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Projetos Públicos

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2012
1a Edição
Projetos Públicos
Prof.ª Isabella Maria Nunes Ferreirinha
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Isabella Maria Nunes Ferreirinha
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F383p
 Ferreirinha, Isabella Maria Nunes
 Projetos públicos /Isabella Maria Nunes Ferreirinha. Indaial 
: Uniasselvi, 2012.
 208 p.; il.
 ISBN 978-85-7830- 573-4
1. Administração pública. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 350
III
APresentAção
Caro(a) acadêmico(a)!
Projeto é uma palavra do nosso cotidiano. Quem nunca pensou em 
seu projeto de vida? Quantas vezes nos impusemos um objetivo ou vários e 
pensamos de que maneira iríamos alcançá-los? Ou pensamos pelo caminho 
mais fácil, ou quem sabe pelo caminho que nos deixaria mais felizes. Não 
importa, de toda maneira fazemos escolhas e as fazemos todos os dias. E 
essas escolhas nos levam aos resultados e conclusões de projetos: acadêmicos, 
profissionais, familiares, religiosos etc.
O princípio: “Não basta fazer, é preciso saber fazer!” da UNIASSELVI 
é o disseminador dessa disciplina. Embora saibamos, na maioria das vezes, 
conduzir nossos projetos de vida, assim também com os projetos públicos 
devemos ir além do fazer, precisamos realmente saber fazer. Por quê? 
Porque projetos públicos representam o interesse público e coletivo; porque 
projetos públicos, muitas vezes, só têm uma chance de ser realizados e com 
a garantia do sucesso; porque projeto público é uma das ferramentas de se 
ver o dinheiro público bem aplicado e uma sociedade menos dual e com a 
prestação de serviços públicos fundamentais ofertados com qualidade.
Para saber fazer, portanto, passa-se pelo processo de fazer 
simplesmente, mas no universo das atividades públicas não se pode 
aplicar o método de tentativas. Para isso, devem-se promover reflexões e 
aprendizagem antecipada para que no momento da prática você saiba como 
fazer e fazer bem feito.
Caro(a) acadêmico(a), aproveite a aprendizagem desse caderno para 
que no momento de sua prática você não apenas faça, mas saiba realmente 
como fazer e faça a diferença em sua comunidade. Desejo todo sucesso e 
que sua aprendizagem seja um bem para que você se torne um profissional 
competente, reflexivo, consciente e de atitudes seguras e transformadoras.
Prof.a Isabella Maria Nunes Ferreirinha
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 - DEFINIÇÃO DE PROJETOS .................................................................................... 1
TÓPICO 1 - O CONCEITO DE PROJETO ....................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRIA DE PROJETOS E GERENCIAMENTO ..................................................................... 6
2.1 O CONCEITO DE PROJETO ........................................................................................................ 7
2.2 PROJETOS PÚBLICOS E PROJETOS PRIVADOS .................................................................. 13
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 - O PONTO DE PARTIDA ............................................................................................ 19
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 19
2 ESCRITÓRIOS DE PROJETOS ..................................................................................................... 21
3 LEI Nº 8.666......................................................................................................................................... 22
4 PPA – PLANO PLURIANUAL ........................................................................................................ 25
5 LDO – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS .................................................................... 28
6 LOA – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL ....................................................................................... 28
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 32
TÓPICO 3 - PLANEJAMENTO ......................................................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 33
2 A HIERARQUIA DO PLANEJAMENTO..................................................................................... 35
3 PLANEJAMENTO DE UM PROJETO ......................................................................................... 37
4 O ESCOPO DO PROJETO .............................................................................................................. 39
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 47
TÓPICO 4 - AVALIAÇÃO DOS RISCOS........................................................................................ 49
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 49
2 FATORES DE RISCOS ..................................................................................................................... 51
3 TEORIA DA CONTIGÊNCIA ........................................................................................................ 52
4 ESTUDO DE CASO ..........................................................................................................................54
RESUMO DO TÓPICO 4.................................................................................................................... 64
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 65
 
UNIDADE 2 - PLANEJAMENTO DE PROJETOS ........................................................................ 67
TÓPICO 1 - GERENCIAMENTO DO PROJETO .......................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 69
2 PMBOK ............................................................................................................................................... 71
3 MODELO ESTRUTURADO DE PROJETO ................................................................................ 74
4 CICLO DE VIDA DE UM PROJETO ............................................................................................ 77
4.1 GERENCIAMENTO DE QUALIDADE DO PROJETO .......................................................... 79
sumário
VIII
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 81
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 82
TÓPICO 2 - GERENCIAMENTO DE CUSTOS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 85
2 ANÁLISE FINANCEIRA DE PROJETOS .................................................................................... 87
3 ANÁLISE DE CUSTOS .................................................................................................................... 88
3.1 RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO ............................................................................................... 88
3.2 RELAÇÃO CUSTO-EFETIVIDADE .......................................................................................... 89
3.3 RELAÇÃO CUSTO-UTILIDADE .............................................................................................. 89
3.4 RELAÇÃO CUSTO-VIABILIDADE .......................................................................................... 90
4 CUSTOS DO PROJETO .................................................................................................................. 91
4.1 NIVELAMENTO DE CUSTOS .................................................................................................. 92
4.2 CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS ............................................................................................ 94
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 96
TÓPICO 3 - O ORÇAMENTO ........................................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 97
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA ......................................................................................................... 99
MP/BR .................................................................................................................................................... 99
2 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO ............................................................................................... 100
3 ITENS QUE COMPÕEM O ORÇAMENTO .............................................................................. 101
4 MODELOS DE ORÇAMENTOS ................................................................................................. 103
5 CRONOGRAMAS DE EXECUÇÃO FÍSICO-FINANCEIRA ................................................. 108
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................. 121
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 122
TÓPICO 4 - GERENCIAMENTO DE TEMPO ............................................................................ 123
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 123
2 DEFINIÇÃO DAS ATIVIDADES ................................................................................................ 126
3 SEQUÊNCIA DAS ATIVIDADES ............................................................................................... 127
4 ESTIMAR OS RECURSOS DAS ATIVIDADES ...................................................................... 129
5 ESTIMAR A DURAÇÃO DAS ATIVIDADES .......................................................................... 131
6 DESENVOLVER O CRONOGRAMA ........................................................................................ 132
7 CONTROLAR O CRONOGRAMA ............................................................................................ 136
RESUMO DO TÓPICO 4.................................................................................................................. 148
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 149
UNIDADE 3 - EXECUÇÃO DE PROJETOS ................................................................................. 151
TÓPICO 1 - A EQUIPE DE GESTÃO DO PROJETO ................................................................ 153
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 153
2 DEFINIÇÕES E HABILIDADES DA GERÊNCIA DO PROJETO ........................................ 155
3 O PROCESSO DE SELEÇÃO DO GERENTE DO PROJETO ................................................ 159
3.1 SOLUÇÃO DE CONFLITOS .................................................................................................... 161
4 RELATÓRIOS DE ANDAMENTO DO PROJETO .................................................................. 162
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................. 166
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 167
TÓPICO 2 - PLANO DE COMUNICAÇÃO ................................................................................. 169
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 169
2 A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE INFORMAÇÕES ..... 170
IX
2.1 COMUNICAÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA EQUIPE DE EXECUÇÃO DO PROJETO 171
2.2 CANAIS DE COMUNICAÇÃO .............................................................................................. 172
2.3 RELATÓRIOS DE DESEMPENHO E A COMUNICAÇÃO ................................................ 174
2.4 COMUNICAÇÃO COM A SOCIEDADE .............................................................................. 174
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................. 175
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 176
 
TÓPICO 3 - CONTROLE DE RESULTADOS DE PROJETOS.................................................. 177
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................177
2 MONITORAMENTO E CONTROLE DOS PROCESSOS DO PROJETO .......................... 180
FASE EXPLORATÓRIA .................................................................................................................... 180
ÚTIL PARA CONHECER O CONTEXTO, LEVANTAR O PERFIL DO PROGRAMA, 
EXPLORAR CASOS REAIS (HISTÓRIAS DE VIDA) E ENRIQEUCER AS PERGNTAS E 
INDICADORES. ................................................................................................................................ 180
RELATÓRIOS PARCIAIS ................................................................................................................ 180
FASE DE INVESTIGAÇÃO ............................................................................................................. 180
VIVER OS SETE PASSOS DA AVALIAÇÃO COM BASE EM UM FOCO E EM PERGUNTAS 
NEGOCIADAS. .................................................................................................................................. 180
RELATÓRIOS PARCIAIS ................................................................................................................ 180
RELATÓRIO ...................................................................................................................................... 180
FINAL ................................................................................................................................................... 180
FASE DE APRENDIZAGEM ........................................................................................................... 180
PRIORIZAR A REFLEXÃO E A ÇÃO COM BASE NOS ACHADAOS DA AVALIAÇÃO 180
2.1 AVALIAÇÃO DE POSSÍVEIS MUDANÇAS ......................................................................... 181
2.2 ERROS COMUNS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO ......................................................... 183
3 INDICADORES DE MUDANÇAS PROPORCIONADAS PELO PROCESSO DE 
AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................... 184
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................. 185
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 186
TÓPICO 4 - AVALIAÇÃO DE PROJETOS .................................................................................. 187
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 187
2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA ........................................................................... 190
 DE PROJETOS PÚBLICOS ........................................................................................................... 190
2.1 FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS ....................................................... 190
3 AVALIAÇÃO DE IMPACTO ........................................................................................................ 192
4 ENCERRAMENTO DE PROJETOS ............................................................................................ 192
RESUMO DO TÓPICO 4.................................................................................................................. 200
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 201
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 203
X
1
UNIDADE 1
DEFINIÇÃO DE PROJETOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem os seguintes objetivos:
• compreender melhor o conceito de projeto e de projeto público;
• entender que os projetos são gerenciados conforme a época e com as fer-
ramentas e recursos disponíveis;
• identificar as principais diferenças entre projeto público e projeto privado;
• verificar as diretrizes impostas pelas leis aos projetos públicos.
