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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS - CEFET-MG - APOSTILA - TECNOLOGIA DA SOLDAGEM Profa. Ivanilza Felizardo, Dra. Versão 02/2016 - 03/08 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA DEM - CAMPUS II CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Tipos de processos de união • Por rebite e parafuso • Colagem • Brasagem • Soldagem Classificação dos processos de união (Diferenciados pela tipo de ligação) • Forças macroscópicas ⇨ Rebite e parafusos • Não há formação de ligações químicas entre as partes a serem unidas. • A resistência da junta é dada pela resistência ao cisalhamento do parafuso ou rebite mais as forças de atrito entre as superfícies de contato. • Forças microscópicas • Há formação de ligações químicas (ligações metálica ou de Van der Waals) entre as partes a serem unidas. • A união é conseguida pela aproximação dos átomos ou moléculas das peças a serem unidas, podendo utilizar um material intermediário adicional à junta. Material de Base x Material de Adição Terminologias • Peças a serem unidas: material de base ou metal de base (MB). • Material adicionado à junta: material de adição ou metal de adição (MA). • Junta, após ser soldada ou brasada: zona fundida (ZF). Fusão • Brasagem (regra geral): fusão apenas do material de adição. • Soldabranda: temperatura de fusão do material de adição utilizado abaixo de 450oC e não exceder a temperatura solidus do material de base. • Brasagem ou soldabrasagem: temperatura de fusão do material de adição utilizado acima de 450oC e não exceder a temperatura solidus do material de base. • Soldagem: fusão do material de base e do material de adição (se utilizado). • Colagem: MA = material adesivo (existe um processo de cura do MA). 1. FUNDAMENTOS DA SOLDAGEM Colagem X Brasagem X Soldagem � � �2 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Solubilidade: capacidade de uma substância se misturar a outra, formando uma mistura homogênea. Existe solubilidade na fase sólida e solubilidade na fase líquida. Diluição: Parcela do material de base que entra na composição do metal de solda. diluição = massa fundida do material de base / massa total do cordão de solda * (100)% Cordão sobre Chapa Chanfro em V Figura 1.1 – Diluição numa junta soldada. Solubilidade X Diluição Colagem X Brasagem X Soldagem Solubilidade X Diluição � � �3 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br “Processo de união de duas ou mais peças metálicas ou não metálicas...”. !“Processo de união de materiais...”. ! Figura 1.2 – Vista transversal de um cordão de solda sobre chapa. “Operação que visa à união de materiais, assegurando na junta a continuidade das propriedades químicas e físicas, pela da fusão e diluição dos materiais de base e de adição envolvidos no processo”. “Processo de união de materiais pela coalescência localizada, produzida pelo aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem aplicação de pressão e/ou material de adição”. “Operação que visa à união de materiais pela da aplicação de fusão e/ou pressão” Processo de soldagem por fusão “A energia é aplicada com o objetivo de fundir o material de base, a solubilidade se processa na fase líquida”. Processo de soldagem por pressão “A energia é aplicada com o objetivo de provocar uma tensão no material capaz de produzir a solubilidade na fase sólida”. Conceito de SOLDAGEM � � �4 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ⇩ Assegurar na junta a continuidade das propriedades químicas e físicas ⇩ É indispensável que ocorra a solubilidade ⇩ Requer energia Conceito de SOLDAGEM "Soldagem é um processo de união de materiais, mais especificamente, união de metais e polímero. Na soldagem, a união é obtida pela aproximação dos átomos (nos metais) ou moléculas (nos polímeros) à distâncias suficientemente pequenas para que ligações químicas sejam formadas, em particular, ligações metálica (nos metais) e de Van der Waals (nos polímeros). Diferentemente dos demais processos de união (parafusagem, rebitagem, colagem e brasagem), na soldagem ocorre uma mistura dos materiais base e de adição (quando utilizado). Essa mistura, tecnicamente conhecida por solubilidade, pode ocorrer na fase sólida (nos processos de soldagem por pressão) ou na fase líquida (nos processos de soldagem por fusão). Procura-se com a soldagem que as forças das ligações químicas na junta soldada sejam de natureza similar às atuantes nos próprios materiais a serem soldados. Além de que após a soldagem, a junta preserve, ao máximo, as características físicas e químicas dos materiais base. Os processos de soldagem podem ser utilizados na fabricação e recuperação de peças, equipamentos e estruturas industriais. E ainda na deposição de materiais sobre uma superfície, nesse caso, para recuperar partes desgastadas ou para a formação de um revestimento característico." � � �5 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Origem das fontes de energia para soldagem • Energia química • Energia radiante • Energia mecânica • Energia elétrica Utiliza o calor gerado por reações químicas (todo material possui energia química armazenada em seu interior). Tipos de transformações químicas dos materiais • Combustão ⇨ SOLDAGEM OXIGÁS • Interação entre metais e soluções⇨ SOLDAGEM POR ALUMINOTERMIA. Combustão: PROCESSO DE SOLDAGEM OXIGÁS • A energia química armazenada nos combustíveis é liberada na combustão. O combustível reage com o oxigênio produzindo água e dióxido de carbono e liberando parte da energia armazenada nas ligações químicas. ⇩ 2C2H2 + 5O2 = 4CO2 + 2H2O + CALOR Interação entre metais e soluções: SOLDAGEM POR ALUMINOTERMIA • Reação do alumínio com um óxido metálico dando como resultado o metal envolvido e o óxido de alumínio, com liberação de calor. ⇩ 8Al + 3Fe3O4 = 9Fe + 4Al2O3 + CALOR PROCESSOS DE SOLDAGEM POR FUSÃO 2. FONTES DE ENERGIA PARA SOLDAGEM Fonte de Energia Química � ��6 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Utiliza o calor gerado quando o material sofre um bombardeamento eletrônico, podendo ser de elétrons ou de fótons SOLDAGEM A LASER (bombardeamento de fótons) SOLDAGEM POR FEIXE DE ELÉTRONS (bombardeamento de elétrons) PROCESSOS DE SOLDAGEM POR FUSÃO Utiliza o calor produzido a partir de movimentos mecânicos. Utiliza a dispersão ou ruptura dos filmes existentes sobre as superfícies, realizando a união sob pressão. ⇩ PROCESSOS DE SOLDAGEM POR PRESSÃO - NA FASE SÓLIDA ⇩ SOLDAGEM POR PRESSÃO A QUENTE SOLDAGEM POR PRESSÃO A FRIO SOLDAGEM POR EXPLOSÃO SOLDAGEM POR ULTRA-SOM SOLDAGEM POR FRICÇÃO SOLDAGEM POR DIFUSÃO SOLDAGEM POR FORJAMENTO SOLDAGEM POR LAMINAÇÃO Fonte de Energia de Alta Intensidade Fonte de Energia Mecânica � � �7 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Principal fonte de energia utilizada na soldagem. ➢ Soldagem por Resistência Elétrica (Pressão e Fusão) !Utiliza o calor produzido pela passagem da corrente elétrica num condutor. ⇩ Efeito Joule (I2R) ⇩ SOLDAGEM A PONTO SOLDAGEM POR COSTURA SOLDAGEM POR PROJEÇÃO SOLDAGEM POR CENTELHAMENTO ➢ Soldagem a Arco Elétrico • Arco elétrico consiste de uma descarga elétrica entre dois eletrodos que é sustentada através de um gás ionizado a alta temperatura chamada plasma. ⇩ SOLDAGEM COM ELETRODO REVESTIDO SOLDAGEM COM ARAME TUBULAR SOLDAGEM COM ARCO SUBMERSO SOLDAGEM A PLASMA SOLDAGEM MIG/MAG SOLDAGEM TIG Fonte de Energia Elétrica � � �8 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br � � �9 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br De acordo com a AWS (American Welding Society): ! 