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Apostila de História da Educação - Atualizada

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Prévia do material em texto

1 
 
 
APOSTILA
 SECRETARIA ESCOLAR
(21) 3347-3030 / 2446-0502
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
 
 
2 
 
 
 
Sumário 
Introdução .............................................................................................................. 3 
1- A educação antes da escrita .............................................................................. 5 
1-1 A educação no chamado período paleolítico ................................................ 6 
1-2 As mudanças no neolítico ............................................................................. 7 
2- A educação oriental ........................................................................................... 9 
3- Os gregos educavam assim... .......................................................................... 18 
3-1 Esparta: a educação voltada para a guerra: ............................................... 18 
3-2 Atenas: a formação do cidadão. ................................................................. 19 
4- Roma: herança grega + novas influências ....................................................... 23 
5- O período medieval: a ligação entre a igreja e o estado ............................... 27 
6- O Renascimento e a educação nos tempos modernos ................................. 30 
7- Os caminhos da educação no Brasil ............................................................... 34 
7-1 Antes de Cabral... ....................................................................................... 34 
7-2 O papel dos jesuítas ................................................................................... 36 
7-3 Pombal e a expulsão dos jesuítas. ............................................................. 38 
7-4 A colônia se torna um reino: D. João no Brasil. .......................................... 39 
7-5 O Brasil já independente: a ação dos imperadores. ................................... 40 
7-6 A educação brasileira na república ............................................................ 41 
7-7 A educação hoje ......................................................................................... 52 
Referências bibliográficas e Bibliografia ............................................................... 57 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Olá alunos e alunas do IECS: 
Você está começando o estudo do material sobre a História da Educação. 
Vai logo perceber que ela é parte da história da cultura, que por sua vez faz parte 
da história geral. 
 As sociedades sempre sentiram que era preciso mostrar às novas 
gerações como sobreviver, assim como prepará-las para preservar os valores de 
sua cultura. A educação surgiu, portanto, dessa necessidade e o seu próprio 
conceito se transformou através do tempo. 
Em cada tempo/espaço histórico, a educação atendeu a determinados 
objetivos, que correspondiam a visões de homem e de mundo. Portanto, para 
você compreender melhor a história da educação, é essencial situá-la na história 
geral. 
Ao longo da leitura você vai entender o legado de cada período para a 
educação atual e assim perceber as causas de alguns problemas com os quais 
convivemos. A dificuldade para estabelecer uma educação universal na qual 
todos tenham direitos iguais encontra raízes no passado. Vamos analisar a 
diferença entre a educação dada às classes superiores e ao povo, desde as 
primeiras civilizações. Veremos que as conquistas dos gregos não se limitaram às 
vitórias nas guerras mas se destacaram muito mais em tudo que nos legaram no 
campo da educação, começando pelo próprio termo pedagogia. 
No período medieval aparecem as origens das universidades, nos tempos 
modernos se estruturam os primeiros colégios. 
No Brasil a educação formal começa com os jesuítas que já tinham tido 
grande influência na Europa. No período monárquico o regalismo dava ao 
imperador o direito de interferir nos assuntos da Igreja Católica. Com a 
proclamação da República fomos alcançando grandes progressos, mas há ainda 
um longo caminho até conseguirmos uma educação que elimine as injustiças 
sociais e integre a sociedade de forma completa. 
 
 
http://www.infoescola.com/pedagogia/historia-da-educacao/
 
 
4 
 
 
 
 
 Podemos perceber que a educação se transformou de acordo com as 
características sociais, econômicas e políticas de cada época. Acompanhar essa 
transformação é objetivo da História da Educação. 
No nosso curso do IECS damos à História da Educação um lugar de 
destaque. A História da Educação é disciplina curricular de diferentes cursos de 
formação em Pedagogia, Normal Superior e demais cursos de licenciaturas, além 
de uma área de pesquisa em expansão no Brasil. 
Apresentamos no capítulo um aspectos da educação na chamada 
educação na pré história e os capítulos dois, três e quatro nos trazem aspectos da 
história e cultura das civilizações mais antigas e do legado delas para a educação 
na atualidade.O enfoque do capítulo cinco é relativo aos aspectos da educação 
na Idade Média e o seis tem foco na Idade Moderna. 
Dedicamos todo o capítulo sete à História da Educação no Brasil. 
Através da leitura do nosso material e das sugestões complementares você 
poderá estabelecer comparações, tirar conclusões, que contribuirão para a sua 
formação . 
Com tantos argumentos, você não precisa de mais motivos para começar a 
ler o primeiro capítulo deste material, não é? 
Boa leitura! 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Normal_Superior
http://pt.wikipedia.org/wiki/Licenciatura
 
 
5 
 
 
 
1- A EDUCAÇÃO ANTES DA ESCRITA 
 
A educação sempre ajudou o homem a garantir a sobrevivência. Ela 
permite que as habilidades e os conhecimentos adquiridos com a experiência 
sejam repassados para as gerações seguintes. Mas, por muitos séculos, não 
existiam professores, e todos os adultos transmitiam informações aos jovens de 
forma oral e espontânea. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e sistematizado 
aprendizagens como: 
Reconhecer as principais características da educação nas etapas da pré história. 
Compreender a evolução da metodologia e da forma de transmissão do 
conhecimento através do tempo. 
Identificar características da educação natural da pré história que permanecem 
em grupos humanos na atualidade. 
 
 
 
A escrita marca o início dos tempos históricos. A pré-história pode ser 
definida, para um determinado povo ou nação, como o período sobre o qual não 
há documentos escritos. 
Assim, no Egito, a pré-história terminou aproximadamente em 3500 a.C., 
embora algumas culturas da Idade da Pedra tenham coexistido com as 
civilizações após essa data. O termo pré-história mostra, portanto, a importância 
da escrita para a civilização ocidental. 
Uma vez que não há documentos deste momento da evolução humana, 
seu estudo depende do trabalho de arqueólogos, antropólogos, paleontólogos e 
geneticistas ou de outras áreas científicas, que analisam restos humanos, sinais 
de suas presenças e utensílios preservados para tentar resgatar, pelo menos 
parcialmente, sua cultura e costumes 
A educação sempre representou a principal forma de transmissão da 
cultura de um grupo e, portanto, é um instrumento de sobrevivência do mesmo. 
O período que antecede o uso da escrita corresponde à pré-história. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Egito
http://pt.wikipedia.org/wiki/3500_a.C.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_da_Pedra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita
http://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_ocidental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o_humana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
 
 
6 
 
 
Até mesmo os filhotes de animais superiores brincam com os animais 
adultos e assim aprendem como se defender, como atacar, como controlar o 
território. Como você vê, já se percebe nessas espécies uma disposição para a 
transmissãode técnicas de sobrevivência. 
 
1-1 A educação no chamado período Paleolítico 
Ocorria de forma espontânea, ou seja, as crianças ou jovens aprendiam 
por imitação, ao observarem os maiores em suas atividades elementares, que 
eram a pesca, a caça, e mais tarde a agricultura, etc. A observação de fenômenos 
meteorológicos, alguns rituais sagrados e a preparação para a guerra, com o 
passar dos séculos, passaram também a fazer parte da educação dos jovens, que 
para isso precisavam ser treinados. 
O homem do Paleolítico era nômade e por isso se refugiava nas cavernas 
para se proteger do frio, da chuva, do sol excessivo, de ataques de animais 
 
Você vai perceber, com a ajuda da ilustração e do texto que se segue, 
algumas ideias sobre a educação do “homem das cavernas: 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 Como se pode concluir, nas comunidades tribais, a educação era difusa. 
As crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas 
cerimônias dos rituais. As crianças aprendem "para a vida e por meio da vida", 
sem que alguém esteja especialmente destinado a tarefa de ensinar, o ato de 
observar era muito utilizado por eles e passado de geração para geração, através 
de suas tradições.1 
 
1.2- As mudanças no Neolítico 
 
No chamado período Neolítico – 
Idade da Pedra Polida - o homem 
começou a praticar a agricultura e essa 
atividade conduziu ao sedentarismo. 
Em relação à educação 
ocorreram transformações. Nesse 
período se estabeleceram locais de 
aprendizagem e de adestramento 
específicos nas diversas oficinas 
artesanais, nos rituais, na arte.. A 
aprendizagem .ocorria sempre por imitação e segundo processos de participação 
no exercício de uma atividade. A especialização deu vida a locais cada vez mais 
específicos para a aprendizagem. 
A Revolução Neolítica se caracterizou por uma divisão educativa paralela à 
divisão do trabalho entre homem e mulher, entre especialistas do sagrado e da 
defesa e grupos de produtores. Cultivam-se os campos e criam-se animais, 
aperfeiçoam-se e enriquecem-se as técnicas para fabricar vasos, para tecer, para 
arar, cria-se uma divisão do trabalho cada vez mais nítida entre homem e mulher 
e um domínio sobre a mulher por parte do homem, estabelece ainda o importante 
papel da família na reprodução das infraestruturas culturais, papel sexual, papéis 
sociais, competências elementares, introdução da autoridade. cada vez mais 
específicos para a aprendizagem.. 
 
