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Habilidades e técnicas de depilação e epilação

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HABILIDADES E 
TÉCNICAS DE 
DEPILAÇÃO E 
EPILAÇÃO
Tatiele Katzer
 
Morfofisiologia do pelo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar a estrutura anatômica dos pelos.
  Descrever a fisiologia do crescimento dos pelos.
  Reconhecer as patologias foliculares.
Introdução
Nossos pelos e a alteração da sua quantidade podem gerar descon-
tentamentos. Se estiverem escassos em regiões como sobrancelhas e 
barba, por exemplo, podem fazer falta, e seu crescimento é desejado. 
Se estão mais aparentes, como na hipertricose (quando ocorre aumento 
da espessura, do comprimento e da pigmentação), o desejo é removê-
-los. Avaliar adequadamente a quantidade e a característica dos pelos 
de seus clientes vai favorecer a indicação adequada de procedimento 
epilatório, seja ele de efeito temporário ou permanente. Além disso, 
vai facilitar o reconhecimento da pele que não está em condições de 
receber o procedimento, tornando-o mais seguro e cauteloso durante 
a sua prática diária.
Neste capítulo, você vai estudar sobre a estrutura e o funcionamento 
dos folículos pilosos, bem como sobre as principais condições que os 
afetam e que são de interesse para a prática da epilação.
Anatomia do folículo piloso e dos pelos
A estrutura dos pelos é semelhante em todas as regiões corporais. No entanto, 
eles podem variar em espessura, comprimento e coloração. Didaticamente, 
você pode imaginar um folículo piloso como uma cebola, ainda enraizada, 
crescendo: há a parte externa (fi bra/haste pilosa), que é possível ver, e há a 
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 1 27/07/2018 17:25:09
parte interna, que é como uma maquinaria, responsável pela produção 24 horas 
por dia. O pelo que vemos é apenas uma parte de toda a estrutura capilar. Nas 
próximas seções, você vai aprender como o pelo é formado.
O pelo não é uma estrutura isolada dos outros elementos da pele, ele é 
contínuo com a epiderme, é ricamente inervado e é vascularizado. A Figura 
1 mostra a anatomia da unidade pilossebácea e as principais estruturas que a 
compõem: folículo piloso, glândula sebácea e músculo eretor do pelo.
Figura 1. Representação da unidade pilossebácea, com imagem ampliada da 
região do bulbo piloso.
Fonte: Adaptada de Blamb/Shutterstock.com.
Morfofisiologia do pelo2
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 2 27/07/2018 17:25:09
Unidade pilossebácea e suas estruturas 
A unidade pilossebácea é composta pelas seguintes estruturas conjuntas:
  folículo piloso;
  glândula sebácea;
  músculo eretor do pelo.
Há poucas regiões corporais que não apresentam unidades foliculares, 
como as palmas das mãos, as plantas dos pés, a lateral dos dedos e algumas 
partes da região íntima de homens e mulheres, como o prepúcio e glande e 
face interna dos pequenos lábios. 
O músculo eretor do pelo é um pequeno feixe de fibras musculares lisas, 
involuntárias, presas ao folículo piloso por meio de uma bainha (uma espécie 
de membrana de revestimento). Sua função é a horripilação, ou seja, a ereção 
dos pelos em situações específicas, como quando as pessoas sentem frio, 
ficam assustadas, emocionadas ou mesmo excitadas. Para que ocorra a ereção 
dos pelos é necessário que o músculo se contraia e repuxe a base do folículo, 
deixando o fio de cabelo em posição vertical. Na sua prática de epilação, isso 
servirá para dar informações quanto à climatização do ambiente. Se sua sala 
estiver fria, certamente perceberá suas clientes com os pelos eriçados.
A glândula sebácea é responsável pela produção de sebo, uma mistura de 
ácidos graxos, triglicerídeos, colesterol, esqualeno, ceras, ácido lático, entre 
outras substâncias, as quais são excretadas no canal folicular e ascendem até 
a superfície da pele em íntimo contato com os pelos. Esse sebo é parte de um 
filme superficial da pele denominado filme hidrolipídico ou manto epicutâneo, 
composto pela mistura de suor e sebo. Sua função é variada: lubrificação 
cutânea, lubrificação da porção proximal dos pelos e cabelos e manutenção 
da hidratação cutânea. Esse filme diminui a perda de água através da pele, 
pois a água não tem afinidade com o sebo. Quando a secreção sebácea está 
normal (não há excessos — seborreia ou falta de sebo — pele alípica), o manto 
hidrolipídico favorece a homeostase da microbiota cutânea, favorecendo as 
defesas microbiológicas da pele por manter a superfície cutânea levemente ácida.
