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LICITAÇÕES Nivaldo Munari SUMÁRIO Licitações Apresentação 07 Glossário 08 Unidade 1 - Licitações 09 Fundamentos da licitação 10 Conceito de licitação 11 Licitações: da supremacia das normas constitucionais e as outras espécies normativas 12 Competência para legislar sobre licitação 13 Princípios da licitação 15 Objeto e regimes jurídicos das licitações 17 Unidade 2 - Regime jurídico da lei nº 8.666/1993 Comissão de licitação 23 Modalidades de licitação 26 Tipos de licitação 30 Procedimentos adotados 30 Regimes de execução 33 Unidade 3 - Regime jurídico da lei nº 8.666/1993 fase interna Fase Interna 36 Documentos da licitação 39 Unidade 4 - Regime jurídico da lei nº 8.666/1993 fase externa (parte I) Fase externa 48 Fase externa - Aviso de licitação 50 Fase externa - Prazos mínimos de divulgação dos avisos de licitação 52 Fase externa - Impugnação ao edital 56 Fase externa - Etapas de habilitação e de propostas 58 Unidade 5 - Regime jurídico da lei nº 8.666/1993 fase externa (parte II) Etapa de habilitação 63 Etapa de propostas 70 47 35 22 62 78 Inabilitação de todos os licitantes ou desclassificação de todas as propostas 74 Anulação 77 Unidade 6 - Tratamento diferenciado a microempresas, empre- sas de pequeno porte e cooperativa Revisão final 90 LICITAÇÕES 7 A P R E S E N TAÇ ÃO APRESENTAÇÃO Olá, caro(a) cursista! Seja bem-vindo(a) ao Curso de Licitações. Licitação é um tema muito recorrente na Administração Pública e todos os servidores públicos, em qualquer esfera do Governo, têm a necessidade de conhecer sobre esse assunto, pois é por esse processo que o governo compra e contrata serviços seguindo regras editadas por meio de leis e regulamentos. Dessa forma, apresentaremos aqui o conjunto de procedimentos administrativos do processo de Licitação dos governos: Federal, Estadual e Municipal. Abordaremos as Leis que regem os processos e esperamos alcançar o nosso objetivo, que é aumentar a eficiência na área de licitações do Governo do Estado de São Paulo, reduzindo erros que dificultem o processo licitatório e causem prejuízos ao erário público. A partir de agora, você percorrerá um caminho composto por seis unidades. Veja um breve resumo de cada uma delas. ♦ Unidade 01 - Licitações: Esta unidade aborda o princípio constitucional da obrigatoriedade da licitação, as raízes das licitações no Brasil e, de forma geral, os seus conceitos. ♦ Unidade 02 - Regime Jurídico da Lei Nº 8.666/1993 F: Esta unidade mostra como é formada a comissão de licitação, quais as modalidades, tipos e regimes de execução de licitação. ♦ Unidade 03 - Regime Jurídico da Lei Nº 8.666/1993 F - Fase Interna: Esta unidade aborda a fase interna do Regime Jurídico da Lei nº 8.666/1993 F que é aquela em que a tomada das providências necessárias ao processamento do procedimento licitatório compete à Administração. ♦ Unidade 04 - Regime Jurídico da Lei Nº 8.666/1993 F - Fase Interna (Parte 1): Esta unidade aborda a fase externa do Regime Jurídico da Lei nº 8.666/1993 F. Essa fase se inicia com a divulgação do aviso de licitação. Este assunto está dividido em duas partes, sendo esta unidade a primeira parte. ♦ Unidade 05 - Regime Jurídico da Lei Nº 8.666/1993 F - Fase Interna (Parte 2): Esta unidade aborda a fase externa do Regime Jurídico da Lei nº 8.666/1993 F. Essa fase se inicia com a divulgação do aviso de licitação. Este assunto está dividido em duas partes, sendo esta unidade a segunda parte. ♦ Unidade 06 - Tratamento diferenciado a microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativa : Esta unidade aborda outros direitos que a Lei Complementar nº 123/2006 F criou ao cuidar 8 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO do tratamento diferenciado em matéria de licitações e contratos administrativos. Agora que já conhecemos um pouco da trajetória que nos espera, vamos começar com a Unidade 01 abordando o conceito da licitação e seus princípios. Então, bons estudos! GLOSSÁRIO: F- Federal E - Estadual LICITAÇÕES UNIDADE 01 - Licitações 10 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO As licitações no Brasil têm raízes na Constituição da República, mais precisamente em seu artigo 37, inciso XXI, apresentado nos seguintes termos: O dispositivo constitucional transcrito anteriormente estabelece o denominado “princípio da obrigatoriedade da licitação”, que consiste no seguinte: todas as vezes que a administração direta (administração centralizada, ministérios, secretarias e todos os órgãos que os integram) e a administração indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações etc), de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas as esferas de governo (União, Estados membros da federação, Distrito Federal e Municípios), pretenderem realizar contratações, em regra, estas contratações devem ser precedidas de licitação. Por isso se fala em “princípio da obrigatoriedade da licitação”. As exceções a essa regra, como o próprio inciso XXI registra, são os casos especificados na legislação, ou seja, os denominados casos de “dispensa de licitação”, previstos expressamente nos artigos 17 e 24 da Lei federal n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993 e os casos de “inexigibilidade de licitação”, disciplinados no artigo 25 da mesma lei. Portanto, em razão do “princípio da obrigatoriedade da licitação”, pode-se afirmar que todas as contratações devem ser precedidas de licitação, ressalvados apenas os casos de “dispensa” e “inexigibilidade”, previstos em Lei e antes indicados. FUNDAMENTOS DA LICITAÇÃO O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO Artigo 37 F. A administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXI - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações, serão contratados mediante processo de licitação pública, que assegure a igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da Lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (BRASIL, 1988, on-line). A Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993, mencionada anteriormente, regulamenta o artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal e institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. IMPORTANTE! 11 L I C I TAÇÕ E S Após apresentarmos o princípio da obrigatoriedade da licitação na administração pública, você pode estar se perguntando: “o que é licitação?” Afinal, é um conceito-chave para o nosso estudo! Bom, o conceito de licitação pode ser obtido a partir dos elementos integrantes do comando legal do artigo 3° da Lei n° 8.666 F, de 21/06/1993, que estabelece: Aos elementos que compõem o artigo 3° transcrito, a prestigiosa doutrina de Justen Filho agrega a ideia de procedimento administrativo e oferece a seguinte conceituação para a licitação: O conceito de procedimento administrativo, por sua vez,pressupõe a prática de atos encadeados entre si, seguindo a prática desses atos uma ordem estabelecida em Lei ou em regulamento, com vistas ao alcance de um objetivo final, que no caso da licitação é a seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela administração pública. Dessa forma, podemos entender a licitação como um procedimento administrativo de caráter competitivo, cujo objetivo principal, como já vimos, é a seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela administração. Paralelamente à seleção da proposta mais vantajosa, a licitação visa ainda à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, prevendo os §§ 5° a 13° do artigo 3º da Lei n° 8.666/1993 F, nesse sentido, regras que permitem a concessão de margem de preferência aos serviços e produtos manufaturados nacionais. A seleção da proposta mais vantajosa pretendida com esse procedimento competitivo há de ser conduzida de acordo com critérios objetivos previstos no edital da própria licitação e com: CONCEITO DE LICITAÇÃO “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos” (BRASIL, 1993, on-line). “A licitação é um procedimento administrativo que visa à seleção, de acordo com critérios objetivos predeterminados, da proposta mais vantajosa a ser contratada pela administração pública e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, assegurada a ampla participação de interessados e a isonomia entre eles, com a observância de todos os requisitos legais exigidos” (JUSTEN FILHO, 2014). 