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Anhanguera Educacional CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: CONFORTO AMBIENTAL TÉRMICO Profª: Ana Lúcia de Góes IV - VARIÁVEIS ARQUITETÔNICAS: PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS ELEMENTOS CONSTRUÍDOS 4.6 - FECHAMENTOS TRANSPARENTES As principais trocas térmicas em uma edificação acontecem geralmente nestes fechamentos, que compreendem janelas, clarabóias e qualquer outro elemento transparente na arquitetura. As trocas por condução e convecção, ocorrem de modo semelhante aos fechamentos opacos. Existe neste caso também a possibilidade da transmissão integral com a janela aberta, ou a transmissão por radiação através do vidro, que dependerá da transmissividade do vidro ( ). No projeto arquitetônico, as principais variáveis que podem alterar a entrada de calor pelas aberturas são: · Orientação e tamanho das aberturas · Tipo de vidro · Uso de proteções solares internas e externas ORIENTAÇÃO E TAMANHO DAS ABERTURAS Determinarão sua exposição ao sol. Deve-se pensar no calor e na luz de forma integrada. A trajetória do sol na abóbada celeste é diferente para cada orientação e para cada latitude. Normalmente se obtém os valores da radiação solar I ( W / m²) para a abertura em questão diretamente de tabelas com valores para céu claro. As cartas solares dão uma visão sobre a insolação de uma fachada em determinada latitude. Pode-se verificar o ângulo de incidência solar direta em uma fachada. Isto interferirá na quantidade de calor e de luz solar direta pela abertura. TIPOS DE VIDRO: Devido aos problemas desconforto térmico proveniente da alta transmissividade da radiação solar através dos vidros, ocorre a necessidade de desenvolvimento de novas tecnologias de produção de componentes translúcidos (vidros, policarbonatos, etc) que, basicamente, buscam o componente perfeito. · alta transmissão luminosa · baixa transmissão de calor - infra- vermelho; · baixa transmissão de ultra violeta. VIDRO SIMPLES (TRANSPARENTE) – São altamente transparentes a ondas curtas, e opacos a ondas longas (efeito estufa). Boa visibilidade, porém alta transmissividade da radiação solar para o interior. VIDRO VERDE – Absorvente. Levemente pigmentado para diminuir a transmissão de onda curta com somente um pequeno aumento na absorção da parte visível. PELÍCULAS E VIDROS ABSORVENTES (FUMÊS) – Objetiva diminuir a transmissão da onda curta, aumentando a absorção desta onda. Diminui a visibilidade, podendo implicar em gastos com iluminação artificial. São pouco reflexivos, absorvem também as ondas longas. PELÍCULAS E VIDROS REFLEXIVOS – São películas compostas por uma camada metálica em um substrato transparente, produzindo uma aparência de espelho. Os vidros reflexivos possuem esta película incorporada em sua constituição. As películas podem ser mais reflexivas a ondas curtas ou longas. Os reflexivos a ondas curtas reduzem o ingresso de calor ao interior. Os reflexivos a ondas longas reduzem as perdas para o exterior. As películas diminuem o grau de visibilidade. PLÁSTICOS – Incluem o policarbonato e o acrílico. São altamente transparentes a radiações de onda longa, reduzindo o efeito estufa. CAMADAS MÚLTIPLAS – Dependendo da colocação interna ou externa do material reflexivo, tem-se resultados diferentes. 4.7 - USO DE PROTEÇÕES SOLARES INTERNAS OU EXTERNAS Podem reduzir bastante os ganhos térmicos. As proteções internas não evitam o efeito estufa. Ex: cortinas, persianas. As proteções externas interferem na fachada arquitetônica e devem ser pensadas como elementos compositivos. Ex: Toldos, venezianas, brises, light shelf, treliças. 4.8 – FATOR SOLAR É a razão entre a quantidade de energia solar que atravessa a janela pelo que nela incide. Este valor é característico para cada tipo de abertura e varia com o ângulo de incidência da radiação solar. O vidro simples, por exemplo, com incidência direta da radiação solar normal à superfície proporciona um fator solar de aproximadamente 0,87, ou seja, 87% da radiação incidente sobre a janela com vidro simples penetrará no interior da construção. Como medida de controle do consumo energético em cidades de clima quente, devemos, sempre que possível, utilizar sistemas de aberturas com fatores solares baixos, reduzindo assim a entrada de calor para o interior do prédio. Na tabela abaixo estão os valores aproximados para tipos de vidros e proteções solares em geral. SUPERFÍCIES DAS ABERTURAS Fs VIDROS Transparente 3mm 6mm Transparente duplo 3mm Fumê 3mm 6mm Verde 3mm 6mm Reflexivo 3mm 0,87 0,83 0,75 0,72 0,60 0,72 0,60 0,26 a 0,37 PELÍCULAS Reflexiva Absorvente 0,25 a 0,50 0,40 a 0,50 ACRÍLICO Claro Cinza ou bronze Refletido 0,85 0,64 0,18 POLICARBONATO Claro Cinza ou bronze 0,85 0,64 DOMOS Claro Translúcido 0,70 0,40 TIJOLO DE VIDRO 0,56 PROTEÇÕES SOLARES Fs INTERNAS Cortina translúcida Cortina opaca Persiana inclinada 45° Persiana fechada 0,50 a 0,75 0,35 a 0,60 0,64 0,54 EXTERNAS Toldo 45° opaco Brise horizontal Light shef espelhada 0,20 0,25 0,58 O arquiteto deverá ter cuidado para não reduzir a entrada de luz natural na mesma proporção da entrada de calor. A luz natural pode ser aproveitada para iluminação do tipo zenital ou indireta. Torna-se importante o conhecimento dos materiais específicos como os vidros especiais, brises, etc. O uso de proteções solares em uma abertura é um recurso importante para reduzir os ganhos térmicos (...) as proteções internas (cortinas, persianas) não evitam o efeito estufa, pois o calor solar que as atinge se transforma em radiação de onda longa, permanecendo na sua maior parte no ambiente interior. (...) A proteção externa bloqueia a radiação direta antes de esta penetrar pelo vidro, evitando o efeito estufa. REFERÊNCIABIBLIOGRÁFICA: · LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Oscar R. "Eficiência Energética na Arquitetura". Editora: ELETROBRAS/PROCEL. Arquitetura (3ª EDIÇÃO), 2014. 20