A Unidade 1 apresentará o conceito de projeto e sua trajetória histórica 
para que os objetivos propostos e seus desdobramentos posteriores sejam 
estabelecidos a partir de sua base conceitual. Esta unidade está dividida em 
quatro tópicos e no final de cada um deles você encontrará atividades que 
o(a) ajudarão a assimilar o conteúdo proposto.
TÓPICO 1 – O CONCEITO DE PROJETO
TÓPICO 2 – O PONTO DE PARTIDA
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO
TÓPICO 4 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O CONCEITO DE PROJETO
1 INTRODUÇÃO
Estamos iniciando a disciplina de Projetos Públicos, e com atenção deve-
se demarcar exatamente qual projeto público se quer tratar nessa disciplina. 
Segundo o dicionário Aurélio (2001), o projeto possui quatro definições: 1) plano, 
intento; 2) empreendimento; 3) redação preliminar de lei, relatório etc.; 4) plano 
geral de edificação.
Como futuro gestor público, se você considerar projeto no sentido literal 
da palavra, vai verificar que projeto é muito utilizado na administração pública, 
aliás, projeto faz parte de nossas vidas, da história da humanidade. Sempre 
há um plano, um novo empreendimento, uma viagem, um grande evento, um 
grandioso evento, uma magnífica construção.
Então vamos tentar definir melhor o que é um projeto e depois recortar 
um pouco mais para entender um projeto público. Vargas (2009, p. 6) define 
projeto como:
Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma 
sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se 
destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por 
pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo e recursos 
envolvidos com qualidade.
Vargas (2009) apresenta vários exemplos de projeto:
● instalação de uma nova planta industrial;
● redação de um livro;
● reestruturação de um determinado setor ou departamento da empresa;
● elaboração de um plano de marketing e publicidade;
● lançamento de um novo produto ou serviço;
● informatização de um determinado setor de empresa;
● construção de uma casa;
● realização de uma viagem.
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
4
Entre esses exemplos há exemplos de organizações privadas e públicas, e 
também exemplos pessoais, de projetos de vida. Ao nosso redor, enfim, veem-se 
inúmeros exemplos de projetos.
Numa dimensão maior, em termos de humanidade, podem-se observar 
projetos de grandeza maior, que encantam o mundo e provocam reflexões, 
tais como: Como foi possível construir isso? Quanto tempo durou? Quem 
construiu? Quem planejou? Quem nunca pensou isso ao se deparar (em fotos ou 
pessoalmente) com a Muralha da China? O Cristo Redentor ou Corcovado? As 
Pirâmides de Gizé?
FIGURA 1 – MURALHA DA CHINA
FONTE: Disponível em: <http://bit.ly/2EawXEG>. Acesso em: 20 jun. 2012.
FIGURA 2 – CRISTO REDENTOR
FONTE: Disponível em: <http://bit.ly/2EaBjfg>. Acesso em: 20 jun. 2012.
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE PROJETO
5
FIGURA 3 – PIRÂMIDES DE GIZÉ
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/piramides-de-gize/imagens/
piramides-de-gize-69.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2012.
NOTA
NOTA
Muralha da China - também conhecida como a Grande Muralha, foi construída 
durante a época imperial com objetivos militares (proteger a China contra a invasão dos 
povos do Norte). A construção começou por volta do ano 220 a. C., terminando apenas 
no século XV, durante a Dinastia Ming. Esta construção possui cerca de 7 mil quilômetros 
de extensão, sendo a maior do mundo. A construção envolveu centenas de milhares de 
trabalhadores, soldados e camponeses. A muralha não é uniforme, sendo composta de torres 
de vigilância, fortes e portas. Em 2007, foi eleita como uma das Sete Novas Maravilhas do 
Mundo. É considerada patrimônio mundialda UNESCO. É um dos pontos de turismo cultural 
mais visitados do oriente. 
FONTE: Muralhas da China (2012)
Pirâmides de Gizé - as três pirâmides foram construídas no Egito Antigo 
há, aproximadamente, 4500 anos. Serviram de tumbas para os faraós Quéops, Quéfren e 
Miquerinos. Localizam-se na cidade de Gizé, próxima ao Cairo. A maior das pirâmides é a do 
faraó Quéops com 147 metros de altura. Foram construídas com blocos de pedra calcária. 
Acredita-se que mais de 100.000 homens, na maioria escravos, foram utilizados para a 
construção da pirâmide de Quéops. Levou, aproximadamente, 30 anos para ser finalizada. 
Foram usados vários conhecimentos matemáticos para a construção das pirâmides. As 
pirâmides são consideradas patrimônio mundial da UNESCO. É um dos pontos de turismo 
cultural mais visitados do mundo.
FONTE: Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/monumentos/piramides_gize.htm>. 
Acesso em: 20 jun. 2012.
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
6
NOTA
Cristo Redentor - situada no morro do Corcovado na cidade do Rio de Janeiro, 
a estátua possui 38 metros de altura e foi feita de pedra sabão. O cartão postal carioca teve 
sua pedra fundamental lançada em 1922 e a inauguração em 12 de outubro de 1931. O 
monumento foi eleito como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo Moderno.
FONTE: Cristo Redentor (2012)
Talvez esses sejam exemplos de extrema grandeza. Talvez tenham sido 
considerados projetos utópicos. É claro que, ao falar em projetos públicos, os 
exemplos não são somente projetos grandiosos ou projetos culturais, turísticos, 
religiosos etc. Existem projetos públicos que são considerados simples e nem por 
isso menos importantes. Existem projetos que não são de grandes construções, 
mas que contribuem muito para o desenvolvimento do país e ganhos econômicos, 
sociais, culturais, ambientais, tais como:
● projetos de preservação do meio ambiente;
● projetos de inclusão social;
● projetos de melhoria de serviços públicos.
Portanto, projetos públicos podem ser direcionados a quaisquer áreas de 
conhecimento humano, administrativo, operacional, cultural, social, estratégico, 
pessoal, entre outros. 