12 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Quando da apresentação do conceito de licitação, viu-se que o procedimento licitatório objetivando a seleção da proposta mais vantajosa deve assegurar a ampla participação dos interessados e a igualdade entre eles (tratamento isonômico), bem como deve ser conduzido com a observância de todos os requisitos legais exigidos. Em face do caráter eminentemente competitivo deste procedimento, é comum a existência de litígios entre os participantes. No mais das vezes, tais litígios decorrem exatamente da interpretação das normas que disciplinam as licitações, de modo que, para a solução desses litígios é indispensável que se tenha a devida compreensão acerca das espécies normativas aplicáveis às licitações e da hierarquia entre elas. Tais espécies normativas são as seguintes: Na forma em que colocadas anteriormente, as espécies normativas se apresentam em ordem hierárquica decrescente de prevalência, umas sobre as outras, de maneira que as normas constitucionais (Constituição da República, Constituições dos Estados membros da federação brasileira), por ocuparem o topo da hierarquia prevalecem e não podem ser contrariadas pelas demais espécies normativas (leis complementares e leis ordinárias, decretos, demais atos regulamentares). As eventuais e indesejáveis disposições das demais espécies normativas contrárias às normas constitucionais as tornam inconstitucionais e, por isso, inaplicáveis. garantindo-se aobservância de todos os requisitos legais exigidos isonomia entre todos os participantes. LICITAÇÕES: DA SUPREMACIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS E AS OUTRAS ESPÉCIES NORMATIVAS 13 L I C I TAÇÕ E S A competência para legislar em matéria de licitações e contratos administrativos é disciplinada nos seguintes dispositivos da Constituição da República (BRASIL, 1998, on-line): Da mesma forma, as disposições das demais espécies normativas (decretos e demais atos regulamentares) contrárias às leis complementares e às leis ordinárias as tornam ilegais e, por isso, inaplicáveis. Igualmente e seguindo-se o mesmo raciocínio, as disposições dos demais atos regulamentares (resoluções, portarias, ordens de serviço, instruções etc.) contrárias aos decretos também não prevalecem e são inaplicáveis. IMPORTANTE! COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE LICITAÇÃO “Artigo 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII - Normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no artigo 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do artigo 173, § 1°, III”. “Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em Lei. § 1°. A Lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: III - Licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública”. 14 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Conforme se vê pelo teor dos dispositivos constitucionais transcritos anteriormente, à União compete legislar com exclusividade apenas sobre normas gerais de licitação e contratos administrativos. Há controvérsias sobre a definição precisa a respeito do que seriam normas gerais. A maioria dos autores sustenta que seriam aquelas que veiculam regras que atuam na implementação de princípios. Em matéria de licitações e contratos administrativos, segundo Justen Filho (2014, p. 22): Como a competência da União se limita apenas à edição de normas gerais, os demais entes federativos, tais como: têm competência para editar normas não gerais. “A fórmula ‘normas gerais’, utilizada pela Constituição no tocante à licitação e ao contrato administrativo, não permite uma interpretação de natureza ‘aritmética’. Ou seja, não existem critérios abstratos e gerais bastantes e suficientes para diferenciar normas gerais e não gerais. A distinção deve ser feita em vista das características da matéria disciplinada [...]. Assim, pode-se afirmar que norma geral sobre licitação e contratação administrativa é um conceito jurídico indeterminado cujo núcleo de certeza positiva compreende a disciplina imposta pela União e de observância obrigatória por todos os entes federados (inclusive da administração indireta), atinente à disciplina de: a) Requisitos mínimos necessários e indispensáveis à validade da contratação administrativa; b) Hipóteses de obrigatoriedade e de não obrigatoriedade de licitação; c) Requisitos de participação em licitação; d) Modalidades de licitação; e) Tipos de licitação; f) Regime jurídico da contratação administrativa.” No Estado de São Paulo, tanto a Procuradoria Geral do Estado (PGE) quanto o Tribunal de Contas do Estado (TCE) têm posição firmada há muito tempo, no sentido de se aplicarem às licitações e aos contratos administrativos, em regra, as normas da Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993 (Lei que contém as normas gerais sobre licitações e contratos administrativos), em detrimento da Lei n° 6.544 E, de 22 de novembro de 1989 (Lei que dispõe sobre o estatuto jurídico das licitações e contratos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações, concessões e locações no âmbito da administração centralizada e autárquica). 15 L I C I TAÇÕ E S Antes de ver os princípios da licitação, é preciso entender o que são princípios. Você “arriscaria” uma resposta? Bom, a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, utilizando-se do conceito do professor José Cretella Júnior, leciona que: E, afinal, quais são os princípios da licitação? Todos os princípios previstos no artigo 37 da Constituiçãoda República e que regem a atuação da Administração Pública na prática de seus atos aplicam-se às licitações, bem como os princípios indicados no artigo 3° da Lei nº 8.666/1993 F, sendo que muitos destes últimos constituem mera repetição de princípios indicados no artigo 37 da referida Constituição. Conheça agora as noções básicas a respeito de cada um dos princípios indicados nos dispositivos normativos transcritos anteriormente: ♦ Legalidade: A vontade da Administração decorre da Lei. A Administração só faz o que a lei permite. ♦ Impessoalidade: A Administração não pode atuar com o objetivo de prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas; deve, sim, buscar sempre o interesse coletivo. ♦ Moralidade: Não admite conduta ofensiva à ética e à moral, mesmo na ausência de disciplina legal. ♦ Publicidade: Vedação ao sigilo, salvo em relação a informações consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura (artigo 3°, §3°; 4° e 63, da Lei 8.666/1993 F). A Lei nº 12.527/2011 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO “Princípios de uma ciência são as proposições básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência” (ZANELLA DI PIETRO, 2013 apud CRETELLA JÚNIOR, 2015, p. 222). Eis o teor literal dos mencionados dispositivos normativos: “Artigo 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:” “Artigo 3°. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos” (BRASIL, 1998, on-line). F 16 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO disciplina situações enquadradas na categoria “informações consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado”. ♦ Eficiência: Ligado à ideia segundo a qual a atuação da Administração não deve ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo também resultados positivos para o ente público e para a comunidade (pressupõe planejamento, fiscalização, controle, avaliação). ♦ Probidade administrativa: Ideia de ação com honestidade. É vedado superpor um interesse particular (próprio ou de terceiro) ao interesse público, a obtenção de vantagens pessoais ou a imposição de prejuízos decorrentes de preferências pessoais. ♦ Vinculação ao instrumento convocatório: Os atos e decisões praticados no procedimento licitatório não podem ser contrários às regras do edital. ♦ Julgamento objetivo: As decisões devem ser tomadas à luz das condições estabelecidas no edital, com base em elementos objetivos existentes no procedimento e no mundo real. Não se admite a subjetividade do julgador. Muito bem, vejamos agora os mais importantes princípios correlatos que estão referidos no artigo 3° da Lei n° 8.666/1993 F e suas respectivas noções básicas: ♦ Motivação: Toda decisão tomada no procedimento licitatório deve indicar os fundamentos de fato e de direito que a embasam. É indispensável ao controle prévio da legalidade dos atos. ♦ Razoabilidade e Proporcionalidade: Coerência e proporcionalidade entre os meios utilizados para o alcance da finalidade. A razoabilidade e a proporcionalidade não devem ser medidas pelos critérios pessoais do administrador, mas segundo padrões comuns da sociedade. São fatores que limitam a discricionariedade do administrador. ♦ Economicidade: A Administração deve buscar o menor preço possível por meio da relação custo-benefício. ♦ Supremacia do interesse público: O interesse da coletividade se sobrepõe aos interesses particulares dos indivíduos. A Lei nº 12.527/2011 F regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do artigo 5º, no inciso II do § 3º do artigo 37 e no § 2º do artigo 216 da Constituição Federal. NOTA: 17 L I C I TAÇÕ E S ♦ Ampla e prévia defesa e do contraditório: Todas as decisões que interfiram na seara de direitos dos indivíduos, antes de editadas, demandam a garantia do direito de prévia e ampla defesa por parte dos atingidos pela decisão (apresentação dos argumentos de fato e de direito que o interessado entender pertinentes, de forma escrita ou oral, conforme o caso), bem como do contraditório (direito do interessado contradizer argumentos que lhe são desfavoráveis, apresentando todas as provas de seu interesse, inclusive arguindo testemunhas arroladas). No caso das licitações e dos contratos administrativos, os princípios constituem instrumentos importantes para solução de eventuais conflitos em situações às quais não exista disposição normativa específica cuja aplicação possa resolver o conflito, ou diante da existência de diversas disposições normativas distintas entre si e todas aplicáveis à solução do conflito, de modo que a aplicação de uma das