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APLICAÇÃO DE SISTEMAS DE CODIFICAÇÃO PARA A IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS EM ESTOQUES INDUSTRIAIS Cléo Matias Santos, csanttos.eng@gmail.com Gabriel Sena, gabrielsenatk@gmail.com Juliana Costa da Paz, julianacostadapaz@gmail.com Resumo Mudanças nos processos produtivos vem ocorrendo ao longo dos anos. As revoluções industriais, têm atraído cada vez mais atenção das organizações pelo uso da tecnologia possibilitando uma maior autonomia na tomada de decisão e maior transparência nas relações, facilitando a gestão com relatórios e informações das operações em tempo real. Este artigo buscou trazer uma série de conceitos relacionados ao tema indústria 4.O e tecnologia, com o objetivo principal da utilização da tecnologia IoT, codificação, identificação de material e RFID na indústria e como as organizações. Para tanto, utilizou-se como fundamentação teórica, pesquisas bibliográficas, analisando diferentes materiais disponíveis na literatura. Palavras-chave: IOT, Sistema de codificação, gestão de estoque, indústria 4.0 1. Introdução A indústria contemporânea busca cada vez mais inovações futurísticas para as companhias, e ao longo dos anos foram desenvolvidas ferramentas e métodos para o acompanhamento de processos, coleta de informações, tomada de decisões, identificação e tratamento de ocorrências. Assim, as estratégias deixaram de ser previsões e passaram a tomar lugar dentro das empresas, dando ênfase para a importância da indústria 4.0 na codificação de produtos e embalagens, tornando uma opção vantajosa para diminuir ou manter os custos dentro das indústrias, razão pela qual as empresas estão apostando em tecnologia para garantir a confiabilidade dos sistemas. A revolução da indústria 4.0 chegou trazendo grandes transformações e o aumento de dispositivos inteligentes que trará inúmeras mudanças em vários segmentos da vida humana. Com ascensão da inteligência artificial, da computação cognitiva e várias outras inovações tecnológicas vem marcando de maneira significativa essa 4° fase da revolução industrial. Dentre tantas inovações tecnológicas, podemos destacar a internet das coisas (IoT - comumente conhecida do inglês Internet of things) que vem sendo cada vez mais utilizada nas organizações para o controle de estoques e gerenciamento de obras. A 4ª Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, diferencia-se pela digitalização e pela integração de produtos e processos produtivos. Neste sentido, a cadeia de suprimentos é a completa transformação de toda a esfera de produção industrial através da fusão de tecnologias digitais apoiadas na Internet pela indústria convencional e alavancada por tecnologias, como Big Data/Analytics e Internet das Coisas (IoT) e RFID, o que exige a convergência das tecnologias da informação e operacional, da robótica, da computação cognitiva e dos processos de fabricação (EUROPEAN PARLIAMENT, 2015). Acreditando em toda evolução na indústria 4.0, e que o sistema de codificação se tornou uma ferramenta fundamental para a gerência de estoques e sistemas de administração de materiais, seria difícil encontrar, controlar e rastrear um item sem código. GONÇALVES, 2004, o aumento da quantidade de materiais utilizados nas empresas e o crescente número de novos produtos fizeram com que se criasse uma linguagem única – obtida por meio da classificação e codificação dos diversos materiais – que permite identificar, de forma inequívoca, cada diferente material. Avaliando o mercado atual e suas respectivas mudanças que traz consigo uma proposta de grandes transformações na esfera industrial e, consequentemente, na gestão de estoque, codificação e identificação de itens e tecnologia, que foi abordado o tema sob o ponto de vista de como estas mudanças começam a ocorrer na indústria, e o que pode ser considerado pontos de transição no atual mercado, para o modelo que se estabelece na Indústria 4.0. O tema se justifica pela necessidade de entender como se posiciona o mercado atual com o avanço da tecnologia e qual a sua parcela de contribuição para o avanço e para o crescimento da indústria em transformação. 