Buscar

Atividade direito penal IV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Atividade Direito Penal IV 
DISCENTE: Raquel Pimentel dos Santos – RGM 24746088 
1- A conduta de negociar configura crime de tráfico? 
A conduta de negociar a aquisição de droga por telefone é o suficiente para a configuração 
do delito de tráfico, consumado na modalidade adquirir, mesmo que haja intervenção policial e a 
consequente apreensão da droga, fazendo com que ela não chegue até o agente. (STF HC 71.853 
RJ). 
Consumação do crime de tráfico de drogas na modalidade adquirir pelo simples fato de a 
droga ter sido negociada por telefone A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição 
de droga e também disponibilizar o veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente 
configura o crime de tráfico de drogas em sua forma consumada (e não tentada), ainda que a polícia, 
com base em indícios obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do 
material entorpecente antes que o investigado efetivamente o recebesse. Para que configure a 
conduta de "adquirir", prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, não é necessária a tradição do 
entorpecente e o pagamento do preço, bastando que tenha havido o ajuste. Assim, não é 
indispensável que a droga tenha sido entregue ao comprador e o dinheiro pago ao vendedor, 
bastando que tenha havido a combinação da venda. STJ. 6ª Turma. HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 1º/9/2015 (Info 569). 
 RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO DE DROGAS. ATOS MERAMENTE PREPARATÓRIOS. NÃO 
CONFIGURAÇÃO. CONSUMAÇÃO DO CRIME. DELITO UNISSUBSISTENTE. RECURSO PROVIDO. 1. O 
crime descrito no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006 é unissubsistente, de maneira que a 
realização da conduta esgota a concretização do delito. Inconcebível se falar, por isso mesmo, em 
meros atos preparatórios. 2. É desnecessária, para a configuração do delito previsto no art. 33, 
caput, da Lei n. 11.343/2006, que a substância entorpecentes seja encontrada em poder do acusado 
ou que haja a efetiva tradição ou entrega da substância entorpecente ao seu destinatário final. Basta 
a prática de uma das dezoito condutas relacionadas a drogas para que haja a consumação do ilícito 
penal. Precedentes. 3. Em razão da multiplicidade de verbos nucleares previstos no art. 33, caput, 
da Lei n. 11.343/2006 (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado), inequívoca a conclusão de 
que o delito ocorreu em sua forma consumada, na modalidade "adquirir" em relação aos acusados 
Wagner, Paulo e Roger e nas modalidades "oferecer", "fornecer", "preparar" e "remeter" em 
relação a Emerson. Vale dizer, antes mesmo da apreensão do entorpecente no estabelecimento 
prisional, o delito já havia se consumado em relação a Wagner, Paulo e Roger com o "adquirir" (no 
caso, 1,98 g de crack, 3,07 g de cocaína e 20,58 g de maconha), sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar. De igual forma, o delito também se consumou em relação 
a Emerson, pois, ainda que os entorpecentes não houvessem sido encontrados com ele, este 
acusado ficou responsável por intermediar a compra das drogas, "oferecendo-as" aos outros 
acusados, bem como por "prepará-las" nas embalagens de material de higiene a serem entregues 
no presídio. 4. Recurso provido, nos termos do voto do relator. RECURSO ESPECIAL Nº 1.384.292 - 
MG (2013/0168404-8) 
 