Na prática como epilador, é importante observar a lubrificação da pele, pois 
peles seborreicas podem dificultar a adesão da cera. Nesses casos, ao invés 
de usar apenar uma solução higienizante de base aquosa, seria interessante 
deslipidizar a pele ao mesmo tempo em que executa a antissepsia. Isso pode 
3Morfofisiologia do pelo
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 3 27/07/2018 17:25:09
ser feito com o uso de solução hidroalcoólica a 70%. Outra alternativa para 
facilitar a adesividade da cera com a pele é utilizar talco para remoção da 
umidade e do sebo da superfície cutânea.
O folículo piloso é uma estrutura mais complexa e cheia de detalhes. Fazem 
parte da sua anatomia:
  o bulge (ou protuberância);
  o bulbo;
  a papila; 
  diversas membranas (bainha radicular interna e externa) que revestem 
o folículo. 
O bulge é o reservatório de células-tronco, células capazes de se diferen-
ciarem em vários tipos celulares. Quando um pelo cai, para que um novo ciclo 
de crescimento ocorra, é necessário que células-tronco do bulge interajam 
com células da papila dérmica. 
O bulbo piloso é a porção mais profunda do folículo piloso, onde se localiza 
a matriz germinativa, contendo as células que dão origem ao crescimento piloso: 
queratinócitos (produzem queratina) e melanócitos (produzem melanina). 
Essas células se dividem em altíssima velocidade quando estão localizadas no 
couro cabeludo, proporcionando taxa de crescimento de 0,9 a 1,3 cm por mês. 
Na parte superior do bulbo, encontra-se a zona queratógena, onde os quera-
tinócitos sofrem mutações, degeneram-se, alongam-se e tornam-se amorfos, 
preenchidos por queratina.
O bulbo piloso apresenta uma reentrância, na sua parte inferior, denominada 
papila dérmica. Nessa região, estão localizados os fibroblastos, células que 
produzem colágeno, elastina e outras substâncias, como os glicosaminoglica-
nos. É também através da papila dérmica que ocorre a nutrição do folículo piloso 
por meio do sangue trazido pelos capilares sanguíneos. O crescimento dos 
pelos sofre bastante influência dos componentes trazidos pelo sangue − tanto 
para estimular quanto para inibir o crescimento. O diâmetro da papila dérmica 
determina também o diâmetro dos pelos formados por cada folículo piloso.
Os folículos pilosos são altamente inervados, sendo considerado por alguns 
como um órgão tátil folicular. Sua inervação é perifolicular, ou seja, recobre 
todo o entorno do folículo e nos possibilita perceber sensações. 
Os pelos são compostos por queratina (~80–85%), melanina (~2–3%), 
lipídios (~3%), água (~10%) e elementos-traço (elementos presentes em quan-
tidades muito pequenas, como cálcio, ferro, chumbo, silício, cobre, alumínio, 
entre outros). O teor de água é o elemento mais variável do pelo, pois sofre 
Morfofisiologia do pelo4
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 4 27/07/2018 17:25:09
interferências diretas da umidade relativa do ar. A queratina é uma proteína e, 
como toda proteína, é feita de unidades fundamentais denominados aminoá-
cidos. A estrutura final dos pelos é composta por 20 aminoácidos diferentes. 
Eles estão conectados de ponta a ponta, como um colar de pérolas, por meio 
de ligações peptídicas. A composição bioquímica dos pelos está baseada na 
composição dos aminoácidos, sendo predominantes os seguintes elementos: 
carbono (C), oxigênio (O), nitrogênio (N), hidrogênio (H) e enxofre (S), este 
último responsável pelas ligações fortes que mantêm a estrutura dos pelos 
(pontes dissulfeto) e que são responsáveis por sua forma e resistência.
O pelo formado pela complexaestrutura do folículo piloso é composto por duas 
ou três partes. São elas: a cutícula, o córtex e a medula (nem sempre presente). A 
cutícula é a porção mais externa do fio, composta por células anucleadas, praticamente 
transparentes, parcialmente sobrepostas e ligadas uma a uma ao córtex. Sua função é 
manter o pelo protegido de agressões externas, evitar a perda de hidratação, facilitar 
a penteabilidade e conferir maciez e brilho aos cabelos. Sua superfície é naturalmente 
hidrofóbica, ou seja, tem maior afinidade com lipídios do que com água.
