeas, estas devem medir 1,60 m de comprimento e os machos 1,80 m;
Aberto ou ranching – a cópula e a postura ocorrem na natureza. Os ovos são capturados na natureza e incubados em incubadoras. Os filhotes crescem e permanecem em cativeiro até o abate;
Caça comercial ou harvesting – todas as etapas produtivas são realizadas na natureza. Este tipo é regulamentado pelas autoridades responsáveis e em períodos pré-determinados, normalmente uma vez por ano.
Um quarto tipo é o headstarting e funciona da seguinte forma: o produtor protege os ninhos presentes na natureza, o que garante a incubação e a eclosão. Os filhotes ficam em ambiente semelhante ao que vivem. Para a alimentação dos jacarés, são atraídos para o ambiente de recria insetos e vários invertebrados. Depois de um ano, os animais são identificados e devolvidos a natureza. Os criadores podem capturar a abater jacarés que vivam na fazenda, desde que esteja no limite máximo de 60% do total de animais soltos após a criação. O abate deve ser realizado em local autorizado pela inspeção sanitária. Este sistema de criação é uma alternativa aos dois outros sistemas de criação autorizados no Brasil: o farming e o ranching (MESQUITA).
4.2 Obtenção de Matrizes.
Após o criadouro ter sido registrado, uma licença e emitida para capturar e transportar matrizes. Para a obtenção de matrizes, podem ser coletados os ovos no habitat ou pode ser feita a busca de animais nos rios, capturando apenas a quantidade de ovos necessários.
Toda vez que animais forem inseridos no criadouro, deve-se fazer o isolamento e a observação destes, durante um período de 45 a 65 dias, para evitar a entrada de novas doenças. A alta temperatura e umidade do local propicia o crescimento de micro-organismos patogênicos que podem contaminar toda a criação (http://zootecniabrasil.com/2020/07/20/ criação de jacaré/)
Em um açude grande podem ser colocadas todas as matrizes. Em açudes menores, os animais podem ser separados. Os jacarés de 4 anos ficam com os de 1 ano, os de 5 anos ficam com os de 2 anos e os de 6 anos ficam juntos com os de 3 anos.
A captura dos jacarés pode ser realizada com a utilização de cambão, laço ou dardo com anestésico. O tipo de captura deve ser adaptado às condições em que o animal se encontra. Depois de capturado, a sua boca deve ser imobilizada com tiras de borracha, cordas ou fita adesiva ("Silver Tape"). Deve-se, sempre que possível, minimizar o estresse e para isso devem ser cobertos os olhos dos animais. Não é recomendável fazer capturas durante as horas mais quentes do dia. Dependendo do tamanho e peso do animal, precisa-se no mínimo de três pessoas (PROJETO ARURÁ).
4.3 Acasalamento e Postura.
Durante a cópula, o macho rodeia a fêmea em círculos cada vez mais estreitos, ambos emitem sons e mantém seus “narizes” para fora da água, na sequência o macho se encurva, passa por baixo da cauda da fêmea para então unir as cloacas. Este processo é rápido, durando cerca de 1 minuto apenas. 
 As fêmeas constroem cada uma o seu ninho, este constituído de um monte de restos de vegetais, folha e gravetos. Seu tamanho varia de 1 a 2 m de diâmetro e altura de 40 a 60 cm. A postura se inicia no começo de janeiro se estendendo até março. Cerca de 30 ovos são postos anualmente por cada fêmea.
As fêmeas têm o hábito de circular em torno do ninho para proteger e ajudar durante a eclosão.
 
Um passo indispensável para o sucesso de uma criação de jacarés é o manejo com os ovos. Eles não podem eclodir a campo, com a presença de predadores como aves, cobras e lagartos, a percentagem de eclosão cai para cerca de 10% dos ovos.