 
2- IP e/ou AP em curso ou anotações penais por atos infracionais podem ser considerados para o 
afastamento do tráfico privilegiado? 
PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. ARTIGO 33, §4º, DA LEI 11.343/06. REQUISITOS 
CUMULATIVOS. DEDICAÇÃO ATIVIDADE CRIMINOSA. UTILIZAÇÃO INQUÉRITOS E/OU AÇÕES PENAIS. 
POSSIBILIDADE. PROVIMENTO DO RECURSO. I - O benefício legal previsto no §4º do artigo 33 da Lei 
11.343/06 pressupõe o preenchimento pelo Réu de todos os requisitos cumulativamente, sendo 
eles: i) primariedade; ii) bons antecedentes; iii) não dedicação em atividade criminosa; iv) não 
integrar organização criminosa. II - O crime de tráfico de drogas deve ser analisado sempre com 
observância ao mandamento constitucional de criminalização previsto no artigo 5º, XLIII, da 
Constituição Federal, uma vez que se trata de determinação do constituinte originário para maior 
reprimenda ao delito, atendendo, assim, ao princípio da vedação de proteção deficiente. III - Assim, 
é possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da 
convicção de que o Réu se dedica à atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal 
previsto no artigo 33, §4º, da Lei 11.343/06. IV - In casu, o Tribunal de Justiça afastou a causa de 
diminuição de pena mencionada em virtude de o Réu ostentar condenação por tráfico de drogas 
não transitada em julgado, considerando que ele se dedica à atividade criminosa por não 
desempenhar atividade lícita, bem como porque "assim que saiu da cadeia, voltou a praticar o 
mesmo delito". Embargos de divergência providos para prevalecer o entendimento firmado no 
acórdão paradigma, restabelecendo o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça (EREsp 
1.431.091/SP, Terceira Seção, de minha relatoria, DJe 01/02/2017). 
PROCESSO PENAL E PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO. INQUÉRITOS POLICIAIS E 
AÇÃO PENAL EM CURSO. CONSIDERAÇÃO PARA FINS DE DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA. 
POSSIBILIDADE.PENA-BASE E REGIME PRISIONAL RECRUDESCIDO. PEQUENA QUANTIDADE DE 
DROGA APREENDIDA. CRACK. AUSÊNCIA DE GRAVIDADE CONCRETA QUE JUSTIFIQUE TRATAMENTO 
MAIS SEVERO. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO. 1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, a 
existência de inquéritos e ações penais em andamento, embora não maculem os antecedentes 
criminais do acusado, por expressa disposição da Súmula 444 do STJ, constituem fundamento válido 
a evidenciar a dedicação a atividades criminosas apta a obstar a concessão da causa de diminuição 
da pena pelo tráfico privilegiado. 2. A pequena quantidade de droga apreendida não justifica a 
exasperação da pena-base ou a imposição de regime prisional mais gravoso, porquanto tal fato não 
acrescenta gravidade concreta à conduta delitiva, em especial, em se tratando de réu primário, 
condenado à pena reclusiva não superior a 8 anos 5 anos e cujas demais circunstâncias judiciais 
tenham sido neutralizadas. 3. Agravo regimental provido para conceder habeas corpus de ofício, a 
fim de reduzir a pena-base ao mínimo legal, bem como abrandar o regime prisional para o 
semiaberto" (AgRg no AREsp 999.769/RS, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 06/11/2017). 
 
3- O Mula que ingeriu a drogas pode se negar a fazer o exame de Raio X em razão do princípio do 
nemu tenetur se detegere? 
Para a Sexta Turma do STJ, a submissão do acusado a exame de raios X para detectar 
ingestão de drogas não ofende o princípio da proibição da autoincriminação. A conclusão é 
resultado do julgamento proferido nos autos do HC 149.146 – SP (julgado em 19.04.11), relatado 
pelo Min. Og Fernandes. 
Pertinentemente ao princípio da vedação à autoincriminação, o Superior Tribunal de Justiça 
e o Tribunal Regional da 1ª Região já decidiram que a submissão do investigado à realização de 
exame radiológico, ainda que sem seu consentimento, não vulnera o princípio do nemo tenetur se 
detegere. Confiram-se: STJ, HC 149.146/SP, Rel. Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, julgado em 
05/04/2011; STJ, HC 247.763/DF, Rel. Ministra Marilza Maynard (Desembargadora convocada do 
TJ/SE), Quinta Turma, julgado em 20/11/2012; TRF1, HC 0050137-40.2008.4.01.0000/DF, Rel. 
Desembargadora Federal Assusete Magalhães, Terceira Turma, julgado em 10/11/2008. 
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. 
PACIENTE SUBMETIDA A EXAME DE RAIOS-X. OFENSA AO PRINCÍPIO DA NÃO AUTO-INCRIMINAÇÃO. 
NULIDADE DA PROVA. INOCORRÊNCIA. APLICAÇÃO DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA NO 
PATAMAR MÁXIMODE 2/3. PREVISÃO DO ART. 33, § 4º DA LEI 11.343/2006. IMPOSSIBILIDADE. 
ORDEM DENEGADA. 
- A Constituição Federal, na esteira do Pacto de São José da Costa Rica, que instituiu a Convenção 
Americana de Direitos Humanos, consagrou o princípio de que ninguém pode ser obrigado a se 
auto-incriminar ou a produzir prova contra si mesmo. Uma conseqüência direta disso é que o 
investigado tem o direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo. 
- A ingestão de cápsulas de cocaína causa risco de morte iminente, sendo assim, qualquer 
procedimento no sentido de expeli-las, se constitui, na verdade, numa proteção à integridade física 
e à própria vida do agente. 
- Não há que se falar em ilicitude das provas, restando afastada a suposta nulidade do processo. 
- Diz o art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, que a pena pode ser reduzida de 1/6 a 2/3 para o agente 
que seja primário, possua bons antecedentes e não se dedique a atividades criminosas nem integre 
organização criminosa. 
- Esses requisitos são complementares, sendo certo que a falta de qualquer deles é motivo para 
impedir a aplicação da redutora. 
- Conforme consta dos autos, a ré é primária e tem bons antecedentes, bem como não há 
comprovação de que se dedica a atividades criminosas ou que seja integrante de organização 
criminosa, apesar de encarregada do transporte da droga. 
- Por outro lado, a viabilidade do exame da dosimetria da pena, por meio de habeas corpus, somente 
se faz possível caso evidenciado eventual desacerto na consideração de circunstância judicial ou 
errônea aplicação do método trifásico, se daí resultar flagrante ilegalidade e prejuízo ao réu, o que 
não é o caso. 
- Mantenho a redução de 1/6 da pena conforme aplicada na sentença. 
- Ordem denegada. 
 