O córtex representa mais de 80% do fio, é composto por feixes de queratina e sua 
principal função é a elasticidade e resistência dos fios. É no córtex que a melanina é 
armazenada, dando cor ao pelo. A medula, quando presente, é a parte mais interna 
do fio e pode ser descontínua. Está presente em pelos mais espessos, como cílios, 
sobrancelhas, pelos pubianos, axilares e cabelos grossos. É composta por células 
anucleadas, fracamente queratinizadas, lipídios e grânulos de pigmento. Sua textura 
é mais porosa, menos compacta, e sua função ainda é incerta, uma vez que os pelos 
podem ser formados sem sua presença.
Fonte: Adaptada de gritsalak karalak/Shutterstock.com.
5Morfofisiologia do pelo
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Ciclo de crescimento dos pelos
Os pelos não crescem indefi nidamente e costumam seguir um padrão de cres-
cimento. Esse padrão é determinado por três fases que se sucedem, formando 
um ciclo que recomeça ao fi nal da terceira e última fase. As fases do ciclo 
de crescimento dos pelos são chamadas de anágena, catágena e telógena e, 
nessa ordem, se sucedem durante o período de duração do ciclo, como mostra 
a Figura 2.
Figura 2. Ciclo de crescimento dos pelos.
Fonte: Adaptada de Rivitti (2018, p. 17).
Nos cabelos (pelos que crescem no couro cabeludo), a fase anágena é a 
mais longa das fases, podendo durar entre 2 e 5 anos. Em casos mais extremos, 
pode chegar a ter duração de até 8 anos, porém essa situação é mais rara. 
Na fase anágena, a proliferação de células na raiz dos pelos é muito intensa, 
promovendo um crescimento contínuo da haste pilosa. Cerca de 85 a 90% dos 
cabelos de pessoas sadias estão na fase anágena. Em outras regiões corporais, 
a duração das fases do ciclo de crescimento dos pelos é diferente, conforme 
mostra o Quadro 1. 
Morfofisiologia do pelo6
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 6 27/07/2018 17:25:10
Fonte: Adaptado de Ellipse ([2003]).
Cabeça 
e rosto
Percentual 
de pelos 
em fase de 
repouso 
(telógena)
Percentual 
de pelos 
em fase de 
crescimento 
(anágena)
Duração 
da fase 
telógena
Duração 
da fase 
anágena
Couro 
cabeludo
13 85 3–4 meses 2–6 anos
Sobrancelhas 90 10 3 meses 4–8 semanas
Orelhas 85 15 3 meses 4–8 semanas
Bochechas 30–50 50–70 — —
Queixo 20 70 10 semanas 1 ano
Lábio 
superior
35 65 6 semanas 16 semanas
Corpo
Axilas 70 30 3 meses 4 meses
Região 
pubiana
70 30 3 meses 4 meses
Braços 80 20 18 semanas 13 semanas
Pernas e 
coxas
80 20 24 semanas 16 semanas
Peito 70 30 — —
Quadro 1. Duração das fases do ciclo de crescimento dos pelos
A fase catágena é a mais curta do ciclo, e aproximadamente 1% dos pelos 
costumam estar nessa fase. Sua duração é de cerca de 2 a 3 semanas e, durante 
esse período, as células que promovem o crescimento dos cabelos desaceleram 
a sua capacidade de proliferar, promovendo, assim, um estado de transição entre 
a fase de crescimento (anágena) e a fase de descanso das células que promovem 
o crescimento dos fios (telógena). Essa fase dura cerca de 3 a 4 meses para a 
maior parte dos folículos, embora para os folículos das pernas, dos braços e do 
queixo ela seja muito mais longa. No couro cabeludo, cerca de 15% dos fios são 
observados nessa fase em sujeitos que não estão se queixando de queda capilar. 
É na fase telógena que a haste pilosa se desprende da papila e das células proli-
7Morfofisiologia do pelo
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ferativas que produziam e faziam crescer essa haste. A haste que se desprende 
logo será eliminada da pele, sendo observada como um cabelo ou pelo que cai 
sem qualquer tração. Ao final da fase telógena, inicia-se novamente outro ciclo, 
com a volta da atividade de proliferação das células da matriz, reiniciando uma 
nova fase anágena.