Todo cuidado deve ser tomado ao se retirar os ovos dos ninhos, eles não podem ser virados, para se evitar isso é marcado um X com caneta no ovo, que deverá ser mantido o mais próximo possível da sua posição inicial.
 Durante o transporte aconselha-se depositar um pouco da matéria do ninho para a caixa de transporte, deixando a região mais macia. São então destinados à incubadora artificial. Depois de coletar, identifica-se o ninho  por meio de uma placa contendo informações do tipo: nº do ninho; nº de ovos coletados e ano da coleta.
Fonte: criar e plantar / embrapa  www.cnpgc.embrapa.br/series/ema/Ema.htm
 
4.4 Incubação artificial
 
A incubadora pode ser confeccionada por meio de uma caixa de compensado naval, o material deve ser impermeável e forrado com placas de isopor
A temperatura deve girar entre 29 e 31 ºC, fora disso índice de eclosão cai muito (50%). Aplica-se a matéria orgânica retirada do ninho junto com os ovos, vermiculita também pode ser utilizada para evitar a perda de calor.
 Baixa umidade pode causar muitas mortes, o ideal é estar próxima de 100%, deixando um recipiente com água dentro da incubadora é um truque fácil para atingir a umidade ideal, pulverizar água sobre os ovos duas vezes ao dia também ajuda bastante.
Se estes itens estiverem adequados, em 65 dias a partir da postura ocorrerá a eclosão, cujo índice é de cerca de 90%.
Após a eclosão os filhotes são destinados às baias no barracão de engorda, 30 dias depois eles serão separados por tamanho, com o intuito de diminuir a competição por alimento.
Fonte: criar e plantar / embrapa  www.cnpgc.embrapa.br/series/ema/Ema.htm
4.5 Sistema Digestório
Conforme artigo publicado na ufsc.br/biotermas o sistema digestório da espécie jacaré tinga, e formado anatomicamente por um tubo digestório composto por estômago, intestino delgado e intestino grosso (Foto 1). A maior parte compreendida pelo estomago. O intestino delgado é constituído de duodeno e jejuno-íleo. O duodeno ficaa direito da cavidade celomática e corre caudalmente voltando-se para o lado oposto, dessa forma o tubo continua-se em jejuno-íleo, composto por várias alças tortuosas que se sobrepõem. O intestino grosso é constituído apenas por um segmento curvilíneo, o colorreto, que desemboca na cloaca. 
https://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maeli/Aulas_Bio/seminarios/trato_digestivo_repteis.pdf
 Foto: Fonte: Laboratório de Ensino e Pesquisa em Animais Silvestres (2010).
Após o preenchimento total do estomago machos e fêmeas, o tempo para o preenchimento do duodeno e do jejuno-íleo ocorreu em 6 h, e o esvaziamento dos diferentes compartimentos do trato digestório dos jacarés tinga machos ficou em 96 h, e fêmeas em 150 h. 
Foto Revista Biotemas, 27 (3), setembro de 2014
 : Imagens radiográficas do trânsito gastrintestinal do Caiman crocodilus crocodilus em todas as fases de passagem do contraste. A: estômago preenchido; B – C: estômago, duodeno e jejuno-íleo preenchidos; D: preenchimento do duodeno, jejuno-íleo e colorreto com início do esvaziamento do estômago; E: esvaziamento do intestino delgado; F: esvaziamento completo do trato digestório. 
4.6 Alimentação
Para a alimentação dos Jacarés de cativeiro, pode ser utilizado os subprodutos e descartes de criadouros de aves, suínos, bovinos, coelhos, peixes etc. Utiliza a carne moída é misturada com um composto de vitaminas e sais minerais na proporção de 3% do peso do animal. A proporção de mistura para filhotes é de 35% do peso corporal. A frequência da alimentação depende do tipo de animal, sendo que os filhotes que estão em estufa se alimentam cinco dias da semana e os reprodutores comem de uma a duas vezes por semana, num total de 7% do peso corporal. Os montes de carnes moídas são colocados as margens do tanque, distantes um do outro. O ideal e colocar ao meio-dia, pois neste horário os jacarés estão mais ativos. As sobras devem ser retiras e lavadas com lava-jato no dia seguinte. 