1
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Educa%C3%A7%C3%A3o-Primitiva/18073.html 
Pré-história é o nome que os 
pesquisadores dão ao período 
compreendido entre 3 e 2 milhões 
a.C. a 4000 ou 3500 a.C. As 
datações são sempre aproximadas e 
chegam a variar em milhares de 
anos. 
Apesar dos avanços, nossos 
conhecimentos sobre a pré-história 
são ainda bastante precários, pois 
estamos falando de um período 
remoto, com centenas de milhares 
de anos de duração. 
http://www.historiamais.com/prehistoria.htm 
 
 
8 
 
 
Para reforçar é preciso registrar que, por muitos séculos, não existiam 
professores, e todos os adultos transmitiam informações aos jovens. 
Com o desenvolvimento da escrita, apareceu a necessidade de que pessoas 
especializadas garantissem a formação de novas gerações, realizada de formas 
diferentes, dependendo da cultura local. 
Depois de estudarmos a educação primitiva nesse capítulo, vamos analisar no 
capítulo 2, como a educação foi evoluindo com as primeiras civilizações. 
 
Agora um trabalho de reflexão a respeito da educação nesse período 
 
Auto avaliação 
Realizada da forma como está narrada, você consideraria a educação nesse 
longo período da vida dos grupos humanos na Terra como: 
Integral? Sim ou Não 
Envolve todo o saber do grupo 
 
Difusa ? Sim ou Não 
Todos participam da educação das crianças e jovens. 
 
Universal? Sim ou Não 
Todos têm acesso ao saber e às atividades do fazer do grupo. 
 
Pense num exemplo de grupos ainda vivendo dessa forma mais natural. 
 
 
9 
 
 
 
2-A EDUCAÇÃO ORIENTAL 
As mais antigas civilizações humanas tiveram origem no oriente. Surgem 
com o sedentarismo humano, com a organização social dos grupos cada vez 
maiores e mais complexos e também da necessidade de administrar os 
excedentes da produção agrícola. 
A escrita sistematizada criada no oriente, associada à organização social 
que se estabeleceu levou à criação de escolas e mestres em alguns dos países 
orientais. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e sistematizado 
aprendizagens como: 
Identificar características da educação nas primeiras civilizações orientais. 
Perceber a influência de tais características na evolução da educação através do 
tempo. 
Refletir sobre a permanência de algumas dessas características em algumas 
sociedades atuais. 
 
Algumas civilizações se destacam como: Egípcios, Babilônios, Hebreus, 
Fenícios e Persas, cujos legados tiveram influência marcante na educação dos 
povos ocidentais. Também merecem atenção o legado de educação Chinesa. e 
Hindu 
Os rios, pela sua importância econômica, são o centro dessas civilizações 
antigas, a ponto dessas civilizações serem associadas aos respectivos rios: 
Egito Rio Nilo; 
 
Mesopotâmia Rio Tigre e Eufrates; 
 
Hebreus Rio Jordão, entre outros. 
 
Nas civilizações orientais a educação era tradicional. e, na maioria delas, 
diferente para o povo e para classes consideradas superiores. Grande parte da 
população foi excluída da escola, ficando restrita à educação familiar. O 
conhecimento da escrita era restrito. 
 
 
10 
 
 
Poderíamos identificar nessas características gerais o início do 
dualismo na educação? 
 
Os egípcios criaram uma das primeiras escritas da Antiguidade.. 
A escrita hieroglífica dos egípcios baseava-se em ideogramas .Entre os 
egípcios, a escola, a princípio, era reservada aos filhos das classes superiores. 
Posteriormente depois foi dividida em elementares para o povo e superiores ou 
eruditas para os privilegiados. 
A educação estava muito ligada à religião e à cultura. Os livros sagrados 
apresentavam regras de conduta sempre de acordo com os rígidos sistemas 
religiosos . 
A aprendizagem se fazia por transcrições de hinos, dos livros sagrados, 
acompanhada de exortações morais e de coerções físicas. Ao lado da escrita, 
ensinava-se também aritmética, com sistemas de cálculo, complicados problemas 
de geometria associados à agrimensura, conhecimentos de botânica, zoologia, 
mineralogia. 
Ao lado da educação escolar, havia a familiar atribuída primeiro à mãe, 
depois ao pai e a “dos ofícios”, que se fazia nas oficinas artesanais e que atingia a 
maior parte da população. Para este aprendizado não havia nenhuma 
necessidade de “processo institucionalizado de instrução”, pois eram os pais ou 
os parentes artesãos que ensinavam a arte aos filhos”, através do observar para 
depois reproduzir o processo observado. Os populares eram também excluídos 
da ginástica e da música, reservadas apenas a casta guerreira e colocadas como 
adestramento para guerra. 
De acordo com a citação de Luzuriaga(1963) a cultura egípcia teve grande 
desenvolvimento e serviu de inspiração à grega e cristã primitiva. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Templo egípcio 
 Imagem Templo de Abu Simbel 
Fonte http://www.sis.gov.eg/En/Templates/ 
 
 
 
Na civilização babilônica, tiveram um 
papel essencial o templo e as técnicas. O 
templo era o lugar onde se condensava a 
tradição e onde se organizavam as 
competências técnicas, sobretudo as mais 
altas e complexas, como escrever, contar, 
medir, que dão vida à literatura, à 
matemática, à geometria, às quais se 
acrescenta a astronomia que estuda o céu 
para fins, sobretudo práticos, como elaborar 
um calendário. 
O calendário babilônico era lunar porque o cicloda lua era de extrema 
importância. Era constituído de 12 meses lunares. O primeiro dia do mês era 
declarado quando aparecia a primeira Lua no crepúsculo, após a lua nova (para 
eles “sem lua”). 
O calendário lunar da Babilônia foi o primeiro em que o “mês lunar” foi 
dividido em 4 períodos correspondentes às fases da Lua. Essa divisão deu origem 
às semanas. 
Na Babilônia, destaca-se a cultura da poderosa classe sacerdotal . 
Os sacerdotes constituíam verdadeira casta de poder, que levava uma vida 
separada e se dedicava a atividades diferentes dos outros homens, ligadas aos 
rituais e à cultura, eram os depositários da palavra, os conhecedores da técnica 
da leitura e da escrita. A experiência escolar formava o escriba e ocorria em 
 
Você sabia? 
Ajudando na localização 
 
A região ocupada pela 
Babilônia (porta de Deus) 
estava na área da 
Mesopotâmia, entre os rios 
Tigre e Eufrates, ao sul da atual 
Bagdá, no Iraque. 
 
 
12 
 
 
ambientes aparelhados para escrever sobre tabuletas de argila, sob o controle de 
um mestre (dubsar), pelo uso de silabários e segundo uma rígida disciplina. 
 
Dentre as contribuições fenícias para a educação e cultura tem destaque a 
criação do alfabeto que serviu de origem ao que utilizamos hoje, 
A primeira produção do alfabeto ocorreu em Biblos, um dos centros da 
Fenícia, que deu, aliás, nome ao livro Biblos em grego, em razão das indústrias 
de papiro que ali se encontravam. 
Quanto aos processos 
educativos, são aqueles típicos das 
sociedades pré-gregas, influenciados 
pelos modelos dos grandes impérios e 
pelas sociedades sem escrita. Tais 
processos se desenvolveram, 
sobretudo na família, no santuário ou 
nas oficinas artesanais. Os processos 
de formação coletiva são confiados ao 
“bardo”, ao “profeta”, ao “sábio”, três 
figuras-guias das comunidades pré-
literárias e que desenvolveram uma 
ação de transmissão de saberes, de 
memória histórica e de “educadores 
de massa”. Os fenícios criaram 
técnicas de navegação e de 
fabricação de barco, vidro, tecido e artesanato metalúrgico. O alfabeto por eles 
criado foi posteriormente adotado, com modificações, pelos gregos e a partir dele 
foi criado o alfabeto latino. 
Foi, portanto a base do alfabeto que hoje usamos. Observe como são 
interessantes os números e o alfabeto fenícios. 
Os fenícios se 
estabeleceram por volta 
de 3000 a.C., numa 
estreita faixa de terra com 
cerca de 35 km de largura, 
situada entre as 
montanhas do Líbano e o 
mar Mediterrâneo. Com 
200 km de extensão essa 
área corresponde à maior 
parte do litoral do atual 
Líbano e uma pequena 
parte da Síria. 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
A influência cultural mais importante do povo hebreu está no fato de ter 
constituído a base de criação de duas religiões : judaísmo e cristianismo. 
Há diferenças entre a educação dos hebreus antes e depois do desterro. 
Na primeira fase a educação tinha um caráter que envolvia aspectos de mais 
dureza, castigo e repreensão , o que pode ser notado na leitura de partes do 
Antigo Testamento. 
O povo, sem deixar de praticar o pastoreio, se tornou agricultor e 
sedentário. É possível que por essa época o uso da escrita e necessidade da sua 
aprendizagem tenham ocorrido. Na família o pai era o mestre dos filhos e durante 
muito tempo não se tem registro de escolas. 
 
 
14 
 
 
Mais tarde, o contato com povos de culturas diversas, trouxe ao povo 
hebreu uma sensibilização maior quanto aos aspectos culturais. Há criação de 
escolas específicas para os peritos nas leis e escrituras, e escolas para os 
rabinos. Há registro de criação de escola elementar no século I da era cristã. 
O Talmud, livro religioso hebreu regulava , a vida das escolas. A escola 
erudita e a popular alcançaram, no 
século.II a.C,. o desenvolvimento e 
organização completos. 
A instrução que se professava 
era religiosa, voltada tanto para a 
“palavra” quanto para os “costumes”. 
Durava cerca de dez anos , desde os 
8 aos 18 anos. 
Os conteúdos da instrução 
eram trechos escolhidos da Torah e 
do Talmud. .Só mais tarde (no século 
I d.C.) foi acrescentado o estudo da 
escrita e da aritmética. 
 