3. PROCESSOS DE SOLDAGEM E PROCESSOS AFINS PROCESSOS DE SOLDAGEM SOLDAGEM A ARCO (AW ) SOLDAGEM NO ESTADO SÓLIDO (SSW ) BRASAGEM FRACASOLDAGEM POR RESISTÊNCIA (RW ) PROCESSOS AFINS BRASAGEM FORTE (B) OUTROS SOLDAGEM GÁS COMBUSTÍVEL (OFW ) PULVERI- ZAÇÃO TÉRMICA (THSP) COLAGEM (ADB) CORTE TÉRMICO (TC) CORTE A OXIGÊNIO (OC) CORTE A ARCO (AC) OUTROS MÉTODOS DE CORTE SOLDAGEM COM HIDROGÊNIO ATÔMICO SOLDAGEM COM ELETRODO NU SOLDAGEM COM ELETRODO DE CARVÃO A GÁS PROTEGIDO DUPLO SOLDAGEM COM ARAME TUBULAR SOLDAGEM ELETROGÁS AHW BMAW CAW CAW -G CAW -S CAW -T FCAW EGW SOLDAGEM POR CO-EXTRUSÃO SOLDAGEM A FRIO SOLDAGEM POR DIFUSÃO SOLDAGEM POR EXPLOSÃO SOLDAGEM POR FORJAMENTO SOLDAGEM POR FRICÇÃO SOLDAGEM POR PRESSÃO A QUENTE SOLDAGEM POR LAMINAÇÃO SOLDAGEM POR ULTRA-SOM CEW CWDFW EXW FOW FRW HPW ROW USW BRASAGEM POR IMERSÃO BRASAGEM EM FORNO BRASAGEM POR INDUÇÃO BRASAGEM POR INFRA-VERMELHO BRASAGEM COM FERRO DE SOLDA BRASAGEM POR RESISTÊNCIA BRASAGEM POR TOCHA BRASAGEN ULTRA-SÔNICA BRASAGEM POR ONDA DSFSISIRS INS RSTSUSS W S SOLDAGEM POR CENTELHAMENTO SOLDAGEM POR PERCURSÃO SOLDAGEM POR PROJEÇÃO SOLDAGEM POR COSTURA ALTA FREQUÊNCIA INDUÇÃO SOLDAGEM POR PONTOS SOLDAGEM "UPSET" ALTA FREQUÊNCIA INDUÇÃO FWPEW RPW RSEW RSEW -HF RSEW -I RSW UWUW -HF UW -I PULVERIZAÇÃO A ARCO ELÉTRICO PULVERIZAÇÃO A CHAMA PULVERIZAÇÃO A PLASMA ASP FLSP PSP CORTE COM FLUXO QUÍMICO CORTE COM PÓ METÁLICO CORTE OXI-COMBUSTÍVEL ACETILENO HIDROGÊNIO GÁS NATURAL PROPANO CORTE A ARCO OXIGÊNIO CORTE COM LANÇA DE OXIGÊNIO FOC POC OFC OFC-A OFC-H OFC-N OFC-P AOC LOC SOLDAGEM A GÁS-METAL ARCO PULSADO CURTO CIRCUITO SOLDAGEM A ARCO GÁS TUNGSTÊNIO ARCO PULSADO SOLDAGEM A PLASMA SOLDAGEM COM ELETRODO REVESTIDO SOLDAGEM DE PRISONEIROS SOLDAGEM A ARCO SUBMERSO SÉRIE GMAW GMAW -P GMAW -S GTAW GTAW -P PAW SMAW SWSAW SAW -S BRASAGEM POR INDUÇÃO BRASAGEM EM FORNO BRASAGEM POR INDUÇÃO BRASAGEM POR INFRAVERMELHO BRASAGEM POR RESISTÊNCIA BRASAGEM POR TOCHA BRASAGEM A ARCO COM ELETRODO DE CARVÃO BRASAGEM EM BLOCO BRASAGEM POR DIFUSÃO BRASAGEM POR IMERSÃO BRASAGEM EXOTÉRMICA BRASAGEM POR FLUXO DFB FBIBIRB RBTBTCAB BBCAB DBEXB FLB SOLDAGEM POR FEIXE DE ELÉTRONS ALTO VÁCUO MÉDIO VÁCUO SEM VÁCUO SOLDAGEM POR ELETROESCÓRIA SOLDAGEM POR INDUÇÃO SOLDAGEM POR FLUXO SOLDAGEM POR PERCURSÃO SOLDAGEM A LASER SOLDAGEM ALUMINOTÉRMICA EBW EBW -HV EBW -MV EBW -NV ESW IWFLOW PEW LBW TW SOLDAGEM A AR ACETILENO SOLDAGEM OXI-ACETILÊNICA SOLDAGEM OXI-HÍDRICA SOLDAGEM A GÁS SOB PRESSÃO AAW OAW OHW PGW CORTE A ARCO AR-CARBONO CORTE A ARCO COM CARVÃO CORTE A ARCO GÁS-METAL CORTE A ARCO GÁS TUNGSTÊNIO CORTE A ARCO PLASMA CORTE COM ELETRODO REVESTIDO CAC-A CAC GMAC GTAC PAC SMAC CORTE COM FEIXE DE ELÉTRONS CORTE A LASER AR EVAPORATIVO GÁS INERTE OXIGÊNIO EBC LBC LBC-A LBC-EV LBC-IG LBC-O � � �10 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ARCO ELÉTRICO: “descarga elétrica controlada entre dois eletrodos, sustentada por um gás ionizado a alta temperatura chamado plasma, produzindo energia térmica suficiente para a fusão localizada do material de base e de adição (se existir)”. • SMAW Shielded Metal Arc Welding (eletrodo revestido); • SAW Submerged (arco submerso); • FCAW Flux Cored Arc Welding (arame tubular); • GMAW Gas Metal Arc Welding (arame sólido); • GTAW Gas Tungsten Arc Welding (eletrodo de tungstênio, TIG); • PAW Plasma Arc Welding (Plasma). 4. PROCESSOS DE SOLDAGEM POR FUSÃO A ARCO ELÉTRICO � � �11 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da SoldagemPROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • Material de base (composição química) - MB • Espessura do material de base • Tipo de junta • Tipo de chanfro • Posição de soldagem • Material de adição (eletrodo/arame) • Diâmetro do material de adição • Proteção por fluxo (composição do fluxo/revestimento) • Proteção gasosa (tipo e vazão do gás) • Processo de soldagem / Máquina de soldagem / Polaridade • Corrente de soldagem (tipo e magnitude) ⇨ fusão do arame/eletrodo • Tensão do arco elétrico ⇨ Comprimento do arco elétrico • Velocidade de soldagem • Sequência de soldagem • Tratamento térmico e/ou mecânico antes (pré-), durante, após (pós-) a soldagem 5. VARIÁVEIS DE SOLDAGEM � � �12 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • Quando um gás se ioniza, torna-se condutor de eletricidade. A soldagem a arco elétrico se baseia no uso do calor gerado pela corrente elétrica passando por um gás ionizado. • A corrente elétrica é um fluxo de partículas (positivas, negativa ou ambas), portadoras de carga elétrica. Para que haja o fluxo dessas cargas elétricas é necessário que exista uma diferença de potencial elétrico. • Cargas elétricas de mesmo sinal (+ ou -) se repelem e as de sinal contrário se atraem • POLARIDADE. TIPOS DE CORRENTE APLICADA À SOLDAGEM * Corrente Contínua (CC) ou Corrente Alternada (CA). Sendo que a corrente contínua pode ser constante ou pulsada ⇨ Corrente contínua (CC) • Pode ser definida como a que se obtém a partir do estabelecimento de uma diferença de potencial entre dois terminais (pólos) cujas polaridades são invariáveis no tempo. A corrente assim obtida tem um único sentido de percurso. Quando a intensidade da mesma é invariável no tempo, esta é chamada de corrente contínua constante. ⇨ Corrente contínua pulsada • Quando a intensidade da corrente contínua varia periodicamente no tempo. Esta corrente pode apresentar uma variedade de formas de pulsação: retangular ou senoidal, por exemplo. ⇨ Corrente alternada (CA) • Pode ser definida como a que se obtém a partir do estabelecimento de uma diferença de potencial elétrico entre dois terminas, cuja polaridade é alternadamente positiva e negativa. O sentido das partículas de carga, íons e elétrons, numa tal corrente, muda a cada alteração de polaridade. A forma mais comum de corrente alternada é a senoidal completa, isto se deve ao fato dela ter origem nas características elétricas dos geradores utilizados para produzir a energia. 6. CORRENTE DE SOLDAGEM � � �13 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br CONSEQUÊNCIAS DA POLARIDADE ⇨ Soldagem com CC • Os pólos do arco não se comportam de forma igual. A zona catódica corresponde ao pólo negativo. É de onde partem os elétrons e para onde se dirigem os íons positivos. Os elétrons livres do cátodo devem passar à coluna do arco, para que fique garantida a continuidade da corrente. Isto acontece fundamentalmente de três formas distintas e simultâneas: a) Por emissão termiônica, que ocorre devido ao fato dos íons acelerados na zona catódica atingirem o cátodo, levando-o à incandescência (emissão termiônica é quando um metal é conectado a um pólo energizado de uma fonte de energia elétrica e submetido a um campo elétrico, passa a emitir elétrons quando se torna incandescente); b) Devido à ação do campo elétrico que, por ter aí alto valor (106 volts/cm), é capaz de arrancar elétrons do cátodo; c) Por reflexão de íons neutralizados, que em cada choque roubam elétrons. Na zona anódica (pólo positivo, para onde se dirigem os elétrons), imediatamente diante da sua superfície, há uma corrente pura de elétrons, já que aquele não pode emitir íons. A ionização se dá de suas formas: a) Por efeito da alta temperatura; b) Por choque dos elétrons que se dirigem ao ânodo. 