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Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO- UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO-UEMANET
Disciplina: Educação Profissional para a Cidadania 
Especialização: Educação Especial/ Educação Inclusiva
INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO
Acadêmicos:
Ana Cláudia Rocha Barbosa
Carlos Temístocles Biá e Silva
Jamislene Rodrigues Lima
Alto Parnaíba - MA
2020
INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO
FRIEDRICH, Ricardo Werner. Pessoa com deficiência no mercado de trabalho: Dificuldades na inclusão. XII Seminário Internacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea, Santa Cruz do Sul - RS, 2016.
Ana Cláudia Rocha Barbosa ¹
Carlos Temistócles Biá e Silva²
Jamislene Rodrigues Lima³
Ricardo Werner Friedrich, graduado em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2013), Pós graduado em Direito Processual Civil pela UNINTER. Atualmente é advogado - Advogado autônomo. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito.
Em seu artigo “Pessoa com deficiência no mercado de trabalho: Dificuldades na inclusão”, composto por 17 páginas, Friedrich visa esclarecer os motivos pelos quais as pessoas com deficiências encontram tantas dificuldades para serem inseridas no mercado de trabalho e o papel que o Estado e a família têm em auxiliar na garantia do direito ao trabalho. E aponta como justificativa o alto número de pessoas em nosso país que possuem alguma necessidade especial, e que têm o direito a trabalhar.
Segundo o autor, embora as pessoas com necessidades especiais tenham seus direitos garantidos legalmente, sofrem frente a gigantesca exclusão econômica e dificuldades para serem inseridas no mercado de trabalho. Apesar do longo trajeto enfrentado por essas pessoas, a sociedade está superando o preconceito de forma a possibilitar-lhes a inclusão efetiva, que ocorrerá por meio de um trabalho em conjunto do Estado, família e sociedade através da construção de uma sociedade livre, justa e solidária, por meio de políticas públicas compensatórias e eficazes, com a ajuda das empresas, que devem zelar pelo respeito ao valor social do trabalho ao contratar e capacitar pessoas com necessidades especiais. Dessa forma a chave para a inclusão está no direito de ir e vir, de trabalhar e de estudar. 
No referido artigo, o autor menciona algumas definições para o termo deficiência, dentre elas o conceito dado por Fagundes (2008), “é uma pessoa que possui algumas limitações de ordem física, mental ou sensorial, sendo que apenas essa limitação a faz ser diferente de pessoas julgadas “normais””. E questiona qual o termo correto pra designar a pessoa com deficiência, segundo o qual, essa definição é determinada pelos valores vigentes em cada época e sociedade, ou seja, à medida que a sociedade evolui a aceitação e o tratamento as pessoas com deficiência melhora. Atualmente são usados os termos “pessoas com necessidades especiais” e “pessoas com deficiências”, que normalmente são utilizadas por pessoas que estudam essa área e pelas próprias pessoas com deficiências. 
Aborda a Lei 8.213/91 que garante o ingresso das pessoas com deficiências no mercado de trabalho, conhecida como Lei de Cotas, mencionando o artigo 93, incisos I a IV, explicando a proporção de funcionários com necessidades especiais de acordo o número de trabalhadores, segundo o referido artigo “a empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.” Embora seja uma lei que vigora há quase 30 anos muitas empresas não a cumprem, usando como uma das justificativa a falta de mão-de-obra qualificada e que não é uma tarefa fácil avaliar a qualificação das pessoas portadoras de necessidades especiais para o trabalho, visto que parte da qualificação de um empregado ocorre ao longo do exercício das atividades que realiza dentro da empresa. 
Apesar da Lei das Cotas ter sido criada para viabilizar as oportunidades de acesso ao mercado de trabalho para as pessoas com necessidades especiais, na prática não é um processo simples. Dentre as dificuldades apontadas pelo autor estão, o fato de em nenhum momento ser levado em consideração a atividade exercida pela empresa e os riscos que essas pessoas correm ao ficarem expostas no exercício de determinadas funções, em razão de que a maioria delas não tem qualificação e preparo para a inserção no mercado de trabalho e a própria legislação dispõe que não se pode exigir delas experiência anterior e muito menos qualificação profissional, existindo essa necessidade, a pessoa deve adquirir internamente as habilidades exigidas pela função. As empresas também não podem determinar um setor específico para atuação, uma vez que, poderá ser interpretada como discriminação e ainda deverá avaliar as atividades executadas de forma especial, levando-se em consideração as implicações de suas limitações na produtividade. E mesmo que a prestação de serviços não ocorra de maneira satisfatória o empregador deverá manter o funcionário até que encontre outro com necessidades especiais para substituí-lo, o que onera muito a empresa, pois além de não ter a efetiva prestação de serviço daquele funcionário, deverá disponibilizar um terceiro para complementar à execução daquela função e ainda terá que fazer o mesmo processo de contratação. Outro problema enfrentado pelas empresas para contratação pela Lei de Cotas é o fato de muitas serem atividades de alto risco e por não possuírem estruturas que assegurem o desenvolvimento das atividades de forma segura para os portadores de necessidades especiais.
Menciona também a falta de estímulo a essas pessoas na inserção no mercado de trabalho, devido ao benefício disponibilizado pela Previdência Social por meio da Lei nº 8.742/93, muitos deles não querem abrir mão deste benefício, por ausência de informações ou por desconhecimento da lei, acreditam que se começarem a trabalhar irão perder o direito de receber o benefício, no entanto a Constituição Federal assegura aos portadores de deficiência o direito à inclusão social, no qual se insere o direito ao trabalho e o direito de benefício mensal. Tem ainda a falta de conhecimento das empresas em relação ao potencial das pessoas com deficiências, entre outras variáveis. Salienta a necessidade de investimentos na formação dos empresários, para que os mesmos aprendam a lidar com a heterogeneidade. 