2 HISTÓRIA DE PROJETOS E GERENCIAMENTO
Pode parecer que o estudo sobre projeto público seja um tema novo, 
embora exista uma curta bibliografia que trate especificamente do tema. O que 
existe é uma grande referência a respeito de gerenciamento de projetos.
De acordo com Valle et al. (2010, p. 17), “[...] o gerenciamento de projetos 
não havia sido tratado como disciplina isolada até o lançamento do satélite 
Sputnik, pela União Soviética”.
É claro, como vimos anteriormente, vários projetos foram construídos 
antes desse ano, contudo, é a partir do lançamento do satélite que o mundo 
administrativo tratou de desenvolver estudos sistemáticos de planejamento, 
estratégias, controle e desenvolvimento de ferramentas específicas para o 
desenvolvimento das organizações.
Os projetos militares em função das guerras se tornaram grande referencial 
para o desenvolvimento de estudos do tema. De acordo com Valle et al. (2010, p. 
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE PROJETO
7
19), depois do uso por militares, aos poucos as técnicas foram incorporadas nas 
organizações e incentivaram a adoção do gerenciamento de projetos, exemplos 
assim apresentados pelos autores:
1. Reengenharia – método que busca eficiência e eliminação de 
atividades que não possuem valor agregado, por meio de um novo 
desenho de processos. A reengenharia levou à redução de quadro 
fixo de funcionários, operações mais enxutas e que as demandas 
excedentes fossem estruturadas em forma de projetos com aporte de 
recursos externos.
2. Globalização – marca época de interdependência econômica entre 
os países, pelo aumento de interação e integração de pessoas e equipes. 
A globalização favoreceu a padronização de gerenciar projetos em 
diferentes países, a fim de trabalharem de forma coordenada em prol 
de objetivos comuns.
3. Automação de processos – contribuiu no ciclo de negócios, em que 
a inteligência e a capacidade de inovação são usadas como habilidades 
de gerenciamento de projetos.
4. Popularização dos computadores – permitiu que ferramentas de 
gerenciamento de projetos fossem desenvolvidas e contribuíssem ao 
desenvolvimento de projetos.
5. Internet – favoreceu a capacidade de comunicação e troca de 
documentos instantâneos, integrando as pessoas que se encontram 
dispersas geograficamente e ajudando no gerenciamento de projeto.
Mas esses itens que os autores Valle et al. (2010) apresentaram são 
da história recente. Os projetos das Pirâmides de Gizé, do Cristo Redentor 
e da Muralha da China foram construídos antes dos fenômenos da internet e 
globalização. Então como foram gerenciados?
É impressionante mesmo! Com toda tecnologia que existe hoje, acesso à 
locomoção mais rápida, entre tantas outras facilidades do nosso tempo, é difícil 
imaginar que tamanhos projetos tenham sido construídos e gerenciados numa 
época com muito menos facilidades.
2.1 O CONCEITO DE PROJETO
Muitos são os conceitos dados para projeto, mas todos eles levam à 
ideia de que projeto é algo que se realizará num futuro, que deve ser planejado, 
executado, a fim de alcançar um objetivo proposto inicialmente.
Clemente e Fernandes (2002, p. 21) abordam o conceito de projeto pela 
perspectiva de uma organização para, aos poucos, introduzir o conceito pela 
perspectiva da gestão pública, assim:
O termo projeto está associado à percepção de necessidades ou 
oportunidades de certa organização. O projeto dá forma à ideia de 
executar ou realizar algo, no futuro, para atender a necessidades ou 
aproveitar oportunidades. Dessa forma, o processo de elaboração, 
análise e avaliação de projetos envolve complexo elenco de fatores 
socioculturais, econômicos e políticos que influenciam os decisores na 
escolha de objetivos e métodos.
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
8
FIGURA 4 – DINÂMICA DE UM PROJETO
FONTE: Disponível em: <http://www.eletrica.ufpr.br/mehl/pm/imagens/ciclo_
gestao_pmi.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2012.
Cavalieri e Ribeiro (2007, p. 1) definem projeto como “[...] um 
empreendimento único, com início e fim determinado, que utiliza recursos e é 
conduzido por pessoas, visando atingir objetivos predefinidos”. Caracterizam 
projeto em três dimensões: temporário, exclusivo e progressivo:
1. Temporário – projeto com início e fim definidos, e termina quando 
os objetivos são atingidos.
2. Exclusivo – projeto único, mesmo quando se trata de produtos ou 
serviços, é diferente de tudo que foi anteriormente realizado. Por isso se 
diferencia de operações, ou seja, de processos contínuos e repetitivos.
3. Progressivo – conforme o projeto é mais bem compreendido, maior 
será o seu detalhamento. (CAVALIERI; RIBEIRO, 2007, p. 2).
Cavalieri e Ribeiro (2007, p. 2), entretanto ampliam essas dimensões, 
conforme:
1. Gera mudança - devem apresentar mudanças para justificar o seu 
empreendimento.
Nesse conceito de Clemente e Fernandes (2002) podem-se perceber 
elementos socioculturais, econômicos e políticos como fatores determinantes e 
influenciadores na determinação de objetivos, extensão e retenção de projetos.
Robbins (2000, p. 127) define projeto como “[...] um conjunto de atividades 
que acontecem uma só vez, com ponto de partida e ponto de chegada definidos 
num determinado tempo”.
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE PROJETO
9
2. Multidisciplinar - projetos envolvem pessoas com habilidades e 
conhecimentos diferentes.
3. Único - uma mesma organização pode executar vários projetos 
similares e estabelecer um padrão para eles, mas cada um diferencia-
se em algum aspecto: equipe, localização, conjuntura.
4. Incerto - as características inerentes aos projetos introduzem riscos 
e oportunidades diferentes daquelas encontradas em atividades 
rotineiras.
5. Temporário - projetos sãotemporários por natureza, motivos pelo 
quais devem ter um início e um fim bem definidos.
Keelling (2002) define projeto também pela perspectiva de unicidade e 
do prazo determinado para o término e se baseia no conceito adotado pelo PMI 
– Project Management Instituto, ou seja, Instituto de Administração de Projetos, 
e também pelo PMBOK (2008, p. 35) que define: “Um esforço temporário 
empreendido em criar um produto ou serviço único. Isso implica um prazo 
limitado, uma data estipulada para conclusão e um resultado diferente daquele 
produzido no curso da rotina operacional”.
Chiavenato (2003, p. 591) apresenta que: 
Operações, também chamadas de atividades rotineiras ou funcionais, 
se diferenciam, mas também se assemelham aos projetos porque 
ambos:
 são desempenhados por pessoas;
 são limitados por recursos escassos e restritos;
 são planejados, executadas e controladas.
Entretanto, o autor aponta que operações e projetos se diferenciam por 
dois aspectos: temporariedade e unicidade. “As operações são constantes e 
repetitivas, enquanto os projetos são temporários e únicos”. (CHIAVENATO, 
2003, p. 591). Ainda discorre:
O projeto é um desafio definido para criar um único produto ou serviço. 
É temporário porque cada projeto tem um começo e um final definidos. Único 
porque o produto ou o serviço é diferente dos demais produtos ou serviços. A 
temporariedade do projeto não significa curta duração, pois muitos projetos se 
estendem por anos (CHIAVENATO, 2003, p. 591).
Portanto, não importa o tempo que o projeto irá durar, mas de fato o seu 
tempo de conclusão já está estabelecido quando se deu a abertura do projeto. Para 
Chiavenato (2003, p. 591), entretanto, as características de um projeto se resumem 
da seguinte forma:
 Os projetos são únicos.
 Os projetos são de natureza temporária e têm datas definidas de início 
e fim.
 Os projetos estarão concluídos quando as metas forem alcançadas.
 Um projeto bem-sucedido é aquele que atende ou excede as 
wwexpectativas de seus beneficiários.
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
10
NOTA
PMI (Project Management Institute) foi criado em 1969, é uma associação sem 
fins lucrativos que associa profissionais de gestão de projetos. Hoje conta com associados 
provindos de cerca de 170 países. O PMBOK é um guia elaborado por essa associação.