disposições em detrimento da outra poderia significar a negativa de vigência da disposição não aplicada. Nesse sentido, a invocação do princípio justifica, no caso concreto e à luz de sua situação específica, a aplicação de uma norma em detrimento da outra. Além de entender o objeto, é necessário entender o regime jurídico. E aí surge a questão: o que é regime jurídico e como ele se relaciona com as licitações? A expressão regime jurídico diz respeito à existência de uma ou mais normas em vigor, disciplinando um determinado assunto. Assim, ao se indagar sobre os regimes jurídicos das licitações, o que se pretende saber, em última análise, é quais são as normas em vigor que disciplinam essa matéria. Atualmente no Brasil, estão em vigor diversos regimes jurídicos distintos entre si em matéria de licitações e contratos administrativos. Cada um deles tem suas regras próprias e elas, muitas vezes, tratam questões idênticas de forma diferente (por exemplo: o regime da OBJETOS E REGIMES JURÍDICOS DAS LICITAÇÕES 18 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Lei n° 8.666/1993F estabelece o julgamento da habilitação antes do julgamento das propostas e a possibilidade de interposição de dois recursos, enquanto que o regime da Lei nº 10.520/2002 F, que disciplina o pregão, prevê em primeiro lugar o julgamento das propostas e depois o da habilitação e possibilita a interposição de apenas um recurso). Essa diversidade de tratamento torna imperioso conhecê-los em suas especificidades, especialmente o âmbito de aplicação de cada um desses regimes. Que tal você conhecer os regimes jurídicos em vigor e seus âmbitos de aplicação? Para isso, organizamos o tema em ordem cronológica.1993 (I) Lei n° 8.666 F, de 21/06/1993: regulamenta o inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Aplica-se às licitações e contratações de compras, serviços, obras e alienações. 1995 (II) Lei n° 8.987 F, de 13/02/1995: dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no artigo 175 da Constituição Federal e dá outras providências. 2002 (III) Lei n° 10.520 F, de 17/07/2002: institui no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns e dá outras providências. Aplica-se às licitações para aquisição de bens e serviços comuns. 2004 (IV) Lei n° 11.079 F, de 30/12/2004: institui normas gerais para licitação e contratação deparceria público-privada no âmbito da administração pública. 19 L I C I TAÇÕ E S 2010 (V) Lei n° 12.232 F, de 29/04/2010: dispõe sobre as normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda e dá outras providências. 2011 (VI) Lei n° 12.462 F, de 04/08/2011: institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). Aplica-se exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização: a) Dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016; b) Da Copa das Confederações da FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014; c) De obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 Km das cidades sedes da Copa das Confederações e da Copa do Mundo; d) Das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) (incluído pela Lei n° 12.688/2012 F; e) Das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (incluído pela Lei n° 12.745/2012 F); f) Das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma de estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativo (incluído pela Lei n° 13.190/2015 F); g) Das ações no âmbito da segurança pública (incluído pela Lei n° 13.190/2015 F); h) Das obras e serviços de engenharia relacionadas a melhorias da mobilidade urbana ou ampliação de infraestrutura logística (incluído pela Lei n° 13.190/2015 F); i) Dos contratos a que se refere o artigo 47-A da Lei n° 12.462/2011 F, que instituiu o RDC (contratos de locação de bens móveis e imóveis, nos quais o locador realiza prévia aquisição, construção ou reforma substancial, com ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo ou por terceiros, do bem especificado pela administração) (incluído pela Lei n°13.190/2015 F); As alíneas “h” e “i” correspondem aos incisos VIII e IX, respectivamente, do artigo 1°, da Lei nº 12.462/2011 F. A eficácia desses incisos está suspensa em razão de decisão liminar proferida na Ação de Mandado de Segurança impetrada pelo Senador Álvaro Dias, junto ao Supremo Tribunal Federal (MS 33889/DF). A concessão da medida liminar foi deferida pelo Ministro Relator, Roberto Barroso, em 19/11/2015. NOTA: 19 20 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO 2011 j) Das ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação (incluído pela Lei n° 13.243/2016 F); k) De obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino e de pesquisa, ciência e tecnologia (redação dada pela Lei nº 13.190/2015 F); l) Das obras e serviços no âmbito do Programa Nacional de Drenagem Portuária e Hidroviária II (Lei n° 12.815 F, de 05/06/2013 – artigo 54, § 4°); m) Da modernização, construção, ampliação ou reforma de aeródromos públicos, realizados diretamente pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, ou a seu critério, por instituição financeira pública federal (artigo 63-A e seu § 1°, da Lei 12.462/2011 F, incluídos pela Lei nº 12.833/2013 F); n) Por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), de todas as ações relacionadas à reforma, modernização, ampliação ou construção de unidades armazenadoras próprias destinadas às atividades de guarda e conservação de produtos agropecuários em ambiente natural (Lei n° 12.873 F de 24/10/2013 – artigo 1°). 2012 (VII) Lei n° 12.598 F, de 21/03/2012: estabelece normas especiais para as compras, as contratações e o desenvolvimento de produtos e de sistemas de defesa; dispõe sobre regras de incentivo à área estratégica de defesa; altera a Lei nº 12.249 F, de 11 de junho de 2010 e dá outras providências. 2016 (VIII) Lei n° 13.303 F, de 30/06/2016: dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Nos artigos 28 a 90 estão contidas normas sobre licitações e contratos aplicáveis às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União, ou seja de prestação de serviços públicos. 21 L I C I TAÇÕ E S Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta Unidade 01. Abordamos aqui o conceito de licitação, as normas constitucionais e as outras espécies normativas que circundam o processo da licitação. Na Unidade 02, você verá como são formada as comissões, as modalidades e os tipos de licitação, e quais são os regimes de execução delas. Até lá. LICITAÇÕES UNIDADE 02 - Regime jurídico da lei nº 8.666/1993 F 23 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 Olá, bem-vindo(a) à Unidade 02 do nosso curso! Antes de iniciarmos esta unidade, vamos relembrar o que falamos na Unidade 01. Lá, estudamos os princípios das leis que são obrigatórias para se fazer uma licitação, como as licitações se iniciaram no Brasil e de forma geral, aprendemos os conceitos de licitação. Agora, na Unidade 02, conheceremos como uma comissão é constituída, suas modalidades de licitação e os tipos de licitação. Vamos lá. Bom aprendizado! Caro(a) aluno(a), conforme já salientado na unidade anterior, a licitação é um procedimento administrativo competitivo, cujo principal objetivo é a seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela Administração Pública. Essa seleção se faz com base em análises e julgamentos realizados no curso do procedimento, os quais serão abordados mais adiante. Em regra, a condução e a realização efetiva dessas análises e julgamentos competem à comissão de licitação. É importante salientar que a regra citada comporta duas exceções que são previstas nos artigos 51 (§ 1°) e 53 da Lei n° 8.666/1993 F: COMISSÃO DE LICITAÇÃO Alcança apenas os casos de pequenas unidades administrativas, no qual há exiguidade de pessoal disponível e, exclusivamente, nas licitações que é possível a adoção da modalidade licitatória convite. Nessa hipótese, a comissão de licitação pode ser substituída por servidor formalmente designado por autoridade competente, o denominado “servidor responsável pelo convite”. Alcança os procedimentos em que se adota a modalidade licitatória leilão. Nesse caso, a condução e as decisões podem ser atribuídas ao leiloeiro oficial, na forma da legislação que rege a atividade de leiloeiro ou a servidor designado pela Administração. Exceção 1 (Artigo 51) Exceção 2 (Artigo 53) 24 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO As comissões de licitação devem ser integradas por no mínimo três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes do órgão responsável pela licitação. Para esses dois membros, a existência do vínculo empregatício é imprescindível, não importa o tipo (se estatutário, celetista, cargo em comissão etc.). As comissões de licitação podem ser especiais ou permanentes. Denominam-se: ♦ Especiais aquelas indicadas especificamente para atuar em uma determinada licitação. ♦ Enquanto que as Permanentes são aquelas constituídas para atuar na generalidade das licitações do órgão. Ou seja, você percebeu que as comissões especiais são designadas nos autos do procedimento específico no qual atuarão e as comissões permanentes são designadas por ato normativo regulamentar da autoridade competente do órgão (portaria, entre outros). O período máximo de investidura de membros das comissões permanentes é de um ano, sendo vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente. Mas, como são escolhidos esses membros das comissões de licitação? Tanto as especiais como as permanentes deliberam pelo voto da maioria dos seus membros e todos os membros respondem solidariamente, ou seja, respondem igualmente por todos os atos praticados pela comissão,salvo se eventual posição divergente de um ou mais membros for objeto de manifestação fundamentada e expressamente registrada em ata da reunião em que a decisão houver sido tomada. No Estado de São Paulo, o Decreto n° 36.226 E, de 15/12/1992, veicula regras específicas sobre a constituição de comissões especiais ou permanentes de licitação em seus artigos 1°, §§ 1° a 3° e 2°, inciso I. Mas você deve ficar ciente que a exceção a essa regra ocorre unicamente nos casos em que se adota a modalidade licitatória concurso, hipótese em que o julgamento será feito por comissão especial, formada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria a ser examinada, podendo ser essas pessoas servidores públicos ou não. IMPORTANTE! 