7. POLARIDADE EM SOLDAGEM � � �14 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Teoricamente, o bombardeio a que os elétrons sujeitam o anodo deve ser mais eficiente do que o bombardeio dos íons no cátodo, pelas seguintes razões: a) A energia cinética (quantidade de energia devido ao movimento dos elétrons) de cada elétron é M/m vezes maior que a de cada íon, sendo M a massa do íon e m a massa do elétron; b) O número de elétrons livres geralmente é maior que o número de íons livres; c) A emissão termiônica aumenta ainda mais o número de elétrons que atingem o anodo (a emissão termiônica do anodo não é considerada por que a força eletrostática a impede); d) O forte campo elétrico que existe junto ao catodo arranca elétrons adicionais deste, aumentando ainda mais o número de elétrons que atingem o anodo; e) A evaporação de elétrons do cátodo consome energia, enquanto que a chegada no anodo se efetua com a entrega de energia. Assim, torna-se evidente que os fenômenos físicos que ocorrem nos pólos de um arco voltaico são diferentes. De fato, com arco entre dois eletrodos permanentes e iguais, verifica-se que a temperatura do anodo é maior que a do catodo. Por este motivo, normalmente na soldagem com eletrodo não consumível (soldagem TIG), o eletrodo é conectado ao pólo negativo (catodo) enquanto que a peça a ser soldada é conectada ao pólo positivo (anodo). Na soldagem com eletrodo consumível (SMAW, GMAW, FCAW), ocorre o contrário, o eletrodo é conectado ao pólo positivo (anodo), enquanto a peça é conectada ao pólo negativo (catodo). ⇨ Soldagem com CA Em um arco alimentado com corrente alternada, não se tem uma polaridade determinada, já que os eletrodos (eletrodo e a peça) permutam sua polaridade de acordo com a freqüência da corrente. No caso de uma corrente alternada de 60 hertz, têm-se 120 inversões de polaridade por segundo. Com essa alternância os pólos ora recebem choques de elétrons, ora choques de íons, resultando numa tendência de equalização da energia absorvida por ambos os pólos. Quando ao aspecto visual, não há quase diferença entre um arco de corrente contínua e um arco de corrente alternada, mas há uma maior dificuldade na manutenção de um arco em corrente alternada. Isto se explica considerando que a tensão, em cada ciclo, passa de um valor positivo a um valor negativo e, bem próximo ao zero, não há tensão suficiente para sustentar o arco. Por isso, é mais difícil acender um arco de corrente alternada bem, como mantê-lo. Para corrigir a instabilidade do arco é preciso: a) Trabalhar com arco mais curto; b) Usar tensões mais elevadas; c) Usar eletrodos concebidos para CA; � � �15 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTODE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br d) Aumentar a freqüência da corrente ou sobrepor à corrente normal uma outra de alta freqüência, alta tensão e baixa intensidade. Devido ao elevado custo do equipamento de soldagem com corrente alternada, seu uso é restrito, sendo mais utilizado no processo TIG. EFEITO DA POLARIDADE NA MORFOLOGIA DA SOLDA Observação: É muito comum encontrar na literatura a seguinte frase: “Com eletrodo consumível, o mais comum é obter um maior consumo do eletrodo quando ele está conectado pólo negativo da máquina e obter maior fusão do metal de base quando o eletrodo está conectado ao pólo positivo da máquina”. Cuidado com esta frase... A composição química do material de adição influência os resultados: • Para eletrodos revestidos comerciais E6013, o consumo do eletrodo na polaridade positiva é menor que na polaridade negativa, enquanto que para eletrodos E7018, o consumo na polaridade positiva é maior que na polaridade negativa. Corrente contínua polaridade reversa ! DCRP – Direct Current Reverse Polarity DCEP – Direct Current Electrode Positive Calor aplicado no eletrodo CC+ Corrente contínua polaridade direta ! DCSP – Direct Current Straight Polarity DCEN – Direct Current Electrode Negative Calor aplicado na peça CC- � � �16 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Fonte de calor mais utilizada na soldagem de materiais por fusão • Concentração adequada de energia. • Facilidade de obtenção. • Baixo custo relativo ao equipamento. • Níveis aceitáveis de riscos a saúde. ! 8. ARCO ELÉTRICO NA SOLDAGEM � � �17 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ARCO ELÉTRICO • As temperaturas no arco elétrico podem variar de 5.000 a 30.000 K. • Consequência: a matéria passa a existir no seu quarto estado denominado plasma, que é composto por um gás altamente ionizado e eletricamente neutro. “Consiste de uma descarga elétrica controlada entre dois eletrodos, que é sustentada por um gás ionizado a alta temperatura chamado plasma, produzindo energia térmica suficiente para a fusão localizada do metal de base e de adição (se existir)”. ! ! Eletrodo revestido sem e com a presença do arco elétrico Para se obter um arco elétrico é preciso que o eletrodo e a peça a ser soldada estejam conectados a uma fonte de energia elétrica. Com isto, aparece um diferencial de potencial entre o eletrodo e a peça a soldar: estes ficam energizados. Isto significa que há uma tensão elétrica entre eles (na prática esta tensão varia de 15 a 90 volts), chamada de tensão em vazio (Vo): tensão sem corrente elétrica. Enquanto houver um espaço entre o eletrodo e a peça não haverá corrente passando por eles, visto que o ar funciona como isolante elétrico. Para iniciar o arco, basta encostar o eletrodo na peça e isto ocasiona, imediatamente, uma queda de tensão. A variação da tensão no arco elétrico com a corrente de soldagem é conhecida como curva estática do arco elétrico. ! Curva característica do arco elétrico � � �18 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br PERFIL ELÉTRICO DO ARCO ! Perfil elétrico do arco ⇨ Região Catódica • Região extremamente importante para a existência do arco. • É nesta região que é gerada a maioria dos elétrons responsáveis pela condução da corrente elétrica no arco. • A estabilidade do arco depende muito desta região. • É a região mais problemática, sendo responsável por complicados mecanismos, nem todos completamente entendidos. • Caracterizada por um estado muito afastado do equilíbrio. • Subdividida em três regiões: • Zona de carga ⇨ queda catódica; • Zona de luminescência; • Zona de contração. Na zona de carga, ocorre um elevado gradiente de potencial o qual acelera os elétrons saindo do cátodo e, por outro lado, atrai os íons positivos para o cátodo. Apesar de ser uma zona com grande atividade de cargas, nesta praticamente não ocorrem colisões entre os diversos portadores de carga e entre átomos neutros. Pode-se supor, assim, que um elétron, deixando o cátodo, atravessa toda a zona de carga somente sofrendo colisões no limite exterior desta zona, o mesmo ocorrendo, em sentido contrário, com íons positivos. Em função da ausência de choques, os elétrons, de menor massa, adquirem uma velocidade muito maior que os outros constituintes do arco, existindo um maior número de portadores de carga positiva na zona de carga, o que explica, em parte, a queda de potencial da região catódica. � � �19 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Na Zona de luminescência ocorre uma desaceleração dos elétrons. A transformação da energia cinética dos elétrons em radiação eletromagnética é tão intensa que requer a utilização de equipamentos de segurança adequados pelos soldadores. Na zona de contração, a qual serve de interface entre a região catódica e a coluna do arco, a densidade de corrente passa dos altos valores característicos da região catódica para os valores bem menores da coluna. ! Região Catódica ⇨ Região Anódica • Não é tão importante quanto a região catódica. • Não há emissão de íons positivos. • Existe uma concentração de elétrons (cargas negativas): • queda