Foto: Jacaré se alimentando com carne moída preparada Fonte: (ARURÁ)
Quando se fornece carne embutida com salsichas e linguiças, por ser dado direto na água. O Jacaré não mastiga a carne e consegue engolir sem beber água. Para manter a calidade da água pode se criar carpas e tilápia juntos no tanque. 
A alimentação fornecida ao jacaré em cativeiro deve ser de boa qualidade contendo proteínas, vitaminas e minerais. Alimentos com excesso de gordura e deficientes em cálcio podem levar a um quadro de raquitismo. (Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR 2012)
4.7 Instalação
Conforme o IBAMA a instalação deve ter o cumprimento de alguns requisitos no criadouro como: área com cerca de tela de 1,5 m de altura; muro de alvenaria de 30 cm de altura na parte inferior; no mínimo um espaço de 40 m2 para cada animal, sendo que cerca de 10 m2 deve ser constituído de água, com um lago com 60 cm de profundidade. As laterais do lago devem ser inclinadas para facilitar o acesso dos animais e a região seca deve conter arbustos e capim para a confecção dos ninhos. O local deve conter sombra para que os animais possam se proteger do sol forte. Deve-se tomar cuidado para o tipo de árvore a ser plantada no recinto, pois as suas raízes não devem comprometer os tanques. Nos locais de criação deve haver áreas úmidas e secas, sendo preciso observar diariamente os animais para verificar a possível ocorrência de doenças (ARURA, 1997 apud AZEVEDO, 2007).
Para montar um criadouro com vinte fêmeas e cinco machos, conforme Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR 2012, são necessários no mínimo 2 hectares, contendo 2/3 de água e o resto, terra. O açude deve ter no mínimo 60 cm para que a cópula (que acontece na água) possa ser realizada. As margens dos açudes devem apresentar inclinação de 45 graus para facilitar a entrada e saída dos jacarés. É recomendável que os açudes contenham ilhas para servirem de local para os ninhos e a água permaneça limpa. Para a criação de jacarés servem locais de plantios de cultura de arroz e, até mesmo, lamaçais.
Toda a área do criadouro deve ser devidamente cercada para evitar o ataque de predadores e impedir a fuga de jacarés. A cerca deve ter 30 cm debaixo da terra e 1,50 m de altura.
É necessário haver um barracão de engorda, para onde devem ser levados os filhotes nascidos em cativeiro para o crescimento, até o momento de abate. As baias devem ter quatro metros quadrados, cada uma com 40 animais (10 animais/m2) (AZEVEDO, 2007).
Em locais frios, o barracão deve ser de alvenaria com pé direito de 1 m de altura e o centro com 2 m de altura, o que ajuda a aumentar a temperatura do ambiente. Em regiões quentes, num total de 7% do peso corporal. 
4.8 Manejo do Jacaré
O jacaré precisa de vegetação no seu habitat e as fêmeas precisam de folhas secas para fazerem os seus ninhos. A vegetação alta garante privacidade às fêmeas, evitando as brigas. A vegetação na água propicia a presença de peixes, moluscos e outros animais aquáticos que garantem a alimentação para os jacarés. (Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR 2012).
Os jacarés se adaptam bem a diferentes climas, porém preferem regiões tropicais ou temperadas. Não se deve criar jacaré em temperaturas abaixo de 5oC e em regiões secas. Os animais podem viver nessas regiões por até 150 dias sem se alimentar. A máxima altitude em que os jacarés podem ser criados é de 500 metros (Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR 2012).