25 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 São elas: Em relação às licitações na modalidade concorrência: 1. Para a constituição das comissões especiais ou permanentes, as entidades da sociedade civil de ilibado conceito público, considerados os objetivos da licitação, deverão ser convidadas a indicar 1/3 (um terço) dos membros da comissão; 2. Os membros indicados por essas entidades serão designados para integrarem as comissões por ato do Secretário de Estado ou do Superintendente de autarquia ao qual esteja vinculado ao órgão responsável pela licitação, ou por autoridade a quem esta competência tenha sido delegada; 3. As Secretarias de Estado e as autarquias deverão manter cadastro permanente, sempre atualizado, das entidades da sociedade civil antes mencionadas, classificadas pela finalidade que orientou a sua constituição; 4. As funções dos membros de comissões de licitações indicados por tais entidades não serão remuneradas, porém serão consideradas como de serviço público relevante. Em relação às licitações na modalidade tomada de preços: 1. Um dos membros da comissão especial ou permanente deverá ser indicado pelo Secretário de Estado ou do Superintendente de autarquia ao qual esteja vinculado ao órgão responsável pela licitação, ou por autoridade a quem essa competência tenha sido delegada. Caro(a) aluno(a), antes de entrarmos no tópico Modalidades de Licitação, é importante deixar claro que não podemos confundir, ao se tratar de licitação, os termos: 26 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Duas ideias distintas entre si emergem da expressão modalidades de licitação: ♦ Está relacionada à maior ou menor possibilidade de participação na licitação, de tal modo que, conforme a modalidade adotada, a participação de interessados em contratar com a Administração pode ser mais ampla ou mais restrita. ♦ Está relacionada à forma de processamento do procedimento licitatório, ou, como já visto por ocasião do estudo do conceito de licitação, ao “passo a passo” do procedimento, ou dos atos praticados de forma encadeada entre si, em uma ordem estabelecida em lei ou regulamento, com vistas à seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela Administração. Nesse sentido, pode-se afirmar que o “passo a passo” do procedimento varia de acordo com a modalidade licitatória adotada. MODALIDADES DE LICITAÇÃO Existem hoje no Brasil seis modalidades licitatórias. Cinco delas, as estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F, serão abordadas a seguir. A sexta e última, introduzida no ordenamento jurídico pela Lei n° 10.520/2002 F e denominada “pregão”, justamente por não integrar o regime jurídico da Lei n° 8.666/1993 F, não será aqui analisada e merecerá estudo em um curso específico. A seguir, você vai ver essas modalidades divididas em especiais (concurso e leilão) e comuns (concorrência, tomada de preços e convite). IMPORTANTE! 27 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 Pois bem, o regime da Lei n° 8.666/1993 F contempla cinco modalidades licitatórias. As modalidades de concurso e leilão podem ser consideradas “especiais” porque são aplicáveis a situações específicas: ♦ Concurso: é a modalidade utilizada para seleção de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores. ♦ Leilão: é a modalidade utilizada para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração, ou legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a venda de bens imóveis adquiridos em procedimentos judiciais ou em dação em pagamento. Já as modalidades concorrência, tomada de preços e convite podem ser consideradas “comuns” porque são passíveis de aplicação de forma geral às contrações de compras, serviços e obras: ♦ Concorrência: é a modalidade em que podem participar da licitação quaisquer interessados que atuem no ramo do objeto do contrato. ♦ Tomada de preços: é a modalidade em que podem participar da licitação os interessados cadastrados e os não cadastrados, que atuem no ramo do objeto do contrato e que comprovarem preencher as condições para cadastramento até 3° dia anterior à apresentação das propostas. ♦ Convite: é a modalidade em que podem participar da licitação os interessados convidados pela Administração e os demais interessados cadastrados e não convidados, que atuem no ramo do objeto do contrato e que manifestarem interesse até 24 horas antes da apresentação das propostas. As características antes transcritas das modalidades comuns, no tocante à participação em cada uma das três modalidades, permitem aferir que: Nas modalidades licitatórias de Tomada de Preços e Convite, você percebeu que ambas falam o termo “interessados cadastrados”, ele se refere ao cadastramento de interessados em participar de licitações que é disciplinado nos artigos 34 a 37 da Lei n° 8.666/1993 F. No Estado de São Paulo, por exemplo, esse cadastramento é feito no Cadastro Unificado de Fornecedores do Estado de São Paulo (CAUFESP), instituído e regulamentado pelo Decreto n° 52.505 E, de 27/09/2007. IMPORTANTE! 28 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Agora que são conhecidas as características de cada licitação no tocante às regras de participação, vale repetir ainda uma vez, a bem da indispensável memorização, que as ditas modalidades comuns, concorrência, tomada de preço e convite são utilizadas de forma geral às contratações tanto de compras quanto de serviços e obras. Bem, por isso, caro(a) aluno(a), o critério legal utilizado para adoção de uma dessas modalidades, em cada caso concreto, é o do valor estimado para a respectiva contratação, ou seja, é o valor estimado da contratação que obriga a adoção da modalidade licitatória, de acordo com a seguinte escala de valores (atualizada pelo Decreto nº 9.412 F, de 18/06/2018): ♦ (I) Convite: Adota-se nos casos de compras e serviços (exceto serviços de engenharia) com valor estimado de contratação até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais) e de obras e serviços de engenharia com valor estimado de contratação até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais); ♦ (II) Tomada de preços: Adota-se nos casos de compras e serviços (exceto serviços de engenharia) com valor estimado de contratação até R$ 1.430.000,00 (um milhão quatrocentos e trinta mil reais) e de obras e serviços de engenharia com valor estimado de contratação até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); ♦ (III) Concorrência: Adota-se nos casos de compras e serviços (exceto serviços de engenharia) com valor estimado de contratação acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão quatrocentos e trinta mil reais) e obras e serviços de engenharia com valor estimado de contratação acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais). A análise da escala antes apresentada demonstra que a fixação dos valores para a adoção de determinada modalidade licitatória levou em consideração a possibilidade de maior ou menor participação de O universo de participantes na Concorrência é mais amplo do que na Tomada de Preços e no Convite, já que: ♦ na Concorrência, a participação não está condicionada ao prévio cadastramento no sistema de registro cadastral e nem à necessidadede comprovar o preenchimento das condições de cadastramento até o 3° dia anterior à apresentação das propostas. Da mesma forma, constata-se que: ♦ na Tomada de Preços a possibilidade de participação é mais ampla do que no Convite, na medida em que o prévio cadastramento no sistema de registro cadastral é dispensável, caso a documentação apresentada na licitação com as propostas e para a habilitação comprove que o interessado preenchia as condições para o cadastramento, até 3° dia anterior à data marcada para apresentação das propostas. 