Destaca que o Estado apenas cria a lei para ser cumprida, impondo sanções para casos de descumprimento, porém não disponibiliza instrumentos para viabilizar a lei, nem mecanismos de acesso para as pessoas com necessidades especiais às informações corretas sobre o benefício de se inserirem no mercado de trabalho. Com poucos investimentos por parte do Estado na criação de centros de reabilitação e readaptação capazes de promover a capacitação destes trabalhadores para inseri-los no mercado de trabalho. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego é responsável pela fiscalização das empresas quanto à adequação das cotas de deficientes, a lei deixa claro o número de vagas destinadas a esse público, mas não apresenta meios para possibilitar e favorecer a contratação dessas pessoas. 
Relata ainda a importância do papel do governo e da família nesse processo, segundo o autor, alguns dos incentivos por parte do governo são os cursos profissionalizantes, como por exemplo o Sistema S, Serviço Nacional de Aprendizagem industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) e Serviço Nacional de Cooperativismo (SESCOOP), que oferecem cursos técnicos de nível médio que integram o programa federal de capacitação técnica, que tem por prioridade a qualificação profissional e o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limites, que oferece cursos de formação profissional técnica de nível médio e tecnológico, os quaisnão tem limite de vagas voltadas para as pessoas com deficiências, as quais terão a oportunidade e acessibilidade necessária. Na CLT nos artigos 428 e 433 por meio da Lei 11.180/05 assegura a formação de contratos de aprendizagem sem limite de idade para pessoas com deficiências, incentivando e dando mais oportunidades de ingressar no mercado de trabalho ou ainda melhorar sua posição na empresa onde esse trabalha. 
Com relação a família o autor ressalta que esta pode interferir positivamente como negativamente e que o tópico família pode ser divido em três partes: social, cultural e econômica. O primeiro considerado mais amplo, pois o social está atrelado ao contexto social, ao meio de convívio onde as pessoas com deficiência estão e devem ser inseridas, isso ajuda na formação de caráter e comportamento, pois a aceitação do grupo nos quais estão inseridas representa um incentivo a mais para que ela se envolva mais e se torne mais ativa e deixa de se vitimizar perante a sociedade, enxergando seu potencial. 
Na questão cultural, o foco recai diretamente sobre a unidade da família, uma vez que poderá incentivar ou destruir o desenvolvimento da pessoa com deficiência, em uma família com um grau de instrução intelectual maior provavelmente existirá maior motivação a elas para a busca de qualificação, no intuito de conseguir uma melhor posição no mercado de trabalho. Numa situação inversa a pessoa com deficiência acabará sofrendo com a falta de apoio na busca de uma maior formação, de maneira que muitas vezes acabe escutando que não precisa, pois ele já é “deficiente”, e com toda certeza isso não é um empecilho.
E por fim, a questão econômica tem grande influência na vida da pessoa com deficiência, pois quem possui maior poder aquisitivo possui mais condições em ingressar numa faculdade ou em cursos que favoreçam seu crescimento intelectual e profissional, ao passo que uma vida financeira estável pode causar acomodamento. Aqueles numa situação contrária, poderá encontrar mais barreiras para a sua formação profissional, podendo causar uma relação de dependência e necessidade, pois uma grande parte deles vivem apenas do auxílio de um salário mínimo dado pelo governo, valor baixo considerado baixo para qualquer pessoa.
O autor nos mostra de forma clara e concisa as dificuldades pelas quais passam as pessoas com necessidades especiais para ingressarem no mercado de trabalho, mostrando que a maioria das empresas impõem vários empecilhos para que a inclusão ocorra de forma efetiva e eficiente. Embora exista a Lei de Cotas que prever o número proporcional de funcionários para cada empresa, elas têm dificuldade de fazer essa adesão, alegando que o governo não viabiliza as condições para essas contratações, tendo em vista a falta de qualificação desses profissionais. Sabe-se que ao longo dos anos o preconceito vem sendo quebrado e cada dias as pessoas com deficiência ganham mais notoriedade e espaço. Deve-se avaliar a capacidade profissional dessas pessoas, pois possuem muitas habilidades e são capazes de desempenhar suas funções de forma eficiente. Para que haja a construção de sociedade igualitária faz-se necessário o trabalho conjunto da família, Estado e empresas. A família é a base para a construção e desenvolvimento de um cidadão crítico e atuante, é no seio familiar que os portadores de deficiência encontram as primeiras barreiras e ganham o incentivo de se tornarem pessoas independentes. O Estado deve atuar por meio da implantação de políticas públicas que propiciem a formação acadêmica e profissional de todos os portadores de necessidades especiais, essas políticas devem iniciar desde o momento que a criança ingressa na escola. E as empresas devem estar preparadas para receber todos os profissionais, independente de possuir limitações ou não, adequando sua estrutura e dando a oportunidade de todos desempenharem suas funções, sem existir nenhum tipo de discriminação. 
As questões abordadas por Ricardo Werner Friedrich acerca da inclusão dos portadores de deficiência no mercado de trabalho apontando suas dificuldades, são de extrema importância para a construção do nosso conhecimento e para entendimento da necessidade de construirmos uma sociedade inclusiva, onde haja a valorização de todos sem distinção.
REFERÊNCIAS 
FRIEDRICH, Ricardo Werner. Pessoa com deficiência no mercado de trabalho: Dificuldades na inclusão. XII Seminário Internacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea, Santa Cruz do Sul - RS, 2016.
________________. Ricardo Werner Friedrich. Disponível em: <https://www.escavador.com/sobre/224672249/ricardo-werner-friedrich>. Acesso em de maio de 2020.

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