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Rómulo Francisco Vera Del Carpio • Diretor da Lima & Del Carpio Consultoria Internacional • Prof. da Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro • Prof. da Universidade de São Paulo (USP/Fipe) • Prof. da Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro São Paulo 2008 Carta de Crédito e UCP 600 • COMENTADA• Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Del Carpio, Rómulo Francisco Vera Carta de crédito e UCP 600 : (comentada) / Rómulo Francisco Vera Del Carpio. -- São Paulo : Aduaneiras, 2008. ISBN 978-85-7129-529-2 1. Brasil - Comércio exterior 2. Cartas de crédito - Brasil 3. Crédito documentário - Brasil I. Título. 08-05111 CDD-382.173 Índices para catálogo sistemático: 1. Cartas de crédito e UCP 600 : Comércio exterior 382.173 Copyright © 2008 Editora: Yone Silva Pontes Assistente editorial: Ana Lúcia Grillo Diagramação: Luiz Fernando Romeu e Nilza Ohe Ilustração de capa: Carlos Alberto da Silva Revisão: F. Rodrigues e J. Franzin Impressão e acabamento: Graphic Express 2008 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. EDIÇÕES ADUANEIRAS LTDA. SÃO PAULO-SP – 01301-000 – Rua da Consolação, 77 Tel.: 11 2126 9200 – Fax: 11 3159 5044 http://www.aduaneiras.com.br – e-mail: livraria@aduaneiras.com.br Sempre existirão pessoas às quais um autor deve agradecer, pelo nascimento e crescimento de sua obra, e minha filha, Priscilla Braga Del Carpio, foi e será uma delas, pela sua simples existência. Ao homem que compartilha os sonhos de minha filha, Sebastião Cordeiro; e à mulher que compartilha os meus, Cássia Neves Ribeiro, vão minhas eternas palavras de agradecimento, pelo apoio e dedicação. Agradecimentos Prefácio Um dos pilares do sucesso financeiro da atividade exporta- dora e importadora é o domínio das técnicas dos pagamentos inter- nacionais, particularmente a Carta de Crédito em seus mais diversos aspectos. Dominar o assunto dos Créditos Documentários e entender a verdadeira responsabilidade dos personagens envolvidos antes, durante e depois do embarque das mercadorias, é uma tarefa diária dos profissionais do comércio exterior, cujo objetivo principal é respeitar todos os requerimentos da Carta de Crédito, a fim de ga- rantir as divisas. Em outras palavras, alcançar o sucesso financeiro da ope- ração. Como toda atividade empresarial, o Crédito Documentário, cuja operacionalidade transita pela rede bancária nacional e interna- cional, é norteada mediante uma legislação mundialmente conhecida como UCP 600, da Câmara de Comércio Internacional – CCI, norma que se caracteriza pela sua generalidade, ao tratar dos mais diversos temas, e, muitas vezes, pelo significado que suas entrelinhas es- condem. Este é o mérito desta obra, que foi elaborada em uma linguagem simples, direta e operacional, destrinchando termos e procedimentos técnicos que, certamente, numa leitura primária, es- capariam ao mais tarimbado profissional. O autor de um livro técnico deve ficar atento para não cair na utilização de palavras difíceis e, mantendo a simplicidade e obje- Carta de Crédito e UCP 600 (Comentada)6 tividade de seus apontamentos, assim, lendo o texto desta obra, tem- se impressão que o leitor está conversando com o autor, num diálogo de termos técnicos revestidos de extrema simplicidade e de fácil compreensão. A riqueza de detalhes é outra característica essencial deste livro; alguns comentários sobre os artigos da UCP 600 ultrapassam o entendimento do texto oficial. Nesses tempos de aulas virtuais, a obra do professor Ró- mulo Del Carpio é um exemplo de disseminação do conhecimento em massa, alcançando desde o estudante de comércio exterior até o mais experimentado profissional. Como dizia o professor Miguel Ferreira Lima, 1 executivo de grande quilate na área e prefaciante de um dos livros do autor, as obras do professor Rómulo Del Carpio representam o dia-a-dia da atividade internacional de uma empresa e são leitura obrigatória para todos aqueles que se movimentam no mundo globalizado dos negócios. Normalmente, quem é convidado para fazer o prefácio de um livro é uma pessoa de destaque na área em questão, mas no meu caso, além de ainda não ter alcançado esse patamar, sou suspeita para escrever estas linhas, pois sou filha do autor. Então, minhas palavras encerram um viés