anódica. ⇨ Coluna de Plasma • Compreende praticamente todo o volume do arco. • Constituída por partículas neutras, íons e elétrons livres, sendo estes responsáveis pela passagem da corrente elétrica entre os eletrodos. • Para que ocorra a ionização, o gás do arco é aquecido a temperaturas elevadas. Como resultado de sua agitação térmica, choques entre os constituintes do gás o leva a uma ionização parcial do mesmo e à formação do plasma. • Ocorre a neutralidade elétrica: em cada unidade de volume o número de cargas positivas e negativas é praticamente igual. • Reações que ocorrem na coluna do plasma: dissociação e ionização. � � �20 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ➢ Dissociação e Ionização • Para o arcoelétrico se manter durante a soldagem, é preciso que estejam disponíveis partículas carregadas eletricamente. Existindo moléculas de qualquer gás no dielétrico, essas deverão ser dissociadas e, devido à alta energia de vibração obtida pelo aquecimento dos elétrons, as mesmas são levadas ao estado monoatômico. Após a dissociação, aumentando ainda mais a temperatura, ocorre a ionização dos átomos. Dissociação ⇨ ruptura das moléculas (G2 " 2G) Ionização ⇨ expulsão dos elétrons (G " G+ + e-) Potencial de ionização de alguns gases utilizados na soldagem CARACTERÍSTICAS MAGNÉTICAS DO ARCO O arco de soldagem é um condutor de corrente elétrica, portanto sofre iterações da corrente elétrica transportada por ele, com os campos magnéticos por ela gerados. Se um condutor de comprimento L, percorrido por uma corrente elétrica, I, é colocado numa região onde exista um campo magnético, B, ele experimenta uma força F, conhecida como “Força de Lorentz”, dada por: F = B. I. L Três importantes efeitos magnéticos podem ocorrer na soldagem a arco, devido às forças de Lorentz: Gás Potencial (eV) Argônio 15,76 Dióxido de carbono 13,77 Hidrogênio 15,43 Hélio 24,59 Monóxido de carbono 14,10 Nitrogênio 15,58 Oxigênio 12,07 � � �21 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ⇨ Jato de plasma • O arco de soldagem ao ser considerado como um condutor elétrico gasoso de forma cônica, quando a corrente elétrica passa por ele, induz um campo magnético de forma circular concêntrico com seu eixo, se comportando como um condutor colocado num campo magnético. A intensidade do campo magnético decaí com o quadrado da distância ao eixo do condutor. Como o diâmetro do arco é sempre menor na região próxima ao eletrodo, as forças de Lorentz tendem a serem maiores nesta região do que na região próxima da peça. A pressão interna do arco na região próxima ao eletrodo é sempre maior que na região próxima a peça. Esta diferença de pressão causa um fluxo de gás sempre no sentido eletrodo-peça que é o jato de plasma. Este é um dos responsáveis pela penetração do cordão de solda e é responsável pela transferência de metal seja sempre no sentido eletrodo-peça, independente da polaridade utilizada. ! Jato de Plasma ⇨ Efeito Pinch • Em eletrodos consumíveis, as forças de Lorentz, na extremidade fundida do eletrodo são capazes de deformá-la, tendendo a estrangular a parte líquida e separá-la do fio sólido. Por outro lado, a tensão superficial tende a manter a gota presa do eletrodo. Assim, o tempo de permanência da gota líquida na ponta do eletrodo depende principalmente da competição entre a tensão superficial, as forças de Lorentz e o volume da gota, que tende a aumentar continuamente. Para baixas corrente de soldagem, as forças de Lorentz são pequenas e a gota pode aumentar bastante de volume antes de se destacar do eletrodo e se transferir para a peça, por ação do jato de plasma (transferência globular) ou por toque na poça fundida do metal de base (transferência por curto-circuito). Para altas correntes, as forças de Lorentz tendem a estrangular rapidamente à parte fundida, tão logo ela se forme, de modo que a transferência de metal para a peça se dá em finíssimas gotas de metal fundido (transferência “spray”). � � �22 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ! Efeito Pinch ⇨ Sopro magnético • Consiste de um desvio do arco de sua posição normal de operação, como conseqüência de uma assimetria na distribuição das forças eletromagnéticas em função de variações bruscas na direção da corrente elétrica e/ou arranjo assimétrico de material ferromagnético em torno do arco. O sopro magnético é indesejável em soldagem, pois orienta o arco para direções que, em geral, prejudicam a penetração e uniformidade do cordão de solda, além de causar a instabilidade do arco e dificultar a operação. O sopro magnético pode ser minimizado ou eliminado por algumas medidas simples: inclinar o eletrodo para o lado para o qual se dirige o arco; soldar com arco mais curto; usar mais de uma conexão de corrente na peça, visando a balanceá-la em relação ao arco; usar correntes mais baixas, quando possível e usar corrente alternada, pois o efeito do sopro é menor. ! Sopro magnético � � �23 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Eficiência da fonte de calor = rendimento térmico do processo de soldagem (η) 9. FLUXO DE CALOR DURANTE A SOLDAGEM η = calor transferido para a peça (Q) calor gerado no arco elétrico (qo) qo = IV (W) Q = η qo = η IV (W) (W/m2) ! (J/m) " Aporte térmico Energia de soldagem A IV A qQ o η=η= ν η= ν η= IVqA oT Rendimento térmico dos processos de soldagem a arco elétrico (η %) GTAW (eletrodo de tungstênio, TIG) ⇨ 65 + 15 (CC) 35 + 15 (CA) PAW (Plasma) ⇨ 70 + 10 SMAW (eletrodo revestido) ⇨ 75 + 10 GMAW (arame sólido) ⇨ 75 + 10 FCAW (arame tubular) ⇨ 80 + 15 SAW (arco submerso) ⇨ 90 + 9 � � �24 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ! Variação da temperatura de um ponto do material em função do tempo ! ! Variação da temperatura do material em função de seu comprimento ! Fatores que influenciam a taxa de resfriamento do material durante a soldagem • Aporte térmico • Temperatura de pré-aquecimento • Condutividade térmica do material Ciclo Térmico Perfil Térmico no MB � � �25 A: zona fundida (ZF) B: Zona Termicamente Afetada (ZTA) C: Material de Base (MA) taxa de resfriamento CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Capacidade (facilidade) de um material de se deixar soldar, atendendo aos requesitos pré- estabelecidos em normas e projetos. Soldabilidade Metalúrgica: capacidade do material em responder bem a todos os fenômenos metalúrgicos impostos pelo procedimento de soldagem adotado. Está relacionado às alterações metalúrgicas que o material base sofre desde o aquecimento à fusão e da solidificação ao resfriamento à temperatura ambiente. SoldabilidadeOperacional: diz respeito às questões operacionais do procedimento de soldagem - projeto e preparo de junta; método de execução da soldagem (se manual, com a habilidade, qualificação do soldador e se mecanizada ou automatizada, com as questões tecnológicas envolvidas), além das características dos materiais envolvidos - MB e MC (material de adição mais tipo de proteção). Está relacionada com a facilidade em executar todo o procedimento de soldagem. Soldabilidade em Serviço: diz respeito de como o material se comporta após a soldagem em serviço. Está relacionado à vida útil do material soldado. Desempenho do material soldado em serviço. 