ESTUDOS FU
TUROS
PMBOK é um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos que será 
mais bem detalhado na Unidade 2.
De acordo com Keelling (2002, p. 4), “[...] os projetos ditos contemporâneos 
apresentam diversas formas e tamanhos, munidos de muitos ou poucos recursos, 
muito ou pouco empreendimento financeiro”. Entretanto, o autor apresenta 
características em comum:
● são empreendimentos independentes;
● possuem propósito e objetivos distintos;
● são de duração limitada.
É importante diferenciar projeto de programa. Projeto é mais específico 
numa escala de objetivos; o projeto está contido no programa. Programa é uma 
meta principal; é o conjunto de projetos. Assim podem ser visualizados:
FONTE: Adaptado de: Xavier (2005, p. 7)
FIGURA 5 – PROGRAMA, PROJETO E SUBPROJETO
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE PROJETO
11
A figura anterior apresenta que projetos fazem parte de um programa. O 
que vem a ser um programa então? Programa é a proposta geral, é o delineamento 
geral dos diversos projetos que devem ser cumpridos em determinado período. 
Projeto é um assunto específico do programa que ajuda no cumprimento do 
objetivo geral do programa.
Alguns exemplos de programas do governo federal são conhecidos 
através da mídia, tais como: Programa Luz para Todos, Programa Bolsa-Família, 
Programa Brasil sem Miséria, Programa Primeiro Emprego, entre outros. Os 
projetos sociais irão contribuir para que esses programas possam cumprir sua 
meta. E cada projeto levará em consideração o espaço geográfico, a necessidade 
de determinada região etc.
O catálogo de programas do governo federal, em auxílio à gestão 
municipal, apresenta inúmeros programas: Programa Bolsa-Família, Programa 
Brasil Quilombola, Programa Brasil em Direitos Humanos, Programa Livro 
Aberto, entre outros inúmeros programas. Esses programas perpassam por 
diversas áreas: cultura, saúde, economia, social, humana, esportes etc. Observe 
um dos exemplos:
FIGURA 6 – PROGRAMA ARCA DAS LETRAS
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
12
FONTE: Brasil (2008, p. 153)
O Programa Arca das Letras tem como objetivo principal disseminar a leitura 
em comunidades rurais. A partir daí como se podem fazer projetos? Cada município 
(que tenha comunidade rural) pode participar e deve desenvolver projetos para 
que a disseminação da leitura seja realizada. Construir bibliotecas? Bibliotecas 
volantes? Capacitar agentes? Desenvolver oficinas de leitura? Os caminhos para 
que o município desenvolva seu projeto devem ser acordados conforme orçamento, 
recursos, disponibilidade física, enfim, dessa ideia principal do programa, que é 
disseminar a leitura, é que surgirão os projetos para viabilizá-la.
A partir dessa ideia principal de programa, institui-se o projeto para que 
o objeto e objetivo principal do programa sejam contemplados.
Entretanto, projeto é diferente de atividades funcionais das organizações, 
porque trata de um trabalho que tem prazo para terminar, mas que pode contribuir 
e muito com as atividades rotineiras de longo prazo da organização.
Assim se pode verificar:
Projetos Atividades funcionais
Atividade Não rotineira. Rotineira.
Objetivo Termina ao ser atingido. É contínuo.
Recursos finan-
ceiros
É proposto em orçamento, mas 
termina quando o projeto termi-
na.
É proposto em orçamento, mas 
renova-se em ciclos de planeja-
mento.
Recursos huma-
nos
É de acordo com a dimensão do 
projeto e o contrato de trabalho 
é temporário.
É de acordo com a dimensão da 
atividade e o contrato de traba-
lho é formal.
Conhecimento 
prévio
Permite a multidisciplinaridade, 
porque projetos são inovadores.
Cada atividade demanda de co-
nhecimento técnico específico.
QUADRO 1 – PROJETOS E ATIVIDADES FUNCIONAIS
FONTE: A autora 
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE PROJETO
13
Dessa forma, pode-se entender que projetos e atividades funcionais 
apresentam diferenças porque representam atividades distintas, no que se refere 
a prazo, recursos, conhecimento, continuidade, descontinuidade, entre outras.
Já se sabe que todo projeto tem um período a ser cumprido, ou seja, tem 
início e fim. As referências sobre gerenciamento de projetos apresentam um ciclo 
de vida, com suas fases e atividades a serem cumpridas. Entretanto, Clemente e 
Fernandes (2002, p. 25) apresentam as fases de um projeto:
Equacionamento
1. Oportunidades (problemas).
2. Desenvolvimento de alternativas.
3. Análise de alternativas.
4. Avaliação de alternativas.
Seleção 5. Escolha entre alternativas viáveis.
Realização 6. Projeto de execução.7. Implementação.
Aferição 8. Acompanhamento.9. Avaliação.
QUADRO 2 – FASES DE UM PROJETO
FONTE: Clemente; Fernandes (2002, p. 25)
Essas fases de um projeto auxiliam para que se possa concluir o conceito 
de projeto, sendo que os processos corporificam a ideia de concretizar um objetivo 
futuro. Mas para isso deve ser planejado, executado e avaliado.
2.2 PROJETOS PÚBLICOS E PROJETOS PRIVADOS
É importante que a dimensão de projetos públicos e privados seja 
apresentada, porque a motivação, finalidade, forma, conceitos são bem 
distanciados. Enquanto os projetos privados visam a objetivos para determinada 
organização, projetos públicos visam a objetivos de interesse coletivo, que 
atendam as necessidades da população e promovam melhores serviços e produtos 
para os cidadãos.
Para que você possa entender melhor, observe o quadro comparativo 
entre administração pública e privada:
Administração Pública Administração PrivadaSubordinação Lei. O que não está na lei é faculta-
do.
QUADRO 3 – ADMINISTRAÇÃO
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
14
FONTE: A autora 
Essas são algumas das distinções, a avaliação importante é que os projetos 
públicos permeiam a dimensão da administração pública, portanto, suas ações 
estão presas às leis, seus orçamentos são provindos da receita tributária, seus 
objetivos devem beneficiar os cidadãos, prevalecendo o interesse coletivo e 
público e com o controle do Estado.
Assim sendo, as diferenças principais de projetos públicos e privados são:
Projeto Público Projeto Privado
Competência
Exclusiva da Administração Pú-
blica, embora possa terceirizar e/
ou fazer parceria.
Exclusiva da Administração Pri-
vada, embora possa terceirizar e/
ou fazer parceria.
Finalidade Interesse público. Interesse privado.
Forma É o procedimento material, deter-
minado pela lei.
É o procedimento material, deter-
minado pela própria organização 
privada.
Leis fundamen-
tais
Constituição Federal de 1988
Lei no 8.666/91.
Constituição Federal de 1988,
Código Civil,
Código Comercial.
QUADRO 4 – PROJETOS E ATIVIDADES FUNCIONAIS
FONTE: A autora 
Projeto Público Objetivo Projeto Privado Objetivo
Construção de uma 
escola.
Promover a educação.
Construção de uma 
escola.
Promover a educa-
ção e lucro.
Treinamento de ser-
vidores.
Melhoria nos servi-
ços públicos.
Treinamento de fun-
cionários.
Melhoria nos servi-
ços e lucro.
Implantação de siste-
ma de informação.
Agilizar e melhorar 
os serviços públicos. 
Implantação de sis-
tema de informação.
Agilizar e melhorar 
os serviços e lucro.
Ampliação de trans-
porte.
Facilitar a locomo-
ção da população.
Ampliação de trans-
porte.
Facilitar a locomoção 
da população e lucro.
Contratação de agên-
cia de segurança.
Preservação do pa-
trimônio público.
Contratação de agên-
cia de segurança.
Preservação do patri-
mônio privado.
QUADRO 5 – PROJETOS PÚBLICOS E PROJETOS PRIVADOS
FONTE: A autora 
Receitas Impostos, taxas e contribuições.
Pagamentos realizados em con-
trapartida de vendas de produ-
tos e serviços.