sentimental, pois, particularmente, nunca vi um prefaciante ser parente do autor. Essa ligação de filha para pai faz do presente texto um prefácio diferente. Hoje, por influências paternais, milito na atividade do co- mércio exterior e me senti na obrigação de fazer parte do time de pessoas que já fizeram este papel nas obras anteriores do autor. Contribuí na elaboração do Capítulo “Análise comparativa da UCP 500 versus UCP 600”, e comprendi o quanto é importante 1 Coordenador do Curso MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacio- nais, da Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro. Prefácio 7 para os profissionais dominar as legislações da CCI – Câmara de Comércio Internacional. Diante do desafio de inserir o Brasil no contexto mundial e incentivar a formação de uma cultura exportadora, escrever livros técnicos representa uma grande contribuição ao desenvolvimento dos recursos humanos especializados, no fascinante mundo dos ne- gócios internacionais. Aproveitem o texto, sucesso e bons negócios! Vitória, julho de 2008. Priscilla Braga Del Carpio Introdução Nestes tempos em que o real está valorizado, a atividade de comércio exterior no Brasil tornou-se um desafio para as empresas que atuam no mundo globalizado dos negócios. Manter os espaços conquistados no mercado mundial é o desafio natural; ampliar essas conquistas e inserir as empresas no contexto global, é a meta em curto prazo. O objetivo é criar uma cultura exportadora nacional, em que as pequenas empresas, médias e grandes compartilhem de modo coordenado do grande esforço de levar aos cantos do mundo a marca “ made in Brazil ”. É difícil? Demora? Requer tempo? Tudo isso ficará para trás quando o movimento nacional perceber que exportar e importar são tão naturais quanto o sonho brasileiro de organizar a Copa do Mundo de 2014. Dentro deste contexto empresarial, o Brasil avança como nação em desenvolvimento, líder natural e geográfico da América Latina e com a aspiração a que tem direito de participar mais ativa- mente nas grandes decisões mundiais. Este é o panorama que temos em 2008. Um dos desafios são os recursos humanos, especializados na atividade internacional das empresas, gente que domine, de ma- neira sistêmica, a venda e compra de produtos. Esse desafio pertence a todos e, particularmente, à Adua- neiras , como fonte disseminadora do conhecimento de comércio exterior no Brasil. Carta de Crédito e UCP 600 (Comentada)10 Como contribuição a esse estímulo, dediquei, no final de 2007, boa parte de minhas horas de trabalho a analisar e comentar as Regras e Usos Uniformes Relativos a Créditos Documentários, ela- boradas pela CCI – Câmara de Comércio Internacional – cujo prin- cipal objetivo é regulamentar a utilização das Cartas de Crédito nos negócios internacionais de exportação e importação. A UCP 600 (Uniform Customs and Practice for Documen- tary Credits) , como é mundialmente conhecida, entrou em vigor em 1 º de julho de 2007, substituindo as normas anteriormente compila- das na UCP 500. Essa regulamentação levou em conta aspectos e considera- ções importantes, tendo como base a jurisprudência internacional, as inovações tecnológicas dos bancos, casos especiais e práticas rotinei- ras, constituindo-se uma norma indispensável para todos os envolvi- dos numa negociação com Crédito Documentário. O princípio básico da CCI, oda auto-regulação, fundamenta a aplicação e o funcionamento da UCP 600 no mundo empresarial, facilitando às companhias de diferentes países negociarem entre si, contribuindo dessa maneira com o desenvolvimento do comércio internacional. A aceitação universal da UCP 600 é uma demonstração ímpar dos dirigentes empresariais situados em países de sistemas jurídicos diferentes, de adaptarem seus costumes comerciais locais às normas internacionais, primordialmente no que diz respeito aos pagamentos via Carta de Crédito. Sendo o tema tão diversificado, procurei fazer os comentá- rios com o mínimo de detalhes, suficientes apenas para que o profis- sional possa entender seu conteúdo como um todo, e não como uma parte, pois os pagamentos internacionais também envolvem modali- dades como as cobranças documentárias que, dependendo do rumo das negociações preliminares entre exportador e importador, podem ser levadas em conta no momento do fechamento do negócio