Desde a Pré-História, diferentes povos ocuparam a China. Em termos da 
influência na política, cultura e educação consideramos que o estabelecimento da 
China imperial se transforma numa marca muito forte, com reflexos na vida dessa 
população. Imagine que o fim desse longo império quase na metade do século XX 
e há registro de que o primeiro reino dinástico tenha surgido por volta de 2000 
a.C.. 
Os chineses desenvolveram a agricultura, a metalurgia de cobre e bronze 
e, a partir de 700 a.C., o comércio e a fabricação de seda, tecidos e artesanato de 
cerâmica. Entre os séculos I a.C. e III, introduzem novas técnicas agrícolas, como 
a rotação de culturas e a adubação. Inventaram o papel, a bússola e sistemas 
monetário e de pesos e medidas. 
Possuem uma escrita com ideogramas e literatura rica. No século VI a.C., 
os ensinamentos de Lao-tsé transformam-se em religião e doutrina pedagógica - 
o Taoísmo- que indica uma vida tranquila e pacífica. A partir do Taoísmo 
A Torah é o conjunto dos 
cinco primeiros livros do 
Antigo Testamento (o 
Pentateuco – a Bíblia 
hebraica) 
O Talmud é composto por 
sessões principais que 
são uma coletânea de 
comentários à Torah o 
que possibilitou maior 
compreensão dos 
ensinamentos..Fonte: 
http://www.orion.med.br/index.php/livrar
ia-orioncomsaber/ 
 
 
 
 
15 
 
 
Confúcio se baseia para escrever o Confucionismo que ficou durante séculos 
como a religião do Estado chinês. 
 
 
Você gosta de cinema? Quer conhecer mais sobre a forma de viver na China? 
Assita o "O Último Imperador". Um filme feito em 1987, com direção do cineasta 
Bernardo Bertolucci, mostrando o período do estabelecimento da república e 
posterior revolução socialista ocorrida no país, centrada na figura de um menino 
feito imperador aos 4 anos. Apreciar esse filme vai ajudá-lo a penetrar no 
interessante mundo chinês. 
 
 
 
Transcreva um pequeno trecho desse capítulo que evidencie esta 
afirmação: 
 
 
--------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
 
16 
 
 
 
Sintetizando aspectos relativos às importantes contribuições da educação oriental 
Povos Características Outras observações 
Egito Ler, escrever e 
contar., a partir dos 6 
ou 7 anos. 
Criaram a escrita hieroglífica. As 
escolas superiores eram para filhos 
de altos funcionários. 
Babilônia Os templos eram os 
centros sociais. 
Criaram a escrita 
cuneiforme e o 
calendário lunar 
Os escribas eram encarregados de 
ler e copiar textos religiosos com a 
escrita cuneiforme, de difícil 
compreensão. 
Hebreus Dos 8 aos 18 anos 
Baseada nos livros 
sagrados Torah e 
Talmud. 
Os hebreus foram 
monoteístas(crença num só Deus), 
priorizavam o ensino religioso, 
escreveram o Antigo Testamento, 
Fenícios Desenvolveram 
conhecimentos 
técnicos, de cálculos 
e de escrita ligados à 
navegação. 
Uma criação significativa desse 
povo foi a do alfabeto, com 22 
consoantes, sem as vogais, do qual 
derivam o alfabeto grego e depois o 
dos europeus. 
Hindus Privilégio das castas 
superiores 
Os pais educavam os filhos com 
base nos textos sagrados dos Vedas 
China Fase de mudança 
mais radical foi o 
período imperial. 
Educação elementar para o povo e 
superior para funcionários e 
mandarins. 
 
Nesse capítulo analisamos as principais características da educação nas 
civilizações orientais, destacando o caráter excludente da maioria delas. É 
necessário frisar que percorremos, num capítulo , um extenso período da história 
dos povos. Isto nos obriga a fazer escolhas a respeito do que apresentar. 
Gostaríamos que, despertado seu interesse, você prosseguisse na busca de 
histórica sobre a educação desses povos . 
 
 
17No próximo capítulo, sempre com foco no legado para a educação e 
cultura, vamos tratar das grandes conquistas dos gregos .
 
 
18 
 
 
 
3. OS GREGOS EDUCAVAM ASSIM... 
 
A educação clássica se desenvolveu entre os séculos V a. C. e V d. C .e se 
refere à educação ocidental, compreendendo Grécia e Roma. Iniciamos nosso 
estudo a partir da contribuição grega. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e sistematizado 
aprendizagens como: 
Identificar a presença da cultura grega na cultura ocidental atual. 
Citar as principais diferenças entre a educação em Esparta e Atenas. 
Refletir sobre a influência grega em vários aspectos da educação. 
 
 A contribuição grega permanece em muitas características da cultura 
ocidental. Para nós envolvidos com a Educação e que tratamos dos assuntos 
pedagógicos é importante lembrar que se consideramos a Pedagogia como a 
reflexão sobre a atividade educativa, é lá na Grécia Antiga que essa reflexão tem 
origem. Não só quanto a origem da palavra Pedagogia, mas também das ideias 
pedagógicas. 
 Sobre a educação grega destacamos como exemplo a forma de educar em 
Atenas e Esparta. 
Esparta e Atenas, duas das mais importantes cidades gregas, tiveram 
ideais de educação:diferentes, um baseado no conformismo e no militarismo, 
outro, na formação humana livre e nutrida de diversas experiências sociais 
 
3.1-Esparta: a educação voltada para a guerra: 
 Em Esparta a educação era organizada em moldes militares com ênfase 
à educação física. Os meninos viviam em casernas dos 7 anos aos 30 anos e 
sua educação incluía intermináveis exercícios de ginástica e atletismo. Os 
professores surravam os alunos, às vezes seriamente, a fim de reforçar a 
disciplina. 
O processo educativo, em Esparta, servia o estado de guerra permanente 
em que a cidade-estado vivia. 
 
 
19 
 
 
A imposição de uma disciplina de ferro, a preparação para a guerra, o ideal 
militarista e a subordinação do indivíduo ao estado eram características 
marcantes da educação em Esparta. A criança era propriedade do Estado, o 
casamento era obrigatório, mas a vida familiar era quase inexistente. Poucos dias 
após o nascimento, a criança era examinada por uma conselho de anciãos que 
decidiam se ela devia viver ou morrer. As crianças doentes ou demasiado fracas 
eram, quase sempre, expostas até morrerem. As outras eram entregues às mães 
até aos sete anos de idade, após o que eram entregues aos cuidados de uma 
escola oficial que deveria prepará-los para se tornarem bons soldados. 
Para os rapazes, a escola era obrigatória e obedecia a um currículo militar 
que se destinava a formar pessoas destemidas e capazes de dedicarem as suas 
vidas em defesa da cidade. Ao ingressar na escola, o menino recebia uma cama 
de palha, sem cobertor, e uma camisola curta. Devia andar descalço. Para 
acostumar-se a passar fome em tempo de guerra, só recebia um mínimo de 
comida. O resto, ele deveria conseguir como pudesse. Deveria, pois, aprender a 
roubar. Para eles era uma forma de desenvolver a astúcia. Só que, se fosse 
apanhado em flagrante, seria severamente castigado por falta de habilidade. 
Uma vez por ano realizava-se o combate mortal que servia para desenvolver nos 
jovens o gosto pela morte violenta. Podia-se matar qualquer escravo que se 
encontrasse no caminho. 
O currículo escolar era constituído sobretudo por exercícios físicos: salto, 
natação, arremesso do disco, caça e luta livre. Nos anos mais adiantados, havia 
exercícios militares Os espartanos alcançavam a maturidade em ótimas 
condições físicas, mas poucos sabiam ler e escrever 
 
3.2-Atenas: a formação do cidadão. 
O processo educacional ateniense contrastava acentuadamente com a de 
Esparta. Os atenienses acreditavam que sua cidade-estado ficava mais forte cada 
vez que um menino desenvolvia integralmente as suas melhores aptidões 
individuais. O governo não controlava os alunos e as escolas.. 
Em comum, Esparta e Atenas tinham o costume de expor até à morte os 
recém-nascidos doentes ou deficientes, mas em Atenas a responsabilidade pela 
decisão era dos pais e não do conselho de anciãos. Até aos sete anos de idade, a 
criança era entregue aos cuidados de uma ama. A partir dos sete anos de idade, 
 
 
20 
 
 
era entregue a um pedagogo que, em casa, lhe proporcionava educação moral. A 
partir do século VI, o pedagogo começou a levar a criança à escola, onde 
aprendia ginástica, música, gramática e oratória. Ele estudava também aritmética, 
literatura e escrita. Além disso decorava muitos poemas e aprendia a tomar parte 
nos cortejos públicos e religiosos. Os meninos tinham feriados apenas nos dias 
de festas religiosas. 
O governo recrutava, para treinamento militar durante 24 meses, todos os 
jovens quando atingiam a idade de 18 anos. 
 