Beneficiários Cidadãos. Clientes.
Interesses Públicos e coletivos. Privados e individuais.
Controle Político. Mercado, economia e concor-
rência.
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE PROJETO
15
Essas são algumas das principais diferenças, o aprofundamento nas 
questões apresentadas tomaria um espaço maior e designaria novas fontes de 
conhecimento.
A administração pública e os projetos públicos estão subordinados às leis e a 
fazer somente o que está nas leis.
A administração privada e os projetos privados estão subordinados às leis, mas 
podem fazer tudo o que não estiver nas leis.
ATENCAO
A novidade está em relação às leis fundamentais, a administração pública 
e os projetos públicos se restringem ao que está (somente) na lei. A administração 
privada e projetos privados também devem seguir leis (trabalhistas, civil, 
ambiental), entretanto, o que não estiver prescrito lhes é facultado fazer.
16
Neste tópico, foi apresentado um pouco da história sobre o conceito 
de projeto e de grandes projetos. Exploraram-se as principais diferenças de 
projetos privados e projetos públicos para que você possa assim:
• Compreender o conceito de projetos, projetos públicos e projetos privados.
• Conhecer as responsabilidades de pequenos e grandes projetos públicos.
• Compreender a dinâmica de programas e projetos e suas principais diferenças.
• Identificar o papel da administração pública na elaboração, execução e avaliação 
de projetos.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 Entre os vários conceitos apresentados de projeto, construa o conceito que 
você considera o mais adequado.
2 Quais foram as técnicas que as organizações incorporaram e que contribuíram 
para a história do gerenciamento de projetos?
3 Quais foram as dimensões e características dos projetos apresentadas pelos 
autores Cavalieri e Ribeiro?
4 Quais são as diferenças básicas entre a administração pública e a administração 
privada no que se refere à subordinação legislativa e receitas? Quem são os 
beneficiários de seus serviços? Quais são os interesses que uma e outra buscam? 
Como se dá seu controle?
5 Quais são as diferenças fundamentais entre projetos públicos e privados? Dê 
alguns exemplos diferentes dos apresentados no caderno.
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
O PONTO DE PARTIDA 
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Os projetos públicos estão inseridos em programas, portanto o objeto 
principal do projeto já está delineado. O projeto é um ponto de um programa e 
seu ponto de partida é saber o que fazer para que seu resultado agregue valores 
ao programa.
O ponto de partida de um projeto é a necessidade de realizar alguma 
coisa em favor da população. Pode ser uma construção (escolas, hospitais, novas 
sedes de prestação de serviços etc.), treinamento de servidores, eventos sociais, 
culturais, enfim as modalidades de se fazer projetos públicos são inúmeras. Basta 
descobrir uma deficiência, uma ausência, uma necessidade de melhoria etc., 
qualquer necessidade para que a população tenha um ganho.
Esse é o ponto de partida! É o marco zero! A ideia, a necessidade, o tema, 
o público, o que se precisa fazer. 
FIGURA 7 – BIFURCAÇÃO DE OBJETIVOS
FONTE: Disponível em: <http://www.writerscafe.org/uploads/
stories/8213e2b9121b11c16d18a02e2899d724.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2012.
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
20
De acordo com o poder judiciário de Rio Grande do Norte, Coordenadoria 
de Planejamento Estratégico, em seu Caderno Escritório de Projetos (2011), os 
projetos devem responder às seguintes perguntas:
FIGURA 8 – DEFININDO O PROJETO
FONTE: Escritório de Projetos (2011)
Projetos públicos podem surgir em algumas oportunidades e a partir de 
necessidades:
 Emergenciais – projetos públicos podem surgir a partir de necessidades 
urgentes, ou em consequência de uma tragédia, caos, acidentes climáticos. 
Exemplo: recuperação de uma cidade após um furacão.
 Megalômanos – aqueles que acontecem a cada século, ou seja, enormes projetos 
de construção de alguma coisa grandiosa. Exemplo: Cristo Redentor.
 Rotineiros – são projetos únicos e que acontecem com muita frequência nas 
organizações públicas. Exemplo: curso de capacitação de funcionários.
 Eventuais – os projetos eventuais são aqueles que acontecem em determinadas 
épocas em função de algum evento. Exemplo: Olimpíadas.
Para Keeling (2002, p. 25), “[...] projetos acontecem depois de reflexões 
e discussões para que seja definido o ponto de partida e objetivo do projeto”. 
Muitas vezes, o ponto de partida é a própria discussão sobre qual projeto efetuar.
Um projeto é uma máquina de mudança. Ele é concebido quando se 
percebe a necessidade de progresso, quando provavelmente há um 
período de discussão, especulação, uma ‘rodada de avaliações’ dos 
prós e contras e ideias, sem muita ação decisiva até que o conceito 
assuma uma forma identificável. (KEELING, 2002, p. 25).
Lück (2003, p. 49) aborda o início de um projeto pela sua elaboração 
que “[...] é um processo de maturação de ideias, caracterizado por observações, 
análises, comparações, reflexões e sistematizações”.
O ponto de partida de um projeto público é a decisão inicial, é o que se 
vai fazer. É a avaliação das prioridades, das necessidades. Keeling (2002, p. 26) 
TÓPICO 2 | O PONTO DE PARTIDA 
21
apresenta as principais perguntas a serem respondidas, a fim de estabelecer a 
base conceitual primária:
1. O que exatamente deve ser alcançado?
2. Quais resultados são importantes (necessidades), quais são 
desejáveis, mas não tão importantes (desejos)?
3. O que não deve ser incluído (impedimento)?
4. Como o ‘objetivo’ do projeto poderia ser mais bem alcançado?5. Quanto tempo levará para que se alcancem resultados e quando 
seria sensato começar?
6. Quanto custará e de onde virão recursos?
7. Que oposição poderia ser encontrada, por que e por parte de quem?
Essas perguntas servem como orientadoras para verificar a base conceitual 
do projeto, objetivo, dimensão, tempo, limitações, recursos, enfim são perguntas 
orientadoras para dar o desenho aos primeiros riscos do projeto.
2 ESCRITÓRIOS DE PROJETOS
O que é um escritório de projetos? De acordo com Dinsmore (2007, p. 
8), é um espaço físico ou virtual para dar suporte aos projetos, “com o objetivo 
básico de orientar e dar suporte aos gerentes de projetos permitindo à empresa 
desenvolver seus projetos da forma mais eficiente e eficaz possível”.
O poder judiciário de Rio Grande do Norte, Coordenadoria de 
Planejamento Estratégico, em seu Caderno Escritório de Projetos (2011), conceitua 
escritório de projetos:
Trata-se de uma unidade organizacional que centraliza e coordena o 
gerenciamento de projetos sob seu domínio, tendo como função primordial o 
assessoramento e monitoramento da elaboração, execução e controle de todos 
os projetos estratégicos da instituição, uma vez que os projetos são instrumentos 
para o alcance de objetivos e metas institucionais.
E ainda discorre sobre as atribuições do escritório:
 Assessorar a alta administração em relação aos projetos estratégicos.
 Prestar apoio e assessoramento técnico às equipes de projetos.
 Prover treinamento e supervisão sobre a metodologia de gestão de projetos.
 Orientar na elaboração de documentos necessários à formalização do projeto.
 Acompanhar o andamento dos projetos e as requisições de mudança.
 Promover a melhoria contínua da gestão de projetos.
 Aumentar a satisfação dos cidadãos por meio da melhoria da qualidade dos 
serviços entregues. (ESCRITÓRIO DE PROJETOS, 2011).
Dinsmore (2008) amplia essas atribuições por setores, a fim de subsidiar o 
projeto de forma mais específica e conforme as atividades:
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
22
 Escritórios de projetos
Suporte adminis-
trativo
● Manutenção de cronograma.
● Produção e distribuição de relatórios.
● Manutenção de sala de reunião.
● Arquivamento de propostas, ordens de mudanças, controle de 
tempo, orçamentos, cronograma.
● Manutenção de histórico do projeto.