29 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 interessados na licitação. O critério foi reservar a concorrência para os casos em que, conforme já se viu, a possibilidade de participação é mais ampla e os valores estimados de contratação mais altos. Para valores intermediários, reservou-se a Tomada de Preços, na qual a possibilidade de participação é mais restrita do que na Concorrência, porém, mais ampla do que no Convite. Para os casos de valores estimados de contratação mais baixos reservou-se o Convite, que é a modalidade na qual a possibilidade de participação é a mais restrita das três. Apesar da regra do valor estimado da contratação como critério para adoção de uma das modalidades comuns (Concorrência, Tomada de Preços ou Convite), é permitida a adoção da modalidade Concorrência nos casos em que cabe a adoção da Tomada de Preços e Convite, e pode ser adotada a modalidade Tomada de Preços nos casos em que cabe a adoção da modalidade Convite. O contrário não é admitido porque implicaria violação da regra do valor estimado da contratação, que é critério de adoção de modalidade licitatória, restringindo a participação de interessados em licitações de maior valor. A Lei n° 8.666/1993 F estabelece as seguintes regras peculiares à modalidade Convite: No Estado de São Paulo, por exemplo, o Decreto n° 36.226 E, de 15/12/1992, estabelece mais duas regras de observância obrigatória em relação às licitações na modalidade convite: 1. Salvo por impossibilidade comprovada, deverão ser convidados pelo menos 6 (seis) interessados do ramo pertinente ao objeto da licitação, superando assim a quantidade mínima estabelecida no artigo 22, § 3°, da Lei n° 8.666/1993 F, que, como se viu, é de 3 (três) convidados (artigo 2°, inciso II); 2. As unidades licitantes devem remeter cópia do instrumento convocatório ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de 30 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO São Paulo (Sebrae) e ao Sindicato de Micros e Pequenas Empresas na Indústria do Estado de São Paulo (SIMPI). Ainda no Estado de São Paulo e em relação à modalidade licitatória Convite, existe o denominado “Convite Eletrônico” integrado à Bolsa Eletrônica de Compras do Governo do Estado de São Paulo (BEC/SP), regulamentado pelo Decreto n° 61.363 E, de 08/07/2015. Esse “Convite Eletrônico” é um sistema eletrônico desenvolvido para a realização de licitações na modalidade convite. É utilizado exclusivamente nos casos de compras de bens em parcela única e entrega imediata, em que o procedimento competitivo para a seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela Administração ocorre integral e, exclusivamente, por meios eletrônicos. Agora, abordaremos os tipos de licitação, que não podem ser confundidos com modalidades de licitação. A expressão “tipos de licitação” diz respeito aos critérios de julgamento estabelecidos na legislação brasileira para a seleção da proposta mais vantajosa nos procedimentos licitatórios. Vamos conhecê-los melhor. A Lei n° 8.666/93 F, em seu artigo 45, § 1°, contempla 04 (quatro) tipos de licitação. A proposta vencedora no tipo menor preço é aquela que atende a todas as condições estabelecidas no edital e oferece o menor preço. O tipo melhor técnica é utilizado nas contratações de serviços de natureza predominantemente intelectual e a seleção da proposta vencedora é obtida com a utilização de critérios técnicos e negociação do preço. TIPOS DE LICITAÇÃO MENOR PREÇO MELHOR TÉCNICA 31 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 O tipo técnica e preço, tal qual o tipo melhor técnica, é utilizado nas contratações de serviços de natureza predominantemente intelectual, porém, a seleção da proposta vencedora considera, conjugadamente, fatores técnicos e de preço. A utilização dos tipos “melhor técnica” e “técnica e preço” adotáveis, como se viu, em serviços de natureza predominantemente intelectual, comporta uma exceção prevista expressamente no § 3° do artigo 46 da Lei n° 8.666/1993 F, que assim dispõe: O tipo maior lance ou oferta é adotado nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso e, como a própria expressão maior lance ou oferta sugere, a proposta vencedora é aquela que oferece o maior valor. Os julgamentos nos casos em que é adotado o tipo Melhor Técnica obedecem ao seguinte procedimento, estabelecido no artigo 46 da Lei nº 8.666/1993 F: 1. Apresentação de propostas técnicas e de propostas de preços por parte dos licitantes, em dois envelopes distintos, um contendo a proposta técnica e o outro a proposta de preço; 2. Abertura e avaliação das propostas técnicas dos licitantes, de acordo com os critérios técnicos estabelecidos no edital; 3. Abertura das propostas de preços dos licitantes classificados na avaliação das propostas técnicas. Serão classificadas apenas as propostas que tenham atingido a pontuação mínima exigida para a classificação, com base no somatório da pontuação ou das notas atribuídas aos diversos quesitos técnicos analisados. Portanto, os licitantes desclassificados na avaliação das propostas técnicas sequer terão abertas as suas propostas de preços; 4. Negociação do preço com o detentor da proposta técnica melhor classificada, com base nos orçamentos da Administração e tendo TÉCNICA E PREÇO “Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para o fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no edital”. MAIOR LANCE OU OFERTA 32 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO como limite o valor da proposta de menor preço e preço máximo estabelecido no edital, dentre os licitantes classificados; 5. Negociação com os demais classificados respeitada a ordem de classificação, caso a negociação com o detentor da proposta vencedora melhor técnica resulte infrutífera. Os julgamentos nos casos em que é adotado o tipo Técnica e Preço obedecem ao seguinte procedimento, estabelecido no artigo 46 da Lei nº 8.666/1993 F: 1. Apresentação de propostas técnicas e de propostas de preços por parte dos licitantes, em dois envelopes distintos, um contendo a proposta técnica e o outro a proposta de preço; 2. Abertura e avaliação das propostas técnicas dos licitantes, de acordo com os critérios técnicos estabelecidos no edital. Serão classificadas apenas as propostas que tenham atingido a nota mínima exigida para a classificação, com base na pontuação ou somatório das notas atribuídas aos diversos quesitos técnicos analisados; 3. Abertura e avaliação das propostas de preços de acordo com os critérios estabelecidos no edital, apenas dos licitantes classificados na avaliação das propostas técnicas. Portanto,os licitantes desclassificados na avaliação das propostas técnicas sequer terão abertas as suas propostas de preços; 4. Classificação final de acordo com a média ponderada das notas das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos pré- estabelecidos no edital. Para tanto, no edital devem estar expressos os pesos específicos para a valoração das propostas técnicas e de preços (por exemplo: peso 6 para a proposta técnica e peso 4 para a proposta de preço). Quanto à ponderação das notas das propostas técnicas e de preços nas licitações em que é adotado o tipo Técnica e preço, conforme já mencionamos no item (4), vale a pena você se atentar para a seguinte lição doutrinária: Nas licitações em que se adota o tipo Melhor Técnica, os editais obrigatoriamente devem fixar o preço máximo que a Administração se propõe a pagar pela contratação. IMPORTANTE! 33 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 Nas licitações em que são adotados tanto o tipo Melhor Técnica quanto o tipo Técnica e Preço, os critérios para a análise das propostas técnicas devem ser definidos com clareza e objetividade nos respectivos editais. Para isso, você deve considerar os seguintes fatores: ♦ Experiência do proponente; ♦ Qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, bem como a qualificação das equipes que serão empregadas na execução. Os julgamentos nos casos em que é adotado o tipo Técnica e Preço obedecem ao seguinte procedimento, estabelecido no artigo 46 da Lei nº 8.666/1993 F: Os regimes de execução nas licitações dizem respeito a quê? Eles dizem respeito unicamente ao preço a ser pago e à forma de pagamento desse preço nas contratações de obras e prestação de serviços, não guardando qualquer relação com o julgamento da licitação, ou com o preço (unitário ou global) que será considerado para a seleção da proposta, ou com o critério a ser utilizado para a adjudicação do objeto, sejam a adjudicação por item ou pela totalidade do objeto. São quatro os regimes de execução contemplados na Lei nº 8.666/1993 F. Podemos caracterizá-los da seguinte forma: ♦ Empreitada por preço global: Quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total. O preço total é pago em sua integralidade, de acordo com o valor contratado. ♦ Empreitada por preço unitário: Quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas. O preço total é meramente estimado e o pagamento é feito por preços “Uma questão extremamente relevante reside nos critérios de ponderação das notas para as propostas de técnica e preço, na licitação de técnica e preço. A proposta vencedora será determinada a partir de um procedimento matemático, que deverá estar disciplinado no edital. A valoração da proposta técnica e o valor de proposta de preço deverão ser transformados em valores numéricos, produzindo-se a partir daí uma média. Existe uma margem