 De modo geral, a educação grega estava constantemente centrada na 
formação integral corpo e espírito mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse 
ora mais para o preparo esportivo ora para o debate intelectual, conforme a época 
ou lugar. Nos primeiros tempos, quando não existia a escrita, a educação era 
ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. 
 As meninas não recebiam qualquer educação formal, mas aprendiam os 
ofícios domésticos e os trabalhos manuais com as mães. O principal objetivo da 
educação grega era preparar o menino para ser um bom cidadão. Os gregos 
antigos não contavam com uma educação técnica para preparar os estudantes 
para uma profissão ou negócio. 
A partir da leitura, destaque os principais objetivos da educação espartana 
e da educação ateniense. 
De acordo com Marques (2014) 
Esparta e Atenas foram duas cidades gregas que apresentaram soluções 
distintas para a educação da juventude. Ambas ancoradas no conceito de cidade-
estado, enquanto Esparta manteve a preferência por um regime militarista 
despótico, Atenas evoluía para uma democracia. As concepções educacionais 
divergentes, de uma e de outra, serviram esses regimes políticos. 
Fonte: http://www.ese.ipsantarem.pt/ 
. 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 Segundo Luzuriaga (1963, p.33) se inicia com a Grécia uma nova era na 
história da Humanidade, entendida como a era da sociedade ocidental. Para o 
autor, os povos anteriores tiveram influência indireta sobre o ocidente, enquanto 
da civilização grega são derivadas , em grande parte a nossa educação e a nossa 
Pedagogia. 
Pense a respeito de algumas das contribuições gregas 
 descobrimento do valor humano,do ser humano em si,da 
personalidade independente da autoridade religiosa e 
política 
 reconhecimento da razão autônoma e da inteligência 
crítica 
 criação ideia da ordem, da lei ,do cosmos tanto na 
natureza quanto na humanidade. 
 criação da vida cidadã, do estado e da organização 
política 
 criação da liberdade individual e política dentro da lei e do 
estado 
 invenção da poesia épica,da história, da literatura 
dramática,da filosofia e das ciências físicas. 
 reconhecimento do valor da educação na vida social e 
individual. 
 ideia da educação humana integral nos aspectos: físico, 
intelectual,ético e estético. 
 princípio de competição e seleção dos melhores,na vida e 
na educação. 
 E então caro aluno , cara aluna do IECS , se você observar a lista de 
contribuições gregas e comparar com o que muitas escolas atuais propõe, você é 
capaz de identificar semelhanças? 
Após o estudo de alguns dos aspectos mais marcantes da História e da 
História da educação e Pedagogia na Grécia clássica passamos a analisar a 
educação na Roma antiga e sua influência sobre a cultura ocidental.. 
 
 
22 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
4- ROMA: HERANÇA GREGA + NOVAS INFLUÊNCIAS 
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e 
civil, destinando-se a formar em particular os civis romanos, superior aos outros 
povos pela consciência do direito como fundamentoda própria “Romanidade”. 
 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Identificar a educação romana como origem do código civil e do direito. 
 Entender a influência da educação romana na determinação dos papeis de 
pai e mãe na família. 
Valorizar a importância do idioma dos 
romanos como a origem da língua portuguesa. 
 
 O texto base da educação romana foi 
por muito tempo o das Doze tábuas, fixado no 
bronze, em 451 a.C e exposto publicamente no 
fórum, para que todos pudessem vê-lo. Nelas, 
sublinhava-se o valor da tradição o espírito, os 
costumes, a disciplina dos pais e delineava-se 
um código civil, baseado na pátria protestas e caracterizado por formas de 
relação social típicas de uma sociedade agrícola atrasada. Como modelo 
educativo, as tábuas fixavam a dignidade, a coragem, a firmeza como valores 
máximos, ao lado, porém, da compaixão e da parcimônia. 
 Os civis romanos eram, porém, formados antes de tudo em família pelo 
papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos 
marginal na vida da família em comparação com a Grécia. A mulher em Roma era 
valorizada como mater famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que 
controlava a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. 
 Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja autoridade, destinada a 
formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida 
com dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho desde a moral até os 
A Lei das Doze Tábuas reúne 
sistematicamente todo o direito 
que era praticado na época. 
Contém uma série de definições 
sobre direitos privados e 
procedimentos, considerando a 
família e rituais para negócios 
formais. 
 
 
24 
 
 
estudos, as letras, a vida social. Para as mulheres, porém, a educação era 
voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo que depois, 
gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade 
romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel 
familiar e educativo. 
Educação romana
Nos primeiros tempos se fazia nos 
lares,com a mãe ocupando uma posição 
mais destacada na educação dos filhos do 
que na Grécia, ainda que a autoridade do 
pai fosse inquestionável. Após 15 anos a 
vigilância da mãe sobre o filho diminuía.
À medida que a sociedade se tornava 
complexa surgiram as escolas 
elementares – Ludi(Jogos)
 
 
Educação romana
Ao conquistar a Grécia surgiu uma nova 
educação em Roma e aos poucos foi-se 
elaborando uma teoria pedagógica.
Para atender a própria expansão do império 
pensou-se numa educação cosmopolita com 
formação humana geral. Junto a isso criou-
se o primeiro sistema de educação estatal, 
estendida desde Roma até os confins do 
Império.
 
 
 
25 
 
 
 No século I a. C. foi fundada uma escola que reconhecia a literatura e o 
latim como a língua dos romanos. Pouco tempo depois, o espírito prático, próprio 
da cultura romana, levou a uma sistemática organização das escolas, divididas 
por graus e providas de instrumentos didáticos específicos:. 
• : Quanto aos graus as escolas eram divididas em 
 
 
 
 As escolas elementares funcionavam em locais alugados ou na casa dos 
ricos. As crianças dirigiam-se para lá acompanhadas dos pedagogos, escreviam 
com o estilete sobre tabuletas de cera, aprendiam as letras do alfabeto e sua 
combinação, calculavam utilizando os dedos ou pedrinhas. Passavam boa parte 
do dia na escola e eram submetidas à rígida disciplina do magister, que não 
excluía as punições físicas. 
 A educação romana, embora mais limitada em comparação à educação 
grega, pois eram escassas a gramática, a música, e também a ciência e a 
filosofia, era mais utilitária. A formação escolar romana prioriza a oratória 
resumidas no valor atribuído à palavra. 
 Existiam também, escolas para os grupos inferiores e subalternos, 
embora menos organizadas e institucionalizadas. Eram escolas técnicas e 
profissionalizantes, ligadas aos ofícios e às práticas de aprendizado das diversas 
artes. As técnicas eram ligadas num primeiro momento, ao exército e à 
agricultura, depois ao artesanato, e por fim ao artesanato de luxo. Como você 
percebe ainda persistia a discriminação em relação à educação. 
 Para conhecer um pouco mais sobre o pensamento pedagógico de Roma 
e também da Grécia é interessante consultar: A História das ideias 
pedagógicas de Moacir Gadotti, publicado pela Editora Ática. 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
Para concluirmos nosso estudo sobre a influência da educação romana na 
vida ocidental é interessante destacar,como propõe Luzuriaga(1963) 
 valorização da ação e da vontade sobre a reflexão e contemplação. 
 acentuação do poder para dominar um grande império. 
 valorização da família e do indivíduo ante o estado ou junto a ele. 
 se na cultura houve pouco estudo de filosofia e busca 
desinteressada do saber houve em contrapartida criação de normas 
jurídicas, do direito. 
 educação com uma linha de ação , como atividade consciente que 
visa a um fim , contrária ao idealismo e intelectualismo dos gregos. 
 considerava na vida familiar a figura do pai, mas também da mãe 
envolvidos na educação dos filhos. 
 criação daquilo que se pode considerar como o primeiro sistema 
estatal de ensino, estendendo a educação de Roma aos territórios 
que foram sendo conquistados. 
 
Neste capítulo você teve a oportunidade de conhecer melhor a educação 
em Roma, podendo observar o legado da mesma na atualidade. Em seguida 
analisemos a ligação entre a escola e a religião no período medieval. 
 
 
27 
 
 
 
 
5-O PERÍODO MEDIEVAL:A LIGAÇÃO ENTRE A IGREJA E O ESTADO 
Nesse período a educação tem caráter essencialmente religioso, 
dogmático, predominando matérias abstratas, literárias, em detrimento da 
educação intelectual e científica e se desenvolve na época em que o cristianismo 
alcança toda a Europa (V – XV d. C.). O latim se torna língua única. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e sistematizado 
aprendizagens como: 
Identificar as principais características da educação na Idade Média. 
Entender o papel preponderante da Igreja nessa fase. 
Refletir sobre o legado que ficou do período medieval para os dias de hoje. 
 