inter- nacional. Ademais, busquei ampliar também a visão dos exportado- res, importadores, executivos de bancos, transportadores, corretores Introdução 11 de câmbio, companhias de seguros, despachantes e todos aqueles que, de acordo com as suas atividades, participam de algum modo em uma negociação internacional envolvendo Crédito Documentário. Na introdução do livro Carta de Crédito e UCP 500 Co- mentada , publicada em quatro edições, sempre repeti uma máxima, como um grito de comando, um lema, uma consigna, que todo profissional deve ter em mente e que agora, por ocasião desta nova UCP 600, vejo a necessidade de repetir: Carta de Crédito não se interpreta. Cumpre-se! Esse cumprimento total por parte do exportador vai gerar o comportamento bancário local e internacional, então podemos ima- ginar a importância da UCP 600 como elo regulador entre as partes envolvidas. O conteúdo desta obra fez dela não apenas um livro de texto para estudantes universitários, mas também de grande utilidade para os profissionais que já atuam na área do comércio exterior. Procurei ser o mais claro e simples possível, ao fazer os comentários da UCP 600. Evitei ao máximo o exibicionismo de gráficos e símbolos. Fiz uma abordagem prática e objetiva daquilo que ocorre no dia-a- dia, sem esquecer, porém, que cada Carta de Crédito possui suas peculiaridades, de acordo com os costumes comerciais do país do importador, situação que exige que o profissional trate o instrumento sob a máxima: “cada L/C é uma L/C”. Apresento, assim, minha contribuição para o crescente de- senvolvimento das técnicas comerciais internacionais, esperando que a mesma possa ser de grande utilidade para os profissionais atuantes, assim como para aqueles que estão interessados em ingres- sar no mundo dos negócios internacionais, e aos estudantes, que amanhã farão parte deste vasto e dinâmico mundo do comércio exterior. Diante do sucesso de vendas das edições anteriores, esta obra representa a aceitação definitiva deste esforço editorial no mer- Carta de Crédito e UCP 600 (Comentada)12 cado, pois tornou-se tradicional encontrá-la nas bibliotecas das em- presas e nas mesas de trabalho dos profissionais, como uma ferra- menta de trabalho, além de leitura obrigatória nas universidades de graduação e pós-graduação de Comércio Exterior, ultrapassando as fronteiras, pois é fonte de consultas em diversos países da América Latina. Nestes tempos do real valorizado, o Brasil precisa ser toma- do por uma febre exportadora para alavancar seu crescimento econô- mico e sustentar o seu desenvolvimento. Como empresário, faço minha parte promovendo e expor- tando produtos brasileiros; como professor e instrutor, contribuo na formação dos recursos humanos; e, como autor, levo ao alcance de todos os conhecimentos adquiridos em anos de mercado. Eis a minha parte! Nasci em terra estrangeira, o Peru me viu nascer, mas tenho o Brasil como minha pátria querida, onde tive a oportunidade de desenvolver minhas atividades profissionais. Rio de Janeiro, julho 2008. O autor Sumário Agradecimentos........................................................................... 3 Prefácio........................................................................................ 5 Introdução.................................................................................... 9 Texto Oficial da UCP 600 da CCI e Comentários....................... 15 Análise Comparativa da UCP 500 versus UCP 600.................... 143 Roteiro para Analisar uma Carta de Crédito ............................... 165 Incoterms 2000 e Formação de Preços........................................ 179 Revised American Terms versus Incoterms 2000 ........................ 201 Condições de Pagamento Internacional ( Payment Terms )........... 209 Cartas de Crédito Especiais ......................................................... 235 Slides de Pagamentos Internacionais e Comentários................... 247 Exigências do Exportador para a Abertura de uma L/C.............. 267 Você Assinaria este Contrato? ..................................................... 273 Modelo de uma Carta de Crédito de Exportação ........................ 279 Carta de Crédito e UCP 600 (Comentada)14 Modelo de uma Carta de Crédito de Importação ........................ 