2. Desenvolvimento Diferentes tipos de codificação Quatro entre as formas de codificação de mercadorias mais eficientes e utilizadas hoje em dia são: 2.1 SISTEMA DECIMAL Este pode ser chamado apenas de sistema numérico, e é uma das formas de codificação mais utilizadas, justamente por ser bastante simples. Ele consiste na utilização de algarismos arábicos (números) para a ordenação dos itens em sequência. Normalmente, este sistema segue a convenção que foi adotada pelo FSC (Federal Supply Classification System), mas é sempre sujeita a alterações para poder se encaixar na realidade da companhia que está aplicando. À primeira vista, os produtos são codificados de acordo com suas características gerais. E depois, são feitos subgrupos para que o item seja identificado com mais facilidade. “Alguns exemplos dessa ordem, como sugere o FSC são: grupo, classe, subclasse, número verificador, dígito de controle.” . (Silveira, 2017) 2.2 ALFABÉTICA E ALFANUMÉRICA Essa forma de codificação de mercadorias adota as letras do alfabeto como forma de representar os itens e é bastante vista até os dias de hoje em bibliotecas, livrarias e locadoras, sendo muito utilizada na codificação de livros, CDs, DVDs ou produtos audiovisuais digitais. Um ponto chave desse método é que ele associa as letras com determinadas características do produto, deixando tudo bastante intuitivo. Já a alfanumérica, como podemos perceber pelo nome, se trata da combinação entre letras e números. Sua aplicação é mais vista no setor automotivo, seja em peças automotivas ou nas próprias placas de veículos. A quantidade de números e letras é definida pela empresa que vai utilizar, não havendo nenhuma norma ou regra que deixe para esses tipos de codificação engessados, sendo bastante flexível, de acordo com as necessidades do negócio. 2.3. CÓDIGO DE BARRAS Já conhecido por todos e utilizado ao redor de todo o mundo, o código de barras é uma ferramenta gráfica que facilita a leitura digital (através de um leitor) com economia de espaço nas embalagens. Ela é feita através de uma representação binária de caracteres através de traços marcados ou espaços vazios. Esses códigos são aleatoriamente emitidos pelo sistema e fazem com que sua gestão de estoque (e seu controle) sejam muito mais eficientes através das SKUs. Para deixar ainda mais eficiente e preciso, entretanto, seria interessante que cada produto específico fosse identificado de forma individual, o que nem sempre acontece (como em supermercados ou estabelecimentos comerciais comuns). Para fins de curiosidade sobre como o código é gerado: parte da numeração do código é cedida e controlada pela EAN Brasil (Associação Brasileira de Automação Comercial). Já o resto são criados e pela própria empresa que o utiliza, de acordo com suas necessidades. 2.4. RFID (Radio Frequency Identification) A tradução ao pé da letra seria nada mais, nada menos, do que Identificação por Rádio Frequência. E seria, de certa forma, uma evolução se comparada ao código de barras comum, já que não exige que a mercadoria esteja no campo visual direto com o sensor para fazer a leitura. Dessa forma, leituras a distância em massa podem ser realizadas e por isso, alguns autores consideram o RFID como um processo que revolucionou a codificação de mercadorias. Seu funcionamento é através de ondas de rádio que saem dos sensores e atingem as TAGS (etiquetas inteligentes que possuem um chip com um número binário gravado). Este número é chamado de Código Eletrônico do Produto, ou EPC. 3. Discussão e resultados À medida que o mercado cresce e se desenvolve, é necessário criar uma tecnologia que melhore o desempenho das atividades e etapas que compõem uma empresa, pois é cada vez mais fundamental se controlar o que está sendo concluído e consumido. Para que o processo produtivo seja bem organizado, reduzindoas possíveis causas de danos e alcançando resultados satisfatórios. Quanto maior a empresa, maior a chance de desperdícios, como atrasos, perdas materiais, caos organizacional, etc.. Organizações que se concentram em melhorar a produtividade, eficiência e qualidade devem evitar perdas, retrabalho e aspectos que não agregam valor aos seus produtos. Compreender o fluxo de material desde a aquisição da matéria-prima até a entrega pode evitar a fragmentação das atividades, melhorando assim a coerência do processo. A gestão de estoques está diretamente relacionada à lucratividade da empresa. O gerente tem a responsabilidade de garantir que o giro da mercadoria esteja cada vez mais rápido sem prejudicar o abastecimento da linha de produção, para que não prejudique o cumprimento do pedido. À medida que as margens de lucro da organização estão diminuindo e a vida útil dos produtos está diminuindo, a redução da capacidade de armazenamento se torna cada vez mais importante. O gerente de materiais deve controlar a quantidade de vários materiais existentes para minimizar o impacto financeiro. O objetivo de um negócio é gerar lucro, e quanto maior o negócio, mais lucro ele pode gerar. Assim, para que um comércio cresça saudável, é preciso haver toda uma estruturação. Estruturação essa, que é iniciada através de um bom sistema de codificação, capaz de seguir os padrões do cenário nacional (ou até mesmo internacional). Já quando falamos de fábricas, a codificação dá espaço para uma melhor gestão e controle de todo o