de discricionariedade para a Administração dispor sobre isso no edital. Faculta- se que o edital inclusive reconheça importância maior para a nota técnica. Todavia, essa autonomia não autoriza reconhecer predominância tão intensa à nota técnica que a proposta econômica deixaria de apresentar relevância. Em termos concretos, a solução equilibrada é reconhecer que a proposta vencedora será determinada por uma fórmula que reconheça peso igual para as notas técnica e de preço. Pode-se admitir a atribuição de peso maior à nota técnica mediante justificativa adequada. Mas se afigura desarrazoado atribuir à nota técnica peso superior a 7 e à nota de preço peso inferior a 3” (JUSTEN FILHO, 2014). REGIMES DE EXECUÇÃO 34 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO de unidades determinadas, sendo que o valor total a ser pago é obtido com o somatório dos preços das unidades efetivamente executadas, conforme apurado em medições que se realizam ao longo da execução. ♦ Tarefa: Quando se contrata mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais. ♦ Empreitada integral: Quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo a totalidade das etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada, até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para a qual foi contratada. Bom, chegamos ao final da Unidade 02 e aqui conhecemos os tipos, as modalidades e as comissões das licitações. Já na Unidade 03, discorreremos sobre a fase interna das licitações. Até lá. LICITAÇÕES UNIDADE 03 - Regime jurídico da lei nº 8.666/1993 F fase interna 36 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Olá, bem-vindo(a) à Unidade 03 do nosso curso! Antes de iniciarmos essa unidade, vamos relembrar o que falamos na Unidade 02. Lá, conhecemos como é constituída uma comissão de licitação. Vimos que “modalidade de licitação” são as formas em que o processo de seleção é retratado e “tipo de licitação” são os critérios de julgamento estabelecidos na legislação brasileira para a seleção da proposta mais vantajosa nos procedimentos licitatórios. Agora, na Unidade 03, conheceremos a fase interna da licitação no regime jurídico da Lei nº 8.666/1993 F. A licitação possui a fase interna e a fase externa. A fase interna destina-se especialmente ao planejamento da licitação e da contratação e a busca das melhores soluções que atendam ao interesse público. Bom, conforme dito anteriormente, o procedimento licitatório pode ser dividido, para efeito de processamento, em duas fases distintas entre si, as denominadas fases “interna” ou “preparatória” e “externa”. Fase interna inicia-se com a requisição (pedido) de realização de uma contratação e se encerra automaticamente no momento em que a Administração dá ampla publicidade à licitação, com a divulgação do aviso de licitação. A fase externa inicia-se com a divulgação (publicidade) do aviso de licitação e propicia a intervenção e a participação dos futuros licitantes e da sociedade em geral no procedimento licitatório. Seu encerramento ocorre com a homologação ou a revogação da licitação, ou, ainda, com o reconhecimento de que se trata de licitação deserta ou fracassada. Após essa breve explicação da distinção entre as duas fases, vamos a seguir nos aprofundar na fase interna. FASE INTERNA 1 A fase interna é aquela em que a tomada das providências necessárias ao processamento do procedimento licitatório compete à Administração. 2 A atuação da administração nesta fase destina-se, especialmente, ao planejamento da contratação e da licitação Licitação 37 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 FA S E I N T E R N A 3 ...a busca das melhores soluções que atendam aos seus interesses e ao interesse público, com a definição dos modelos da contratação e da licitação, inclusive o da modalidade licitatória a ser adotada. 4 Envolve a tomada de deliberações, aprovações e elaboração de documentos. 5 Nessa fase cabe à Administração a tomada das seguintes providências: I. abertura do expediente; II. todas aquelas providências necessárias à definição do objeto e das condições específicas da licitação (inclusive a eleição da modalidade licitatória) e da contratação; III. elaboração dos documentos da licitação; IV. aprovação dos projetos básico e executivo por parte da autoridade competente do órgão licitante; V. verificação e indicação da existência de recursos orçamentários suficientes para responder pelas despesas decorrentes da futura contratação; VI. indicação da comissão julgadora ou do responsável pelo convite; VII. aprovação das minutas de edital e termo de contrato pela Consultoria Jurídica que serve o órgão licitante;VIII. elaboração de outros documentos e tomada de outras providências peculiares ao caso concreto. 6 38 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Como você viu, são muitas atividades que a Administração se encarrega. Mais adiante, abordaremos os documentos necessários nessa fase de licitação, mas já adiantamos aqui, que, em matéria de elaboração e aprovação de documentos na fase interna da licitação, há uma exceção em relação ao projeto executivo, prevista no artigo 7°, § 1°, da Lei n° 8.666/1993 F. O mencionado dispositivo legal estabelece que não é obrigatória a existência de projeto executivo aprovado na fase interna. Tal documento pode ser desenvolvido concomitantemente à execução das obras e serviços, desde que autorizado pela autoridade competente da licitação. Porém, é muito importante que, no momento da elaboração dos documentos e na tomada das demais providências inerentes à fase interna, a Administração se atente para o disposto no artigo 7°, § 2°, incisos I a IV, da Lei nº 8.666/1993 F, que proíbe realizar licitações para obras e serviços sem que: 1. haja projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame; 2. exista orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os custos unitários do objeto; 3. existam recursos orçamentários suficientes para assegurar o pagamento decorrente da execução contratual no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma de execução; 4. a obra ou os serviços estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual do ente federativo a que pertença o órgão licitante, quando for o caso. Além do mais, é importante observar ainda as seguintes proibições legais relativas à definição do objeto da licitação: 39 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 FA S E I N T E R N A Muito bem, para darmos continuidade ao estudo, vamos abordar os documentos obrigatórios da licitação que devem ser elaborados e juntados ao expediente na fase interna. Documento que por si e por seus anexos define e especifica todas as condições da licitação e da futura execução do objeto contratual. Os elementos obrigatórios que devem constar desse documento estão indicados no art. 40, “caput” e incisos I a XVII, da Lei 8.666/1993 F. Constituem anexos obrigatórios ao edital (art. 40, § 2° incisos I a IV da Lei 8.666/1993 F): a) o projeto básico e/ou executivo (termo de referência ou memorial descritivo); b) o orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços; c) a minuta do instrumento do contrato; d) especificações complementares e as normas pertinentes à execução, se houverem. Documento definindo o objeto da contratação, com nível de precisão adequado para possibilitar a avaliação do custo dos serviços ou das compras, bem como a definição dos prazos de execução (no caso de serviços) ou de entrega (no caso de compras). Documento definindo o objeto da contratação, com nível de precisão adequado para possibilitar a avaliação do custo da obra e dos serviços, bem como a definição dos métodos e os prazos de execução. Os elementos que este documento deve conter estão indicados no artigo 6°, inciso IX, alíneas “a” a “f”, da Lei nº 8.666/1993 F. Documento que deve conter os elementos, informações e orientações necessários à execução completa da obra, de acordo com as regras técnicas recomendadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Documento que define desde logo todas as condições e especificações de execução do contrato. As cláusulas que devem constar obrigatoriamente desta minuta estão indicadas no artigo 55, incisos I a XIII e § 2° da Lei nº 8.666/1993 F; DOCUMENTOS DA LICITAÇÃO ATO CONVOCATÓRIO (EDITAL) TERMO DE REFERÊNCIA (OU MEMORIAL DESCRITIVO) PROJETO BÁSICO PROJETO EXECUTIVO MINUTA DE INSTRUMENTO DO CONTRATO 40 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Documento indicando os quantitativos e os preços unitários e total da contratação, elaborado com base em todos os seus custos unitários no caso de obras e serviços e com base em pesquisa de preços no caso de compras. Esse documento cumpre duas funções fundamentais: a) serve de base para que o órgão licitante se certifique da existência de recursos orçamentários suficientes e disponíveis para o custeio da futura contratação; e b) seus preços servem de referência para que o órgão licitante aceite os preços da proposta vencedora do certame, reconhecendo a compatibilidade dos mesmos em relação aos praticados no mercado. A aceitabilidade de preços será abordada mais adiante. Você acabou de ver as definições dos documentos obrigatórios e deve