Substâncias que influenciam o ciclo de crescimento dos pelos
Tudo aquilo que for absorvido pelo seu organismo, seja por meio de alimentação, 
medicamentos, produtos aplicados sobre a pele e até mesmo respiração, pode estimular 
ou inibir o ciclo de crescimento dos pelos. Por exemplo, hormônios como o estrogênio 
e a tiroxina (derivado do metabolismo da tireoide) prolongam e estimulam a fase de 
crescimento dos pelos (anágena). No entanto, corticoesteroides, que são medicamentos 
muito utilizados como anti-inflamatórios, diminuem essa fase. 
Os hormônios do tipo androgênio, também chamados de hormônios masculinos 
(apesar de serem produzidos naturalmente pelo organismo de mulheres), podem 
diminuir a duração do ciclo de crescimento dos cabelos em indivíduos geneticamente 
predispostos. Em contrapartida, estimulam o ciclo de crescimento de pelos corporais. 
Fatores nutricionais, como dietas extremamente restritivas, baixa ingestão calórica, 
alimentação rica em carboidratos e o estresse psicoemocional podem diminuir o 
ciclo de crescimento dos pelos. 
Tipos de pelos
Os pelos são classificados em três diferentes tipos: lanugo, vellus ou terminais. Essa 
divisão está baseada nas características morfológicas (estruturais) dos pelos e no 
momento em que surgem. Lanugo é o pelo que você tinha durante a gestação, 
enquanto ainda estava dentro do útero materno. Eles normalmente caem por volta do 
oitavo mês de gestação, mas é comum alguns bebês nascerem com essa pilificação 
bastante pronunciada e perderem os pelos ao longo do primeiro mês. Vellus são aqueles 
pelos mais finos que as mulheres têm no rosto, no pescoço, no tronco e nos braços. Os 
homens também têm pelos do tipo vellus no rosto, por exemplo, nas partes que não 
ficam cobertas pela barba. Tanto os pelos vellus quanto os lanugos são finos, curtos 
e não necessariamente muito pigmentados. Já os pelos terminais são mais grossos, 
pigmentados e longos. Nascemos com pelos terminais nas sobrancelhas, nos cílios e 
nos cabelos. Ao longo da vida, especialmente após a puberdade, o nosso organismo, 
sob estímulo dos hormônios dessa fase, vai transformar os pelos vellus de algumas 
regiões em terminais, como nas axilas, na região íntima, nas pernas e na barba.
Morfofisiologia do pelo8
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Patologias foliculares na epilação 
Os folículos pilosos podem ser alvo de diversas patologias. No entanto, nem 
todas apresentam relevância para a prática do epilador. Dessa forma, estão 
descritas a seguir as principais disfunções foliculares e as que mais podem 
impactar na sua prática.
Foliculite: é caracterizada como infecção dos folículos pilosos por fungos 
e bactérias, especialmente Staphylococcus. Essa bactéria está presente na pele 
de todos os indivíduos, sendo parte do microbioma cutâneo. Porém, quando 
a pele perde integridade (algum machucado ou corte), esse microrganismo 
consegue entrar no tecido e provocar reações que não provocaria na superfície 
da pele. Os sinais clínicos são eritema (vermelhidão) da pele nos arredores 
do folículo piloso, prurido (coceira), formação de pápulas (lesões elevadas, 
avermelhadas e localizadas da pele, as quais se assemelham a picadas de 
mosquito) e pústulas (lesões contendo pus) (Figura 3). 
Se não for tratada adequadamente, a foliculite pode induzir a lesões mais sé-
rias, como cicatrizes hipertróficas (relevo aumentado), hipercromias (manchas 
mais escuras na pele) e destruição folicular, impossibilitando o crescimento de 
novos fios. É bastante comum em afrodescentes e caucasianos de pelos com 
acentuada curvatura. As regiões mais acometidas são barba, regiãopubiana e 
couro cabeludo. Raspar os pelos com lâminas pode favorecer a manifestação 
da foliculite em mais regiões, pois as bactérias podem ser arrastadas pelo 
contato direto da lâmina. O tratamento médico consiste na prescrição de 
antibióticos tópicos (para passar) e/ou por via oral (para ingerir). Orientações 
para que o paciente adquira cuidados domiciliares relacionados à higienização 
da pele são importantes. Por comprometer a estética dos pacientes, pode levar 
a reações emocionalmente desagradáveis. Uma alternativa para evitar novas 
infecções é a fotoepilação quando os pelos estão localizados em regiões em 
que os indivíduos não se importam em eliminá-los.
9Morfofisiologia do pelo
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 9 27/07/2018 17:25:10
Figura 3. Foliculite.