10. SOLDABILIDADE � � �26 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • Aço de baixo carbono (%C < 0,30) • Aço de médio carbono (0,31 < %C < 0,45) • Aço de alto carbono (%C > 0,46) • Aços de baixa liga (elementos de liga inferior a 5%) • Aços de média liga (entre 5 a 10%) • Aços de alta liga (acima de 10%) • Aço inoxidável (austenítico, martensítico e ferrítico) • Alumínio e suas ligas • Cobre e suas ligas • Titânio e suas ligas • Níquel e suas ligas • Ferro Fundido (cinzento, nodular, maleável, ligado e branco) • etc. ⇨ Carbono equivalente: estimativa para a soldabilidade e/ou temperabilidade de um aço. !Válido para aço carbono e ligado. ! (aço carbono) (% em peso) ! (Seferian) (% em peso) ! (fórmula IIW) (% em peso) ! (% em peso) ! (Fórmula Pcm) (% em peso) Exemplos de materiais soldáveis 6 )SiMn%(C%Ceq ++= 13 Mo% 18 Ni% 9 )CrMn%(C%Ceq ++++= 15 )CuNi%( 5 )VCrMo%( 6 Mn%C%Ceq ++++++= 3 P% 15 )CuNi%( 5 Cr% 4 Mo% 6 Mn%C%Ceq ++++++= B*5 3 V% 15 Mo% 60 Ni% 20 )CuCrMn%( 30 Si%C%Ceq ++++++++= � � �27 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br !Quanto maior o Ceq mais baixa é a soldabilidade e mais alta a temperabilidade do aço. !Ceq < 0,4 % ⇨ excelente soldabilidade e nenhuma temperabilidade. !0,4< Ceq < 0,6 % ⇨ soldabilidade e temperabilidade razoável. !0,6< Ceq < 0,9 % ⇨ soldabilidade difícil e fácil temperabilidade. !Ceq < 0,9 % ⇨ soldabilidade péssima e excelente temperabilidade. !Quando maior o valor do Ceq maior a importância na seleção dos parâmetros de soldagem. O pré-aquecimento é essencial, podendo ser necessário também o uso de pós- aquecimento. Os consumíveis devem ser escolhidos de modo que o limite de resistência do metal depositado seja, no mínimo, igual ao limite de resistência mínimo especificado para o metal de base. ! Quanto maior o valor do Ceq maior a temperatura de pré-aquecimento, sendo que esta está diretamente relacionada com a espessura do material. ➔ Dica para determinar a temperatura mínima de pré-aquecimento: ! Tpmax = Tpmin + 100 a 150 oC onde: E = espessura da chapa 25,0)E005,01(*Ceq*350Tpmin −+= � � �28 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ⇨ Teste de tração " Curva tensão x deformação !Elasticidade: capacidade do material se deformar elasticamente. !Limite de escoamento: limite no qual o material passa a se deformar plasticamente. !Deformação plástica: está relacionado com a rigidez do material. !Limite de Resistência à Tração: tensão máxima que o material suporta, se esta tensão for mantida, ocorrerá a ruptura do material. !Tenacidade: capacidade do material de absorver energia, isto é, de se deformar, elástica e plasticamente, antes de trincar ou romper. !Ductilidade: é a deformação específica do material. Deformação máxima menos à elástica. ! ! !Fragilidade: propriedade contrária à ductilidade; materiais frágeis se rompem sem que ocorra uma deformação plástica apreciável. !Dureza: é a capacidade do material resistir a esforços externos. 11. PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ! ! � � �29 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • Aço: liga de ferro-carbono • Constituintes dos aços: austenita, ferrita, cementita, perlita, bainita e martensita. • Austenita: só existe em temperaturas superiores a 723oC; • Constituintes dos aços (liga ferro-carbono) para um “resfriamento lento”: • Aços com %C < 0,77 ⇨ Austenita = ferrita e perlita • Aços com %C = 0,77 ⇨ Austenita = perlita • Aços com %C > 0,77 ⇨ Austenita = perlita e cementita • Ferrita: ferro contendo traços de carbono; possui baixa dureza, alta ductilidade e boa tenacidade. • Cementita: carboneto de ferro (Fe3C) contendo grande quantidade de carbono; possui alta dureza e baixa ductilidade e tenacidade. • Perlita: mistura de 88,5% de ferrita e 11,5% de cementita (têm aparência de lâminas extremamente delgadas, distribuídas alternadamente em ferrita e cementita); possui propriedades intermediárias entre ferrita e cementita. • Efeito da velocidade de resfriamento nos constituintes dos aços: quanto maior a velocidade de resfriamento, menores são as chances de transformação da austenita em ferrita, cementita e perlita. Novos constituintes dos aços podem surgir: bainita e martensita. • Efeito da adição de elementos de liga nos constituintes dos aços: todos os elementos de liga que são adicionados aos aços, com exceção do cobalto, retardam a transformação da austenita, tendo como principal conseqüência maior facilidade para obter a estrutura martensítica (alta temperabilidade). “Soldagem é caracterizada como um processo que pode apresentar altas taxas de resfriamento”. “Atenção especial deve ser dada para os tratamentos térmicos, pré e pós-aquecimento e para materiais que apresentam alta condutividade térmica”. Constituintes dos Aços Carbono � � �30 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br TIPOS DE FONTES/MÁQUINAS DE SOLDAGEM ⇨ Fontes Eletromagnéticas (convencionais) • Transformador: equipamento bastante simples, sendo constituído basicamente por dois enrolamentos chamados primário e secundário e um sistema de controle da corrente. O transformador é alimentado por CA e fornece CA. Transforma a alta tensão e baixa corrente da rede de fornecimento em baixa tensão e alta corrente necessária a soldagemem CA. • Conversor: constituído por um motor e um gerador acoplados em um eixo comum. O conversor é alimentado por CA e fornece CC. • Retificador: constituído por um transformador trifásico acoplado a um sistema eletrônico de retificação da corrente alternada. O retificador é alimentado por CA e fornece CC ou CA. ⇨ Fontes Eletrônicas • A característica que melhor define as fontes eletrônicas é o uso de dispositivos semicondutores para controle direto da tensão e/ou corrente de saída da máquina. Nas fontes convencionais, tal controle é essencialmente mecânico. ⇨ Fontes Universais • São fontes eletrônicas multiprocessos. FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA SELEÇÃO DE UMA FONTE • Processo em que a fonte será utilizada. • Necessidade de alterar o tipo da curva característica (tensão ou corrente constante). • Necessidade de variar a tensão de circuito aberto. • Tipo de corrente: CC, CA, ambas ou pulsada. • Intervalo entre a mínima e a máxima corrente de soldagem. • Ciclo de trabalho: tempo de arco aberto em relação ao tempo total de soldagem; • Tensão, freqüência, potência e número de fases disponíveis na rede de alimentação. • Constrições econômicas: qual o capital disponível, por exemplo. • Robustez e confiabilidade. • Simplicidade de manutenção. • Atendimento às normas/código vigentes no país em que opera. • Necessidade de controle remoto ou automatização. • Ajustes simples das operações. • Lay out. 12. FONTES DE POTÊNCIA PARA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO � � �31 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Requisito Básico para as Fontes serem Aplicáveis à Soldagem Curva Característica da Fonte ! Fonte de Tensão Constante ! Fontes de Corrente Constante ! Curva Característica do Arco ! � � �32 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br É a porcentagem de tempo que uma fonte de soldagem poderá prover uma dada corrente (arco aberto) em um ciclo de 10 minutos (contínuo ou não), sem exceder um limite pré- determinado de temperatura. @60% F.t. 300A = a máquina poderá trabalhar com corrente de 300A durante 6 minutos dentro de um intervalo de 10 minutos. Ft1 * I12 = Ft2 * I22 Representa a proteção de um equipamento contra partículas sólidas e líquidas. I - contra objetos sólidos = 3 diâmetro menor que 2,5 mm = 2 diâmetro menor que 12,5 e maior que 2,5 mm = 1 diâmetro menor que 50 e maior que 12,5 mm P - contra líquidos = 1 gota de água que cai na vertical = 2 gota de água que cai na vertical com inclinação de 15 graus = 3 gota de água que cai na vertical com inclinação de 60 graus (chuva) Ciclo de Trabalho ou