285 Leitura Prática de Cartas de Crédito e Comentários ................... 289 Questões sobre a UCP 600 .......................................................... 315 Perguntas e Respostas sobre Carta de Crédito ............................ 321 eUCP ........................................................................................... 339 ISBP e UCP 600 .......................................................................... 351 Termos Técnicos Usados em Carta de Crédito............................ 397 Entidades Ligadas ao Comércio Exterior .................................... 409 Texto Oficial da UCP 600 da CCI e Comentários Artigo 1 º Aplicação da UCP Os Costumes e Práticas Uniformes relativos a Créditos Documentários, Revisão 2007, Publicação n º 600 da CCI são as regras a serem aplicadas a todo Crédito Documentário (“crédito”) (inclusive, na medida em que forem aplicáveis, a qualquer Carta de Crédito Standby ) sempre que o texto do instrumento de crédito expressamente indicar que o respectivo crédito está sujeito a estas regras, às quais estarão vinculadas todas as partes envolvidas, exceto modificação ou exclusão expressa constante do referido instrumento. COMENTÁRIO 1 º O texto deste artigo ganhou uma nova redação, porém não altera a essência do que já estava mencionado na UCP 500. Assinala claramente que um Crédito Documentário somen- te será amparado nas normas da UCP 600 desde que esteja inserida no texto da Carta de Crédito, uma declaração vinculando-o às nor- mas da UCP 600. Assim, ao analisar uma Carta de Crédito de exportação, importação ou mesmo de Standby , o profissional deve ter o cuidado em verificar se existe essa vinculação que deverá ser incluída pelo Banco Emitente na emissão do crédito. Normalmente, o Banco Emitente já tem como rotina fazer a vinculação automática da UCP 600 às Cartas de Crédito que emitem, Carta de Crédito e UCP 600 (Comentada)16 porém, verifica-se, em alguns casos, que há certas omissões involun- tárias e nessa situação o risco é do exportador. Uma emenda, onde o importador instrui o Banco Emitente para acrescentar a vinculação, resolve o problema. Por outro lado, o artigo menciona implicitamente, que todos os artigos da UCP 600 aplicam-se às L/Cs, proibindo, portanto, a vinculação parcial. Importante destacar, também, que todas as partes envolvi- das estão obrigadas a respeitar e observar os 39 artigos da UCP 600. Quando a transmissão do crédito é feita pelo Banco Emiten- te através do sistema Swift , não é obrigado a mencionar a vinculação e, neste caso, cabe ao Banco Avisadorincluir, sem necessidade de emenda, a formalidade da UCP 600 ao texto da Carta de Crédito que está entregando ao exportador, além de decodificar o nome dos bancos que aparecem na mensagem a fim de que o exportador possa identificá-los. Finalmente, o artigo 1 º inclui novamente ao texto da UCP 600 a denominada Standby Letter of Credit , que funcionam como Cartas de Crédito financeiras ou de aval, cuja função principal é oferecer garantias a um determinado Beneficiary que por ventura tenha feito um empréstimo a um Tomador, normalmente localizado fora do país do Issuing Bank da Standby . Cabe lembrar ainda, que a Standby pode ser utilizada em operações envolvendo mercadorias e serviços, substituindo o uso do Crédito Documentário convencional. Especificamente, a Standby está regulamentada pela publi- cação 590 da Câmara de Comércio Internacional – CCI. Artigo 2 º Definições Para os efeitos destas regras: Banco Avisador significa o banco que avisa o crédito mediante solicitação do Banco Emitente. Texto Oficial da UCP 600 da CCI e Comentários 17 Requerente significa a parte sob cuja solicitação o cré- dito for emitido. Dia bancário significa um dia em que os bancos estive- rem abertos para expediente normal no local onde for pratica- do o ato sujeito a estas regras. Beneficiário significa a parte em cujo favor o crédito for emitido. Apresentação conforme significa uma apresentação que estiver em conformidade com os termos e condições do instru- mento de crédito, as disposições aplicáveis destas regras e os padrões das práticas bancárias internacionais. Confirmação significa o compromisso definitivo do Ban- co Confirmador, adicionalmente ao do Banco Emitente, no sentido de honrar ou negociar uma apresentação conforme. Banco Confirmador significa o banco que agregar