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Seção 3 - Peça Trabalhista - RECURSO ORDINÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 100ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP
Processo nº: xxxxxxxx
PEDRO CASTILHO, já qualificado nos autos do processo acima descrito, por seu advogado que esta subscreve, na Reclamação Trabalhista que propôs em face da CONSTRUTURA VIVER BEM LTDA, inconformado com a respeitável sentença, vem, tempestiva e respeitosamente à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO com base no artigo 895, inciso I da CLT, de acordo com a razões em anexo, as quais requer que sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
Termos em que,
Pede e aguarda deferimento.
Local e data.
ADVOGADO
OAB/UF
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Recorrente: PEDRO CASTILHO
Recorrido: CONSTRUTORA VIBER BEM LTA
Processo n.º: XXXXXXXXXXXXXXX
Origem: 100ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA
NOBRES JULGADORES
1 – HISTÓRICO PROCESSUAL
Foi ajuizada reclamação trabalhista em face da recorrida pleiteando reconhecimento do vínculo empregatício, pagamento FGTS, assinatura da CTPS, multa, pagamento vale-transporte e honorários advocatícios.
Entretanto, a respeitável Vara do Trabalho julgou a ação parcialmente procedente, não condenando a recorrida ao pagamento dos gastos referentes ao vale transporte, indeferiu o pagamento de honorários advocatícios, bem como julgou improcedente o pedido de justiça gratuito.
Neste caso, a referida decisão não merece prosperar, motivo pelo qual deve a sentença ser reformada, conforme os fundamentos que a seguir serão expostos:
2 - PRELIMINARES
 2.1- CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ORDINÁRIO.
A decisão proferida na Vara do Trabalho trata-se de uma sentença, dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância.
Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o artigo 895, inciso I da CLT.
2.2- DA TEMPESTIVIDADE
Tendo em vista a inconformidade do recorrente com a presente sentença prolatada na sentença do Juízo a quo a interposição do presente recurso é tempestivo, haja vista que a sentença foi prolatada em 22 de maio de 2020, e o art. 775 da CLT diz que o prazo é de 8 (oito) dias, prazo estabelecido pela nova redação dada pela Lei nº 13.467/17, além disso os prazos processuais trabalhistas são contados em dias úteis. Portanto, o presente recurso foi interposto tempestivamente.
Dessa forma, preenchidos os pressupostos de admissibilidade, requer seja o presente recurso processado e o seu mérito apreciado.
Cumpre ressaltar que segue cópia das custas e depósito recursal devidamente recolhidas
3 – MÉRITO
3.1- DOS PAGAMENTOS DEVIDOS DE VALE TRANPORTE
	A fundamentação da sentença a qual julgou improcedente o ressarcimento de vale transporte, merece de todo modo ser reformada, haja vista que na transcrição do entendimento do Douto uízo, baseou em usar argumentos, data vênia, não condizente com a clareza dos fatos. Para tanto, vale eminente Relator, transcrever aqui a literalidade da decisão do Magistrado:
Mesmo não havendo nos autos prova de renúncia ao vale em questão, tendo em vista que o art. 1º da Lei nº 7.418/85 obriga o empregador a fornecer vale-transporte aos empregados que se utilizem de transporte público coletivo municipal ou intermunicipal e que o reclamante não fazia uso destes, julgo improcedente o pedido.
	Como bem narrado na peça inaugural, a recorrida não reconheceu o vínculo empregatício quando ilegalmente contratou o recorrente para trabalhar por meio de pessoa jurídica, na mesma decisão o Juízo a quo reconheceu o vínculo empregatício mas incoerentemente indeferiu o ressarcimento dos gastos com transporte do recorrente. Vale colenda turma relembrar os requisitos do vínculo empregatício:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Ora, se houve o reconhecimento do vínculo empregatício, de forma subsidiária deve-se aplicar também o ressarcimento do vale transporte uma vez que tal benefício é indispensável conforme a Lei 7.418/85 e regulamentado pelo Decreto 95.247/87, que assegura o recebimento do auxílio pelo trabalhador a partir da assinatura do Termo de Concessão.
Sua função consiste na antecipação do auxílio feito pelo empregador, assegurando que o funcionário realize o trajeto de casa para o trabalho e vice-versa em transporte público coletivo urbano ou intermunicipal. 
Assim, esse ponto deve ser reformado.
3.2 – DO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O Douto Juízo a quo julgou no percentual relativamente mínimo para o pagamento de honorários advocatícios, contrariando a constitucionalidade do dispositivo legal. Vide o art. 791-A:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Nesta mesma linha, citamos que o deferimento dos honorários pela parte sucumbente foi matéria tratada e virou o Enunciado no 79, aprovado na 1ª Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho ocorrida em 23/11/2007, in verbis: 
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS DEVIDOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO. I – Honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho. As partes, em reclamatória trabalhista e nas demais ações da competência da Justiça do Trabalho, na forma da lei, têm direito a demandar em juízo através de procurador de sua livre escolha, forte no princípio da isonomia (art. 5º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil) sendo, em tal caso, devidos os honorários de sucumbência, exceto quando a parte sucumbente estiver ao abrigo do benefício da justiça gratuita.
Diante disto, requer que a Reclamada seja condenada ao pagamento dos honorários contratuais, no percentual estabelecido de 15% (quinze por cento).
3.3- DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Na sentença que julgou improcedente o pedido de gratuidade de justiça, a decisão do Juízo a quo, reduziu-se na seguinte menção que ora é transcrito no presente recurso:
Indefiro a assistência judiciária gratuita para o trabalhador, uma vez que auferia a quantia mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais), valor que ultrapassa os 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
	Veja eminente Relator, a decisão do respeitável Magistrado vai de encontro com o que dispõe a jurisprudência do TST, especificamente Súmula 463, objeto de entendimento diverso do Juízo a quo, a qual teve sua redação adaptada ao novo CPC. Nesse sentido, a declaração de insuficiência de recursos firmada pelo declarante ou por seu advogado é suficiente para configurar a situação econômica. 
	Com a nova redação da CLT sobre a matéria não é incompatível as duas normas podem e devem ser aplicadas conjuntamente. Conclui-se, portanto, que a comprovação a que se refere o parágrafo 4º do artigo 790 da CLT pode ser feita mediante declaração de miserabilidade da parte, o que é constitucional. Desse modo, enquadra-se o reclamante, nos moldes da norma, uma vez que está nos requisitos da Lei, comprovado com a declaração de miserabilidade anexada nos autos. Para título de elucidação vide o que diz o diploma legal:
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto atraslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.
Desse modo, merece esse ponto da sentença ser reformado, concedendo o benefício de gratuidade de justiça.
4- CONCLUSÃO
Diante das argumentações acima expostas, requer o conhecimento e o provimento do presente Recurso Ordinário, com os respectivos acolhimentos de preliminar e de mérito, com a consequente reforma da decisão, acolhendo na integralidade os pleitos acima mencionados e julgando procedentes os pedidos da inicial.
Termos em que,
Pede eaguarda deferimento.
Local e data.
ADVOGADO
OAB/UF

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