Fator de Trabalho Grau de Proteção IP � � �33 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • Porosidades: descontinuidade mais comum encontrado na soldagem. Consiste de uma cavidade formada pelo aprisionamento de gases durante a solidificação do metal fundido. A formação de poros está diretamente relacionada com a utilização de alto aporte térmico, resultando em uma taxa de resfriamento elevada, não dando tempo para que os gases gerados e/ou formados na zona fundida escapem da mesma. Está relacionada também com a umidade excessiva do metal de base ou de adição ou com a limpeza imprópria da junta durante preparação para a soldagem. Tensões elevadas, alta distância entre o eletrodo e o metal de base e uma má proteção gasosa propiciam o surgimento de poros. ! ! ! ! ! • Falta de fusão: condição na qual a fusão é inferior à completa. Resulta da manipulação incorreta da tocha de soldagem e do uso de condições de soldagem incorretas (velocidade de soldagem excessiva, corrente insuficiente e pobre preparação da junta). • Falta de penetração: condição na qual a penetração da junta é menor que a especificada. Resulta da manipulação incorreta da tocha de soldagem e do uso de condições de soldagem incorretas (velocidades de soldagem excessiva, corrente insuficiente e pobre preparação da junta). • Mordedura: tem o formato de um chanfro. Ocorre entre o metal de base e o cordão de solda. Esta região não é preenchida pelo metal de solda. Resulta do uso de condições de soldagem incorretas (velocidade de soldagem, tensão e correntes excessivas, uso de um gás de proteção inadequado e ângulo da tocha incorreto). ! ! ! • Distorções e/ou tensões residuais: todo material soldado apresenta distorções e/ou tensões residuais. O uso de aportes térmicos elevados e na soldagem de materiais espessos, o nível de distorções e/ou tensões residuais é elevado. • Inclusão de tungstênio: ocorre quando a ponta do eletrodo de tungstênio entra em contato com a poça de fusão. Procedimentos impróprios, tais como a utilização de uma corrente de soldagem excessiva para o tamanho e tipo do eletrodo utilizado, utilização de 13. DESCONTINUIDADES MAIS COMUNS EM SOLDAGEM � � �34 Falta de fusão poros mordedura mordedura Falta de penetração CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br gás de proteção impróprio para o processo (gases ativos ou misturas de gases ativos com inertes) propiciam o surgimento deste problema. • Inclusão de escória: ocorre somente nos processos de soldagem que envolvem a produção de escória (eletrodo revestido, arco submerso, arame tubular). Movimentos incorretos (zig-zag e/ou vai e vem) ou movimentos radicais do eletrodo/tocha de soldagem, tais como tecelagem rápida e uma remoção prévia incompleta da escória em soldagem de múltiplos passes são causas comuns da inclusão de escória no metal de solda ou entre o metal de solda e o metal de base. • Sobreposição (overlap): protuberância de metal de solda que excede o pé, a face ou a raiz da solda. ! • Trincas: descontinuidade mais grave encontrada na soldagem. Pode ocorrer no interior do metal de base (ZF, ZTA ou MB) ou podem ser externas. Podem ser micro (fissuras) ou macroscópicas. Podem aparecer durante a solidificação da poça de fusão (trinca por solidificação) ou durante o resfriamento (trinca a quente). Este pode ser incapaz de resistir à solicitação de contração imposta ao material durante o seu resfriamento. Podem também aparecer horas após a realização da solda (trinca a frio). Destas, as mais comuns são às trincas causadas por hidrogênio. Aços temperáveis são altamente susceptíveis à trinca por hidrogênio. Este é gerado principalmente pela decomposição da umidade presente no material de adição e de base. Este tipo de trinca ocorre principalmentena ZTA, podendo também ocorrer na ZF de aços que apresentam maior dureza. A presença de trincas, adicionado às tensões residuais, propicia a ocorrência de fratura frágil. ! ! • Fratura dúctil: o material deforma substancialmente antes de fraturar; o processo se desenvolve de forma relativamente lenta. • Fratura frágil: o material deforma pouco antes de fraturar; processo rápido. � � �35 Trinca por solidificação overlap Inclusão de escória CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Existem várias relações matemáticas para predizer a taxa de fusão de eletrodos consumíveis. Porém, cada relação depende ou do tipo de processo ou do tipo de eletrodo ou do tipo de polaridade, etc. De uma forma simplificada, a taxa de fusão (TF) de um eletrodo consumível pode ser definida pela relação entre a massa consumida do eletrodo (m) e o tempo de soldagem (t), sendo expressa por: ! (massa/tempo) Também é possível utilizar a relação entre o comprimento consumido do eletrodo (Lc) e o tempo de soldagem (t), sendo mais aceita como taxa de consumo (TC) e expressa por: ! (comprimento/tempos) A taxa de fusão, juntamente com a eficiência de deposição (ηd), determinam as características econômicas dos processos que utilizam eletrodos consumíveis. A eficiência de deposição ou rendimento de deposição real é a relação entre a taxa de deposição (TD) e a taxa de fusão (TF), expressa por: ! (%) A taxa de deposição, por sua vez, é a quantidade de material depositado pelo eletrodo (MS), a qual é efetivamente incorporada à solda, por unidade de tempo, expressa por: ! (massa/tempo) Taxa de deposição de processos que utilizam eletrodos consumíveis: SMAW = 0,5 a 8,0 Kg/h GMAW = 1,0 a 15 Kg/h SAW = 3,0 a 20,0 kg/h FCAW = 2,0 a 16 kg/H 14. FUSÃO DE ELETRODOS CONSUMÍVEIS ( ) t mm t mTF fi − == onde: mi = massa inicial do eletrodo mf = massa final do eletrodo após a soldagem ( ) t LL t L TC roc − == onde: Lo = comprimento inicial do eletrodo Lr = comprimento restante do eletrodo após fundido 100* TF TD d =η ( ) t MM t MTD fiS − == onde: Mi = massa inicial da chapa Mf = massa da chapa após a soldagem � � �36 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Modos de transferência metálica • Transferência por curto circuito • Transferência globular • Transferência spray Fatores que mais influenciam o modo de transferência metálica • Magnitude e tipo de corrente de soldagem. • Diâmetro do arame. • Composição do arame. • Tensão do arco. • Tipo de proteção (gás ou fluxo). ⇨ Transferência por curto circuito • A transferência por curto circuito ocorre na soldagem com baixas tensões e correntes de soldagem (pequenos diâmetros de arame). Representação esquemática da transferência por curto circuito ! ! No curto, a corrente de soldagem é máxima e a tensão do arco elétrico é nula. 15. MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA METÁLICA � � �37 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • O metal é transferido do eletrodo para a peça somente durante o período quando o eletrodo está em contato com a poça de fusão. • Nenhum metal é transferido através do arco. • O arame toca a poça fundida numa faixa de 20 a 200 curtos circuitos por segundo. • Quando o arame toca a poça de fusão, a corrente de soldagem aumenta (ponto 5). A taxa em que a corrente aumenta deve ser alta o suficiente para aquecer o arame e promover a transferência metálica, contudo baixa o suficiente para minimizar respingos causados pela separação violenta da gota de metal. • O nível de respingos é bastante elevado. • Este modo de transferência produz uma poça de fusão pequena e de rápido resfriamento que é geralmente utilizada na soldagem de seções finas, na soldagem fora de posição e para fechar grandes aberturas de raiz. ⇨ Transferência globular • Este modo de