 
Até o final da Antiguidade a infância não merecia muita atenção. As 
crianças pobres eram abandonadas ou vendidas e as ricas enjeitadas - por causa 
de disputas de herança - eram entregues à própria sorte. Nesse contexto 
histórico-cultural é que se compreende a força e o impacto do cristianismo, que 
rompeu com essas duas tradições 
A tradição cristã abriu, portanto, uma nova perspectiva à criança, uma 
mudança revolucionária . No entanto, foi um processo bastante lento, um 
processo esse levado a cabo pela Igreja. 
Passa a ser responsabilidade da Igreja o processo de educação nesse 
período. Havia escolas que funcionavam anexas às catedrais. As escolas 
monásticas funcionavam nos mosteiros. Os cônegos chamados de schorarius ou 
scholasticus dirigiam as escolas. Os professores eram clérigos de ordens 
menores e lecionavam as sete artes liberais: 
 
 
 
 
 
 
 
Gramática Retórica 
Lógica Aritmética Música 
Geografia Astronomia 
 
 
28 
 
 
Essas disciplinas mais tarde constituíram o curriculum de muitas 
universidades. Para ensinar os professores precisavam de uma autorização dada 
pelos bispos. Os diretores de escolas eclesiásticas dificultavam ao máximo essas 
concessões, com medo de perderem a influência, professores e alunos reagiram 
criando associações denominadas universitas, que mais tarde deram origem ao 
termo universidade. 
 As universidades eram compostas por quatro divisões ou faculdades. A 
faculdade de Artes era o lugar onde acontecia a educação de forma mais geral. 
As faculdades de Direito, Medicina e Teologia trabalhavam o conhecimentode 
forma mais específica. Os diretores das faculdades eram chamados de decanos e 
eram eleitos pelos professores. O decano da Faculdade de Artes era o reitor e 
representava oficialmente a universidade. 
Supõe-se que a primeira universidade europeia tenha sido na cidade 
italiana de Salerno, cujo centro de estudos remonta ao século XI. Além desta, 
antes de 1250, formaram-se no Ocidente a primeira geração de universidades 
medievais. São designadas de espontâneas porque nascem do desenvolvimento 
de escolas preexistentes. As universidades de Bolonha e de Paris estão entre as 
mais antigas. 
Mais tarde, é a vez da constituição de universidades por iniciativa papal ou 
real. Exemplo desta última é a Universidade de Coimbra, fundada em 1290. As 
instituições eclesiásticas acolhiam os oratores (os especialistas da palavra,) eram 
as únicas delegadas a educar, a formar, a conformar. Persistiam as práticas e 
modelos para o povo e práticas e modelos para as classes altas. Era típico, 
portanto, da Idade Média o dualismo social das teorias e das ações educativas, 
como tinha sido no mundo antigo. 
Também a escola, como nós conhecemos, é um produto da Idade Média. A 
sua estrutura ligada à presença de um professor que ensina a muitos alunos de 
diversas procedências e que deve responder pela sua atividade à Igreja ou a 
outro poder. 
Utilizavam como atividades disciplinares os prêmios e castigos. As formas 
avaliativas vêm daquela época e da organização dos estudos nas escolas 
monásticas, nas catedrais e, sobretudo nas universidades. Vêm desse período 
também alguns conteúdos culturais da escola moderna e até mesmo da 
 
 
29 
 
 
contemporânea tais como: o papel do latim; o ensino gramatical e retórico da 
língua; a imagem da filosofia, como lógica e metafísica. 
 
 
Busque no texto exemplos que comprovam afirmativa contida no seguinte 
trecho: 
“No período medieval a educação era desenvolvida em estreita simbiose com 
a Igreja, com a fé cristã e com as instituições eclesiásticas”. 
 
Como fechamento do capítulo, para que você tenha a noção de duração do 
período que descrevemos, é preciso ressaltar que ele se estendeu , desde os 
anos de 476 a 1453. A Idade Média consiste em um período histórico de quase 
um milênio que se inicia com a queda do Império Romano , tomado pelos povos 
denominados bárbaros e chega ao seu fim quando os turco-otomanos 
conquistam a cidade de Constantinopla. 
Descrever a educação em quase mil anos de história , não é tarefa simples, a 
começar pelas mudanças que se estabelecem, ao longo do tempo, nessas 
sociedades. 
No entanto, é possível generalizar chamando a atenção para o 
desenvolvimento do Cristianismo na Europa , para uma maior atenção à vida 
emotiva e religiosa, com a utilização de métodos de educação verbalista e de 
apelo à memória, para a importância da criação das Universidades , que apesar 
de utilizar o latim como língua única, é aberta a alunos de todos os territórios ,com 
uma educação universal. Mas tudo muda e a Idade Medieval europeia começou a 
se transformar. 
No próximo capítulo vamos estudar a educação nos tempos modernos. 
 
 
30 
 
 
 
 
6- O RENASCIMENTO E A EDUCAÇÃO NOS TEMPOS MODERNOS 
A transição do Período Medieval para os Tempos Modernos se 
caracterizou por várias transformações. Marcaram esse período o Renascimento 
Cultural, que revolucionou as artes e as ciências, através de figuras históricas, 
como Leonardo da Vinci e Michelangelo, a Reforma Religiosa, o Humanismo, a 
ascensão da burguesia, com o desenvolvimento do comércio. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e sistematizado 
aprendizagens como 
Identificar as principais transformações do início dos tempos modernos. 
Entender a relação entre a Reforma Religiosa, a Contra reforma e a educação. 
Citar características da escola nos tempos modernos. 
 
 
A Idade Moderna é o período histórico em que as monarquias europeias se 
constituíram e se fortaleceram, expandindo seu poder para os cinco continentes 
do mundo. Com as grandes navegações iniciadas no século XV, as diversas 
partes do planeta começaram a se integrar.. 
Grande parte dos historiadores considera que o início da Idade Moderna 
aconteceu com a tomada da cidade de Constantinopla pelos Turcos-Otomanos, 
em 1453, e terminou com a queda da Bastilha e a Revolução Francesa, em 1789.. 
A descoberta da América e as rotas comerciais com a África e a Ásia 
criaram as bases de acumulação de capital necessárias ao desenvolvimento do 
capitalismo. No aspecto religioso, o cristianismo católico deixou de deter o 
monopólio religioso na Europa, com o advento da Reforma Protestante. 
 
A educação na Idade Moderna, era privilegio somente dos nobres. Como o 
poder político era passado de pai para filho, essas classes gozavam do direito da 
educação, assim a maioria da população permanecia na ignorância. As escolas 
eram na maioria controladas pelas ordens religiosas, os burgueses faziam 
questão que seus filhos estudassem em colégios jesuíticos para se igualarem aos 
filhos dos nobres. 
 
 
31 
 
 
 
 
O ensino era dividido somente em três classes e dessas classes, os mais 
talentosos seriam selecionados e iriam estudar nas grandes cidades com os bons 
mestres. As condições de ensino eram precárias, o professor tomava a lição de 
um aluno por vez, sob ameaça de palmatória, enquanto os outros liam, brincavam 
ou conversavam sem vigilância. Geralmente as lições eram tomadas na casa do 
professor. 
Com as mudanças que caracterizaram os tempos modernos a educação 
adquiriu também novas formas de transmissão. Após o século XV, período da 
Renascença, é criada a educação humanista, uma nova versão do conhecimento 
greco-romano. A disciplina e a autoridade até então predominantes deixam 
espaço ao desenvolvimento do pensamento livre e crítico. As matérias cientificas 
retornam ao currículo, embora ainda em segundo plano. Surge o colégio 
humanista (escola secundária), onde são estudados o latim e o grego. Os 
exercícios físicos são valorizados. 
A família e a escola se tornaram cada vez mais centrais na formação dos 
indivíduos e na manutenção das características da sociedade. 
A criança se tornou o centro motor da família que se desdobrava em afeto 
e cuidados para formá-la segundo um ideal. 
Os pais não se contentavam mais em apenas pôr filhos no mundo. A moral 
da época impõe que se dê a todos os filhos, não só ao primogênito, e no fim dos 
anos seiscentos também às filhas, uma preparação para a vida.. 
Ao lado da família, a escola instruía e formava, ensinava conhecimentos, mas 
também comportamentos se articulava em torno da didática, da racionalização da 
aprendizagem dos diversos saberes, e em torno da disciplina., A escola que 
reorganizava suas próprias finalidades e seus meios específicos. Era uma escola 
não mais sem graduação, na qual se ensinavam as mesmas coisas a todos, não 
mais caracterizada pela “promiscuidade das diversas idades”. 
No século XVI surge a reforma religiosa, e como resultado, uma educação cristã 
reformada, tanto católica, como protestante. A educação católica pós renascença, 
foi marcada por um movimento conhecido por Contra reforma. A Companhia de 
Jesus, organização criada por Inácio de Loyola, foi a mais poderosa arma dos 
católicos para deter a expansão dos protestantes. 
As ordens religiosas, das quais se destaca a dos jesuítas, foram as responsáveis 
por disseminar o cristianismo por meio da educação, durante séculos. O Ratio 
Studiorum era o “currículo” dos jesuítas, que ministravam uma educação inspirada 
nas escolas humanistas. 
http://www.infoescola.com/artes/renascenca/
http://www.infoescola.com/artes/renascenca/
http://www.infoescola.com/historia/contra-reforma/
http://www.infoescola.com/educacao/companhia-de-jesus/
http://www.infoescola.com/educacao/companhia-de-jesus/
 
 
32 
 
 
 