sistema produtivo, tendo informações de status do produto ao longo do processo produtivo e um maior controle dos estoques de ciclo (evitando também fraudes e/ou roubos). “A codificação de estoque é importante por ser através dela que existe uma integração entre o estoque físico e o estoque virtual. Assim, tanto os funcionários da empresa, quanto os parceiros e usuários do site poderão saber se terá o produto a pronta entrega.” (SEBRAE, 2013). Além disso, todo esse cuidado em relação à codificação dos produtos garantem uma maior precisão do estoque (principalmente quando falamos de estoque de proteção), garantindo que ele seja o mais enxuto possível, mas que garanta a possibilidade de suprir seus principais clientes e impeçam a perda de vendas por falta de produto, justamente a função que o estoque de proteção deve fazer. Essa melhoria dos estoques através da codificação de produtos garante um melhor aproveitamento do negócio já que estoques desnecessários indicam um capital de giro parado e, consequentemente, deixa o preço final do produto mais elevado. Assim, fica claro como a codificação de produtos traz impactos positivos para toda a atividade fim da companhia, aumentando sua eficiência e, possivelmente, melhorando sua margem devido à menor necessidade de capital de giro e estoque enxuto. “Se tivéssemos computadores que soubessem tudo sobre as coisas em geral -- usando dados que coletassem sem a nossa ajuda -- seríamos capazes de rastrear e contar tudo, e reduzir bastante o desperdício, a perda e os custos. Nós saberíamos quando é necessário substituir, reparar ou fazer um recall de um produto, e se estão novos ou ultrapassados. Precisamos capacitar os computadores com seus próprios meios de coletar informações, para que possam ver, ouvir e cheirar o mundo sozinhos, com toda a sua glória aleatória. O RFID e a tecnologia de sensores capacitam os computadores a observar, identificar e entender o mundo sem as limitações dos dados inseridos pelos humanos.”(Ashton, 1999) Com a implantação de um sistema de codificação, a gestão de estoque pode passar a buscar atender às necessidades existentes em intervalos de tempo menores, de forma a evitar estocagens desnecessárias. Os custos operacionais mais baixos da manutenção de estoque podem ser entendidos como a redução do desperdício causado por excesso de abastecimento acarretados por erros que poderiam ser mitigados ou evitados. O alinhamento de ferramentas disponíveis nesta nova filosofia poderá desenvolver, no gestor de materiais, a capacidade de conhecer melhor o perfil dos seus fornecedores, clientes, produtos e processos ligados à sua área de negócio. o sistema de codificações em estoques de matéria prima em empresas, o que pode tornar uma empresa mais competitiva em relação à sua concorrência 4. Considerações Finais Pode-se concluir, a partir do que foi apresentado, através da aplicação de IOT é uma das saídas na resolução de impasses no controle e na gestão de estoques. Além disso, traz também como benefício a redução de custos, pois há o controle um maior de materiais e danos, que atualmente é uma grande dor existente no segmento logístico. Quando abordamos sobre tecnologia, a internet das coisas, é um dos principais focos, devido à variabilidade funcional e benefícios, que podem proporcionar uma grande evolução no setor industrial, já que ainda existem grandes dores quanto se trata de estoque, devido à falta de organização, que pode ser resolvida com a nova inteligência. Além de melhorar o controle, esta tecnologia oferece uma melhor acessibilidade, já que se pode acessar as informações de qualquer lugar, tendo assim conhecimento do que ocorre no ambiente. Referências Silva, B. W. (2013). Gestão de Estoques: Planejamento, Execução e Controle. BWS Consultoria. Silveira, G. (21 de 06 de 2017). RFId Brasil. Fonte: RFId Brasil:. Disponível em: https://rfidbrasil.com/blog/-formas-de-codificacao-de-mercadorias/. Acesso em: 09/04/2021 SEBRAE. (05 de 12 de 2013). SEBRAE. Fonte: SEBRAE. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/produtos-codificados-mel horam-a-gestao-do-estoque,cc92438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCR D Acesso em: 09/04/2021 EUROPEAN PARLIAMENT. Industry 4.0 Digitalisation for productivity and growth. Setembro de 2015. Disponível em: . Acesso em: 10/04/2021. GONÇALVES, P. S. Administração de materiais: obtendo vantagens competitivas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 IOT (Internet of things) Relacionada ao gerenciamento de estoques de empresas voltadas à construção civil. Setembro de 2019. Disponível em : http://repositorio.aee.edu.br/jspui/bitstream/aee/8298/1/4_FernandaGabryellaJa quelineMariana.pdf. Acesso em : 11/04/2021.
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