● Operação de ferramentas computacionais.
Métodos e pa-
drões
● Planejamento do projeto.
● Desenvolvimento de procedimentos e atividades.
● Preparação de propostas.
● Avaliação de riscos.
● Construção da Estrutura Analítica do Projeto.
● Elaboração de cronogramas e orçamentos.
● Alocação de recursos.
● Gerenciamento de contratos/suprimentos.
● Desenvolvimento de formulários-padrão.
● Fechamento do projeto.
Consultoria e 
aconselhamento
● Suporte ao desenvolvimento de propostas.
● Resposta imediata às necessidades da organização.
● Condução de avaliação de riscos.
● Assistência na retomada de projetos.
● Aconselhamento com a alta administração.
Treinamento
● Treinamento das equipes de trabalho quanto aos procedimentos 
a serem seguidos.
● Treinamento em gerência de projetos.
● Identificação de fornecedores.
● Apoio à área de treinamento às empresas no desenvolvimento dos 
cursos.
Acompanhamento 
dos profissionais 
em gerência de 
projetos
● Apoio na contratação de profissionais necessários aos projetos.
● Avaliação das capacidades dos gerentes de projetos.
QUADRO 6 – FUNÇÕES DE ESCRITÓRIO DE PROJETOS
FONTE: Adaptado de: Dinsmore (2007, p. 9-10)
O escritório de projetos torna-se então um local para que o projeto se 
centralize em espaço e ao mesmo tempo se descentralize no seu desenvolvimento. 
É o local de reuniões, arquivamento de documentos, de soluções de problemas etc.
3 LEI Nº 8.666
A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993 (BRASIL, 1993), que estabelece as normas 
gerais para licitações e contratos administrativos pertinentes a obras e serviços, exige 
projeto básico, projeto executivo e execução de obras e serviços e estabelece:
● Projeto básico – conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de 
precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras 
TÓPICO 2 | O PONTO DE PARTIDA 
23
ou serviços da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos 
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do 
impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo 
da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.
● Projeto executivo – o conjunto de elementos necessários e suficientes à 
execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
NOTA
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma entidade privada, sem 
fins lucrativos, fundada em 1940. É o órgão responsável pela normatização técnica no país, 
fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro (ABNT, 2012).
De forma mais resumida pode-se entender projeto executivo como o 
documento técnico e amplo; e o projeto básico como aquele que define recursos 
e quantidades necessários, indicações técnicas, avaliação técnica sobre o impacto 
ambiental, avaliação de custo e método de execução.
Dessa forma o projeto básico deve ter um nível de precisão tão grande que 
a Lei no 8.666 (BRASIL, 1993) ainda estabelece seis elementos fundamentais para 
a composição do projeto básico, a saber:
a) Desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global 
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza.
b) Soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de 
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as 
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem.
c) Identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e 
equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que 
assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o 
caráter competitivo para a sua execução.
d) Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos 
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a 
obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução.
e) Subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, 
compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as 
normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso.
f) Orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em 
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados.
UNI
Quem afinal elabora esses projetos?
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
24
Esses projetos podem ser elaborados pela administração pública, através 
de seus funcionários e/ou por organizações contratadas, porque, dependendo 
do projeto, pode necessitar de uma elaboração mais técnica e, por não haver 
funcionários de carreira na área, pode haver necessidade de uma contribuição 
externa para a elaboração do projeto.
As modalidades de licitações e contratos para a execução de obras e 
prestação de serviços devem seguir os preceitos da lei, de acordo com o artigo 
7º da Lei nº 8.666/93 (BRASIL, 1993):
OBRAS E SERVIÇOS
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços 
obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
I- projeto básico;
II- projeto executivo;
III- execução das obras e serviços.
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão 
e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas 
anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido 
concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também 
autorizado pela Administração.
§ 2o As obrase os serviços somente poderão ser licitados quando:
I- houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível 
para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II- existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de 
todos os seus custos unitários;
III- houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das 
obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício 
financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV- o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano 
Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros 
para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de 
empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos 
termos da legislação específica.
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de 
materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não 
correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem 
similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos 
casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento 
de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, 
previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou 
TÓPICO 2 | O PONTO DE PARTIDA 
25
4 PPA – PLANO PLURIANUAL
O Plano Plurianual (PPA) estabelece os projetos e os programas de longa 
duração do governo, definindo objetivos e metas da ação pública para um período 
de quatro anos. De acordo com a Constituição Federal, parágrafo 6º, artigo 165, “Os 
projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento 
anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos 
termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º” (BRASIL, 1988).
O parágrafo 9º do mesmo artigo da Constituição Federal atribui (BRASIL, 
1988):
I- dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração 
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias 
e da lei orçamentária anual; 
II- estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da 
administração direta e indireta, bem como condições para a instituição 
e funcionamento de fundos.
O Plano Plurianual de 2012-2015, intitulado Plano Mais Brasil, tem como meta 
o desenvolvimento do país e também a redução da desigualdade. Desenvolveu-se a partir 
do cenário:
contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de 
julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações 
de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do 
respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos 
obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à administração pública os quantitativos 
das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de 
dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Os projetos públicos aqui entendidos se referem aos projetos que são 
exigidos para o cumprimento da lei de licitação e contratos e também em diretrizes 
orçamentárias estabelecidas na Constituição Federal de 1988, artigo 48, itens II e 
IV, principalmente (BRASIL, 1988):
[...]
II- plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, 
operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
[...]
IV- planos e programas nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento.
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
26
FIGURA 9 – CENÁRIO DO PPA – PLANO MAIS BRASIL
FONTE: Brasil (2011, p. 24)
É nesse cenário, e aliado à vontade de construir um país moderno, 
igualitário e soberano, que se deve fazer planejamento para que os programas e 
projetos públicos solidifiquem a democracia, a confiança no Estado e promovam 
um país com um futuro melhor. Neste contexto, portanto, pôde-se construir o 
Plano Plurianual 2012-2015:
É sob esse contexto que nasceu o PPA 2012-2015, o Plano Mais Brasil, 
estruturado a partir da dimensão estratégica que deu origem a programas nos 
quais estão contidos os desafios e os compromissos de governo para o futuro 
imediato: os próximos 4 anos. (BRASIL, 2011).
O Plano Plurianual, Plano Mais Brasil, apresenta sete pilares para que 
a visão do futuro do Brasil seja alicerçada em valores, e esses valores serão 
fundamentais nas decisões mais difíceis a serem tomadas, assim:
TÓPICO 2 | O PONTO DE PARTIDA 
27
FIGURA 10 – PILARES DO PPA
FONTE: Brasil (2011, p. 18)
Delineados os valores fundamentais a serem desenvolvidos nos quatro 
anos de plano, os programas constituem-se em áreas temáticas (BRASIL, 2011):
 Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
 Bolsa-família.
 Fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
 Segurança alimentar e nutricional.
 Educação básica.
 Educação profissional e tecnológica.
 Educação Superior - graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e 
extensão.
 Cultura: preservação, promoção e acesso.
 Esportes e grandes eventos esportivos.
 Planejamento urbano.
 Resíduos sólidos.
 Segurança pública com cidadania.
 Coordenação de políticas de prevenção, atenção e reinserção social 
de usuários de crack, álcool e outras drogas.
 Cidadania e justiça.
 Agricultura familiar.
 Reforma agrária e ordenamento da estrutura fundiária.
 Trabalho, emprego e renda.
 Previdência social.
 Políticas para as mulheres: enfrentamento à violência e autonomia.
 Enfrentamento ao racismo e promoção da igualdade racial.
 Promoção dos direitos de crianças e adolescentes.
 Promoção e defesa dos direitos humanos.
 Promoção dos direitos de pessoas com deficiência.
 Autonomia e emancipação da juventude.
 Proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas.
A partir dessas áreas temáticas é que os programas são desenvolvidos e 
consequentemente os projetos.