RATIO STUDIORUM2 
Conjunto de normas criadopara regulamentar o ensino nos colégios 
jesuíticos. Sua primeira edição, de 1599, além de sustentar a educação jesuítica 
ganhou status de norma para toda a Companhia de Jesus. Tinha por finalidade 
ordenar as atividades, funções e os métodos de avaliação nas escolas jesuíticas. 
Foi ponte entre o ensino medieval e o moderno. Antes do documento em questão 
ser elaborado, a ordem tinha suas normas para o regimento interno dos colégios, 
os chamados Ordenamentos de Estudos, que serviram de inspiração e ponto de 
partida para a elaboração da Ratio Studiorum. A Ratio Studiorum se transformou 
de apenas uma razão de estudos em uma razão política, uma vez que exerceu 
importante influência em meios políticos, mesmo não católicos. O objetivo maior 
da educação jesuítica segundo a própria Companhia não era o de inovar, mas sim 
de cumprir as palavras de Cristo: 
“Docete omnes gentes,” (ensinai, instrui, mostrai a todos a verdade) 
Verbete elaborado por Cézar de Alencar Arnaut de Toledo, Flávio Massami Martins 
Ruckstadter e Vanessa Campos Mariano Ruckstadter 
 
Esse foi um dos motivos pelos quais os jesuítas desempenharam na 
Europa e também no chamado “Novo Mundo” o papel de educadores, unido à 
proposta missionária da Ordem. 
Teve início um processo de reorganização disciplinar da escola e de 
racionalização e controle de ensino, através da elaboração de métodos de 
ensino/educação que fixavam um programa minucioso de comportamento que 
tinha como centro a disciplina, o internato e as classes por idade, além da 
graduação do ensino/aprendizagem. 
No final do século XVIII, já na chamada Idade Contemporânea, através de 
um edito na França, ficou estabelecido que regentes preceptores e mestres de 
escolas seriam aprovados pelos párocos sob autoridade dos arcebispos e bispos 
para que ensinassem todas as crianças a ler e escrever. Nesse final de século 
 
2
 http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_ratio_studiorum.htm 
 
 
33 
 
 
surgiu Rousseau, que defendia a liberdade e o direito da educação para todos ao 
invés do favoritismo das classes sociais 
 
Escreva uma frase explicando o significado de cada um dos termos: 
HUMANISMO- 
RENASCIMENTO- 
RATIO STUDIORUM- 
 Neste capítulo estudamos alguns aspectos das transformações 
sociais, econômicas e culturais dos “tempos modernos” e suas influências na 
educação. Como esse período teve nas Grandes Navegações um marco e a 
descoberta do Brasil pelos europeus é consequência desse movimento, chegou a 
hora de verificar os desdobramentos da História da educação no Brasil. 
Vamos agora tratar da evolução da educação em nosso país. 
 
 
 
34 
 
 
 
 
7- OS CAMINHOS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: 
Na História da Educação Brasileira observamos fases que se sucederam, a 
partir de fatos marcantes. Assim passaremos a tratar da educação em períodos: 
A educação antes do descobrimento, a educação na Colônia e no Império 
e a educação republicana até os dias atuais. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e sistematizado 
aprendizagens como 
Refletir sobre as diferenças entre a educação dos indígenas e a dos europeus 
quando aqui chegaram. 
Identificar as principais características da educação em cada fase da História do 
Brasil. 
Entender a necessidade de adequar a educação ao momento e ao lugar onde 
está sendo ministrada. 
Perceber os problemas da educação atual e as perspectivas para atenuá-los. 
 
7.1-Antes de Cabral... 
A primeira grande mudança ocorreu com a chegada dos portugueses ao 
território do nosso país. Os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio 
da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não 
possuíam seu próprio modo de educar. 
Sociedades indígenas são sociedades igualitárias, não estratificadas em 
classes sociais e sem distinções entre possuidores dos meios de produção e 
possuidores de força de trabalho. São sociedades que se reproduzem a partir da 
posse coletiva da terra e dos recursos nela existentes e da socialização do 
conhecimento básico indispensável à sobrevivência física e ao equilíbrio 
sociocultural dos seus membros. 
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. 
O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as 
mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e 
ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses 
http://www.suapesquisa.com/indios/paje.htm
http://www.suapesquisa.com/indios/cacique.htm
 
 
35 
 
 
da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na 
vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 
 
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos 
como curumins, aprendem desde pequenos e de forma prática. Costumam 
observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai 
caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este possa aprender.a praticar 
essa atividade. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade 
da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um 
teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta. 
Vamos ler esse trecho do resumo do livro Quarup de Antonio Callado, 
publicado em 1967, para perceber mais alguns detalhes da vida dos indígenas, já 
na segunda metade do século XX: 
No terceiro capítulo, no Xingu, o padre Nando conhece os índios. Percebe 
que o medo que tinha da tentação das índias nuas não tinha sentido, já que é raro 
uma índia bonita depois da adolescência; eram todas precocemente envelhecidas. 
A aldeia prepara a festa do Quarup, a festa dos mortos, à qual o presidente Getúlio 
Vargas comparecerá e na qual assinará o decreto criando o Parque Nacional do 
Xingu. 
 
As atividades dos indígenas como a caça, a pesca, a coleta de frutos, a 
agricultura, bem como o artesanato, não eram praticadas em busca do lucro como 
nas sociedades capitalistas, porém não sabemos se eles possuíam consciência de 
proteger o meio ambiente. 
De qualquer forma, não há dúvida de que, pelo alcance limitado de suas 
atividades e pela tecnologia rudimentar de que dispunham, estavam longe de 
produzir os efeitos devastadores da poluição de rios com mercúrio, ou da 
derrubada de florestas com motosserras, características das atividades dos 
brancos nos dias de hoje. 
Verifica-se que os indígenas possuíam uma sociedade extremante diferente 
da sociedade europeia, sendo que esta chegou ao Brasil com o intuito de obter 
riquezas e poder, enquanto que os indígenas somente utilizavam a terra, a água e 
caçavam para a sobrevivência da espécie. 
http://www.suapesquisa.com/educacaobrasil
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/tribo_indigena.htm
 
 
36 
 
 
É interessante ressaltar que a educação que se praticava entre as 
populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional 
europeu 
Quando pensamos na educação do indígena hoje, torna-se oportuno 
lembrar.as Diretrizes para a Política Nacional de Educação Escolar Indígena (MEC/ 
SEF, 1994) que afirmam: 
um dos aspectos relevantes para a definição do currículo de uma escola é o 
conhecimento da prática cultural do grupo a que a escola se destina, já que estas 
práticas é que definem determinadas estratégias de ações e padrões de interação 
entre as pessoas, que são determinadas no processo de desenvolvimento do 
indivíduo. Isso requer uma intensa experiência em desenvolvimento curricular e 
também métodos de investigação e pesquisa para compreender as práticas 
culturais do grupo. Daí a necessidade de formação de uma equipe multidisciplinar 
constituída de antropólogos, linguistas e educadores entre outros, de maneira a 
garantir que o processo de ensino-aprendizagem se insira num contexto mais 
amplo do que o processo paralelodissociado de outras instâncias de apreensão e 
compreensão da realidade. 
Portanto, a educação indígena, como um todo, se revela como um processo 
de construção coletiva envolvendo uma formação política e específica do professor 
e da professora, envolvendo a própria comunidade e as organizações indígenas, 
com articulações de entidades de apoio governamentais, e não governamentais 
(ONG). Os índios não podem ser figuras ligadas somente ao passado do Brasil, 
devemos buscar conhecer e valorizar essa porção da cultura brasileira. No módulo 
III ,do nosso curso , teremos oportunidade de ampliarmos nossa visão sobre o 
Educação Indígena. 
 
7.2.O papel dos jesuítas 
De acordo com o que temos estudado ,no tocante à História geral da 
educação, também a história da educação brasileira é constituída de várias 
histórias nas quais se podem observar marcas próprias que caracterizam a época 
em que foram construídas. 
Com a criação de um governo geral no Brasil, após algumas outras 
tentativas de administrar a colônia, chegaram os primeiros jesuítas. Em 1549 
 
 
37 
 
 
chegou ao Brasil um grupo de seis missionários liderados pelo Padre Manuel da 
Nóbrega. Os missionários vieram acompanhados de mais de mil pessoas, entre 
soldados, artesãos, colonos, funcionários e aproximadamente quatrocentos 
criminosos que haviam sido condenados a viverem fora de sua terra natal, além 
de Tomé de Sousa, que seria o primeiro Governador do Brasil. 
A percepção inicial de Manuel da Nóbrega era de que os índios eram como 
“papel branco em que se poderia escrever à vontade”. Não foi tão fácil, pois os 
índios se revoltavam contra as tentativas de escravização. 
Nóbrega solicitou que se enviassem novos reforços missionários. Nesta 
leva de jesuítas veio José de Anchieta, que na ocasião era noviço e que ficou 
apelidado depois de “Apóstolo do Brasil”. 
Os jesuítas deixaram legados inquestionáveis.. Os missionários inacianos 
tinham por principal propósito “a propagação da fé e o progresso das almas na 
vida e doutrinas cristãs". Para que os nativos compreendessem essa fé os índios 
precisavam aprender a ler e a escrever. Ao longo de 20 anos, pelo menos cinco 
escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo 
e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia) 
foram fundados pelos jesuítas. 
A principal crítica sobre a área pedagógica ou de doutrinação, como 
chamam alguns, se dá a respeito dos interesses da coroa portuguesa que 
enxergava no processo de educação dos índios uma espécie de domesticação 
dos mesmos. Sendo eles “amansados” seria mais fácil tirar vantagens 
econômicas da exploração agrária, latifundiária e escravista. 
Os jesuítas assumiram a educação dos filhos dos colonos, formando 
quadros para a Igreja e para o Estado. Combateram o escravagismo dos colonos, 
embora utilizassem a mão de obra indígena em seus aldeamentos. Lutaram por 
um tratamento mais humano para os escravos africanos, embora considerassem 
a escravidão deles legítima. Tentaram, em resumo, combinar os valores 
espirituais da Igreja com os objetivos comerciais do sistema colonial. É impossível 
minimizar sua importância na nossa história. 
Os jesuítas se dedicaram à pregação da fé católica e ao trabalho 
educativo. A educação jesuítica predominou durante 210 anos, de 1549 a 1759. A 
ação dessa ordem aparece, por exemplo, na construção da cidade de São Paulo 
 
 
38 
 
 
que se desenvolveu em torno do Colégio São Paulo fundado pelos jesuítas 
liderados por José de Anchieta. 
Apesar de todas as críticas, não podemos negar que os jesuítas foram os 
mentores da educação brasileira. Encontramos um pouco desse legado em 
universidades famosas tanto nacional como internacionalmente como a Pontifícia 
Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ, a Universidade Católica de 
Pernambuco – UNICAP e vários outros colégios famosos. 
 