Fonte: Adaptada de ilusmedical/Shutterstock.com.
Pseudofoliculite: “pseudo” é um prefixo utilizado para dar a conotação de 
algo que não é real ou verdadeiro. Diferentemente da foliculite, na pseudofolicu-
lite não há infecção do folículo piloso e, sim, apenas inflamação. Essa condição 
também é chamada de pelo encravado. Os pelos se desenvolvem e, se muito 
curvados, podem penetrar novamente na pele ou nem serem superficializados 
(Figura 4). Nesse momento, são considerados elementos invasores e, por não 
serem reconhecidos pelo organismo, disparam um processo inflamatório que 
pode resultar em sinais clínicos semelhantes ao da foliculite: eritema, prurido, 
pápulas e pústulas e, posteriormente, hiperpigmentação. Você pode identificar 
esses pelos ao perceber que não é possível encontrar sua ponta, pois ela está 
também inserida na pele ou ao visualizar o pelo por debaixo de uma fina 
camada da pele. É comum se manifestar na barba e no pescoço (em homens), 
nas axilas, na região genital e, eventualmente, nas pernas. 
A depilação com lâminas é comumente associada à manifestação dessa 
condição, pois deixa os pelos com a ponta oblíqua e favorece a sua penetração 
na pele. Não raspar os pelos diminui a frequência de pseudofoliculite. Outra 
dica simples, mas interessante, é esfoliar a pele 1 a 2 vezes por semana com 
bucha vegetal ou cosméticos contendo microesferas, e manter a pele hidratada 
com a aplicação diária de cosméticos hidratantes. Para solução definitiva, a 
fotoepilação é uma opção nesse caso.
Morfofisiologia do pelo10
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 10 27/07/2018 17:25:11
Figura 4. Formas como a pseudofoliculite pode se manifestar.
Fonte: alphabe/Shutterstock.com.
Furúnculo: trata-se de infecção do folículo piloso e das glândulas sebáceas 
também causada pela bactéria Staphylococcus spp. Essa infecção se estende 
para o tecido adjacente, e sua manifestação clínica é diferente da foliculite 
e da pseudofoliculite. O seu principal sinal é uma lesão inflamatória maior, 
avermelhada, endurecida, dolorosa (com ou sem aplicação de pressão externa) e 
preenchida por maior quantidade de secreção purulenta. Quanto mais profunda 
e exacerbada a infecção, maior o tamanho da lesão. Pode levar à formação de 
cicatrizes irregulares, podendo ser hipertrófrica (elevada, acima do nível da 
pele) ou atrófica (abaixo do nível da pele). Sua manifestação ocorre em áreas 
úmidas e de atrito da pele (Figura 5). 
Figura 5. Folículo piloso normal e folículo piloso com lesão do tipo furúnculo.
Fonte: Adaptada de Aguiar (2015).
11Morfofisiologia do pelo
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 11 27/07/2018 17:25:12
Quando acomete repetidamente o indivíduo, a condição é denominada 
furunculose e, quando mais de um folículo está envolvido na mesma lesão, 
é denominada carbúnculo, conforme Figura 6. O tratamento para furúnculo, 
furunculose e carbúnculo está baseado no uso de antibióticos aplicados na 
pele (topicamente) ou por via oral (ingeridos), sempre sob orientação médica.
Figura 6. Vários folículos pilosos envolvidos na formação de 
um estágio avançado de furúnculo, denominado carbúnculo. 
Fonte: Lechimsmelo.ru ([2016]).
A principal função da pele é servir como barreira física, protegendo nosso 
corpo de infecções e substâncias tóxicas. Viveríamos menos tempo se tudo aquilo 
que entra em contato com a nossa pele chegasse ao nosso sangue e se espalhasse 
pelo nosso organismo. No entanto, convivemos harmoniosamente com milhões 
de pequenos e invisíveis (a olho nu) habitantes na superfície da nossa pele, em 
uma espécie de ecossistema conhecido pelo termo microbioma cutâneo.
Morfofisiologia do pelo12
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Microbioma cutâneo
A pele é recoberta por fungos, bactérias e vírus. Como a pele pode ser cheia de 
microrganismos e não manifestar doenças? A maior parte deles é inofensiva e atua 
como protetor da pele frente a microrganismos considerados patogênicos, ou seja, 
capazes de induzir alguma doença. A colonização desses microrganismos é variada 
nas diferentes regiões corporais, especialmente devido às características específicas 
de cada região, como a umidade e a oleosidade. Veja, na figura a seguir, um esquema 
representativo do microbioma cutâneo e perceba que as bactérias Staphylococcus 
spp. envolvidas no desenvolvimento da foliculite e do furúnculo estão na superfície 
da pele considerada sadia. 