Foto: Zootecnia Brasil
4.9 Cadeia produtiva do Jacaré
A criação racional de jacarés é uma atividade em desenvolvimento, cujo objetivo principal é a obtenção de couro. A carne, antes considerada um subproduto, atualmente passou a ser um produto tão forte quanto o couro em termos de comercialização (ALEIXO, 2000; PYRAN, 2010 apud FERNANDES, 2011).
A cadeia produtiva do jacaré segue as etapas mostradas no fluxograma a seguir (FIG. 9):
Em 2017 entrou em operação no Pantanal, na cidade de Corumbá - MS maior frigorífico de carne de jacaré no Brasil, com projeção de chegar a 400 toneladas / ano até 2019. Este projeto licenciado pelo IBAMA e MAPA ajuda a combater a venda ilegal de carne de jacaré. 
Foto https://www.comprerural.com/mato-grosso-do-sul-inaugura-frigorifico-de-jacare/
https://www.comprerural.com/mato-grosso-do-sul-inaugura-frigorifico-de-jacare/
http://www.megaartigos.com.br/casamento/curiosidades-casamento/como-escolher-os-cortes-de-carne
Depois do abate e esfola, a pele do animal é congelada. Dentro do curtume ela é descongelada e acrescida de cargas de biocidas, fungicidas e conservantes para não ocorrer decomposição biológica. Na etapa do remolho e calheiro é extraída a queratina. Depois, o pH é abaixado de 12 para 8,5 (CASTRO, 2004).
Em seguida, o couro é lavado com enzimas para a extração de fibras e gorduras. No píquel, banha-se a pele em ácido fórmico e clorídrico, que servem para remover as células de tecido ósseo que existem dentro do couro do animal (CASTRO, 2004).
Após o couro ter sido purificado, acrescenta-se sal de cromo para o curtimento. O recurtimento ocorre com extratos vegetais ou sintéticos de tanino. O couro de jacaré necessita de 20 dias de banhos para finalizar o processo e, após todas essas etapas, é tingido (CASTRO, 2004).
5. LISTA DE CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
https://www.montarumnegocio.com/criacao-de-jacares-em-cativeiro/ Acesso em: mar. 2021
https://ruralpecuaria.com.br/tecnologia-e-manejo/criacao-de-animais-silvestres/manejo-na-criacao-do-jacare.html Acesso em: mar. 2021
Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR Ana Vitoria Dominguez Aveiro / Criação de Jacaré em cativeiro / Acesso em: mar. 2021
ROMANELLI, Pedro Fernando; SCHMIDT, Juliana. Estudo do aproveitamento das vísceras do jacaré do pantanal (Caiman crocodilus yacare) em farinha de carne. Ciênc. Tecnol.
Aliment., Campinas, n. 23, p.131-139, 01 dez. 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/cta/v23s0/19485.pdf>. / Acesso em: mar. 2021
RODRIGUES, Erika Cristina et al. Qualidadee composição química de cortes comerciais de carne de jacaré-do-pantanal. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 2, p.448-455, 01 mar. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v31n2/a27v31n2.pdf>. / Acesso em: mar. 2021.
https://zootecniabrasil.com/2020/07/30/criacao-de-jacares/#:~:text=No%20Brasil%20h%C3%A1%20seis%20esp%C3%A9cies,%C3%BAltimos%20o%20enfoque%20nesse%20post. / Acesso em: mar. 2021
https://www.montarumnegocio.com/criacao-de-jacares-em-cativeiro/ / Acesso em: mar. 2021
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/810712/sistema-de-criacao-e-recria-de-jacare-caiman-crocodilus-yacare-no-pantanal / Acesso em: mar. 2021
REVISTA ELETRÔNICA NUTRITIME – ISSN 1983-9006 www.nutritime.com.br Artigo 277 Volume 11 - Número 06– p. 3741– 3754 novembro/dezembro 2014 CARNE DE JACARÉ – REVISÃO DE LITERATURA/ Acesso em: mar. 2021
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