7.3.Pombal e a expulsão dos jesuítas. 
Na metade do século XVIII uma nova 
ruptura marca a História da Educação no 
Brasil: a expulsão dos jesuítas pelo Marquês 
de Pombal. Para o Brasil, a expulsão dos 
jesuítas significou, entre outras coisas, a 
destruição do único sistema de ensino 
existente no país. Para Fernando de 
Azevedo, foi “a primeira grande e desastrosa 
reforma de ensino no Brasil” 
Com a expulsão dos jesuítas do Brasil a 
educação ficou em segundo plano para os 
dirigentes do país. Vieram as aulas régias, o 
subsídio literário. 
A política educacional de Pombal era 
lógica, prática e centrada nas relações 
econômicas anglo-portuguesas,.uma vez que Portugal havia assinado um tratado 
econômico com a Inglaterra. 
A reforma educacional pombalina culminou com a expulsão dos jesuítas 
precisamente das colônias portuguesas, tirando o comando da educação das 
mãos destes e passando para as mãos do Estado. Como todas as reformas a 
esta também foi consequência da circunstância histórica. Extintos os colégios 
jesuítas, o governo não poderia deixar de suprir a enorme lacuna que se abria na 
vida educacional tanto portuguesa como de suas colônias.. 
. 
Aulas Régias 
Criadas por Pombal em 
substituição ao ensino 
dos jesuítas .Ensinava-
se Latim, Grego e 
Retórica. Cada aula 
régia era autônoma e 
isolada, com professor 
único e uma não se 
articulava com as 
outras. 
Subsídio literário 
Imposto criado em 1772 
para custear a educação 
e pagar o salário dos 
professores 
 
 
39 
 
 
Os professores régios que aqui exerciam a profissão de ensinar, foram 
incentivadores das ideias filosóficas liberais que tão significativamente se fizeram 
atuantes nos últimos trinta anos que antecederam a independência do país. 
O iluminismo implantou-se no Brasil justamente através da política imperial 
de racionalização e padronização da administração de Pombal. A educação 
passou para as mãos do Estado, mas essa educação que passou a ser pública, 
não se fez para os interesses dos cidadãos. Ela serviu aos interesses imediatos 
do Estado, que para garantir seu status absolutista precisa manter-se forte e 
centralizado nas mãos e sob o comando de uns poucos preparados para tais 
tarefas. Assim, mesmo que aparentemente as ações de Pombal induzam ao 
entendimento de uma política despótica de benefícios individuais - ideia que não é 
de toda inválida - é preciso destacar que os lucros das reformas pombalinas 
foram individuais, privados. Mas os interesses foram públicos na medida em que 
naquele contexto, iluminismo, racionalidade e progresso tinham um significado 
muito diferente aos quais se deve estar atento. O iluminismo no contexto da 
colônia brasileira serviu, na verdade, ao engrandecimento do poder do Estado e 
não à luta pelas liberdades individuais. Dessa forma, entender o projeto do 
iluminismo pombalino talvez seja a chave para ajudar a perceber a tradição 
reformista nas tentativas de construção de um sistema nacional de educação 
pública realmente voltado aos interesses públicos, que até hoje não se consolidou 
no Brasil. 
 
7.4. A Colônia se torna um Reino:D. João no Brasil. 
Em 1808, devido à invasão francesa e aos desentendimentos com 
Napoleão Bonaparte, D.João se muda para o Brasil com toda a Corte. Essa 
mudança representou para a Colônia grandes avanços na cultura e na educação. 
Para atender à elite que chegara junto com a família real, D. João criou novos 
cursos, instituições culturais e educacionais e ampliou o número de vagas nos 
cursos que já existiam. 
A partir de 1808, foram criados os cursos de medicina na Bahia e no Rio de 
Janeiro, a Academia Real da Marinha (1808), a Academia Real Militar (1810), 
cursos para a formação de técnicos em economia, desenho técnico, química, 
agricultura e indústria. Foram criados também a Imprensa Régia (1808), a 
 
 
40 
 
 
Biblioteca Nacional (1810), o Jardim Botânico (1810), propiciando assim, a 
formação de uma nova estrutura educacional nopaís. 
As medidas criadas por D João VI, criaram a possibilidade de se construir 
no país uma educação formalizada, com a concentração de estudos específicos, 
direcionados à formação especializada. Foi desta forma que D João introduziu as 
aulas de medicina, para formar médicos, que eram raros na colônia; 
desenvolveram-se estudos técnicos dirigidos às artes, dando origem a Escola de 
Belas Artes, fundada por Debret em 1816. 
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. 
Basta ver que enquanto nas colônias espanholas já existiam muitas 
universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de São Domingos e 
em 1551 a do México e a de Lima, a nossa primeira Universidade só surgiu em 
1934, em São Paulo. 
 
7.5- O Brasil já independente: a ação dos imperadores. 
Com a volta de D. João VI a Portugal em 1821, seu filho D. Pedro 
proclamou a Independência do Brasil em 1822, tornou-se nosso primeiro 
imperador e, em 1824, outorgou a primeira Constituição brasileira O Art. 179 
desta Lei Magna dizia que: 
 “a instrução primária é gratuita para todos os cidadãos". 
 
Em 1823, na tentativa de se suprir a falta de professores, instituiu-se o 
Método Lancaster, ou do "ensino mútuo", pelo qual um aluno treinado (decurião) 
ensinava um grupo de 10 alunos (decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor. 
Em 1826, um Decreto institui quatro graus de instrução: Escolas Primárias, 
Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe a criação de 
pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de 
professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para 
meninas. 
Em 1834, já no período Regencial, após a volta de D. Pedro I para 
Portugal, o chamado Ato Adicional à Constituição dispôs que as províncias 
passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e 
secundário. Graças a isso, em 1835, surgiu à primeira Escola Normal do país, em 
Niterói, Escola Normal de Niterói. No entanto, os bons resultados pretendidos não 
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=1821&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Independ%C3%AAncia_do_Brasil&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=1824&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1824&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=1823&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=M%C3%A9todo_Lancaster&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Decuri%C3%A3o&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Inspetor&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=1826&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Liceu&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Gin%C3%A1sio&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Academia
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=1827&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=1834&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Ato_Adicional&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Curso_pedag%C3%B3gico&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Niter%C3%B3i&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Escola_Normal_de_Niter%C3%B3i&action=edit
 
 
41 
 
 
aconteceram, já que, pelas dimensões do país, a educação brasileira perdeu-se, 
obtendo poucos resultados.. 
Em 1837, onde funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio 
de Janeiro, foi criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo 
pedagógico para o curso secundário. O Colégio Pedro II continua sendo uma 
referência no ensino público do país e atualmente se democratiza através das 
diversas unidades que foram instaladas em vários bairros do Rio de Janeiro, na 
Baixada Fluminense e em Niterói. 
Em 1879 houve a reforma de Leôncio de Carvalho que propunha dentre 
outras coisas o fim da proibição da matrícula para escravos, mas que vigorou por 
pouco tempo. No século XIX ainda havia no Brasil a tendência da criação de 
escolas religiosas, até mesmo por parte dos jesuítas, que retornaram após 80 
anos. Dentre essas instituições figuram o Colégio São Luís (fundado em Itu em 
1867 e transferido para São Paulo em 1919), o Colégio Caraça em Minas Gerais 
(1820), Colégio Mackenzie (São Paulo, 1870), Colégio Americano (Porto Alegre, 
1885), Colégio Internacional (Campinas, 1873), entre outros. Da parte da iniciativa 
leiga surgiu a Sociedade de Culto à Ciência (Campinas, fundada por maçons). 
Por todo o período monárquico, incluindo D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro 
II, podemos dizer que o pouco se fez pela educação brasileira e muitos 
reclamavam de sua qualidade ruim. 
7-6- A educação brasileira na República 
Somente a partir da proclamação da República, em 1889, é que a 
educação começou a ser mais valorizada, tendo início o processo de 
desenvolvimento. Com a separação entre a Igreja e o Estado, a educação passou 
a ser mantida pelo poder público, tornou-se obrigatória a todos e foi vista como 
uma forma de mobilidade social. 
Tivemos várias reformas cada uma delas procurando ou prometendo 
atender às necessidades da população. 
 