4- O Mula se dedica à atividade criminosa, sendo, portanto, vedado o reconhecimento do tráfico 
privilegiado? 
É possível o reconhecimento do tráfico privilegiado ao agente transportador de drogas, na 
qualidade de “mula”, uma vez que a simples atuação nessa condição não induz, automaticamente, 
à conclusão de que ele seja integrante de organização criminosa. 
HC 387.077-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por unanimidade, julgado em 6/4/2017, DJe 17/4/2017. 
Informativo STJ 602. 
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18805143/habeas-corpus-hc-149146-sp-2009-0191843-0
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. TRÁFICO DE 
DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO ART. 33, § 4º, DA LEI N. 11.343/2006. 
AGENTE NA CONDIÇÃO DE "MULA". AUSÊNCIA DE PROVA DE QUE INTEGRA ORGANIZAÇÃO 
CRIMINOSA. NECESSIDADE DE READEQUAÇÃO DO QUANTUM DE REDUÇÃO. REGIME PRISIONAL. 
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. NATUREZA E QUANTIDADE DA DROGA. MODO 
FECHADO. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITO. FALTA 
DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO. MANIFESTA ILEGALIDADE VERIFICADA. WRIT NÃO 
CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
Habeas corpus. Penal e Processual Penal. Tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei nº 
11.343/06). Pena-base. Majoração. Valoração negativa da natureza e da quantidade da droga (2.596 
g de cocaína). Admissibilidade. Vetores a serem considerados necessariamente na dosimetria (art. 
59, CP e art. 42 da Lei nº 11.343/06). “Mula”. Aplicação da causa de diminuição de pena do art. 33, 
§ 4º, da Lei de Drogas. Admissibilidade. Inexistência de prova de que o paciente integre organização 
criminosa. Impossibilidade de negar a incidência da causa de diminuição de pena com base em 
ilações ou conjecturas. Precedentes. Percentual de redução de pena: 1/6 (um sexto). 
Admissibilidade. Fixação em atenção ao grau de auxílio prestado pelo paciente ao tráfico 
internacional. Ordem de habeas corpus concedida, para o fim de cassar o acórdão recorrido e 
restabelecer o julgado do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Federal. 1. É pacífico o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal de que a natureza e a quantidade da droga constituem 
motivação idônea para a exasperação da pena-base, nos termos do art. 59 do Código Penal e do art. 
42 da Lei nº 11.343/06. Precedentes. 2. Descabe afastar a incidência da causa de diminuição de pena 
do art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06 com base em mera conjectura ou ilação de que o réu integre 
organização criminosa. Precedentes. 3. O exercício da função de “mula”, embora indispensável para 
o tráfico internacional, não traduz, por si só, adesão, em caráter estável e permanente, à estrutura 
de organização criminosa, até porque esse recrutamento pode ter por finalidade um único 
transporte de droga. Precedentes. 4. O paciente, procedente da Venezuela, foi flagrado na posse de 
2.596 g de cocaína no aeroporto de Guarulhos, no momento em que se preparava para embarcar 
em voo para a África do Sul, com destino final em Lagos, na Nigéria. 5. Correta, portanto, a valoração 
negativa do grau de auxílio por ele prestado ao tráfico internacional, na terceira fase da dosimetria, 
com a fixação do percentual de redução em 1/6 (um sexto). 6. Ordem de habeas corpus concedida, 
para o fim de se cassar o acórdão recorrido e de se restabelecer o julgado do Tribunal Regional 
Federal da 3ª Região Federal, que redimensionou a pena imposta ao paciente para 4 (quatro) anos, 
10 (dez) meses e 10 (dez) dias de reclusão e 485 (quatrocentos e oitenta e cinco) dias-multa. (HC 
134597, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 28/06/2016, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-166 DIVULG 08-08-2016 PUBLIC 09-08-2016)

Outros materiais