ter percebido uma semelhança na finalidade do termo de referência (ou memorial descritivo) e do projeto básico, não é mesmo? Afinal, ambos devem definir com precisão o objeto da licitação. Mas, então, qual a diferença entre eles? O projeto básico é um documento próprio para obras e serviços de engenharia. Enquanto que o termo de referência se aplica ao caso de compras e demais serviços. No caso de obras e serviços de engenharia, há ainda, como se viu: O projeto executivo que deve coexistir com o projeto básico. Ambos são documentos de caráter técnico, ou seja, relacionados a obras e serviços de engenharia. De uma forma simples e objetiva, para facilitar o entendimento acerca da diferença entre ambos, pode-se considerar que o projeto básico define o que executar em relação ao objeto da licitação como um todo, enquanto que o projeto executivo contém as definições de como executar o mesmo objeto. Nessa linha de simplificação de entendimento, pode-se afirmar ainda que, em relação às compras e aos demais serviços (não os de engenharia), o termo de referência (ou memorial descritivo) cumpre ao mesmo tempo o papel do projeto básico e do projeto executivo em relação às obras, na medida em que deve definir o objeto da licitação, explicitando o que e como deve ser executado. No que tange à realização de pesquisa de preços para as aquisições de bens e contratações de serviços, encontra-se em vigor disciplina regulamentar estabelecida pelo Decreto Estadual n° 63.316 E, de 26/03/2018, com o seguinte teor: “Artigo 1°. Fica instituído, no âmbito do Estado de São Paulo, o banco eletrônico de preços denominado Preços SP. § 1°. O banco eletrônico de preços considera os valores empenhados nas contratações públicas realizadas por meio da Bolsa Eletrônica de Compras - BEC/SP e abrange as informações dos últimos 180 (cento e ORÇAMENTO DA CONTRATAÇÃO ESTIMADO EM PLANILHAS DE QUANTITATIVOS E PREÇOS UNITÁRIOS 41 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 FA S E I N T E R N A oitenta) dias que contenham no mínimo 3 (três) registros, apresentando os preços mínimo, máximo, médio e mediano para cada item. § 2°. A gestão do banco eletrônico de preços caberá à Coordenadoria de Compras Eletrônicas - CCE, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Artigo 2°. Os órgãos e entidades da Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Estado deverão realizar pesquisa de preços previamente às aquisições de bens e contratações de serviços mediante a utilização dos seguintes parâmetros: I - consulta ao Preços SP, disponível no endereço eletrônico http://www.bec.sp.gov.br; II - contratações similares de outros entes públicos, em execução ou concluídas nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de preços; III - pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que observados os seguintes quesitos: a) deve ser realizada perante empresas legalmente estabelecidas; b) o item cotado deverá estar disponível para venda ou contratação no momento da consulta; c) a página eletrônica acessada deverá ser copiada e disponibilizada em formato PDF, contendo as seguintes informações relativas ao item pesquisado:1. identificação do fornecedor; 2. endereço eletrônico; 3. data e hora do acesso; 4. especificação do item; 5. preço e quantidade; d) itens que não se refiram a preços promocionais, saldos ou queima de estoque; e) itens que não sejam usados, avariados, remanufaturados ou provenientes de mostruários; f) não serão admitidas as cotações: 1. que não possam ser documentadas para posterior comprovação; 2. de itens com especificações ou características distintas das especificações solicitadas; 3. provenientes de sítios de leilão ou de intermediação de vendas; IV - pesquisa com fornecedores, desde que as datas das pesquisas não ultrapassem 180 (cento e oitenta) dias. § 1º - A critério da Unidade Compradora, os parâmetros de pesquisa previstos nos incisos deste artigo poderão ser utilizados de forma combinada ou não, devendo ser dada preferência ao previsto no inciso I e demonstrada no processo administrativo a metodologia utilizada para obtenção do preço de referência. § 2º - Serão utilizados, como metodologia para obtenção do preço de referência para a contratação, a média, a mediana ou o menor dos valores obtidos na pesquisa de preços, desde que o cálculo incida sobre um 41 42 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO conjunto de três ou mais preços, oriundos de um ou mais dos parâmetros adotados neste artigo, desconsiderados os valores inexequíveis e os excessivamente elevados. § 3º - Poderão ser utilizados outros critérios ou metodologias, desde que devidamente justificados pela autoridade competente. § 4º - Os preços coletados devem ser analisados de forma crítica, em especial, quando houver grande variação entre os valores apresentados. § 5º - Para desconsideração dos preços inexequíveis ou excessivamente elevados, deverão ser adotados critérios fundamentados e descritos no processo administrativo. § 6º - Excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente, será admitida a pesquisa com menos de três preços ou fornecedores. § 7º - O resultado da pesquisa de preços de que trata este artigo deve ser consolidado e subscrito pelo servidor por ela responsável, o qual deve certificar-se de que as especificações técnicas do bem ou serviço cotado correspondem ao objeto que se pretende contratar. § 8º - Excetuam-se do disposto neste artigo as compras de gêneros alimentícios perecíveis realizadas em localidades dotadas de centro de abastecimento.” Artigo 3°. Na hipótese de a pesquisa de preços for realizada com fornecedores, estes deverão receber solicitação formal para apresentação de cotação e ter acesso ao documento elaborado pela Unidade Compradora que reúne as características e as especificações técnicas do objeto a ser adquirido ou do serviço a ser contratado. Parágrafo único - Deverá ser conferido aos fornecedores prazo de resposta compatível com a complexidade do objeto a ser licitado. Artigo 4°. Para a contratação de serviços terceirizados, devem ser utilizados como preços de referência os valores dos Estudos Técnicos de Serviços Terceirizados - CADTERC, disponíveis no endereço eletrônico http://www.cadterc.sp.gov.br. Artigo 5°. As disposições deste decreto também se aplicam, no que couber, às hipóteses de contratação direta formalizadas por dispensa ou inexigibilidade de licitação. Artigo 6°. A Coordenadoria de Compras Eletrônicas - CCE editará normas complementares para aplicação deste decreto. Artigo 7°. Os representantes do Estado de São Paulo nas empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações governamentais adotarão as providências necessárias ao cumprimento deste decreto no âmbito das respectivas entidades. Artigo 8°. Este decreto entra em vigor no prazo de 30 (trinta) dias contados da data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário, em especial o Decreto n° 34.350, de 11 de dezembro de 1991.” Conforme dispõe o artigo 6º do Decreto n° 63.316 E, segue a Portaria nº 01, de 26 de abril de 2018 emitida pela Coordenadoria de Compras 43 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 FA S E I N T E R N A Eletrônicas – CCE: “A Coordenadora de Compras Eletrônicas, com base no disposto no art. 6º do Decreto 63.316, de 26-03-2018, que instituiu o banco eletrônico de preços denominado Preços SP, expede a seguinte Portaria, a fim de estabelecer normas e diretrizes para a utilização do referido banco: Artigo 1° - Os Preços SP tem a finalidade de subsidiar a pesquisa de preços previamente às aquisições de bens e contratações de serviços dos órgãos e entidades da Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Estado. Parágrafo único – Os representantes do Estado de São Paulo nas empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações governamentais adotarão as providências necessárias ao cumprimento desta Portaria no âmbito das respectivas entidades. Artigo 2° - Para efeito desta Portaria, considera-se: I – Preços SP: banco dos valores empenhados nas contratações públicas realizadas por meio da Bolsa Eletrônica de Compras – BEC/SP, e abrange as informações dos últimos 180 dias que contenham 03 empenhos, no mínimo; II – pesquisa de preços: valor obtido com base em uma variedade de preços aceitáveis e análise crítica dos dados, como sazonalidade, regionalidade, quantidade de itens a ser negociados, variação cambial, dentre outros; III – média: soma de todos os preços unitários negociados, dividindo-se pela quantidade de negociações; IV – mediana: valor central, depois de ordenados os preços unitários negociados, por ordem crescente, se a quantidade desses valores for ímpar; ou a média dos dois valores centrais, se a quantidade desses valores for par; V – preço mínimo: menor valor dos preços unitários negociados no período considerado; VI – preço máximo: maior valor dos preços unitários negociados noperíodo considerado; Artigo 3° - A pesquisa de preços deverá ser realizada com base em informações claras e objetivas, sem indicação de marca, de forma a evitar distorções no seu resultado, contemplando: I – descrição completa e detalhada do objeto; II – quantidades estimadas de fornecimento; III – prazos, locais e condições de entrega; IV – condições de pagamento; V – valor de frete ou transporte, que já deve estar incluído no valor da proposta; VI – prazo de garantia; VII – outras informações que possam interferir na formação do preço. Parágrafo único - As estimativas devem ser juntadas com os demais documentos pertinentes ao processo administrativo de aquisição de bens ou contratação de serviços, no momento da abertura deste. Artigo 4° - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.” 