transferência ocorre para valores intermediários de tensão e corrente de soldagem e resulta em um arco mais estável que no caso anterior. Representação esquemática da transferência globular ! • Mesmo utilizando uma corrente elevada, se o comprimento do arco é muito pequeno, a gota em crescimento pode tocar a poça (transferência por curto circuito), se superaquecer e desintegrar, produzindo muitos respingos. Portanto, a combinação entre a corrente de soldagem e a tensão do arco é essencial para a definição do modo de transferência metálica. • A transferência globular é caracterizada por uma gota de diâmetro maior que o do arame. Com o aumento do tamanho da gota, o seu peso aumenta e acaba por ocasionar a sua separação do arame e a gota de metal líquido se transfere para a poça de fusão pela ação da gravidade. Por este motivo, sua utilização é limitada à posição plana em juntas de topo e plana e horizontal em juntas de filete. • O nível de respingos na transferência globular é relativamente elevado, porém inferior ao caso anterior. � � �38 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ⇨Transferência spray • À medida que se aumenta a corrente de soldagem, o diâmetro médio das gotas de metal líquido que se transferem para a peça diminui, até que, acima de um certo nível de corrente (corrente de transição), há uma mudança brusca no modo de transferência, que passa de globular para spray. Representação esquemática de transferência spray ! • O modo de transferência spray resulta em um fluxo altamente direcionado de gotas discretas que são aceleradas pelas forças do arco elétrico a velocidades que vencem a força da gravidade. Devido a isto, o processo, sob certas condições, pode ser utilizado em qualquer posição. • Devido às gotas serem menores que o diâmetro do arame e que o comprimento do arco, curto circuito não ocorrer e respingos são mínimos, se não totalmente eliminados. • A corrente de transição depende de inúmeros fatores, particularmente, da composição e temperatura de fusão do eletrodo/arame, do tipo de gás de proteção, é inversamente proporcional ao diâmetro do eletrodo/arame e depende em menor grau do comprimento do arco. � � �39 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da SoldagemPROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Tipo e potencial de ionização de alguns gases utilizados na soldagem Fatores que influenciam na escolha do tipo de gás de proteção • Metal de base. • Propriedades mecânicas requeridas pelo cordão de solda. • Condição e pureza do metal base. • Tipo de serviço e aplicações específicas requeridas. • Posição de soldagem. • Tipo de processo de soldagem (GTAW, PAW, GMAW e FCAW). • Modo pretendido de transferência metálica. Principais funções dos gases de proteção • Propiciar a ionização do arco elétrico. • Proteger o arco elétrico e a poça de fusão contra contaminações da atmosfera. Variáveis influenciadas pelo tipo e pela vazão do gás de proteção • Características do arco. • Modo de transferência metálica. • Penetração e forma do cordão de solda. • Velocidade de soldagem. • Tendência ao trincamento. • Ação de limpeza. • Propriedades mecânicas do metal de solda. 16. GASES DE PROTEÇÃO Gás Tipo Potencial (eV) Hélio inerte 24,59 Argônio inerte 15,76 Hidrogênio ativo 15,43 Nitrogênio ativo 15,58 Dióxido de carbono ativo 13,77 Oxigênio ativo 12,07 � � �40 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ⇨ Gases de proteção inertes • Argônio e hélio são os gases inertes mais utilizados na soldagem. • Estes gases puros ou misturas destes gases são utilizados na soldagem de materiais não ferrosos, aços inoxidáveis, aços carbono e aços de baixa liga. • As principais diferenças entre o argônio e o hélio são a densidade, o potencial de ionização e a condutividade térmica. • O argônio é aproximadamente 1,4 vez mais denso que o ar, enquanto a densidade do hélio é aproximadamente 0,14 vez a do ar. O argônio, mais pesado, é mais efetivo na proteção do arco e da poça de fusão na posição plana que o hélio. O hélio requer aproximadamente 2 ou 3 vezes mais vazão que o argônio para fornecer proteção igual (maior custo de soldagem). • O hélio tem um potencial de ionização maior que o argônio, e conseqüentemente, uma tensão mais alta pode ser adotado durante a soldagem, quando outras variáveis são mantidas constantes. O hélio pode apresentar problemas na iniciação do arco. Arcos protegidos com hélio produzem maior quantidade de respingo e tem acabamento mais áspero que arcos protegidos com o argônio. • O hélio tem maior condutividade térmica que o argônio e produz um plasma com a energia mais uniformemente distribuída. • O plasma do argônio, por outro lado, é caracterizado como tendo uma alta energia no centro e uma baixa energia nas extremidades. Essa diferença afeta a forma do cordão de solda. Um arco de solda protegido por hélio produz um cordão de solda profundo, parabólico e largo. Um arco protegido por argônio produz um cordão de solda caracterizado por penetração tipo dedo. ! • As características desejáveis, durante a soldagem, que são encontradas utilizando hélio (profundidade, largura e formato do cordão de solda) podem ser aproveitadas utilizando uma mistura de Ar-He. • Na soldagem de materiais não ferrosos pode-se utilizar proteção com argônio puro. � � �41 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • O uso de hélio puro geralmente é restrito a áreas mais especializadas, devido à sua limitada estabilidade e custo elevado. ⇨ Gases de proteção ativos • O dióxido de carbono (CO2) é o gás ativo mais utilizado para soldagem. É o único gás ativo utilizado, na sua forma pura, na soldagem. • Altas velocidades de soldagem, grandes penetrações e baixo custo são características gerais que tem encorajado o uso do CO2 puro. • Em comparação com proteções ricas em argônio, a proteção com CO2 produz um cordão com excelente penetração, com superfície áspera e menor “lavagem” nos contornos do cordão devido ao arco ser restrito (menor susceptibilidade para gerar mordedura). ⇨ Adições de O2 e CO2 ao argônio • A proteção do arco elétrico por argônio puro causa um arco irregular e uma tendência para ocorrer trinca na raiz da solda. • Adições de O2 ou CO2 ao argônio produzem notável melhora na estabilidade do arco e produzem soldas livres de trincas na raiz. • A quantidade ótima de O2 ou CO2 a ser acionada depende da condição da superfície, geometria da junta, posição de soldagem e da composição química do metal base. • Adições de O2 ao argônio melhora a fluidez da poça de fusão, a penetração e a estabilidade do arco. A tendência à trinca na raiz é reduzida, apesar de considerável oxidação da solda ocorrer, com notável perda de sílica e manganês. • Adições de CO2 ao argônio podem melhorar a aparência do cordão de solda. • Misturas de argônio com CO2 são utilizadas em aços carbono e baixa liga e em menor extensão em aços inoxidáveis. � � �42 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Processos de soldagem que utilizam fluxos • SMAW • FCAW • SAW O fluxo consiste de uma mistura de diferentes materiais combinados em proporções adequadas. Muitos dos ingredientes de um fluxo podem ter mais de uma função e diferentes ingredientes no mesmo fluxo podem contribuir para a mesma função. Funções dos fluxos • Fornecer elementos de liga para o refino da microestrutura (desoxidação e dessulfuração). • Fornecer elementos de liga para o controle da composição química do metal de solda. • A escória, proveniente da queima do fluxo, protege as gotas de metal fundido durante a sua transferência pelo arco e controla a velocidade de resfriamento do metal de solda. • Fornecer agentes que facilitam a remoção da escória, a soldagem em diversas posições, possibilitar o uso de diferentes tipos de corrente e polaridade; • A decomposição de ingredientes do fluxo pode ainda controlar a temperatura do arame/eletrodo durante a soldagem. • Os gases, provenientes da decomposição do fluxo, propiciam a ionização do arco e produzem uma atmosfera protetora para o arco elétrico e para a poça de fusão contra contaminações da atmosfera, etc. No processo FCAW, há diferentes tipos de arames tubulares: • Arame tubular (normal) com proteção gasosa; • Arame tubular auto-protegido; • Arame tubular do tipo metal cored com proteção gasosa. OBS.: Apenas no processo FCAW com arame tubular auto-protegido, ingredientes do fluxo são responsáveis pela geração de gases para a ionização do arco e proteção do arco e da poça de fusão. Para os demais tipos de arames esta função é responsabilidade do gás de proteção. 