 
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=1837&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Semin%C3%A1rio_de_S%C3%A3o_Joaquim&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Col%C3%A9gio_Pedro_II&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Le%C3%B4ncio_da_Silva_Carvalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_S%C3%A3o_Lu%C3%ADs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Itu
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Col%C3%A9gio_Cara%C3%A7a&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Mackenzie
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Metodista_Americano
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Col%C3%A9gio_Internacional&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leigo
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociedade_de_Culto_%C3%A0_Ci%C3%AAncia&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7onaria
 
 
42 
 
 
Esse período se estendeu de 1889 até 1930 Em 1891, através de 
Benjamim Constant quando era Ministro da Instrução, Correios e Telégrafos foi 
implementada a Reforma de Benjamin Constant que tinha como princípios 
orientadores a liberdade do ensino e a gratuidade da escola primária. Estes 
princípios seguiam a orientação do que estava estipulado na Constituição 
brasileira., a primeira da República. Uma das intenções desta Reforma era 
transformar o ensino em formador de alunos para os cursos superiores e não 
apenas preparador. Outra intenção era substituir a predominância literária pela 
científica. 
Entre 1911 e 1915 vigorou a Reforma Rivadávia, de iniciativa do Ministro 
Rivadávia Correa, que afastava da União a responsabilidade pelo Ensino. Nessa 
época também surgiu o conceito de "Grupo escolar", quando as classes deixaram 
de reunir alunos de várias idades e passaram a distribuí-los em séries ("ensino 
seriado"). Essa reforma pretendeu que o curso secundário se tornasse formador 
do cidadão e não um simples promotor a um nível seguinte. Retomando a 
orientação positivista, pregava a liberdade de ensino, entendendo-se como a 
possibilidade de oferta de ensino que não fosse somente por escolas oficiais. 
Além disso, pregou ainda a abolição do diploma em troca de um certificado de 
assistência e aproveitamento e transferiu os exames de admissão ao ensino 
superior para as faculdades. As medidas propostas por essa reforma não 
trouxeram os resultados esperados para a educação brasileira 
Novas tentativas foram feitas com a Reforma João Luiz Alves que 
introduziu a cadeira de Moral e Cívica com a intenção de tentar combater os 
protestos estudantis contra o governo do presidente brasileiro da época, Artur 
Bernardes. A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes noprocesso de mudança das características políticas e culturais brasileiras. Foi 
nesta década que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte em 1922, a Semana de 
Arte Moderna e a fundação do Partido Comunista do Brasil no mesmo ano (1922), 
a Rebelião Tenentista (1924) e a Coluna Prestes que teve início em 1924 a 1927 
. 
Para saber mais : Procure num livro de História do Brasil as informações 
sobre esses movimentos e suas importâncias para a cultura e educação. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamim_Constant
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Benjamin_Constant_Botelho_de_Magalh%C3%A3es&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Rivad%C3%A1via
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Rivadavia_Correa&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_escolar
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Jo%C3%A3o_Luiz_Alves&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Moral_e_C%C3%ADvica&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Artur_Bernardes&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Artur_Bernardes&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Movimento_dos_18_do_Forte&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Semana_de_Arte_Moderna&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Semana_de_Arte_Moderna&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Partido_Comunista_do_Brasil&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Rebeli%C3%A3o_Tenentista&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Coluna_Prestes&action=edit
 
 
43 
 
 
 
 
 
As décadas de 1920 e 1930 viram surgir a Escola Nova, de iniciativa de 
liberais democráticos, os quais empreenderam reformas educacionais em 
diversos estados tais como Lourenço Filho (Ceará, 1923) e Anísio Teixeira 
(Bahia,1925), dentre vários outros.. 
 
 
 
 
 
Com a Revolução de 1930 Getúlio Vargas assumiu o governo do Brasil. 
Nosso país entra no modo capitalista de produção. A acumulação de capital, do 
período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e 
na produção industrial. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de 
obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 
1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo 
provisório sancionou decretos organizando o ensino secundário e as 
universidades brasileiras. Estes Decretos ficaram conhecidos como "Reforma 
Francisco Campos . 
 
 
 
 
 
 
De acordo Dallabrida (2009) a chamada Reforma Francisco Campos 
(1931) estabeleceu,em nível nacional, a modernização do ensino secundário 
brasileiro. Ela imprimiu organicidade ao ensino secundário por meio de várias 
 
O QUE MUDOU NA 
ERA VARGAS? 
Sabendo um pouco mais... 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Louren%C3%A7o_Filho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%ADsio_Teixeira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bahia
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_30&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Minist%C3%A9rio_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_e_Sa%C3%BAde_P%C3%BAblica&action=edit
http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Francisco_Campos&action=edit
 
 
44 
 
 
estratégias escolares, como a seriação do currículo, a frequência obrigatória dos 
alunos, a imposição de um detalhado e regular sistema de avaliação discente e a 
reestruturação do sistema de inspeção federal. Desta forma, a cultura escolar 
definida, pela reforma de 1931, procurava produzir um hábito burguês nos 
estudantes secundaristas, a partir da educação integral e de práticas de 
disciplinamento e de autogoverno. 
 
A Reforma Francisco Campos é marcada por conferir, em nível legal, 
organicidade à cultura escolar do ensino secundário. Em primeiro lugar, deve-se 
mencionar o aumento da duração do ensino secundário, pois ele passou de cinco 
para sete anos de duração e foi dividido em dois ciclos. O primeiro ciclo, chamado 
“fundamental”, com um período de cinco anos, era um curso comum a todos os 
estudantes secundaristas e conferia formação geral. A segunda fase do ensino 
secundário, o “ciclo complementar”, formado por dois anos, era uma preparação 
para o curso superior e apresentava um leque de três opções: “para os 
candidatos à matrícula no curso jurídico”, “para os candidatos no cursos de 
medicina, farmácia e odontologia” e “para os candidatos nos cursos de 
engenharia ou de arquitetura.” 
Os primeiros anos da década de 1930 foram marcados, no âmbito 
educacional, pela discussão das ideias que tinham surgido na década de 1920. 
Ao publicar “Introdução ao estudo da Escola Nova”, em 1930, Lourenço Filho deu 
projeção ao Movimento Escola Nova. 
Esse movimento, que era formado por educadores da época, teve um 
papel importante como instrumento de pressão sobre as autoridades 
governamentais, no sentido de renovação do setor educacional. 
Os integrantes desse movimento também foram chamados de 
Renovadores da Educação e travaram um debate com os Educadores 
Tradicionais, revelando, desse modo, um antagonismo entre os grupos, tendo os 
“renovadores” uma visão mais adequada ao momento histórico. Assim, os 
renovadores se opunham àquela concepção de educação de poucos, 
discriminadora e incapaz de dar solução aos problemas práticos, símbolo de elite. 
E essa forma de pensar a educação no Brasil se tornou o conteúdo principal do 
“Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, lançado em 1932 (SAVIANI, 2004, 
p. 33). 
 
 
45 
 
 
 
 
Podemos destacar algumas características desse manifesto: 
 
 
As ideias contidas no Manifesto dos Pioneiros, que, em síntese, eram a 
ampliação da educação pública, a gratuidade, o ensino laico, a obrigatoriedade e 
a igualdade de direito de gênero à educação, foram o foco principal das lutas pela 
transformação do sistema escolar vigente. A Constituição de 1934, no capítulo II 
sobre educação, contemplou algumas dessas ideias. 
Já na Constituição de 1937 que deu base ao Estado Novo (ditadura de 
Vargas) as principais conquistas obtidas pela Escola Nova foram derrubadas, 
pois, o Estado de acordo com o novo texto, se eximia praticamente de ser o 
gestor educacional da sociedade, para ter um caráter mais suplementar sobre a 
mesma. 
Quanto ao ensino profissionalizante, este não foi “abandonado” pelo 
Estado, ocorrendo no caso, inclusive, o contrário, ou seja, o ensino profissional foi 
até implementado..O que ocorreu a partir daí é que o Estado deixava clara a 
divisão de classes existente na sociedade. Pois esse nível de Ensino, como 
transparece na Constituição de 1937, era destinado às “classes menos 
favorecidas”. Desse modo, tínhamos dois tipos de ensinos diferentes, para 
públicos também distintos. O ensino secundário tradicional, que formaria a elite 
dominante, ou seja, a classe dominante; e, de outro lado, o ensino profissional 
direcionado às classes que serviriam de mão de obra. 
 A mesma Constituição estabelecia também que, as indústrias e sindicatos 
deveriam criar escolas profissionalizantes para filhos de seus empregados e 
 
 
46 
 
 
associados. Assim, o Estado utilizava-se das empresas para fomentar o Ensino 
Profissionalizante, visto que o investimento aplicado na criação dessas escolas 
ficaria a cargo do empresariado, que sentindo a necessidade de obter mão de 
obra qualificada aderiu a essa tarefa imposta pelo Estado com o uso da lei, isto é, 
da Constituição em vigor 
 Em 1942, alguns ramos do ensino são reformados por iniciativa do 
Ministro Gustavo Capanema. Estas reformas receberam o nome de Leis 
Orgânicas do Ensino, e apresentavam as seguintes características: 
 
 
 Essa reforma criou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAI 
, valorizando o ensino profissionalizante. 
 .O ensino colegial perdeu o seu caráter propedêutico, de preparatório 
para o ensino superior, e passou

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