44 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Embora a aplicação do Decreto nº 63.316 contemple não só elementos relativos à fase interna, já que abrange também elementos da fase externa da licitação, vale registrar desde já a importância do artigo 38 da Lei nº 8.666/1993 F, que veicula regra sobre os elementos que devem compor e instruir os expedientes de licitação, bem como a regra que torna obrigatório o prévio exame e aprovação das minutas de editais e de termo de contrato que serão utilizadas em cada caso concreto, por parte da assessoria jurídica da Administração. O descumprimento dessa regra de obrigatoriedade, ou seja, a não submissão ao prévio exame e aprovação das minutas de edital e de termo de contrato, por parte da assessoria jurídica que serve o órgão licitante, por si só, não gera a nulidade do procedimento licitatório, porém sujeita à responsabilização funcional os servidores faltosos que deixarem de providenciar o encaminhamento do expediente ao respectivo prévio exame e aprovação. Confira a seguir o teor integral do mencionado artigo 38. “O procedimento da licitação será iniciado com a abertura do processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntadosoportunamente: I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do artigo 21 desta Lei, ou da entrega do convite; III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; IV - original das propostas e documentos que as instruírem; V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação; VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões; IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente; X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso; XI- outros comprovantes de publicações; XI - demais documentos relativos à licitação. Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração”. 45 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 FA S E I N T E R N A O Decreto 35.262/1992 E foi editado anteriormente à vigência da Lei n° 8.666/1993 F. Esta lei não elencou o “preço base” como um dos tipos de licitação adotáveis. Portanto, atualmente, não mais se encontra em vigor a alínea “d” do inciso IV do artigo 1° do Decreto 35.262/1992 E. NOTA: No âmbito do Estado de São Paulo, vigora também norma regulamentar, veiculada pelo artigo 1° do Decreto n° 35.262 E, de 08/07/1992, que obriga a instrução do expediente licitatório em sua fase interna, com manifestação prévia e justificada da autoridade responsável pela licitação, contendo definições e regras que integrarão e nortearão o procedimento. Assim dispõe o mencionado dispositivo legal: A autoridade responsável pela expedição do ato convocatório de licitação de obras, serviços ou compras, tendo presente a natureza peculiar do respectivo objeto e à vista das necessida- des concretas e das disponibilidades financeiras da administração, deverá, prévia e justifica- damente, nos autos do correspondente procedimento administrativo: I - definir prazos e condições: a) de validade das propostas a serem apresentadas; b) de composição, pagamento e, sendo o caso, de reajustamento dos preços a serem ofer- tados; c) de prestação de garantia de execução do contrato a ser firmado; d) de execução, entrega e recebimento do objeto da licitação; II - arrolar, quando for o caso, diretrizes e exigências de cujo atendimento dependa a conces- são de financiamento por organismos internacionais, observada a legislação brasileira; III - especificar a natureza, a pertinência e a procedência dos documentos necessários e suficientes à comprovação da capacidade técnica e financeira dos licitantes, para fins de habilitação; IV- optar por um dos seguintes tipos de licitação: a) de menor preço; b) de melhor técnica; c) de técnica e preço; d) de preço-base”. 46 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Há ainda a destacar a norma regulamentar em vigor capitulada no parágrafo único do artigo 2° do Decreto nº 54.229/2009 E, determinando que se proceda à definição, mediante despacho fundamentado da autoridade competente, quanto à adoção ou não em cada procedimento licitatório, do tratamento diferenciado conferido a microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas. A análise desse tema, ou seja, do tratamento diferenciado às microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas, em licitações e contratações administrativas, será feita oportunamente, ao longo da Unidade 06. A redação do mencionado dispositivo regulamentar é a seguinte: Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta aula! E abordamos aqui, quais as providências pertinentes à Administração no processo licitatório. Conhecemos, também, os documentos obrigatórios da licitação que devem ser elaborados e juntados ao expediente na fase interna. Na próxima aula, você verá como os licitantes têm a oportunidade de agir e praticar todos os atos necessários e pertinentes à participação na licitação. Conhecerá alguns pontos importantes da aplicabilidade da licitação, tais como: o aviso de licitação, os prazos mínimos de divulgação dos avisos de licitação, impugnação ao edital e as etapas de habilitação e de suas propostas. Até lá! “Artigo 3° - A adoção do tratamento simplificado e diferenciado de que trata este decreto em cada contratação, dependerá da ocorrência cumulada dos seguintes fatos [...] Parágrafo único. A adoção ou não do tratamento referido no ‘caput’ deste artigo deverá ser definida em despacho fundamentado da autoridade competente no ato de abertura do procedimento licitatório”. LICITAÇÕES UNIDADE 04 - Regime jurídico da lei nº 8.666/1993 F Fase Externa (Parte I) 48 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO Olá, caro(a) aluno, seja bem-vindo(a) à quarta unidade do nosso curso! Na terceira unidade estudamos a fase interna da licitação no regime da Lei nº 8.666/1993 F. Agora, na Unidade 04, abordaremos a fase externa. Para melhor distribuir o conteúdo e facilitar sua aprendizagem, dividimos o estudo dessa Fase em duas partes, a Parte I, veremos aqui e a Parte II, exploraremos na unidade seguinte. Vamos começar a Unidade 04? Bom aprendizado! Chamamos de fase externa porque é nessa fase que a Administração começa, efetivamente, a interagir com os futuros licitantes e com a sociedade em geral. A fase externa se inicia com a divulgação (publicidade) do aviso de licitação e, com isso, propicia a intervenção e a participação dos futuros licitantes e da sociedade em geral no procedimento licitatório. Seu encerramento ocorre com a homologação ou a revogação da licitação, ou, ainda, com o reconhecimento de que se trata de licitação deserta ou fracassada. Com isso, percebemos que se refere à fase na qual os licitantes têm a oportunidade de agir e praticar todos os atos necessários e pertinentes à participação na licitação, com vistas a que a proposta de um deles seja a selecionada para ser contratada pela Administração. Por outro lado, para a Administração essa fase possibilita a realização de todas as análises e julgamentos necessários ao alcance do principal objetivo da licitação que, como já dissemos, é a seleção da proposta mais vantajosa para ser contratada. Você deve estar se perguntando quais seriam, então, as etapas da fase externa e como cada uma delas funciona, certo? Pois bem, vejamos abaixo: FASE EXTERNA 49 R E G I M E J U R Í D I CO DA L E I N º 8 .666/1993 FA S E E X T E R N A ( PA R T E I ) Divulgação (publicidade) do aviso de licitação;I Impugnação ao edital, com apresentação por parte de qualquer cidadão ou licitante e análise e decisão por parte da Administração;II Apresentação/recebimento dos envelopes contendo as propostas e os documentos de habilitação;III Abertura dos envelopes e análise e julgamento da habilitação e das propostas, ou vice-versa (primeiro análise e julgamento das propostas e depois análise e julgamento da habilitação), nos casos em que se adotar a inversão das etapas de habilitação e propostas; IV Exercício do direito de preferência por parte de microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas;V Dois recursos, um em face do julgamento da habilitação e, posteriormente, outro em face do julgamento das propostas, ou, no caso em que se adotar a inversão das etapas habilitação/propostas, um recurso em momento único, que pode ser interposto tanto em relação ao julgamento das propostas quanto da habilitação; VI Homologação e adjudicação ou revogação, ou reconhecimento da ocorrência da situação de licitação deserta ou de licitação fracassada.VII 50 L I C I TAÇ ÃO E CO N T R ATO FASE EXTERNA – AVISO DE LICITAÇÃO O que é um aviso de licitação? O aviso de licitação é um instrumento
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