DICAS
Aprofunde o seu conhecimento e acompanhe no site do governo federal tudo 
sobre PPA: <http://bit.ly/2VsiY39>.
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
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5 LDO – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
A Lei de Diretrizes Orçamentárias é responsável pela elaboração de 
orçamentos fiscais, seguridade social e investimentos das empresas estatais. Tem 
a finalidade de sintonizar a Lei Orçamentária Anual – LOA – com as diretrizes, 
objetivos e metas da administração pública.
A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades 
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital 
para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei 
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária 
e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais 
de fomento. (BRASIL, 1988).
De acordo com o parágrafo 2º, artigo 165 da Constituição Federal, a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (BRASIL, 2011):
 Compreenderá as metas e prioridades da administração pública, 
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro 
subsequente. 
 Orientará a elaboração da LOA. 
 Disporá sobre as alterações na legislação tributária. 
 Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais 
de fomento.
O que se pode observar é que na administração pública, para se chegar 
a um projeto público, é preciso que haja disponibilidade orçamentária, que o 
projeta faça parte de um programa do PPA.
6 LOA – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
De acordo com o Tesouro Nacional (2012),a Lei Orçamentária Anual – 
LOA – visa a concretizar os objetivos e metas propostas no PPA, segundo 
as diretrizes estabelecidas pela LDO. A proposta da LOA compreende os 
três tipos distintos de orçamentos da União, a saber:
a) Orçamento Fiscal: os poderes da União, os Fundos, Órgãos, Autarquias, 
inclusive as especiais e Fundações instituídas e mantidas pela União; 
abrangem, também, as empresas públicas e sociedades de economia 
mista, pagamentos de serviços prestados, transferências para aplicação 
em programas de financiamento atendendo ao disposto na alínea c, inciso 
I do artigo 159 da Constituição Federal.
b) Orçamento de Seguridade Social: compreende todos os órgãos e 
entidades a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência 
e assistência social, quer sejam da administração direta ou indireta, bem 
como os fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
c) Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: previsto no 
inciso II, parágrafo 5º do artigo 165 da Constituição Federal, abrange as 
empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta 
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Para entender melhor a execução orçamentária, leia o texto conforme 
publicação do Tesouro Nacional (2012):
TÓPICO 2 | O PONTO DE PARTIDA 
29
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Normalmente há interpretações equivocadas do que venha a ser execução 
orçamentária e financeira. Perfeitamente compreensível esse equívoco, pois a 
execução orçamentária e financeira ocorre concomitantemente. Esta afirmativa 
tem como sustentação o fato de que a execução tanto orçamentária como financeira 
estão atreladas uma a outra. Havendo orçamento e não existindo o financeiro, 
não poderá ocorrer a despesa. Por outro lado, pode haver recurso financeiro, mas 
não se poderá gastá-lo, se não houver a disponibilidade orçamentária.
Em consequência, pode-se definir execução orçamentária como sendo a 
utilização dos créditos consignados no Orçamento ou Lei Orçamentária Anual 
– LOA. Já a execução financeira, por sua vez, representa a utilização de recursos 
financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades atribuídas 
às Unidades Orçamentárias pelo Orçamento. Na técnica orçamentária inclusive é 
habitual se fazer a distinção entre as palavras CRÉDITO e RECURSOS. Reserva-se 
o termo CRÉDITO para designar o lado orçamentário e RECURSOS para o lado 
financeiro. Crédito e Recurso são duas faces de uma mesma moeda. O CRÉDITO 
é orçamentário, dotação ou autorização de gasto ou sua descentralização. O 
RECURSO é financeiro, portanto, dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária.
Todo o processo orçamentário tem sua obrigatoriedade estabelecida na 
Constituição Federal, art.165, que determina a necessidade do planejamento das 
ações de governo por meio do(a):
• Plano Plurianual de Investimentos – PPA.
• Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
• Lei Orçamentária Anual – LOA.
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de execução orçamentária 
e de programação financeira da União estabelecida para o exercício, e lançadas 
as informações orçamentárias, fornecidas pela Secretaria de Orçamento Federal, 
no SIAFI, por intermédio da geração automática do documento Nota de Dotação 
– ND – cria-se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da execução 
orçamentária propriamente dita.
Executar o Orçamento é, portanto, realizar as despesas públicas nele 
previstas e só essas, uma vez que, para que qualquer utilização de recursos públicos 
seja efetuada, a primeira condição é que esse gasto tenha sido legal e oficialmente 
previsto e autorizado pelo Congresso Nacional e que sejam seguidos à risca os 
três estágios da execução das despesas previstos na Lei nº 4.320/64: empenho, 
liquidação e pagamento – atualmente se encontra em aplicação a sistemática do 
pré-empenho antecedendo esses estágios, já que, após o recebimento do crédito 
orçamentário e antes do seu comprometimento para a realização da despesa, 
existe uma fase geralmente demorada de licitação obrigatória com fornecedores 
de bens e serviços que impõem a necessidade de se assegurar o crédito até o 
término do processo licitatório.
Pois bem, o empenho é o primeiro estágio da despesa e pode ser 
conceituado como sendo o ato emanado de autoridade competente que cria 
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
30
para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não, de implemento de 
condição. Esse primeiro estágio é efetuado no SIAFI utilizando-se o Documento 
Nota de Empenho – NE –, através de transação específica denominada NE, que se 
destina a registrar o comprometimento de despesa orçamentária, obedecidos os 
limites estritamente legais, bem como os casos em que se faça necessário o reforço 
ou a anulação desse compromisso. Não se deve confundir, entretanto, empenho 
da despesa com nota de empenho; esta, na verdade, é a materialização daquele, 
embora, no dia a dia haja a junção dos dois procedimentos em um único.
Todavia, ocorre que estando a despesa legalmente empenhada, nem 
assim o Estado se vê obrigado a efetuar o pagamento, uma vez que o implemento 
de condição poderá estar concluído ou não. Seria um absurdo se assim não fosse, 
pois a Lei no 4.320/64 determina que o pagamento de qualquer despesa pública, 
seja ela de que importância for, passe pelo crivo da liquidação. É nesse segundo 
estágio da execução da despesa que será cobrada a prestação dos serviços ou 
a entrega dos bens, ou ainda a realização da obra, evitando, dessa forma, o 
pagamento sem o implemento de condição.
Assim, o segundo estágio da despesa pública é a liquidação, que consiste 
na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e 
documentos comprobatórios do respectivo crédito, ou seja, é a comprovação 
de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes do empenho. Esse 
estágio tem por finalidade reconhecer ou apurar a origem e o objeto do que se 
deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar para extinguir a 
obrigação e é efetuado no SIAFI pelo documento Nota de Lançamento – NL. Ele 
envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferência, desde a entrega do 
material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa. Ao fazer a 
entrega do material ou a prestação do serviço, o credor deverá apresentar a nota 
fiscal, fatura ou conta correspondente, acompanhada da primeira via da nota de 
empenho, devendo o funcionário competente atestar o recebimento do material 
ou a prestação do serviço correspondente, no verso da nota fiscal, fatura ou conta.
O último estágio da despesa é o pagamento e consiste na entrega de 
numerário ao credor do Estado, extinguindo dessa forma o débito ou obrigação. 
Esse procedimento normalmente é efetuado por tesouraria, mediante registro no 
SIAFI do documento Ordem Bancária – OB –, que deve ter como favorecido o 
credor do empenho. Este pagamento normalmente é efetuado por meio de crédito 
em conta bancária do favorecido uma vez que a OB especifica o domicílio bancário 
do credor a ser creditado pelo agente financeiro do Tesouro Nacional, ou seja, 
o Banco do Brasil S/A. Se houver importância paga a maior ou indevidamente, 
sua reposição aos órgãos públicos deverá ocorrer dentro do próprio exercício, 
mediante crédito à conta bancária da UG que efetuou o pagamento. Quando 
a reposição se efetuar em outro exercício, o seu valor deverá ser restituído por 
DARF ao Tesouro Nacional.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Este tópico abordou o ponto de partida de um projeto e o marco zero, 
para que a elaboração, a execução e o controle estejam em conformidade com os 
princípios da administração pública e das leis. Dessa forma você pôde:
• Identificar o ponto de partida de um projeto público.