sua confirmação ao instrumento de crédito mediante a autoriza- ção ou solicitação do Banco Emitente. Crédito significa todo o acordo qualquer que seja sua denominação ou descrição, que for irrevogável e de tal forma constituir um compromisso definitivo do Banco Emitente, no sentido de honrar uma apresentação conforme. Honrar significa: a) Pagar à vista se o crédito estiver disponível para pagamen- to à vista. b) Contrair um compromisso de pagamento diferido e pagar no vencimento, se o crédito estiver disponível mediante pagamento diferido. c) Aceitar uma letra de câmbio (“saque”) sacada pelo Bene- ficiário e pagar no vencimento se o crédito estiver disponí- vel mediante aceitação. Banco Emitente significa o banco que emitir um crédito mediante solicitação de um requerente ou em seu próprio nome. Carta de Crédito e UCP 600 (Comentada)18 Negociação significa compra, pelo Banco Designado, de saques (letras sacadas contra banco que não o Banco Desig- nado) e/ ou documentos nos termos de uma apresentação conforme, mediante a antecipação de recursos ou a con- cordância em adiantá-los ao Beneficiário no dia bancário em que o reembolso for devido ao Banco Designado, ou antes do respectivo dia. Banco Designado significa o banco do qual o crédito es- tiver disponível ou qualquer banco no caso de um crédito disponível em qualquer banco. Apresentação significa a entrega de documentos ao Banco Emitente ou Banco Designado, nos termos de instru- mento de crédito, ou os documentos de tal forma entregues. Apresentador significa um Beneficiário, banco ou outra parte que faça uma apresentação. COMENTÁRIO 2 º Os assuntos tratados neste artigo são novidades na UCP 600, pois definem claramente os personagens e os procedimentos que devem ser respeitados e observados pelas partes envolvidas numa operação com Crédito Documentário. A novidade é a expressão apresentação conforme que define o fiel cumprimento, por parte do exportador, de todos os termos e condições inseridos no texto do crédito, situação provada pela entrega documental rigorosamente em boa ordem, sem discre- pâncias de qualquer ordem, que o artigo define como apresentação. Quanto aos personagens, uma definição ampliada ajuda a identificá-los como: – Issuing Bank (Banco Emitente), também conhecido co- mo Opening Bank, que fornece em favor do exportador as garantias bancárias da Carta de Crédito. Maiores deta- lhes no artigo 7º da UCP 600. – Advising Bank (Banco Avisador) é o banco na praça do exportador que transmite ou avisa ao exportador a che- Texto Oficial da UCP 600 da CCI e Comentários 19 gada do Crédito Documentário, sem nenhuma responsa- bilidade quanto ao conteúdo, entregando o documento ao Beneficiary devidamente autenticado mediante a confe- rência do chamado Test Key mantido com o Issuing Bank. O artigo 9º da UCP 600 trata sobre as responsabi- lidades deste banco. – Negotiating Bank (Banco Negociador) também conheci- do como Paying Bank, é o banco autorizado pelo Issuing Bank a pagar, aceitar ou negociar os documentos da Carta de Crédito apresentados pelo exportador. Ver arti- go 12 da UCP 600. – Confirming Bank (Banco Confirmador) é o banco nor- malmente estabelecido fora do país do Issuing Bank, que assume o compromisso junto ao Beneficiary de pagar o valor da Carta de Crédito em nome do Issuing Bank, sob qualquer circunstância em caso de impedimento por mo- tivos do risco-país ou risco-banco. Em outras palavras, é o avalista do Issuing Bank. Maiores detalhes sobre as funções deste banco no artigo 8º da UCP 600. – Reimbursing Bank (Banco Reembolsador) é o caixa do Issuing Bank que efetuará o reembolso do valor da Carta de Crédito, desde que seja devidamente autorizado pelo Banco Emitente. Portanto, a função principal deste banco é pagar os compro- missos internacionais assumidos pelo Banco Emitente, sem nenhu- ma responsabilidade quanto ao exame documental ou condições expressas no Crédito Documentário. A função do Reimbursing Bank está regulamentada na URR (Uniform Rules for Reembursement) 525 da CCI e a UCP 600 trata sobre este assunto no artigo 13 da UCP 600. – Applicant (Tomador), também conhecido como reque- rente, opener, buyer ou importador, geralmente cliente do Issuing Bank. – Beneficiary (Exportador), também conhecido como seller.
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