17. FLUXOS DE PROTEÇÃO � � �43 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAMECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A AWS Fonte: Método de Aplicação da Soldagem: Manual, Mecanizado ou Automatizado XXXII Consolda, 2006. Ivanilza Felizardo, Alexandre Queiroz Bracarense 18. MÉTODO DE APLICAÇÃO DA SOLDAGEM � � �44 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br ! CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO • Processo extremamente simples. • Investimento em equipamento é relativamente baixo. • Eletrodos são facilmente encontrados no mercado. • A diversidade dos tipos de consumíveis existentes no mercado é imensa, devido à facilidade que se tem para alterar a composição química do revestimento. • Processo bastante utilizado na soldagem de aços baixo carbono, aços de baixa, média e alta liga, aço inoxidável, ferros fundidos, alumínio, cobre, níquel e ligas destes. • Diferentes combinações de metais dissimilares podem ser soldadas com eletrodo revestido. • É o processo mais utilizado na soldagem subaquática. • Pode ser usado em todas as posições (depende do tipo de revestimento). • É indicado para metal de base com espessura entre 3,0 mm a 40 mm e em áreas de acesso limitado. Para espessuras inferiores a 2 mm, o material é facilmente perfurados pelo calor do arco, antes da formação da poça de fusão. 19. SOLDAGEM COM ELETRODO REVESTIDO - SMAW � � �45 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br • Para espessuras muito grandes a baixa produtividade do processo pode ser um fator limitante. • Metais de baixo ponto de fusão como o estanho, zinco, chumbo e suas ligas não são soldados pelo SMAW, pois a intensidade do calor do arco é muito alta para eles. Também não é adequado para metais refratários ou muito reativos como o titânio, zircônio, molibdênio, nióbio e o tântalo, pois os elementos fornecidos pelo revestimento não evitam a contaminação do oxigênio na solda. • O modo de transferência metálica dos eletrodos revestidos é essencialmente uma função da composição do revestimento, visto que esta determina quais os parâmetros de soldagem a serem utilizados. De uma maneira geral, o modo de transferência para eletrodos ácidos ou oxidantes é basicamente spray, para eletrodos rutílicos é menos spray e para eletrodos básicos, a transferência de metal ocorre através de gotas grandes. Destaca-se que o tamanho das gotas de metal fundido transferido no decorrer do processo com eletrodo revestido aumenta devido ao aumento da temperatura do eletrodo durante a soldagem. • A grande limitação do processo é o fato de se tratar de um processo tipicamente manual, cujo nível de habilidade do soldador é fundamental para se obter uma solda de qualidade. O soldador é responsável pela abertura e fechamento do arco elétrico, pela troca do eletrodo e pela execução dos movimentos e controle das velocidades de avanço e de mergulho do mesmo. Estes movimentos, conseqüentemente o controle destas velocidades, devem ser realizados de forma que o comprimento do arco seja mantido constante durante o processo. • Uma característica peculiar do processo de soldagem com eletrodo revestido é o fato da corrente atravessar todo o comprimento do eletrodo, aquecendo-o por efeito Joule. O aumento da temperatura dos eletrodos revestidos durante a soldagem produz várias conseqüências, dentre elas, alterações na sua taxa de fusão: velocidade de mergulho dos eletrodos revestidos não é constante durante a soldagem. Este fato é um dos mais importantes que dificulta a robotização do processo. � � �46 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br O aquecimento do eletrodo revestido durante a soldagem deve-se ao calor transferido do arco elétrico, através da interface líquido/sólido na ponta do eletrodo, e ao calor gerado por efeito Joule, devido à resistência do arame à passagem de corrente elétrica. O calor gerado no arco elétrico, qo, é definido por: (W/m2) E o calor gerado por efeito Joule, QJ, é representado pela seguinte equação: ! (W) O calor gerado por efeito Joule, QJ, ocorre apenas no arame, visto que no revestimento, não há fluxo de corrente passando pelo mesmo, portanto, não há geração de calor. O revestimento é aquecido pelo fluxo de calor condutivo do arame. O arco elétrico é estabelecido entre a ponta do arame e o metal de base. Os efeitos do aquecimento do eletrodo revestido são vários e completamente diferentes no arame e no revestimento. O aquecimento no arame altera as propriedades físicas e elétricas do aço, mas não altera sua composição química, enquanto que o revestimento tende a perder umidade quando calor é aplicado. À medida que a temperatura do eletrodo aumenta, o teor de componentes orgânicos no revestimento, responsáveis pela proteção do metal fundido, diminui e, conseqüentemente, as características do metal depositado são piores no final do cordão de solda. Além disto, o aumento da temperatura do eletrodo revestido altera a taxa de fusão do eletrodo durante a soldagem, fazendo com que seja necessário alterar a velocidade de mergulho do eletrodo durante o processo. AQUECIMENTO DO ELETRODO REVESTIDO DURANTE A SOLDAGEM A IVqo η= onde: η = rendimento térmico do processo (%) I = corrente de soldagem (A) V = tensão do arco elétrico (V) A = área transversal do arame (m2) 22 I A L RIQ eJ ρ == onde: R = resistência elétrica (Ω) ρe = resistividade elétrica do arame (Ωm) L = comprimento do eletrodo (m) � � �47 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA Tecnologia da Soldagem PROFa. IVANILZA FELIZARDO, Dra. felizardoiva@hotmail.com / ivanilza@des.cefetmg.br Fatores que alteram a temperatura do eletrodo revestido durante a soldagem: •O calor gerado por efeito Joule é o único responsável pelo aumento da temperatura do eletrodo em regiões afastadas da frente de fusão, enquanto que o calor transferido do arco elétrico aumenta a temperatura do eletrodo apenas em regiões extremamente próximas à frente de fusão. Nesta região existe um somatório do calor gerado por efeito Joule e do calor transferido pelo arco elétrico; •Para um mesmo diâmetro de arame, quando maior a corrente de soldagem, maior a temperatura do eletrodo; •Mantendo a corrente de soldagem constante, quando maior o diâmetro do arame, menor a temperatura do eletrodo; •Para um mesmo diâmetro de arame e mantendo a corrente de soldagem constante, quando maior a espessura do revestimento menor a temperatura do eletrodo; •A tensão do arco elétrico praticamente não afeta a temperatura
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