Representação esquemática de um corte de pele mostrando suas estruturas principais e 
seu microbioma. 
Fonte: Adaptada de Grice e Segre (2011).
13Morfofisiologia do pelo
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 13 27/07/2018 17:25:13
Você pode encontrar mais informações sobre a pele, os pelos e suas principais doenças 
nos links a seguir.
Foliculite (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, [2017a]):
https://goo.gl/ApwTob
Furúnculo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, [2017b]):
https://goo.gl/HP5tNp
Cuidados diários com a pele (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, [2017c]):
https://goo.gl/y6Wus5
A eliminação dos pelos por métodos epilatórios de tração (pinça, linha, equipamentos 
elétricos de tração, cera) envolve uma sensação dolorosa que varia de pessoa para 
pessoa. A unidade pilossebácea é altamente inervada e, por isso, tracionar os pelos 
que estão em plena fase de crescimento é dolorido. Além disso, os pelos em fase 
de crescimento estão com sua porção proximal — aquela mais profundamente 
implantada no couro cabeludo — alargada e com diâmetro muito maior do que 
a abertura do folículo piloso. Pelos em fase de repouso (telógena) não provocam 
dor ao se desprenderem porque os fios nessa fase já se desconectaram das demais 
estruturas do folículo piloso e apresentam diâmetro adequado para serem eliminados 
sem causar desconforto. 
Morfofisiologia do pelo14
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 14 27/07/2018 17:25:13
1. Os pelos, estruturalmente, são 
formados por cutícula, córtex 
e medula (ausente em pelos 
mais finos). Sobre o córtex, 
assinale a alternativa correta.
a) Representa cerca de 
80% da composição dos 
fios, especialmente no 
couro cabeludo.
b) É responsável pela fragilidade e 
elasticidade dos fios.
c) Confere brilho e maciez aos fios.
d) É composto, majoritariamente, 
por queratina e melanina.
e) Não está presente em pelos finos. 
2. A unidade pilossebácea é composta 
pelo folículo piloso, pela glândula 
sebácea e pelo músculo eretor 
do pelo. Sobre o folículo piloso, 
assinale a alternativa correta.
a) Contém uma estrutura 
denominada bulbo, onde se 
localizam as células-tronco.
b) Contém uma estrutura 
chamada bulge, onde se 
localiza a matriz germinativa.
c) Contém uma estrutura chamada 
papila dérmica, de onde 
provém o sebo que lubrifica 
os fios e a superfície da pele.
d) É nutrido por capilares 
sanguíneos por meio 
da papila dérmica.
e) É um elemento de 
origem dérmica.
3. Se seu cliente apresentar pele 
seborreica, ou seja, com produção 
aumentada de sebo, o que você 
deve fazer antes do procedimento 
de epilação com cera aquecida?
a) Aplicar a cera direto sobre a pele.
b) Deslipidizar a pele com 
solução higienizante aquosa.
c) Deslipidizar a pele com 
solução hidroalcoólica e, se 
necessário, com talco.
d) Aplicar maisde uma 
camada de cera.
e) Nenhum procedimento 
prévio é necessário para a 
epilação com cera aquecida 
de peles seborreicas.
4. Sobre a foliculite, assinale 
a alternativa correta.
a) É causada por 
microrganismos estranhos à pele.
b) Tem como sintoma mais 
frequente a queda dos pelos.
c) Não há tratamento 
para a foliculite.
d) Pode ser evitada com a 
prática da fotoepilação. 
e) É mais comum em 
caucasianos de pelos lisos. 
5. A pseudofoliculite é uma 
inflamação de pele, e não uma 
infecção. Sobre a pseudofoliculite, 
assinale a alternativa correta.
a) Ocorre infecção superficial 
do folículo piloso.
b) Ocorre envolvimento do folículo 
piloso e da glândula sebácea.
c) É comum se manifestar na barba 
e no pescoço de homens e na 
região genital de ambos os sexos.
d) Tem como microrganismo 
principal envolvido a bactéria 
Staphylococcus spp.
e) Tem como tratamento 
a antibioticoterapia.
15Morfofisiologia do pelo
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Morfofisiologia do pelo16
C02_Morfofisiologia_pelo.indd 16 27/07/2018 17:25:15
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