• Compreender o que são escritórios de projetos.
• Conhecer os preceitos da Lei no 8.666de 1991.
• Compreender projetos perante a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei 
Orçamentária Anual e também o Plano Plurianual.
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AUTOATIVIDADE
1 De acordo com Keeling (2002), quais são as principais indagações para que 
o projeto tenha seu ponto de partida?
2 O que é um escritório de projetos?
3 Defina projeto básico de acordo com a Lei no 8.666/93.
4 Defina projeto executivo de acordo com a Lei no 8.666/93.
5 Quais são os sete pilares para o Plano Plurianual, Plano Mais Brasil, em 
relação à visão do futuro do Brasil?
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TÓPICO 3
PLANEJAMENTO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Na Administração Científica, Frederick Taylor apresentou quatro 
princípios para a administração: planejamento, preparo, controle e execução 
(CHIAVENATO, 2003), que, na época, significava:
 Princípio de planejamento – substituir os critérios individuais, as questões 
empíricas por procedimentos científicos. “Substituir a improvisação pela 
ciência através do planejamento do método do trabalho” (CHIAVENATO, 
2003, p. 64).
 Princípio de preparo – selecionar, preparar, treinar os recursos humanos 
para que a produção seja mais eficiente e eficaz. Dispor racionalmente de 
equipamentos para que o arranjo físico seja bem aproveitado.
 Princípio do controle – o controle é um método para verificar que o trabalho 
está sendo desenvolvido conforme os procedimentos estabelecidos.
 Princípio da execução – “[...] distribuir atribuições e responsabilidades para 
que a execução do trabalho seja disciplinada” (CHIAVENATO, 2003, p. 64).
Hoje, consideram-se as seguintes funções básicas da administração: 
planejamento, organização, controle e execução. E numa visão mais moderna, 
a cientificidade talvez não seja tão valorizada a ponto de robotizar as ações dos 
trabalhadores. Contudo, os princípios são os mesmos, com o mesmo rigor, assim 
visualizados para o desenvolvimento de projetos:
 Planejar – para determinar o foco, objetivos e aonde se quer chegar.
 Organizar – para estipular os caminhos mais curtos, procedimentos, métodos 
e áreas de conhecimento para o desenvolvimento do projeto.
 Controle – o controle permite que se estabeleça acompanhamento de tempo, 
custos e se o desenvolvimento do projeto está acontecendo conforme o 
planejamento. E também permite realizar ajustes e mudanças.
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UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
 Execução – a execução é o trabalho propriamente dito, são as escolhas de 
pessoal e equipamentos para que o projeto seja realizado com o sucesso que se 
espera.
Dessa forma, o planejamento é a função primordial, é o princípio básico 
para iniciar um projeto, trabalho, é o procedimento que determina: o que se quer, 
como fazer e aonde se quer chegar. Como define Chiavenato (2003, p. 183), “[...] 
é a primeira das funções administrativas e que determina antecipadamente quais 
são os objetivos que devem ser atingidos e o que se deve fazer para alcançá-los”.
Planejar é elaborar um plano, é projetar. Planejar é traçar os caminhos 
para atingir o objetivo. Na vida pessoal é preciso planejar para adquirir algo, 
ou para realizar o sonho de uma viagem, ou projetar o futuro dos filhos. Enfim, 
planejar é importante porque determina o foco, encurta caminhos, envolve 
pessoas, conquista resultados.
Sem planejamento muitas coisas podem dar errado, esforços podem ser 
jogados fora, atividades e processos podem ser em vão. O planejamento dá a 
visão de como e aonde se quer chegar.
FIGURA 11 – PLANEJAMENTO É FUNDAMENTAL
FONTE: Disponível em: <http://recantodacronica.blogspot.com.br/2010/12/planejamento-e-
fundamental-imagens.html>. Acesso em: 20 jun. 2012.
O planejamento faz parte do ponto de partida e é responsável na 
elaboração de como atingir os objetivos e por qual caminho. Sobral e Peci (2008, 
p. 132) apresentam o conceito de planejamento:
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO
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FIGURA 12 – PLANEJAMENTO
FONTE: Sobral; Peci (2008, p. 133)
Robbins (2000, p. 116) afirma que:
Planejamento compreende a definição das metas de uma organização, 
o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas 
e o desenvolvimento de uma hierarquia de planos abrangentes para 
integrar e coordenar. Diz respeito, portanto, aos fins (o que será feito) 
e também aos meios (como será feito).
Através desse conceito percebe-se que a questão da estratégia torna-se 
um elemento forte para agregar valor ao planejamento. A estratégia se diferencia 
do operacional, no sentido de que a primeira se refere aos objetivos globais e o 
segundo como esses objetivos podem ser alcançados.
2 A HIERARQUIA DO PLANEJAMENTO
O estudo da administração e das organizações apresenta hierarquia de 
planejamento para as necessidades da organização, seja para as operações ou 
projetos. Nesse sentido há três níveis de planejamento:
1 Planejamento estratégico: de longo prazo, envolve toda organização, é definido 
pela alta administração.
2 Planejamento tático: de médio prazo, envolve cada departamento, ou unidade 
da organização, é definido pelo nível intermediário da organização.
O planejamento é a função da administração responsável pela 
definição dos objetivos da organização e pela concepção de planos que 
integram e coordenam suas atividades. O planejamento tem a dupla 
atribuição de definir o que deve ser feito – objetivos – e como deve ser 
feito – planos.
Observe a figura a seguir:
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO DE PROJETOS
36
3 Planejamento operacional: trata-se de metas específicas para resultados 
imediatos, é definido no nível operacional, para cada tarefa ou atividade.
Na verdade a hierarquia de planejamento auxilia na tomada de decisões 
quanto às áreas de conhecimento que, para os projetos públicos, são importantes 
porque podem auxiliar na determinação do tempo e do conhecimento específico 
para cada atividade do projeto. Mas como ressaltam Clemente e Fernandes 
(2002, p. 24), o planejamento, independente da hierarquia funcional, é necessário 
para atingir o objetivo, a hierarquia é organização funcional: “Dessa forma, o 
planejamento passou a ser executado em todos os níveis, definindo projetos 
estratégicos ou não, os quais se complementam no esforço da corporação para 
atingir seus objetivos”.
O que podemos tirar de exemplo disso? É muito comum nos projetos 
públicos, na tomada de decisões, não haver a participação de diferentes áreas de 
conhecimento. Veja alguns exemplos:
Projeto Público Como foi feito O que faltou
Construção de uma esco-
la
Planejado por engenhei-
ros e arquitetos.
A participação de profis-
sionais da educação para 
sinalizar as necessidades 
de uma escola em con-
formidade com as leis 
específicas da educação.
Construção de um hospi-
tal
Planejado por engenhei-
ros e arquitetos.
A participação de pro-
fissionais da saúde para 
sinalizar as necessidades 
de um hospital em con-
formidade com as leis es-
pecíficas da saúde.
Implantação de praças 
com academia ao ar livre
Planejado por profissio-
nais da gestão pública.
A participação de profis-
sionais da Educação Físi-
ca para a implantação e 
continuidade do uso de 
equipamentos pelos ci-
dadãos.
QUADRO 7 – PLANEJAMENTO DE PROJETOS PÚBLICOS
FONTE: A autora
TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO
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Esses exemplos são meramente ilustrativos, embora possam ser realidades 
em alguns dos projetos públicos efetuados na gestão pública de quaisquer das 
esferas: municipal, estadual ou federal.
Os exemplos apresentados servem para promover a reflexão sobre 
a importância de as áreas de conhecimento participarem efetivamente no 
planejamento de um projeto.
3 PLANEJAMENTO DE UM PROJETO 
 O Guia PMBOK (2008) apresenta as ações para o planejamento de um 
projeto, pelas seguintes etapas:
 Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto – é o processo de 
documentação das ações de modo que fique claro como o projeto será

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